Capítulo 11
ESTEBAN CRESCEU e estava com treze anos, era um garoto quase inexpressivo na escola, não se dava bem com as garotas, era mediano para péssimo em quase todas as matérias e tinha um ódio inexplicável de sua mãe, que parecia não se importar nem um pouco com ele quando Fernando aparecia em sua casa.
— Ela está dando o rabo para ele – disse um de seus amigos.
— Minha mãe é uma mulher santa, está me ouvindo?
— É a primeira vez que uma santa gosta de rola – ele disse enquanto segurava seu pênis sobre a calça.
E a pancadaria comia solta e Esteban sempre voltava todo machucado para casa.
— O que aconteceu, querido?
— Nada!!!
E batia a porta na cara dela.
AOS POUCOS ESTEBAN ia conseguindo seu dinheiro trabalhand
Capítulo 12ALEJANDRA ESTAVA GRITANDO de dor, cada vez que tinha que parir uma criança era como se fosse a primeira vez, e aquela já era a sexta vez nos últimos dez anos.— Calma, querida!— Calma o caralho, seu filho-da-puta, é do seu rabo que está saindo um filho?Roberto riu, mas, de repente, os aparelhos começaram a apitar feito loucos e um médico o empurrou.— Preciso que saia daqui agora!!!— O que está acontecendo, doutor?— Senhor Roberto, A-GO-RAAAAAAA!!!!Um enfermeiro agarrou gentilmente o braço de Roberto e o encaminhou até a porta.— Ela vai ficar bem? – Perguntou humildemente.— Ela está em boas mãos, farão tudo o que for possível, só não poderemos nos distrair com coisas desne
Capítulo 13ELIEZER SOARES estava revivendo a mesma história de tantos tempos antes se repetir com sua filha. Quando Claudia tinha dois meses de vida, Lúcia, sua esposa, fugiu com o vizinho viúvo e deixou a filha com ele. Eliezer tentou o máximo que conseguiu ser a mãe e o pai ao mesmo tempo, não se casou novamente, pois além de ficar desiludido com o amor ficou desiludido com tudo o que a vida poderia proporcionar. Agora era sua filha é quem estava sofrendo desse mal, o mesmo mal que, como um círculo vicioso voltava a lhe rondar como uma besta-fera sedenta.Tinha uma semana que esse tal cubano, mexicano, colombiano ou sei lá o que estava desaparecido, porém, seu instinto de pai dizia que algo errado estava acontecendo e que pensavam que sua filha seria uma idiota em suas mãos, de ser largada para trás com um filho no vent
Capítulo 14O EMBAIXADOR JUAN estava atento a cada detalhe do que acontecia ao seu redor, já estava voando mais de seis horas, ou estavam viajando para fora do país ou estavam procurando algum lugar para pousar, ele sabia dos problemas causados entre os militares e os militantes socialistas, era uma guerrinha tola que ambas as partes adoravam fazer alvoroço, de vez em quando aparecia algum morto de cada lado e o marketing era sempre espalhafatoso, não era uma guerra sangrenta, violenta sim, mas não tão mortífera como fora em outras ditaduras mundo afora, em especial em seu país...Juan conhecia alguns grupos que poderiam promover aquele sequestro, em especial alguns grupos se destacavam como:C.O.L.I.N.A. (Comando de Libertação Nacional);VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária);M.N.R. (Movimento Nacionalista
Capítulo 15HAVIA MAIS DE SETE meses que ninguém sabia notícias de Claudia Soares. Com isso, a cidade entrara em polvorosa, surgiram vários rumores e fofocas de que a garota teria se suicidado, ou estava com a mãe.Talvez a garota sabia de tudo, e foi morar com a mãe, diziam eles. Mas, Felipe Artêncio, sabia que todos estavam completamente enganados, a garota tinha dado um golpe de mestre em todos eles.CLAUDIA ESTAVA ACARICIANDO a protuberante barriga deitada na areia. Dali a poucas semanas o bebe nasceria e estava chegando o momento de voltar a cidade e enfrentar os Artêncios.O primeiro passo já fora dado, ganhar a confiança de um deles. Felipe estava chegando com uma cesta, e Claudia se lembrou dele sete meses antes caminhando para onde ela estava naquele mesmo local.
Capítulo 16O SILÊNCIO ERA ATERRADOR, tudo estava na mais completa, aterradora e enlouquecedora quietude...Estou morto?Ainda estou vivo?As amarras de seu braço se afrouxaram e a venda em seus olhos caíram e pôde ver todo um aparato cinematográfico.— Para todo o mundo, você está morto.— Que besteira é essa?— Besteira nenhuma – disse o Capitão Esteban Hernandez – estamos montando um grandioso país, e precisamos dos seus serviços diplomáticos para isso, alguém que saiba ser a balança entre o socialismo e o capitalismo.— Acha que sou algum imbecil?— Se achássemos, acha que estaria aqui?O capitão chegou perto dele e puxou seu ralo cabelo razoavelmente cumprido na nuca pelo longo per&iacu
Capítulo 17CARMEN OBSERVAVA O NETO no berço e realmente era muito parecido com o pai e o avô. Carmen sentia muito falta do filho, Esteban, já fazia quase um ano sem notícias dele, a investigação terminara, pois não tinham mais onde procurar sem pistas, mesmo com os esforços de Fernando em manter a investigação, no qual segundo ele, era seu dever pois foi por causa dele que Esteban desapareceu, o que era um equívoco...Ele não tinha culpa de nada... – pensou Carmen agradecida com um mínimo de conforto – Só Deus sabia o que teria acontecido ao filho... Rezava todos os dias por ele, sabia que ainda poderia estar vivo em algum lugar...Carmen sentia falta também de Fernando, os braços fortes dele enlaçando-a, o sexo selvagem, aquele poder que ele irradia
Capítulo 18RAFAEL MENDEZ estava chegando para o seu primeiro dia da faculdade de arquitetura e foi recepcionado da forma mais calorosa que poderia existir, garotas seminuas, todos eles rabiscados e bêbados, era a recepção dos calouros, do qual fazia parte.— Vamos nessa, Rafa – disse Luciana.Ele não teve nem tempo para pensar, três garotas com as camisas molhadas mostrando nitidamente seus protuberantes seios bicudos o arrastou para o centro da roda de amigos e em menos de um minuto já estava todo pinchado e no clima de festa com as garotas, simplesmente abraçou as duas e as beijou simultaneamente.— Temos aqui um rapaz bem atiradinho – disse uma delas sorridente com uma garrafa de whisky na mão.— Se me puxou no meio da roda, é porque me queriam aqui.— Então vamos aproveitar.
Capítulo 19ELA CHEGOU PERTO da paciente, já havia muitas semanas que ela havia lhe confidenciado que havia aceitado seu destino, não com alegria, mas se aquela era a vontade de Deus, pelo menos que fosse uma vontade sem dor e sofrimento, mas para que isso acontecesse, teria que alguém fazer o serviço, e isso Lisandra não estava pronta ainda para fazê-lo.— Por favor, doutora... não aguento mais esta vida...— Fiz um juramento, querida, não posso fazer isso.— Seu juramento será melhor utilizado se acabar com a dor e sofrimento das pessoas.Ela começou a chorar.— Você não sabe como é saber que não terá um futuro, que não terá um namorado, um grande amor, saber que nunca provará o doce amor nos braços da pessoa que ama... o amor para mim sempre f