Ponto de Vista de DaniloParece que conseguimos nos estabelecer em uma boa rotina na última semana. Diogo estava fora, na Matilha Luar Vermelho, mas insistiu em deixar Guilherme aqui para ser seus olhos e ouvidos.O que me preocupava um pouco, o que ele estava fazendo que Guilherme não poderia resolver para ele...Eu não tive um momento sozinho com Guilherme durante a última semana.Entre os treinamentos, estar no hospital com Rafaela e passar tempo com os gêmeos… eu e Guilherme não nos encontramos.Bem, não sem Matilde também estar na mesma sala e, sem a conexão mental entre as duas Matilhas… eu não podia discutir o que aconteceu na Matilha Lua Sangrenta com Guilherme em segurança.E, a julgar pelo seu sigilo e nem mesmo sendo honesto com Diogo, ele provavelmente estava evitando propositalmente que eu mencionasse isso para ele.Guilherme ainda estava na casa Alfa, e eu cheguei de propósito cedo esta manhã, antes do treinamento, esperando encontrá-lo enquanto Matilde e as crianças est
Eu saí da casa Alfa indo para o treinamento sem me sentir melhor em relação à situação.Eu não gostava de esconder coisas de Matilde, seja lá o que for que eu saiba. O que, na verdade, não é muito.Mas sei que esconder coisas no passado levou tanto ela quanto as crianças a estarem em perigo, até mesmo Diogo. E isso não me cai bem, não contar para ela.……….Consegui passar pelo treinamento, mas uma voz na minha cabeça estava me incomodando para contar a ela. Isso parecia importante demais para não dizer.Diogo acha que o corpo de Fábio foi cremado, mas pelo que Guilherme estava insinuando, seu corpo estava apodrecendo nas cavernas, as mesmas cavernas que ele ordenou que os guerreiros da Matilha Luar Vermelho preenchessem.Por mais que eu me dê bem com Guilherme, eu tinha que lembrar que Matilde era minha Alfa, não Diogo, e eu tinha que relatar a ela.Toda aquela confusão com a situação dos renegados explodiu na minha cara. Ela não estava preparada, e eu falhei com ela como Beta da Mati
6 meses depoisPonto de Vista de Matilde— Erm… vermelho.— Você não pode ter um quarto pintado de vermelho... — Ricardo resmunga para sua irmã, ambos no banco de trás do carro.— Por que não?— O Ricardo está certo, querida, é uma cor muito... forte para a sua idade. — Tento ser um pouco mais diplomática do que Ricardo.— Então azul.— Não... — O resmungo de Ricardo fica ainda mais frustrado.— Eu quero azul! — Ana grita de volta para Ricardo, enquanto eu a vejo cruzar os braços pelo espelho retrovisor.Eu sabia o que ela estava pensando, que se tivesse um quarto azul, o Rafael ia querer brincar lá com ela, em vez de no quarto de Ricardo quando ele viesse visitar.— Que tal rosa? Assim é como um vermelho mais calmo? E aí podemos colocar umas luzinhas de fada?— Ooh, sim, boa ideia, mamãe.Uma hora depois, estávamos saindo da loja de artigos para casa com tinta, luzinhas de fada e roupa de cama para o novo quarto de Ana.A casa tinha sido concluída uma semana atrás e estávamos fin
Mas houve algumas ocasiões na semana passada em que eu tive que acordar os dois e encontrar Ana que tinha se esgueirado para o quarto de Ricardo no meio da noite. Ela ainda o procurava enquanto dormia. Querendo ficar perto do irmão gêmeo.— Papai? — Ana grita para Diogo, com o lábio inferior tremendo porque ele não responde.— Tenho certeza de que ele voltará logo. — Respondo a ela, conduzindo-a para subir as escadas e colocar suas coisas no quarto. Não sei onde ele foi, o carro dele está estacionado na frente da casa.Entro na cozinha, que era integrada com uma grande mesa de jantar e uma lareira de canto. Vigas de madeira de carvalho maciço preenchiam verticalmente a área de jantar, adicionando uma sensação de força à sala aberta.Quando projetamos a casa, mantivemos em mente que, quando as pessoas viessem nos visitar, elas ficariam pelo menos uma noite, e, portanto, precisávamos ter espaço para recebê-las. E quartos suficientes para acomodar os hóspedes.Nossa nova casa tinha oit
