— Solange ainda está crescendo, não quero ver essas coisas de novo.Depois de falar, Marcos se inclinou e levantou Solange pela cintura, caminhando com suas longas pernas em direção à saída da cozinha.Ele ignorou a expressão de surpresa e choque de seu irmão mais novo, e murmurou para Solange: — O chão está frio, não quero que você sente nele novamente.Francisco ficou sem palavras."Esse é meu irmão mais velhoveterano?""Ele fala tão friamente comigo, mas é tão gentil e carinhoso com Solange."Se Francisco não tivesse presenciado essa cena, ele certamente pensaria que Marcos havia sido substituído.Na memória dele, Marcos raramente sorria, mantendo sempre uma expressão séria.Quando sorria, seu sorriso era frio, irônico e distante.Sua voz também não carregava nenhum calor quando falava."Quem é essa Solange, afinal?""Por que Marcos muda tanto perto dela?"Marcos levou Solange de volta ao quarto e a acomodou na cama grande, franzindo a testa enquanto aconselhava: — Coma menos dess
Marcos, resignadamente, concordou.Ao retornar ao escritório, Marcos abriu o computador e, com uma voz grave, disse aos funcionários na tela:— A reunião será reduzida para meia hora, destaquem o que é importante.Todos se entreolharam, com expressões de choque estampadas em seus rostos.O Presidente Marcos sempre foi pontual e algo assim nunca havia acontecido em todos esses anos.O que teria acontecido hoje?O rosto de Marcos estava sério, seus olhos penetrantes se estreitaram ligeiramente:— Não querem mais seus olhos?O tom baixo carregava um frio de ameaça, como uma lâmina afiada coberta de gelo.Mesmo através da tela, os subordinados puderam sentir o ar gelado emanando de seu Presidente Marcos.Eles rapidamente desviaram o olhar e começaram a relatar suas tarefas.Meia hora depois, uma voz irritada ecoou no escritório de Marcos:— Eu te dei três dias e é isso que você me mostra? Cometer um erro tão básico, você tem certeza de que está à altura do trabalho?Na sala de conferência,
Ele era realmente tão assustador?Claro que não. O problema era que essas pessoas eram incompetentes, incapazes de escrever um simples plano de projeto.Marcos comprimiu os lábios, se ergueu e caminhou decisivamente para fora do escritório.Solange coçava a cabeça, sem entender por que Marcos estava tão irritado.Quando Marcos entrou no quarto, foi recebido por um forte aroma de medicamento.Ele franziu a testa, aparentemente desgostoso com o cheiro.Instintivamente, pensou em se virar para sair, mas seus olhos caíram inadvertidamente sobre os vários instrumentos de preparação de medicamentos ao lado.Henrique havia dito uma vez que, embora parecesse simples, o banho medicinal exigia bastante conhecimento.A dosagem de cada erva deveria ser controlada com precisão.Então, durante essa meia hora, Solange esteve ajudando a preparar os ingredientes para seu banho medicinal?Observando as várias ervas no chão, Marcos comprimiu os lábios finos, indeciso sobre seus sentimentos.Solange, sain
Solange se recuperou instantaneamente e percebeu que o homem que estava ao lado de sua cama começava a se despir agora diante dela.Ao levantar os olhos, Solange se encontrou diretamente com os olhos profundos do homem.Eram profundos, como um antigo poço sombrio e insondável, emitindo um leve ar de perigo.Pega espiando, as bochechas de Solange subitamente se avermelharam e seu olhar se desviou:— Ma... Marido.Marcos, com os olhos baixos, parou diante de Solange.A garota à sua frente tinha características delicadas, olhos brilhantes, dentes brancos, e seus olhos brilhavam com umidade, com lábios rosados levemente franzidos, como se estivesse assustada.Seus olhos eram incrivelmente puros, como gemas sem qualquer impureza, cristalinos e sem qualquer pensamento sujo.Diante de tais olhos, um desejo destrutivo brotou subitamente no coração de Marcos.Ele queria manchar essa folha de papel branca e imaculada com sua própria essência.Os dedos ao seu lado se curvaram levemente e ele se i
