LIAM NARRANDO
A minha vida aqui no morro do alemão sempre foi a melhor que eu tive em minha vida, a minha mãe sempre quis que a gente não fosse do morro, ela dizia quando eu era pequeno que eu poderia escolher, que ela me apoiaria, afinal a gente nunca saiu do morro, e eu escolhi ser quem eu sou hoje. Quando eu comecei a andar por esse morro eu por ser o filho do Terror, sempre tive as regalias que todos me davam, afinal eu era intocável, e isso foi durante praticamente a minha infância toda, até que um dia aqui no morro teve uma invasão, e eu estava voltando para casa, eu tinha 9 anos de idade, junto com a minha irmã, esse dia é memorável até hoje em minha mente, foi quando eu matei pela primeira vez, e desde que fiz aquilo eu aderir o desejo de matar as pessoas que nós fazem mal, e dali em diante eu disse para mim mesmo, que esse morro seria meu, ou até mesmo a máfia na qual a minha mãe é herdeira. O dia dessa invasão nunca será esquecido, e assim como eu a Nayla nunca contou para ninguém o que aconteceu naquele beco, pelo qual a gente voltava para casa.
•FLASHBACK ON•
No exato momento que saímos da escola, a gente caminhava pelo mesmo percurso que sempre nossos pais nós traziam para o colégio, a gente voltava quando ouvimos os foguetes anunciando que estava começando uma invasão no nosso lar, mas a gente não tinha medo daquilo, não tínhamos que temer, até porque estávamos longe de tudo que poderia nós pegar, ou algo assim, era o que pensávamos, então seguimos andando para a nossa casa, mas de repente ouvimos disparos e eles estavam próximos demais, então foi nesse momento que eu percebi que estávamos em perigo, e nesse momento alguém apareceu a frente, logo na entrada do beco que estávamos andando.
Nayla: Liam! - minha irmã grita e eu olho para trás e nesse momento eu vi que havia outra pessoa ali, no início eu tive um pouco de medo, afinal estávamos os dois ali sozinhos, mas a minha irmã sempre foi muito mais danada do que eu. - Tem uma arma na sua bolsa, pega ela. - a mesma fala e só ai me dou conta que ela colocou uma arma na minha mochila.
Liam: Como que você... - não deu tempo falar, os caras estavam andando em nossa direção.
XXX: Ora, ora, ora, se não são os gêmeos. - um deles falou, então rapidamente eu coloquei minha mochila no chão, e tirei a arma da minha mochila e mirei na direção do que estava falando. - Mas você não vai usar isso vai? Você não sabe usar isso moleque. - ele diz com um tom de deboche e da risada, e ao perceber que eu e a Nayla estávamos em um momento delicado, a Nayla me tira uma outra arma da mochila dela, uma mais pequena, e eu fiquei confuso, mas não tirei os olhos do cara, quando eu percebi que o outro cara estava prestes a pegar a Nayla, eu não sei o que me deu, rapidamente eu atirei no que estava a minha frente, e não sei se foi sorte de principiante mas acabei acertando ele na cabeça, mas no mesmo momento a Nayla havia atirado também, fazendo o outro cair sem vida no chão.
Liam: O que fizemos? - eu olho para ela que estava me olhando com um sorriso nos lábios.
Nayla: Sobrevivemos meu irmão. - diz sorrindo.
Liam: Nunca eu vou deixar ninguém tocar em você, isso é uma promessa. - digo e nós dois nos abraçamos.
Nayla: Nunca podemos tocar nesse assunto, você promete? - ela me olha com os olhos verdes brilhantes, me fazendo ficar encantado com aquele brilho lindo que ela tem.
Liam: Jamais. - digo sério e nos soltamos, e guardamos as armas na mochila, e quando estávamos pronto para andamos, o nosso padrinho Menor apareceu ali.
Menor: Graças a Deus, a Nadie está só os nervos. - ele diz e quando ele percebe que tem duas pessoas mortas ali, ele nós olha. - O que aconteceu aqui? - ele pergunta e a Nayla sorrir.
