Eu preciso sair daqui. Se ele continuar bebendo, logo vai estar dormindo.Com isso em mente, pulo do balcão e abro a geladeira. Pego duas garrafas de cerveja e vou até ele, oferecendo uma para ele abrir para mim.Ele me olha primeiro, com um olhar mais intenso do que eu gostaria, antes de finalmente abrir a garrafa de cerveja e me entregar de volta.— Você tem idade para beber? — Uma voz feminina me faz pular. Olho para o guarda com desconfiança enquanto ele se vira, mas não parece surpreso com a nova presença. Ele estava esperando por ela. Quem diabos era ela?— Eu tenho dezoito…— Ah, você parece mais jovem. Você, vá ajudar meu pai! — Ela ordena ao guarda, que, com um gemido, desliga a televisão e coloca a cerveja na mesa. Ele passa por mim, lançando um olhar irritado para a nova mulher.— Eu sou Camila... — A mulher, bem vestida, se apresenta. Ela se veste como meu pai, impecável e elegante... bem, ela está usando um vestido, meu pai não usa vestidos... que eu saiba.— Re
Ponto de vista de VitóriaEle é igualzinho ao meu pai. Faz promessas e, quando eu alcanço aquela promessa, ele muda as regras do jogo. Toda vez. Ainda não conheci ninguém que não tenha mentido para mim.Estou nesse apartamento há uma semana... uma semana.Eu preferia estar em casa, pelo menos eu poderia nadar e beber coquetéis sofisticados. Aqui eu tenho comido, comida de entrega ao domicílio todas as noites. Eu consigo até sentir meus seios ficando maiores pela falta de exercício e os alimentos cheios de açúcar.A primeira coisa que eu faria com meu dinheiro seria fazer uma cirurgia nos seios, uma redução, claro. Deus me deu seios grandes para o meu tipo de corpo, e eu já estava farta das dores nas costas.O guarda patético estava bêbado e dormindo no sofá. Ele estava entediado, bem, eu também estava. Rebeca deve estar dormindo com ele porque ele fala dela enquanto dorme e nem me olha daquele jeito.Meu plano de sedução não funcionaria, o que significava que minha única chance de e
Eu sigo o casal enquanto eles descem do ônibus e entram na estação de trem. Tenho que me espremer entre os passageiros para conseguir acompanhá-los. As pessoas estão ocupadas e com pressa para pegar o trem para casa.Eles entram por uma barreira onde o trem já está esperando por eles. Ótimo, não vou precisar ficar esperando e correr o risco de ser vista.Seguindo o casal, eu vou até a barreira e tento passar, mas ela não se move.— Bilhete? — Uma pessoa uniformizada levanta uma sobrancelha para mim.— Não? Eu achei que poderia comprar um no trem?— Está esgotado e só com reserva antecipada! — Ele estala a língua para mim, como se eu estivesse tentando pegar uma carona de graça. Eu estava. Mas eu poderia pagar, só que não agora.Que descarado.Bem, lá se vai esse plano… droga.De repente, com sede de água gelada, entro em uma pequena cafeteria que me lembra as que mamãe costumava me levar.Pego uma água e uma sanduíche da geladeira e coloco no balcão, liberando minhas mãos para pegar
Ponto de Vista de VitóriaPassei a primeira noite em um hotel barato, mas quando pediram o pagamento, eu sabia que não poderia ficar outra noite. Eu não teria dinheiro suficiente para durar a semana. Bom, aqui estou uma semana depois, com quase nenhum dinheiro sobrando e sem quarto de hotel.Pelo menos tive a chance de pintar meu cabelo no quarto do hotel. Eu estava ficando paranoica desde que ouvi que telefones celulares podem rastrear pessoas… e as câmeras de segurança que estão em todas as ruas? Elas observavam as pessoas quando eu era pequena, então o que será que fazem agora?Fui com castanho... por que não? Sempre quis ser morena. Minha mãe era morena, peguei a cor loira do meu pai.É só uma cor temporária, a vendedora da loja disse que deve durar cerca de um mês. Parece perfeito, espero estar em outro país até lá.Depois de sair do hotel, peguei um ônibus que me levou para algum tipo de zona industrial, havia galpões por toda parte.Consegui encontrar um mapa no ônibus e est
