6 meses depoisPonto de Vista de Matilde— Erm… vermelho.— Você não pode ter um quarto pintado de vermelho... — Ricardo resmunga para sua irmã, ambos no banco de trás do carro.— Por que não?— O Ricardo está certo, querida, é uma cor muito... forte para a sua idade. — Tento ser um pouco mais diplomática do que Ricardo.— Então azul.— Não... — O resmungo de Ricardo fica ainda mais frustrado.— Eu quero azul! — Ana grita de volta para Ricardo, enquanto eu a vejo cruzar os braços pelo espelho retrovisor.Eu sabia o que ela estava pensando, que se tivesse um quarto azul, o Rafael ia querer brincar lá com ela, em vez de no quarto de Ricardo quando ele viesse visitar.— Que tal rosa? Assim é como um vermelho mais calmo? E aí podemos colocar umas luzinhas de fada?— Ooh, sim, boa ideia, mamãe.Uma hora depois, estávamos saindo da loja de artigos para casa com tinta, luzinhas de fada e roupa de cama para o novo quarto de Ana.A casa tinha sido concluída uma semana atrás e estávamos fin
Mas houve algumas ocasiões na semana passada em que eu tive que acordar os dois e encontrar Ana que tinha se esgueirado para o quarto de Ricardo no meio da noite. Ela ainda o procurava enquanto dormia. Querendo ficar perto do irmão gêmeo.— Papai? — Ana grita para Diogo, com o lábio inferior tremendo porque ele não responde.— Tenho certeza de que ele voltará logo. — Respondo a ela, conduzindo-a para subir as escadas e colocar suas coisas no quarto. Não sei onde ele foi, o carro dele está estacionado na frente da casa.Entro na cozinha, que era integrada com uma grande mesa de jantar e uma lareira de canto. Vigas de madeira de carvalho maciço preenchiam verticalmente a área de jantar, adicionando uma sensação de força à sala aberta.Quando projetamos a casa, mantivemos em mente que, quando as pessoas viessem nos visitar, elas ficariam pelo menos uma noite, e, portanto, precisávamos ter espaço para recebê-las. E quartos suficientes para acomodar os hóspedes.Nossa nova casa tinha oit
Ponto de Vista de Matilde AlvesEstou casada, mas não sintonizada. Sou a esposa do Rei Alfa da Matilha Luar Vermelho. Sua esposa, mas não a Luna da Matilha. Mas isso é apenas uma questão de tecnicidade. Os membros da Matilha, nos últimos dois anos, me apoiaram como a esposa do Alfa e nunca me fizeram sentir menos do que uma Luna. A Matilha Luar Vermelho é a Matilha dominante de muitas outras, pois nossos guerreiros permanecem invictos em batalha. Oferecemos uma aliança forte a Matilhas menores que, em tempos de crise, podem chamar o Rei Alfa e seus guerreiros para ajudar a proteger e garantir suas terras.— Luna... cuidado. Me deixe fazer isso. — Maria Costa, uma das funcionárias da mansão do Alfa, me oferecia ajuda.Como a Luna em exercício, eu era responsável pelo planejamento e organização da Conferência da Lua do grupo anual da Matilha. Acabávamos de concluir o evento deste ano e, sendo a manhã seguinte, estava ajudando na limpeza. A equipe me disse para não me preocupar, que eu j
Ponto de Vista de MatildePor que ela estava aqui? O que ela estava fazendo aqui?Tento encontrar os olhos de Diogo para obter uma indicação de suas emoções com a chegada dela, mas os dele estão fixos na mulher que parece estar agitada com a minha interrupção. Seu cabelo preto brilhante, que era longo nas fotografias, agora estava cortado em um estiloso bob longo. Ela estava usando um top rosa brilhante que revelava bastante o decote, jeans brancos apertados e saltos rosa com pedras brilhantes. Suas roupas não eram nada parecidas com as minhas e me senti bastante feia com minha camiseta preta larga e calças de ginástica pretas.— Oh, você deve ser a Matilde! É um prazer finalmente a conhecer, sou como a irmãzinha do Diogo, eu sou...— Rebeca! Rebeca continua a segurar meu olhar até que ela me observa de cima a baixo, me avaliando. Se não estivesse olhando para ela, acho que ela teria zombado da minha aparência. Minha loba sentia uma maldade nela, uma frieza que ela nasceu com. Diogo é
Ponto de Vista de MatildeLevei Rebeca para fora, para a frente da mansão do Alfa. Queria verificar se ainda havia algo a ser arrumado e, sabendo que Maria e Bianca estavam nos fundos da casa, nossa conversa não deveria ser ouvida. Rebeca se virou para mim, uma aura fria emanando, que ela estava se esforçando para manter escondida, mas minha loba percebeu e choramingou em minha mente. Minha loba sabia que essa fêmea não era de confiança.– Fiquei surpresa de você ter os quartos de hóspedes da frente e que Diogo me deixou ficar nos quartos antigos dele. Com certeza deveria ser o contrário, não? – Ela riu de maneira debochada, minhas costas se enrijecendo com suas palavras. Talvez Danilo estivesse certo, talvez ela estivesse aqui com um motivo oculto. Não tinha tempo para jogos, abandonei minha Matilha familiar para me mudar para cá e trabalhei duro como Luna da Matilha Luar Vermelho nos últimos dois anos. Não ia deixar ela estragar isso. Eu tinha que lutar pelo que era meu.– Rebeca...
