Ela estava atrasada, isso nunca acontecia, o set estava cheio, montado exatamente como ela imaginou, quem diria que uma garota de 22 anos pudesse já fazer tanto sucesso como escritora de séries e filmes, sua imaginação sempre foi sua amiga, no começo ela escrevia e tinha auxílio de um escritor/roteirista, mas esse já era o seu segundo trabalho solo, e ela estava muito satisfeita, mas ainda tinha uma insegurança que precisava disfarçar. No entanto vendo o poster seu coração ficava calmo.
O que a deixava tranquila é que mais uma vez o ator principal era seu conhecido de infância, Luke, que era três anos mais velho que ela, ele era muito talentoso, e claro o fato de ser bonito atraia muitas expectadoras apaixonadas por ele. Ele era um homem alto, forte, de cabelos escuros e pele clara, seu sorriso era largo iluminava a qualquer coração que visse, ele foi o amigo de seu irmão mais velho por toda a vida e uma figura com que ela podia contar. -Bom dia Lena! -sua assistente era uma garota quase da sua idade, era uma loira pequeninha, ela com o tempo havia se acostumado com as pessoas de sua idade ou até mais velhas pedindo sua opinião, pois ela havia sido uma aluna modelo e passado muitos anos a frente de crianças de sua idade, assim ela acabou se formando com seu irmão e Luke. -Bom dia Maddie, me atrasei, desculpe, acabei o roteiro até o fim, vou entregar para distribuir. Agora só vou ver se precisa de algum ajuste se não estamos liberadas! - Você é um máximo, e nem está atrasada o pessoal acabou de chegar. -a assistente pegou os envelopes e foi entregar. Helena, era a filha mais nova de uma família de cinco irmãos, ela era a única mulher, na verdade, ela sempre acreditou que seus pais pararam de ter filhos quando a menina chegou. Ela era de estatura média, cabelos castanhos, grandes olhos cor de amêndoas, ela não se destacava nesse mundo de atrizes e modelos belíssimas, e nem tentava, pois já na escola chamava muita atenção por ser precoce de seu tempo e ouvia muitas piadas sem graça a respeito de sua aparência em comparação aos irmãos principalmente pois todos eram deuses. Depois de andar pelos corredores dos camarins, ela chegou na frente do de Luke, como de costume ela gostava de entregar o roteiro do amigo. A porta estava entreaberta e ele conversava com seu assistente, parecia estar de mau humor naquele dia, como ela não quis interromper resolveu responder uma mensagem no celular antes de bater. -Daqui a pouco a Pirralha vai trazer o roteiro Carlos, como sempre ela se rebaixa a assistente pra trazer pra mim, e ainda gosta de discutir as cenas, hoje não tô num bom dia pra isso. - vocês se conhecem a anos, ela faz isso como amiga, e além do mais ela sempre faz observações maravilhosas que ajudam a você entender o momento do personagem, falei pra você ontem ir mais cedo pra casa depois daquela festa. -Nao é a festa Carlos, é ela. -ela escutou ele suspirar como se estivesse farto de alguma coisa, ou melhor dela mesma- Mas ela não precisa trazer todos os dias, parece um cachorrinho atrás de mim, assim sempre parece que estamos na escola, ela correndo atrás de seu irmão e de mim pra todo lado. Ela continua a ser uma criança tola e mimada por todos. Ontem pediram se eu e ela tínhamos algo, ficaram com medo de perder o papel se tivessem algo comigo- algo dentro dela foi esmagado, só não sabia se foi seu orgulho ou talvez seu coração. A sua assistente havia chegado nessa última fala, ela tinha certeza que a assistente queria socar Luke, mas ela resolveu fazer um sinal de silêncio com a mão, e conseguiu arrastar para longe. Depois de respirar profundamente, ela olhou para sua assistente que a observava com ternura e quebrou o silêncio constrangedor. -Eu sempre pareci boba assim? - a assistente fez que não com a cabeça mas era um não amigável - hum- mais um suspiro- sabe que eu não havia percebido até agora, tá tudo bem, entregue um desses seus roteiros pra ele sim, fique no set, anote o que o diretor quer que eu altere para os próximos, se ele não quiser nada de mudança, você entregue pra eles e explica que não poderemos comparecer no set mais até o fim das filmagens, pois temos outro contrato. - Você está bem? - ela a olhava com ternura. - eu estou, nunca pensei que fazia esse tipo de papel, pra mim, ele era um amigo querido, nunca percebi que não me considerasse assim, e acabei o sufocando, acredito que nem eu sei o que tenho aqui dentro. Preciso de dois dias, depois voltarei ao nosso escritório pra dar andamento no nosso novo projeto. Não conte a ninguém sim, não é pra proteger ele, é só porque fiz papel de tola, mas aos 22 anos é assim mesmo não é? A assistente sorriu, mas estava triste com os olhos, ela sabia que Lena nunca