Nayla: Eu não sei padrinho, quando chegamos aqui eles já estavam assim. - ela diz olhando com aquele brilho no olhar.
Menor: Vocês não era nem para está andando sozinhos, vamos, que eles queimem no inferno. - ele fala e seguimos as pressas com ele.
•FLASHBACK OFF•
Depois daquele fatídico dia, a gente não tocou mais nesse assunto, e também preferimos assim, hoje meu pai viajou e me deixou no controle do morro, mas se minha mãe manda, eu não posso ir contra ela, apesar que a Nayla esses dias está bem na dela, então acabo saindo dos meus pensamentos quando o Dri chega sem bater.
Dri: Fala ai irmão, tá no comando hoje? - ele fala sorrindo.
Liam: É como meu pai diz, o costume segue a gente até no Japão, já não basta os meus padrinhos que entram sem bater, você também. - digo e ele da risada.
Dri: Bom saber que isso incomoda. - ele diz e jogo nele um lápis, o fazendo rir.
Liam: Não achei nada engraçado filho da puta. - digo e ele continua rindo, mas o mesmo se senta na cadeira a minha frente. - Passa a fita. - digo sério e ele me olha.
Dri: Vim aqui, porque a Sabrina está lá na rua de baixo, e disse que queria uma palavrinha contigo. - ele fala e dou risada.
Liam: Essa puta sentava para meu pai na época que ele pegava qualquer uma, e agora ela insiste em sentar pra mim, achando que eu vou pegar alguém que minha mãe odeia. - digo rindo e ele rir.
Dri: Você só se fodeu meu irmão, porque a sua mãe vai comer você na porrada se ela descobre. - ele fala rindo e eu me levanto, nesse momento o Luigi entra na sala.
Luigi: Irmão. - ele fala assim que entra na sala.
Liam: O que tá pegando? - pergunto olhando ele.
Luigi: A mãe está querendo ir no shopping com a Nayla e com a tia Jamile, e eu disse que era melhor ela esperar o papai chegar. - diz e eu respiro fundo.
Liam: Certeza que isso é ideia da nossa irmã, ela sempre faz as coisas querendo ir para o asfalto. - digo revirando os olhos e vou saindo com os meninos da sala do meu pai, e seguimos até a minha moto.
Montei na minha moto, meu irmão montou na mesma e dei partida para a nossa goma, a gente foi trocando uma ideia massa até que chegamos em casa, e lá estava minha mãe com as meninas querendo ir para onde não pode, então minha mãe me olhou e disse que queria ir para o shopping com as meninas, e eu disse que não era legal, que era pra esperar o pai, até porque é mais seguro quando ele tá por aqui. Então ela ficou um pouco pensativa, até que acabou aceitando, então eu sair dali deixando elas e fui para meu quarto, depois eu sair e fui dar um rolê pelo morro. No dia seguinte o meu pai chegou com duas moças que estavam vestidas totalmente estranhas, e eu não sabia decifrar tudo o que estava vendo, de início eu achei engraçado, é uma cultura que não consigo decifrar ela, mas me controlei e fiquei observando tudo com atenção, minha irmã foi bem solidária e minha mãe também, apesar da raiva dela está bem exposta e bem visível, o que foi engraçado ver minha mãe brava com meu pai.