Eu preciso de altura... eu preciso subir em uma árvore. Continuo correndo, entrando na escuridão assustadora da floresta, na esperança de encontrar uma árvore escalável. Meus olhos ainda ardem, tendo momentos de visão embaçada por causa dessa febre que não consigo tirar.Eles param, e só quando começam a uivar para a lua é que percebo que esses enormes cães mutantes são... lobos. Cristo! Não sei por quanto tempo corri, mas parece que fiz algum tipo de círculo, pois encontro os galpões de frente para mim. O alívio me preenche; se eu conseguir entrar, posso segurá-los barricando as portas.— Com o quê? — Aquela voz entra na minha cabeça de novo, mas o que me preocupa ainda mais é que eu simplesmente respondo a ela naturalmente.— Eu vou encontrar algo.Estou quase nos prédios quando meu alívio é interrompido e não consigo acreditar no que estou vendo. Lobos agora correm em minha direção pela frente. Desde quando esse país tem um problema com lobos selvagens?Paro, tentando pensar e re
Ponto de Vista de Matilde— Eu nem sei por que ele ainda está aqui. — Diogo resmunga.— Ele está tentando ajudar, não seja ingrato. — Dou um suspiro, afastando o cabelo dele. Tinha crescido mais nas últimas semanas.— Eu não estou sendo ingrato, querida... ele tem sua própria Matilha para liderar.— E tenho certeza de que a Matilha dele está se virando bem. Pedro não os deixaria por tanto tempo se achasse que eles estivessem em risco. Ele está sendo um bom amigo... está sendo solidário — Argumento suavemente, lembrando Diogo da verdade, goste ele ou não.— Hhmm!— O que significa esse "Hhmm"?— Significa que minha sexy companheira viciada em sexo...— Hum, eu não sou viciada...— Ah é? Então como é que, desde que te marquei, você tem me seguido por aí? Está aninhando, é?— Você faz parecer que não quer que eu te siga por aí...— Não vamos esquecer de quem é a Matilha em que estamos... — Ele deposita um beijo no meu ombro nu.— Só porque... você... insistiu em sair... que minha tecnolo
Ele era ardiloso, me fazendo completamente esquecer do que eu estava falando. Seus lábios viajando até meus seios antes de começar a sugar um dos meus mamilos. Ele coloca suas mãos firmemente ao redor da minha cintura enquanto nos senta, suas costas descansando contra sua cabeceira de couro preto. Muito de solteiro para o meu gosto. Isso me faz pensar...— Uou, calma aí, querida... — Ele segura meu rosto, seus olhos próximos aos meus, tentando me acalmar.Minha loba Alfa ficou com ciúmes de repente, pensando nela... aqui. Um rosnado gutural alto escapou de mim, eu também era uma loba Alfa. Agora marcada, minha possessividade só aumentava a cada dia.— Talvez por eu ter te marcado, você esteja entrando no cio.Reviro os olhos para ele. O que Danilo andou dizendo? Eles estavam se dando melhor ultimamente. Eu frequentemente os encontrava tendo uma conversa tranquila, parando no momento em que eu entrava.— Você está soando como o Danilo!— Então você está...— Não... Eu não sei. Nós
M*rda, agora faz sentido eu estar me sentindo tão tenso a semana toda. Tive um invasor metamorfos nas minhas terras. Tudo faz sentido agora. Minha distância da Matilha era muito grande para perceber, como se eu estivesse de volta em casa.— Verifiquem todos os prédios, todos os supermercados! Estou a caminho! — Ordeno antes de encerrar a ligação.— Tenho uma pista, preciso ir! — Praticamente pulo no ar, já saindo pela porta.— Vou avisar o Diogo. — Os olhos de Guilherme ficam distantes, enquanto ele entra em uma conexão mental. Ele precisa saber que não estou esperando.— Podemos ir? — Os guerreiros da Lua Prateada me olham, com fogo nos olhos.— Tudo bem, vamos.…Assim que entramos nas minhas terras, nos dividimos e começamos a busca. Tínhamos uma mistura de guerreiros, os meus, os de Diogo e os de Matilde.Meu homem ia ter problemas quando voltasse. Ele deixou Matilde dormindo. Diogo vai precisar de uma casinha de cachorro lá fora para o lobo dele. Pelo menos ele teve o bom senso