Mikhail entrou no quarto de María com passos firmes e com os olhos cheios de uma frieza acumulada pela decepção. María, deitada na cama, bebia um caldo leve que uma enfermeira lhe ofereceu. Ao vê-lo entrar, seus olhos se iluminaram com um sorriso malicioso e, num ato de surpresa, cuspiu o caldo, pensando que Mikhail tinha vindo lhe agradecer."Querido, não consigo me levantar por causa da dor que a cesárea está me causando", reclamou ela, fingindo ternura ao estender a mão para ele, "mas estou tão feliz... finalmente, nosso filho está aqui ."Mikhail não se moveu um centímetro, nem uma sombra de emoção passou por seu rosto e, ao invés de se aproximar, permaneceu em seu lugar, olhando para ela com desgosto.“Maria, serei claro e direto”, disse ele com uma voz dura como gelo. Acabei de descobrir que a menina que está na unidade de terapia intensiva, com morte cerebral, é sua filha.Maria ficou parada por um momento, como se as palavras ainda não tivessem chegado à sua mente. Ele piscou
Mikhail e Anna ficaram parados, respirando pesadamente, processando o que Sergei acabara de dizer. A notícia de um coração compatível para Lucas foi um milagre, uma saída que eles não esperavam. Anna deixou cair a caneta com um tremor visível nas mãos, alívio e confusão refletidos em seus olhos. Enquanto Maria, que até então mantinha um sorriso triunfante, observando Mikhail e Anna se prepararem para assinar os papéis do divórcio, sentiu o controle escapar por entre os dedos. Ele chegou tão perto que sentiu o sabor da vitória. Tudo estava em seu lugar, ela pensou que Mikhail estaria ligado a ela para o resto da vida. Mas agora, com essa notícia, todos os seus esforços estavam desmoronando.O sorriso em seu rosto desapareceu, dando lugar a uma careta de descrença e depois a uma fúria desenfreada. Seus olhos se arregalaram, cheios de loucura.—Não, não pode ser! —ele gritou, com uma voz estridente cheia de desespero e tremendo de fúria.—. Estava tão perto! Tudo estava pronto!Mikhail
Sentada em uma poltrona fria, com as pernas tensas e o coração acelerado, Anna esperou, totalmente exausta. As horas que passou na sala de espera da sala de cirurgia pareciam eternas e seus pensamentos eram um turbilhão incontrolável. Ao seu redor, as luzes brancas e o murmúrio constante das enfermeiras indo e vindo apenas acentuavam a ansiedade que a corroía por dentro. Há tanto tempo que esperava por notícias que o seu cansaço físico tinha sido relegado ao medo que sentia pela vida do filho."Como está Lucas?" ela repetia para si mesma repetidas vezes, fechando os olhos em uma tentativa desesperada de se acalmar. Mas assim que os fechou, o rosto do seu pequeno, frágil e pálido, encheu-lhe a mente.De repente, o som de uma porta se abrindo fez Anna levantar a cabeça. Seu olhar pousou em Mikhail, que, respirando pesadamente, como se tivesse corrido uma maratona, saiu da sala de cirurgia com o rosto coberto de suor e com a touca cirúrgica na mão.Anna não hesitou por um momento. Ela
María estava deitada na cama, imersa no vazio da sua solidão. Desde a cesariana, sua recuperação foi lenta e dolorosa; A infecção não ia embora e a cada dia que passava ela se sentia mais presa naquele quarto frio. Ele não havia recebido visitas, de amigos ou familiares. Nem mesmo Mikhail apareceu. Em uma tentativa desesperada de se distrair, ela deslizou o dedo no telefone, mas a tela de repente exibiu uma mensagem que a deixou furiosa: sua conta havia expirado por falta de pagamento.Com um suspiro, ele jogou o telefone com força na direção da porta, assim que ela se abriu, revelando um médico pediatra. María olhou para ele furiosamente, mas sua expressão mudou ao notar a expressão de pesar no rosto do médico.-Que? —perguntou ele, com a voz embargada de cansaço e desespero.O médico deu alguns passos à frente, mantendo distância, com uma pasta na mão."Lamento informá-la, senhora..." Ele hesitou por um momento, antes de dar a notícia gentilmente. Seu bebê morreu. Fizemos tudo o
