Sky suspirara, estreitando o olhar lentamente, procurando se acostumar com a luminosidade do ambiente. Não funcionara. Fechara os olhos logo em seguida, procurando se proteger. Aqueles belíssimos olhos verdes traziam também uma grande sensibilidade à luz. Sentira uma pontada forte explodir bem dentro de sua mente, indício de uma terrível dor de cabeça se aproximando.
Seu corpo parecia pesar uma tonelada e suas memórias estavam confusas. O que estava acontecendo? Sentia a boca seca, dores em todas as articulações e a cabeça latejando. Ressaca. Uma ressaca das fortes.
Era como se seu cérebro fosse feito de algodão molhado, o que tornava extremamente difícil processar as informações. Tentava se lembrar dos eventos recentes sem sucesso. Onde estivera e onde estava? O que havia feito?
Antes mesmo que abrisse os olhos, se arrepiara completamente. Um brisa in
A morena não dissera nada. Abrindo uma gaveta no criado-mudo ao lado da cama onde Sky estava algemada, apanhara um pequeno rolo de fita adesiva e cortara uma tira usando as unhas vermelhas longas e afiadas.—Você é realmente linda… – dissera finalmente – Esses olhos encantadores e esse tom de pele, seus cabelos… até essas sardas têm algum charme. Porém, definitivamente não gosto nem um pouco do som da sua voz – emendara.Antes que pudesse cobrir os lábios da ruiva com a fita, a jovem balançara a cabeça para os lados, agora gritando desesperada.—Espera! Espera! Por favor, me ouça! Apenas uma vez!!!A mulher de vestido negro afastara a fita, a encarando curiosa.—Apenas essa vez – dissera, repetindo as palavras de Sky.—Minha garganta está seca, meus lábios também – respondera Sky,
A morena então molhara o tecido e tocara os lábios de Sky, os umedecendo. Em seguida, enchera o copo com água pela metade e ajudara a ruiva a beber. Sky piscara e a morena lhe limpara os olhos. Era um tratamento estranho.—Esteve desacordada nos últimos dias, por isso não se lembra, mas venho cuidando de você. Não sou sua inimiga, mas também não sou sua amiga e não queira que eu precise escolher uma das opções – voltara a falar.Últimos dias? Dias?!A cada segundo, Sky pensava no pior das mais criativas formas. Havia algo acontecendo e não fazia ideia do que era. E não podia perguntar, pois se irritasse a mulher que a vigiava, não tinha dúvidas de que seria calada.De repente, a mulher voltara a atenção para os monitores. Em um reflexo, a escritora fizera o mesmo. Um homem passava pelas diversas câm
O sujeito erguera as sobrancelhas em tom pensativo.—Irei retirar essa fita – dissera, se aproximando da garota na cama – Temos muito o que conversar. Mas se tentar gritar, serei forçado a amordaçá-la.A ruiva acenara com a cabeça de forma positiva e o sujeito removera a fita lentamente, pedindo que ela não se mexesse para não sentir dor.—Onde estamos? Há quanto tempo estou aqui? – indagara a garota.—Serenity, sei que tem muitas perguntas, mas talvez não haja tempo agora para responder a todas. Prometo que logo entenderá tudo – respondera Ricardo.—Pois saiba que não estou entendendo nada! – exclamara Sky, tentando se controlar – Você matou aquelas mulheres, mas por quê? Vai me matar também?Era uma pergunta idiota – refletira a escritora. Por que ele lhe diria se tivesse intenç&a
Algumas vezes perdemos completamente o controle de nossas vidas. Quase sempre culpamos o destino, outras pessoas e até mesmo a sorte pelos fatídicos eventos que precisamos encarar. A verdade triste e cruel é que só há um culpado pelos terríveis obstáculos que confrontamos.Nós mesmos.Basta analisar calmamente sua linha do tempo para entender que os terríveis infortúnios que se colocam em seu caminho são nada mais que consequências das suas escolhas passadas. Você é seu maior inimigo.Era assim que Sky via o mundo. Era assim que se sentia havia muito tempo. Ninguém era responsável pelas pedras em seu caminho. A ruiva sabia que suas escolhas acarretavam nos resultados que tinha de conviver.E lá estava ela, mais uma vez encarando seu destino da pior forma possível.O pulso direito da escritora estava avermelhado, ralado e doend