Solange foi assustada por essa repreensão súbita, mas não tinha nenhuma intenção de sair. Ela foi direto para a frente da banheira, com um olhar de arrependimento, e disse: — Marido, desculpe, eu esqueci de te contar antes, tomar um banho medicinal pode ser um pouco doloroso.— Um pouco? Tem certeza? — Marcos, resistindo à dor em seu corpo como se fosse devorado por milhares de formigas, não pôde deixar de rir.Solange, envergonhada, tocou o próprio nariz e falou baixinho: — Isso também não é culpa minha! Quem mandou você chegar tão perto de mim... Eu fiquei nervosa e acabei esquecendo.Ela jogou a responsabilidade para cima de Marcos com essa frase.Marcos teve um leve tremor nos lábios, uma camada fina de suor já cobria sua testa, seus músculos do braço estavam tensos e ele mordia os dentes tentando aguentar a dor.Solange, inclinada ao lado da banheira, falou em voz baixa para confortá-lo: — O remédio que eu preparei não só aquece e nutre o corpo, mas também elimina toxinas. O v
Solange balançou a cabeça rapidamente, se aproximou lentamente e encostou a cabeça no braço do homem, sussurrando:— Eu não quero! Quero ficar com você. — Ela refletiu por um instante e estendeu o braço. — O efeito do analgésico está passando, se você sentir dor, pode me morder.Marcos baixou o olhar para o braço branco e delicado diante dele e não resistiu a perguntar:— Você não tem medo da dor?Solange franziu a testa e seus lábios rosados se curvaram levemente:— Tenho medo, mas você está sofrendo mais do que eu.Marcos fixou o olhar nos olhos claros dela, sentindo seu coração levar um choque forte.Não doía, era uma sensação suave e formigante.Ele sorriu levemente e, com seus dedos longos e ágeis, tocou suavemente a testa dela:— Sua boba, você é sempre tão generosa com todos?Tão generosa que... Ele não conseguiu deixar de se sentir atraído.Não queria mais deixá-la ir.Solange balançou a cabeça, um sorriso radiante e encantador iluminou seu rosto delicado e pálido.— Claro que
Após testemunhar Solange aplicando acupuntura, a empregada Nataly passou a respeitar ainda mais ela.Os olhos de Solange brilharam:— Sério? Meu marido mencionou para onde ele queria ir?Nataly balançou a cabeça, respondendo com respeito:— Essas coisas o Sr. Marcos não compartilha conosco. Ele está esperando lá embaixo. Você pode perguntar quando descer.Os empregados da família Aragão não tinha o direito de saber os planos de Marcos.Solange assentiu compreensivamente e se dirigiu ao banheiro.No andar de baixo, Marcos e Eduardo estavam sentados no sofá.Um estava com a cabeça baixa, olhando para o celular, e o outro segurava um jornal, olhando de vez em quando para o lado, querendo falar, mas sem dizer nada.Após um tempo, Marcos desligou o celular, seu rosto severo ainda estava inexpressivo:— Fale, o que você quer perguntar?Eduardo, percebendo que foi descoberto, riu constrangidamente e perguntou rapidamente:— Você tomou o banho medicinal ontem à noite? Como foi o efeito? Seu co
Solange virou a cabeça e viu Eduardo cobrindo o rosto com a mão, espiando por entre os dedos. Seu rosto estava cheio de animação.Ao perceber que eram observados, Eduardo sorriu e disse:— Eu não vi nada. Continuem, continuem. — Se levantou do sofá, fingindo indiferença e saiu falando alto. — Com a idade, é bom se movimentar um pouco. Vou dar uma volta no jardim.O subtexto era claro. "Não vou atrapalhar vocês, continuem!"Solange levantou o polegar em direção à figura de Eduardo se afastando."O avô é demais!"— Agora que o avô se foi, ninguém está olhando.Solange olhou para cima, seus olhos brilhavam com expectativa.Ela olhava para ele como uma criança ansiando por um doce, esperançosa e um pouco triste.A maçã do pescoço de Marcos se moveu levemente antes de ele se inclinar e beijar suavemente sua testa.No momento em que seus lábios tocaram a testa dela, Marcos sentiu como se uma corrente elétrica percorresse seu corpo, causando uma sensação de formigamento.Ele olhou para o loca