O quarto do hospital era iluminado apenas por uma luminária fraca ao lado da cama de Lucas, enquanto Anna, que estava deitada no sofá-cama, acordou ao ouvir a porta se abrir silenciosamente.Mikhail entrou com passos leves, tentando não fazer barulho, mas Anna, sempre alerta, abriu lentamente os olhos.Ele se levantou lentamente e o viu de pé. Sem pensar duas vezes, Anna passou os braços ao redor dele em um abraço apertado, tentando oferecer-lhe o conforto que ela sabia que ele precisava.“Obrigado por estar ao meu lado,” Mikhail sussurrou, com a voz embargada, enquanto se agarrava a Anna como se ela fosse sua única âncora naquele momento.Anna o abraçou com mais força, sentindo a dor que ele tentava conter. Ela se afastou um pouco, apenas o suficiente para olhá-lo nos olhos.-Como você está se sentindo? —perguntou ele, embora já pudesse ver a resposta em seu olhar vazio e cansado."Errado", ele respondeu em um sussurro. "Eu nunca iria querer passar por essa dor... embora no começo eu
—Isso não importa. Suba se não quiser ficar com dúvidas. Não terei outra chance de te contar."Não quero ouvir o que você tem a dizer", respondeu Anna com firmeza."Por favor, Anna", a voz de Maria falhou. Eu te imploro. Apenas me escute uma última vez.Anna suspirou, sentindo dúvidas girando em sua mente. Finalmente, ele decidiu ir, temendo que Maria estivesse prestes a fazer algo desesperador. Ao sair da sala, encontrou Svetlana no corredor.—Querida nora, onde você vai? —Svetlana perguntou curiosa.“Sogra, diga a Mikhail para ir para o telhado com segurança”, Anna perguntou apressadamente. Acho que María vai fazer uma loucura.Quando chegou ao telhado, encontrou Maria parada na beirada, rindo perturbadoramente.“Você é tão previsível, Anna”, revelou Maria, rindo. Eu só tive que dizer 'por favor' e você subiu.Anna olhou em volta, sentindo a tensão aumentar.—O que você quer, Maria? —ele perguntou, tentando manter a calma.De repente, Maria quebrou a distância e agarrou-a com força
O amor entre Tatiana e Sergei aconteceu de forma tão rápida e natural que, desde o início, ambos sentiram que não havia necessidade de mais tempo para saberem que queriam passar o resto da vida juntos. Sergei, sempre direto e determinado, não hesitou um segundo em pedir Tatiana em casamento. Para ele, cada dia que passava com ela apenas confirmava a sorte que teve por tê-la encontrado. Por sua vez, Tatiana, cheia de emoção, aceitou sem hesitar. A relação tinha sido um turbilhão, mas um turbilhão cheio de risadas, cumplicidade e um amor que crescia fortemente. No dia do casamento, combinaram que seria uma cerimônia íntima, algo que refletisse verdadeiramente o que ambos valorizavam: a simplicidade e o amor sincero. Ficariam apenas os dois, o pequeno Lucas, que não conseguia esconder a emoção, e Mikhail e Anna, que seriam as testemunhas dessa união. Para ambos, ter os amigos mais próximos naquele momento especial tornou tudo ainda mais significativo.Quando chegaram ao cartório, Ser
A tarde no parque de diversões foi perfeita. O sol brilhava sem ser sufocante, e uma brisa suave acariciava os rostos de Anna, Mikhail e de seu filho Lucas enquanto caminhavam de atração em atração. Lucas, com uma energia infinita, decidiu que os carrinhos de choque seriam a próxima parada em sua lista de tarefas antes de encerrar o dia.— Vamos, pai! Eu vou bater em você! —Lucas exclamou animado, correndo em direção aos carrinhos de bate-bate enquanto Mikhail o seguia, rindo da excitação transbordante do filho.Anna e Svetlana ficaram perto da barreira de segurança, observando as duas se prepararem para entrar nos carros. Mikhail piscou calmamente para Anna do carrinho, enquanto Lucas, cheio de determinação, se acomodou em seu assento, pronto para a batalha de acidentes que estava prestes a começar.—Você não sabe no que se meteu, pai. Vou bater em você tantas vezes que você vai desistir! —Lucas gritou, cheio de emoção.-Oh sim? —Mikhail sorriu, aceitando o desafio. Não fique tão c