Ponto de Vista de MatildeMaria estava falando comigo há uns trinta minutos. Mas meus olhos de grávida não conseguiam se afastar da mesa de comida.Olha toda essa comida. Olha todas essas sobremesas.Eu não tenho tido muito apetite ultimamente, me sentindo tão cheia, mas talvez eu consiga me forçar a provar o máximo de sobremesas que puder.Me desculpo e me dirijo à mesa de comida, pegando um prato para empilhar o mais alto possível. Essa era uma festa de chá de bebê maravilhosa. Estava decorada com balões azuis e brancos, e caixas com penas confirmando que estávamos esperando um menino.Isso foi confirmado no nosso último ultrassom.Íamos esperar para saber, mas eu nunca pensei que ficaria grávida de novo, então não guardei a maioria das roupas de bebê da última vez, o que significa que tive que comprar novas. Queria estar o mais preparada possível para aproveitar as primeiras semanas de união familiar.Assim que meu prato está cheio de doces, eu caminho até o pequeno bar para pedir
………..—Diogo, você pode pegar algumas toalhas e um copo de água para Matilde. — Minha Beta exigiu ousadamente do meu companheiro, o Rei Alfa.— Por que a Rafaela não pode ir? — Diogo resmungou enquanto enxugava minha testa com um pano úmido frio.— Porque sou treinada e preciso ficar — Respondeu ela, com uma atitude que dominava completamente o ambiente.Esse era o quarto de Diogo e meu, mas agora se tornara uma sala de parto, com Rafaela e Danilo no comando. Assim que Diogo saiu do quarto, Danilo se virou para mim, segurando meu rosto com as mãos.— Preciso te examinar e não tenho tempo para Diogo me atacar. — A voz de Danilo ecoou em minha mente, sabendo muito bem que, mesmo fora do quarto, os ouvidos de Diogo estavam atentos a qualquer coisa.Trabalhamos rápido. Não me incomodava que Danilo ajudasse no parto, ele já havia feito isso da última vez. Saber que Rafaela estava aqui me deixava mais tranquila. Sem ela, seriam dois machos brigando.— Ok, você está quase pronta para com
Ponto de Vista de Matilde— Obrigada, Danilo, obrigada, Rafaela. — Eu estou lutando para me manter acordada, minha mão estendendo-se para Rafaela enquanto ela a segura firme.— É um prazer, Matilde. Eu não teria perdido isso. Ele é incrivelmente forte, acho que vai dar trabalho para o Ricardo... já a Ana, por outro lado... — Ela se inclina e beija minha testa.Ela não estava errada. Larissa tinha algo, algum tipo de poder que era diferente de uma aura.Os olhos dela eram diferentes, mal ficavam abertos entre as mamadas e o sono... às vezes misturando essas duas paixões ao mesmo tempo.Mas pelos olhos que Diogo e eu conseguimos ver... eram semelhantes ao tom escuro e tempestuoso azul-marinho de Diogo... mas ainda sem seu lobo.A Deusa sabe o que ela reservou para nós. Nunca houve dois Alfas que conceberam um filho juntos.— Ambos têm bons sinais vitais, vamos deixar Matilde descansar e voltaremos para checar os dois em algumas horas — Ouvi Danilo falar com Diogo.— Obrigado — Estou
Larissa era perfeita.Sinto culpa por ter perdido o nascimento de Ricardo e Ana.Achei que estar presente no nascimento de Larissa traria um pouco de paz sobre isso.Mas não trouxe, me faz sentir mais culpado. Mas não de uma maneira ruim.Porque eu sei que isso significa que eu quero fazer o melhor por eles, por todos eles.— Os dois. — Ana tenta.— Você não pode ter os dois. — Reviro os olhos, mas na verdade também estou com fome o suficiente para os dois.— Mas papai, eu estou morrendo de fome...— Eu posso ir, preciso colocar gasolina de qualquer forma. — Guilherme oferece, sentado na poltrona assistindo o filme infantil conosco.— Tem certeza?— Vou sair agora, me manda as opções por mensagem e eu pego até chegar lá.— Certo, obrigado, Guilherme.Guilherme sai para buscar comida, pelo que eu estava agradecido.Eu estava exausto, mas não ousava admitir. Que direito eu tenho de estar cansado quando Matilde foi tão forte hoje?Mesmo com a casa nova construída, eu ainda estava com di