AYSHA NARRANDOA minha vida está completamente de cabeça para baixo, foram tantos anos de humilhações, de surras sem explicações, de falta de alimento, tudo isso ao lado do meu pai, e hoje ele faz algo tão grave comigo e com minha irmã, agora isso é por motivos de rejeição, ele nunca nós aceitou por sermos meninas, até a babá Berna ele deu fim dela, nunca mais que tivemos notícias dela, e o pior de tudo é que ficar no escuro está muito difícil para mim, e sei que ainda está bem pior para a Ayla, coitada da minha irmã, eu a tive todo esse tempo ao meu lado, e nem sabemos, para onde o nosso pai está nos mandando, porque cá estamos em uma casa de leilão, assim ouvimos várias moças reclamando, chorando, implorando por clemência, mas ninguém aqui quer saber de nada, apenas pensam com o dinheiro, isso sim, eles pensam quando ver o dinheiro na frente deles, isso que eles pensam. Estávamos as duas assustadas, e eu só conseguia olhar pra minha irmã, e ela me apertava contra ela, a gente estava
LIAM NARRANDOVer a minha mãe ali discutindo com o meu pai, enquanto minha irmã levava as meninas "estranhas" para o andar de cima, eu fui saindo de fininho e meti o pé dali. Eu achei que elas são um pouco estranhas, porque usam aquelas roupas esquisitas, mas isso não me deixa surpreso com nada, eu vou dar um rolê por ai, e vou até o bar onde a Yara trabalha, o que me deixa animado, eu vou pegar essa puta, passar ela agora, e depois vou passar outra, se não me impedirem né, afinal eu tenho um fogo do caralho, eu não sei como é que eu consigo lidar com os meus próprios demônios, então sempre que dar eu pego qualquer uma, mas esses dias a Yara tá dando umas sentadas que parece que só quer me dar pra suprir as necessidades dela, ou é porque ela não quer deixar na cara que senta pra outros, e por mim eu caguei. Então assim que vou chegando na minha moto em frente ao bar que ela trabalha, desligo a moto. Desço da mesma, então nesse momento a Milly aparece ali toda sorridente, ela se aproxi
AYSHA NARRANDOQuando a gente subiu as escadas e chegamos aquele quarto, eu olhei cada detalhe, e aquele quarto mostrava vida, algo que o meu antigo quarto não mostrava, era sem vida alguma, não tinha nada, além de uma pequena janela, e além do mais o pior de tudo foi várias e várias vezes que o meu quarto se tornou o sótão, junto aqueles pequenos ratos, que no começo eu tinha tanto medo deles, que eu chorava traumatizada, mais aos poucos eles foram se tornando meus amiguinhos, e isso foi péssimo, foi algo que eu não tinha a menor noção do que eles poderiam causar a minha saúde, mas eu aprendi que eles não causam medos, e se eles estão ali é porque eles sempre procuram alimentos, e eu quase não os tinha para oferecer, até porque eu também passava o que eles passavam, e lembrando desses detalhes, os meus olhos enchem de lágrimas e acabo respirando fundo, e a Ayla ao ver que estou lembrando das coisas se aproxima de mim, e me abraça. A Nayla fica observando sem perguntar nada, é como se
LIAM NARRANDOFicar a frente do morro sempre é algo incrível, meus pais tiveram que viajar para a Jamaica, e eu como sempre fiquei a frente do morro, e o pior não é isso, é que eu estou a frente disso aqui e meus pais viajaram e estavam brigados por causa das mina que veio com ele da Turquia, meu avô me contou que eles tiveram que comprar elas, e isso ainda é confuso, mas eu não quero saber muito dos detalhes, até porque não me interessa quem são ou quem deixa de ser, apenas me interessa ficar a frente do morro, e é isso que eu vou fazer focar aqui, falta dias para fazer meus 18 anos, e é ótimo, porque já aprendi tudo que tinha para aprender, e agora só tenho a melhorar. No dia seguinte que meus pais saíram do morro, os filhos da puta dos PM resolveram invadir essa porra, e eu fui trocar tiro com eles, mas infelizmente eu acabei sendo atingido, e isso porque fui defender o meu irmão. Não sei que diabos ele foi fazer no meio do fogo cruzado, até porque a mamãe disse que não quer ele ne
