Setenta e Dois

Como Rodrigo já tinha previsto, a chuva daquele amanhecer chegou cedo banhando o lado norte com toda sua beleza. Todas as casas e cada folha daquela floresta foram banhadas pela água dando ao domingo uma beleza incomum. Merecida. Tanto para o casal de marido e mulher que em outro lugar acordavam para voltar a se amar, quanto para o homem que abriu os olhos de repente encarando o teto bege do quarto que ainda não era um quarto, mas seria quando tivesse moveis e uma decoração apresentável.

Ao longe avistou a janela de vidro encarando todo o verde da floresta e a chuva que começava a diminuir. Respirou fundo enfim sentindo o peso contra seu corpo e sorriu ao lembrar-se da noite e a madrugada que se estendeu até onde devia. Se alguém o visse no momento, riria da sua falta de controle em deixar que algumas lágrimas caíssem de seus olhos escuros, mas não daria para evitar. O que sentia por Aurora ia muito além do que sentiu por qualquer garota, era como se ela fosse feita para si. Cada dobr
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