percebeu que fazia esse papel de tola, por isso ninguém no set nunca fez piada sobre esse assunto. Luke a tratava como uma irmã mais nova, e ela aceitava isso, mas se percebia que às vezes ele não queria tê-la por perto, pois agora ele teria seu desejo realizado, o problema é que ela ajudava muitos atores com suas ideias, as cenas ganhavam uma cor diferente. Ela voltou até o camarim e bateu duas vezes. - Entra pirralha, tá atrasa... Oi desculpe senhorita, pensei que era Helena, ela sempre traz... -Desculpe senhor por interromper sua conversa, aqui está seu roteiro, a senhorita Lena não virá hoje ela tem uma reunião. - ela percebeu a surpresa dele e de seu agente, e percebeu que ao abrir e não encontrar os papéis coloridos com as observações ficou mais surpreso ainda. - se o senhor precisar de alguma coisa pode encaminhar no nosso chat para ajuste, ela ficará o dia fora então não poderá se fazer presente nesse dia. Tenham um bom dia! Ele sentou na cadeira, leu o roteiro, como sempre ela tinha arrasado no enredo, sempre tinha o dom de surpreender. Depois olhou para Carlos que ainda estava incrédulo no que havia acontecido. -Sera que ela está doente? -Voce não queria uma folga dela? Aproveita a sua chance. Mas Carlos sabia que apesar dessa casca grossa ele estava preocupado com ela, apesar dele sempre reclamar dela estar sempre por perto, às vezes de forma humilhante como fizera a pouco, ele tinha carinho pela menina dos olhos de seus amigos.Helena foi até seu apartamento, colocou uma roupa confortável, pegou uma mochila colocou o notebook e algumas roupas dentro, trocou a chave do carro pela moto, e sai a rumo a sua casa da praia. Ela havia se dado ao luxo de comprar ela com o primeiro livro que venderá, era o lugar que ia quando precisava de inspiração, mas naquele momento seria o lugar pra entender o que não havia enxergado todo esse tempo. Depois de deixar suas coisas em casa, foi caminhar, o seu lugar favorito era aquele, aquela paz, aquele vento, aquele sossego e então algumas lembranças a fizeram entender tudo. Na escola, seu irmão Breno, sempre a puxava com ele e Luke, ela sempre foi a menina protegida dos irmãos, Breno era três anos mais velho, Felipe era quatro, e os gêmeos Gabriel e Samuel eram seis anos mais velhos que ela. Assim os amigos dele se tornaram os seus, ela achou tudo muito natural, mas não percebeu que sempre estava à procura de Luke, ela se lembrou dos recreios, da biblioteca, e até mesmo do
A noite demorou pra chegar, quando ele chegou até a cobertura a porta estava entreaberta, ele deu duas batidas e entrou. Era um lugar lindo, uma grande janela, tudo em tons escuros, sem coisas rosas ou flores, que ele imaginava, pois afinal ela era uma jovem garota, havia fotos inclusive dele em portas retratos pretos, os prêmios que ela receberá em um canto da sala. Ele nunca reparou que apesar de jovem ela possuía tanto sucesso. Em um dos porta-retratos era a foto deles se formando no ensino médio, ela era tão menor que eles, ele nunca percebeu que ela era tão menor que eles, o costume o havia cegado, ela era mais nova, e foi jogada na turma deles, e só agora ele percebeu que o irmão e ele eram o seu conforto, pois ele lembrou das piadas de mau gosto, dos olhares de reprovação das garotas, muitas tentavam ser sua amiga pra se aproximar do irmão, ela nunca teve uma amiga verdadeira. E agora ele percebeu que também havia sido um amigo ruim. - oi Luke! Todos os homens da famíli
Ele trabalhou em seu próximo projeto, era em uma locação fora da cidade, por isso ficou meses fora. Ele buscava notícias dela, mas nunca havia, ela era discreta, quase invisível, pensando assim, na escola ela também foi dessa forma, ela sempre se escondia atrás de livros, de ser organizadora de apresentações e agora se sentido mais culpado ainda do irmão e dele. A única notícia era de seu livro lançado, e de seu novo roteiro, ambos muito bem avaliados, ela podia fazer duas grandes obras, enquanto muitos autores não terminavam nem um livro em um ano. Ele conversava com Breno normalmente, mas não pedia dela pois a vergonha era grande, e o amigo não falava nada, ao contrário de antes que o assunto sempre envolvia a irmã em algum momento, mas ele sabia que era o porque ele soube da história. Até que depois de seis meses Breno quebrou o silêncio sobre Helena em mensagens de texto. "Cara, eu sei que você não quer saber ou falar sobre ela, mas preciso de uma opinião e você conhece a