Vamos, Sky, seja forte! Pare com isso! Agora não!Os joelhos começaram a tremer. A mesma tremedeira que parecia subir pelo corpo todo. Não era surpresa para a jovem se sentir assim. Não era a primeira vez que Sky se via diante de um ataque de pânico. Nem seria a última.Em Nova York, quando seu romance secreto com Robert fora desmascarado por Érika e os paparazzi viviam em sua porta e nos lugares onde ia diariamente, os ataques tinham começado e causaram muitos danos e dores de cabeça. Sky não tivera escolhas senão iniciar terapias.Depois de um tempo, se controlar passara a ser instintivo.Fechando os olhos, a escritora suspirara. Pense em algo bom.Ironicamente se lembrara do Sexy Notes. Quando aprendesse a controlá-lo, nunca mais algo como aquilo voltaria a acontecer. Então se imaginara na enorme casa que possuía, o local t
Só então a ruiva se virara para encarar Ricardo também no terraço, portando uma pequena pistola prateada. Logo que os dois agentes caíram, o helicóptero alçara voo, subindo rapidamente pelo ar. O assassino correra na direção em que a aeronave se encontrava. Estava furioso. —Maldito! Onde pensa que vai?! – berrara – Não foi pago para isso! A ruiva arregalara os olhos quando o advogado apontara a arma para ela. —Por que as coisas tinham que acabar assim? – resmungara ele – Não era para terminar desse jeito! Temos uma história para viver! —Se entregue! – gritara a garota – Desista e terá uma chance! —Não… é impossível agora… – balbuciara o homem, apontando na direção do helicóptero se afastando no ar – Não há mais esperanças… O assassino efetuara três disparos. A aeronave começara a girar, parecendo estar fora de controle, então perdera altitude e se espatifara no oceano. —Ainda há esperanças! – gritara a ruiva – Eu posso conserta
Sky sentira o despertar como se estivesse acordando de um sonho. Os olhos pareciam pesados, cansados. Cada articulação de seu belo corpo latejava como se tivesse sido atropelada. Toda aquela dor só podia ser real.As pálpebras se ergueram devagar, permitindo que as lindas íris esmeralda absorvessem a luz do ambiente. Agredida pela luminosidade, a ruiva fechara os olhos rapidamente. Sabia, pelo colchão duro, que não estava em sua cama.—Onde estou? – sussurra se esforçando para sua voz sair.—Fique calma – dissera alguém com uma voz suave e harmoniosa – Preciso que abra os olhos devagar e os mantenha abertos, por favor.A escritora obedecera. Ainda não enxergava nada. Aos poucos os borrões começaram a ganhar forma. O teto era branco e havia uma linda mulher ao seu lado, uma jovem com cabelos loiros bem claros e olhos azuis.Os cabelos es
A linda escritora estava séria. E sem palavras.Poucas coisas eram capazes de fazer a criativa e falante Serenity Sinclair se calar. Estar bem próxima da morte ou coisa pior podia causar esse efeito. Agora Sky tinha ideia acerca do realmente acontecera. E se sentia culpada.Quem mais poderia ter culpa por Ricardo ter vindo ao mundo? Ela era como sua mãe de criação, mas não da forma como as pessoas pensariam.Contudo, naquele momento a ruiva estava à beira de um ataque de nervos, mas não pelas razões que qualquer um pudesse imaginar. Ao despertar, Sky se dera conta de que estava em uma cama de hospital, com as roupas do hospital, sem nenhum tipo de maquiagem e com cara de quem dormia mal havia dias.E para piorar a situação, estava diante do elegante e charmoso agente Cain, com quem já estivera em um de seus melhores momentos. Poder-se-ia dizer que aquele homem j&a