AYSHA NARRANDOTudo que tem acontecido nesses últimos dias, tem me feito pensar tantas coisas, eu acabei me isolando muito mais, eu não queria nem sair da cama, muito menos sair de casa, eu estava tão triste só de lembrar de algumas coisas, de algumas falas que falavam de mim, e agora cá estou, pensativa em tudo que eu já passei, e isso dói, e dói muito. Eu jamais imaginei, que só em nascer eu fosse sofrer tanto quanto eu tenho sofrido, isso me deixa triste, me deixa mal, e o pior é que eu não sei o que fazer a não ser me isolar e chorar, peço sempre a Deus que ele me ajude, que ele nunca me abandone, e que eu possa passar tudo o que tenho para passar que seja apenas uma prova, que ele está testando o meu caráter, que ele está forjando a minha pessoa, é só pensando assim como a Berna ensinou, que pensamentos positivos, sempre vai atrair a positividade. É o que me conforta, meus pensamentos em Deus é tudo o que mais tenho me permitido ter, mas ainda sim, os sonhos me perseguem. Estava
LIAM NARRANDOConversar um pouco com a Aysha me fez perceber algumas coisas, e isso me faz ver o quão essa menina por trás de toda essa roupa tem marcas na alma, a sua alma está tão quebrada quanto eu imaginei que estivesse, eu achava que era apenas uma forma dela continuar se escondendo, mas a verdade é que não é bem assim que as coisas funcionam, eu pude perceber que ela tem mais feridas abertas, e eu não forçarei ela a se abrir pra mim, eu não posso fazer isso, não posso ser uma pessoa tão má quanto quem a machucou tão profundo que não tem muita reversão, mas nada é impossível. O que eu achei bem irado foi quando na nossa conversa ela falou que tenho namorada, e nessa porra de morro todo mundo sabe que eu não tenho namorada e nem pretendo ter, mas tô revendo esse meu conceito por causa dessa morena que me deixa louco, só em ver o rosto dela eu acabei ficando de quatro atrás do meu chaveirinho, mas não consigo entender isso, eu não consigo me compreender isso que é a verdade. E inde
AYSHA NARRANDOEu tenho muitas lembranças que me afligem muito e isso me dói, são lembranças são gatilhos imensos que eu não sei quando é que eu vou me livrar de tudo isso que vive dentro de mim, para algumas pessoas pode até falar que não tenho nada, como eu sempre ouvir de algumas pessoas na quais o meu pai levava para a nossa casa, nunca podíamos está na sala, ou em lugar algum da casa, quando tivesse alguma mulher na nossa casa, mas algumas delas sempre apareciam onde a gente estava e quando a Ayla tentava conversar, e explicar, elas falavam que eu era mimada, e que nada que eu passava era verdade, e isso me destruía por dentro, só eu sabia exatamente tudo o que eu passava, só eu sabia o que acontecia comigo, assim como a Berna, sinto as lágrimas molharem meu rosto ao lembrar da Berna, eu sinto tanta a falta dela. Ela foi como uma mãe para nós durante todo esse tempo que vivemos lá na Turquia, mas o nosso pai insatisfeito a matou, e isso me dói profundamente, foram esses pensament
LIAM NARRANDOEsse tempo tem sido tão bom, conheci totalmente a Aysha, hoje sei muito mais do que eu não sabia no início, e o pior é que ela é tão transparente que não consegue mentir, ela não sabe fazer isso, e o melhor é que eu conheço ela, isso me faz ter vantagens, são tantas, que outro dia minha mãe falou que acha muito bonito a forma que nossa amizade tem prosperado, mas o que ainda é um peso nas minhas costas é esse maldito casamento, eu não quero casar, eu não vou me casar, isso eu não quero, esse tempo eu acabei criando mais afeto pela Aysha, e não é qualquer coisa, a única coisa que eu faço é pegar as puta desse morro, porque eu sei que jamais vou ter a Aysha, ela acredita em uma tradição idiota lá da Turquia, mas eu como qualquer vagabunda pensando nela, eu vejo ela em cada uma das mulheres que eu como, eu sei que tô no erro pensar isso, mas se não for assim, não consigo, eu não consigo me entregar mais como eu era a um tempo atrás. Então fui caminhando pra casa enquanto pe