Helena ainda não sabia porque havia aceitado convite de sair, não, na verdade ela sabia, ela queria ver como era um encontro, como era ser cortejada, como era ter alguém interessado em você e talvez como era ter um beijo após um bom jantar. Mas começou a pensar que havia sido uma péssima ideia, ele era famoso, assim como Luke, e se a fizesse de besta também? Ele era muito experiente e era conhecido por ser namorador. Ela não precisava de confusões. Eles foram até um restaurante perto do estúdio, pois pra ela sair de fininho se desse errado era mais fácil. E também podiam mentir que era um encontro profissional se alguém viesse atrás deles . Ela. tinha várias desculpas pra poder sair de uma situação constrangedora. Até o momento ela não tinha arrependimentos, João havia sido muito atencioso, buscou ela no escritório, abriu a porta, deu o braço, puxou a cadeira, pediu o que ela queria comer e tomar. Pediu coisas banais, como gostos, preferências, e também respondeu tudo sincerament
Breno não falou mais de Helena, não havia notícias sobre um romance de Saturno, mas havia fotos dele em festas, e chamegos com modelos maravilhosas. Então ele tirou isso da cabeça. Ele aceitou trabalhos da produtora de seus pais com o intuito de revê lá mas não teve sucesso nessa jornada. Carlos havia falado pra ele pedir o número dela novo, o endereço, mas ele era orgulhoso pra isso. Ela manteve a vida invisível, mas ele pegou algumas conversas de que havia viajado pra fazer um filme, que havia pulado de paraquedas pra escrever sobre isso, que havia ido a uma praia de nudez pra fazer a cena mais icônica de todos os tempos e havia sido premiada internacionalmente novamente. Ele a estava stalkeando, literalmente, mas continuou sua vida de aparências. Fez um filme, duas séries, e muitas campanhas publicitárias, se tornou o queridinho de todos os tempos. Tinha que aparecer muito, pois agora com três anos passados e alguns prêmios, iria ter que começar a escolher os papéis mais sele
Ela assentiu, mas teve que disfarçar o máximo seu descontentamento. Mas afinal os dois se encontrariam uma vez ou outra, ela precisava aprender a lidar com isso. Ela não poderia tremer, nem demonstrar nada. Ele estava espetacular, ele sempre foi espetacular, eles ficaram em fila, primeiro estava seu irmão(Gabriel )com a irmã de Maddie, depois seu irmão (Antony) com a prima doida, enfim a amiga de infância de Maddie com Breno e ela e Luke fechariam o quarteto de padrinhos. Ela estava deslumbrante, em um vestido azul escuro, simples, naquela hora veio a sua cabeça a debutante de quinze anos, ela havia mudado um pouco, mas só agora ele lembrou de como ela estava linda naquela noite, ele havia deixado essa lembrança ofuscar pela sua acompanhante daquela noite, uma colega de classe. Agora as lembranças voltavam pra ele com detalhes que não havia percebido na época eu que por ser jovem demais não compreendia naquele tempo. Ele lembrou que ela dançou com o pai a valsa, e que depois
Ele tentou de todas as formas ficar atento aos movimentos dela, ela foi educada com algumas tias, descartou dançar com alguns parentes de Maddie (pra isso ela usou seus irmãos e primos), ela foi várias vezes ao banheiro com Maddie e dançou muito com seus parentes. Nenhuma vez ela olhou pra ele. Foi quando ele tomou toda a coragem misturada com o Whisky de seu copo e levantou pra convidar ela pra dançar, afinal se levasse um não seria humilhante, ele era famoso, e havia algumas fãs ali, mas ainda bem ela aceitou o convite, ele sabia que o motivo era bem simples naquele ponto estava sozinha e rodeada por estranhos novamente, e pelo menos ele era um conhecido. Por causa do Whisky ele estava cheio de coragem, ou talvez foi o hipnotismo do perfume dela tão próximo a ele, enquanto dançavam ele foi descendo a mão pelo corpo dela, nada de forma muito dramática para que ninguém percebesse que era proposital. Nem ela havia percebido, na verdade ela estava incomodada com um convidado que não
Ela acordou de um sonho e depois de muito refletir ela não sabia de que forma poderia realmente sentir algo que não conseguia expressar com palavras. Porque ela havia aceitado passar a noite come ele? Ela em sua ideia já tinha o superado, mas então não tinha realmente? foi bom ou foi ruim? Ela encheu a banheira e resolveu relaxar, precisava por as ideias no lugar, mas agora ela entedia o porquê de nunca ter caído nas investidas de Saturno, apesar de vontade, o desejo até aquele momento, naquele quarto nunca havia a consumido como naquela noite, no momento que ele a prensou na porta, ela soube que não conseguiria se afastar e foi o que naquela noite aconteceu. Ele queria que aquele sonho fosse real, ele sentiu todo o seu corpo arrepiar ao lembrar ela em seus braços. Cada toque, cada beijo e cada suspiro eram dele, nunca havia tido uma sensação tão forte de algo que era seu, ela teria que ser sua. Mas como ele faria um sonho virar realidade? Mas como ele faria isso? Ele precisava