Ponto de Vista de MatildeNos dias seguintes, tentei ficar a sós com Diogo, mas Rebeca estava com ele a cada momento. Ela até se infiltrou nas reuniões de negócios da Matilha e ficou quieta ao lado. Ela observava Diogo como se estivesse maravilhada com sua liderança, mas ficava feliz em comentar quando ele pedia minha opinião como Luna.Eu não estava me sentindo bem. Os estágios iniciais da gravidez estavam tirando muita energia do meu corpo, além do estresse adicional de Rebeca estar aqui e saber suas intenções, me impedindo de dormir à noite.Danilo exigia me ver todos os dias. Ele conseguia perceber que eu estava estressada com algo, e as olheiras embaixo dos meus olhos informavam que não estava dormindo bem. Eu estava de volta ao consultório dele, onde ele estava medindo minha pressão arterial e verificando meu peso.– Você já perdeu peso, Matilde. Está tendo dificuldades com enjoo matinal? – Seus olhos me olham por cima dos óculos de aro dourado, ele também estava cansado. Provave
Ponto de Vista de MatildeMeus olhos se abrem sem reconhecer o teto acima de mim. Onde eu estava? Lembro de cair da escada... correção, de ser puxada escada abaixo por Rebeca. Onde estava Diogo, por que ele não estava aqui? Vejo Danilo parado ao pé da minha cama, digitando em seu notebook.– Danilo, onde está Diogo? – Pergunto, olhando ao redor do quarto e até tentando olhar para fora, para ver se ele estava conversando com algum membro da Matilha ali fora, mas ainda perto o suficiente para estar aqui para mim quando eu acordasse.– Tenho certeza de que ele estará aqui em breve.Meu coração afunda com a notícia... estará aqui em breve? Ele nem sequer veio me ver ainda? Ele queria estar com ela, a mulher que colocou a vida do nosso bebê em perigo, para roubar meu marido.– Ele já veio visitar? – Verifico, mas já sei a resposta.– Não, ainda não... – Danilo responde calmamente, tentando acalmar minha crise interna.A porta do quarto do hospital se abre com um estrondo, a aparente raiva d
Ponto de Vista da Matilde— Eu disse, você vai ter que me banir também! — Repito, encarando os olhos furiosos de Diogo.— Isso é impossível! — Ele rosna para mim, seu corpo tremendo de raiva. Rebeca coloca a mão no ombro dele antes de tentar acalmar a situação deteriorada que ela causou.— Diogo, por favor, não brigue por minha causa. — Ela murmura no ouvido dele.Meu próprio rosnado é ensurdecedor, o rosnado de uma Luna e filha de Alfa, furiosa com Rebeca. A loba de Rebeca não tem escolha a não ser choramingar... com seu Alfa e Matilha mortos, ela não é mais de status de Luna. Viro as costas para os dois e começo a puxar Danilo para longe também.— Você está indo embora com ele? — A voz fria de Diogo ressoa pelo pátio.— Se você insistir em banir Danilo, então sim. Eu não vou o deixar para trás. — Firmemente mantenho minha decisão.— Eu disse que ela tinha sentimentos por ele. — Rebeca murmura no ouvido de Diogo, o que lhe rende um rosnado irritado, até mesmo dele.— Ele deve ser bani