Eu giro no lugar e avanço em direção à porta, mas Diogo me puxa de volta antes que eu a alcance. Tento me soltar e rosno baixinho para ele:— Me solta.Ele não pode continuar me manipulando desse jeito. Aqui, eu sou a Alfa, e ele, apenas um convidado. Esta é o minha Matilha. Uma Matilha pelo qual eu sangrei e suei.— O que você vai fazer, ir atrás dela? — Ele rosna de volta para mim.— Absolutamente. — Retruco.— Você não está pensando direito. Está deixando sua raiva tomar conta de você... — Diz ele.— Não me diga como ficar com raiva, Diogo. — Rugo, lutando contra ele, mas ele consegue puxar meus braços para cima e me prende contra a parede.— Apenas se acalme, porra. É por isso que estamos aqui... é por isso que eu estou aqui. Para ajudar. — Seu nariz está muito perto do meu, e ele os esfrega juntos.Minha respiração falha ao seu toque, sua proximidade criando sua própria tempestade de intensidade. Fecho os olhos com força, tentando não deixar que seu cheiro, seu toque, me afetem.—
Ponto de Vista de DiogoAntes de sair do escritório, observei Matilde ajeitar sua camisa de seda rosa pálido e a saia lápis cinza claro. Droga, como eu queria levantar a saia dela e provar seu gosto, só para ver o quão doce ela era. O perfume de flor de cerejeira e sal dela estava me atraindo, e eu podia sentir os arrepios ao segurar suas mãos nas minhas. Ela era uma tentadora, e o que me matava era que ela nem sabia disso.Quando nos juntamos aos outros, percebi o sorriso que Guilherme e Pedro me deram.— Tudo certo, Alfa? — A voz de Guilherme soou na minha cabeça.— Sim, vamos trabalhar. — Respondi mentalmente.— Posso te mostrar meu quarto agora? — A mão de Ricardo envolveu a minha enquanto ele começava a me puxar.— Ricardo, não agora. Estamos dando um tour para nossos convidados pela Matilha. — Matilde deu um olhar firme para Ricardo.— Posso ir? — Ele olhou para a mãe com um olhar tão fofo e esperançoso.— Oooh, eu também? — Ana se intrometeu.— Ana, desde quando você se interes
Tínhamos perdido o treino de guerreiros e da Matilha, que acontece logo pela manhã. Isso era padrão para o treino da Matilha. Mas o que não era padrão é que todos os membros da Matilha, se pudessem, participavam do treino. O impacto do ataque à Matilha e o assassinato dos pais dela realmente ficou evidente. Ela queria que cada membro da Matilha fosse capaz de se defender em um ataque.Gabriel, um de seus Guerreiros Chefes, e como aprendi, pai de Rafael, me convidou para participar do treino de amanhã. Eu estava ansioso para ver os guerreiros treinados em ação e ter uma conversa com ele sobre a amizade de seu filho com Ana.Após o tour, voltamos para a casa do Alfa para almoçar. Durante o tour, deixamos de fora o hospital. Matilde não parecia interessada em nos levar até lá. Foi sobre isso que Danilo e ela estavam se comunicando por conexão mental? Mas eu tentaria dar uma olhada mais de perto amanhã.Ricardo estava realmente ansioso para me mostrar o seu quarto. Depois do almoço, ele e
Eu os observei, posicionados à minha frente, com os olhos fixos e atentos. Gabriel foi o primeiro a falar, cumprimentando os guerreiros e sinalizando para que se aproximassem. Ele sempre soube como comandar a atenção deles.— Bom dia, guerreiros... — Disse Gabriel, enquanto os guerreiros, sem hesitação, se moviam na direção dele.— Bom dia, Guerreiro Chefe. — Responderam em uníssono, mostrando respeito e prontidão. Percebi que não havia olhares cansados entre eles, todos pareciam descansados e fortes. Era bom, porque iam precisar disso. Isso também me dizia que ela ainda não havia contado a eles sobre a ameaça iminente. A decisão de ter mais de um guerreiro chefe também foi inteligente, mas eu presumia que isso era mais porque o Beta era médico e passava muito tempo no hospital.Gabriel então virou-se para mim, pronto para fazer as apresentações.— Este é o Alfa Diogo da Matilha Luar Vermelho. — Anunciou, e eu não pude evitar a sensação de desconforto ao ver a reação nos rostos dos gue
Ponto de Vista de MatildeEu estava evitando Diogo. As faíscas entre nós no escritório estavam mexendo com a minha cabeça, e achei melhor manter distância dele. Eu o achava irritante, arrogante e... ele me deixava inquieta. Ele e seus guerreiros haviam trazido pouca bagagem, o que significava que não planejavam ficar aqui por muito tempo. Uma vez que encontrassem Rebeca, ou se ela agisse primeiro, ele iria embora. Mas e depois? O que eu faria? Eu quase me senti trapaceada por ter passado os últimos quatro anos agindo por vingança, meu coração se tornando mais sombrio. Eu me fechei completamente, deixando apenas um espaço quente em meu coração para Ana e Ricardo.Poderia eu voltar a viver assim? Eu queria voltar a isso? Aquele nível de ódio que consome tudo... Isso não destrói a alma?Ele havia saído cedo esta manhã. Ouvi Gabriel vir buscá-lo às 6h. Eu estava deitada na cama, esperando ele sair, ouvindo seus movimentos no andar de baixo. Era seguro descer depois que ele tivesse ido. De
Eu ouvi a voz de Gabriel entrar na minha mente.— Desculpe, Alfa, eu não pensei.— Está tudo bem, mas eu preciso falar com você a sós. Eu te procuro depois.Cortei a conexão mental e agarrei o pulso de Diogo. Assim que o toquei, senti faíscas explodirem na minha mão, me forçando a soltá-lo como se tivesse me queimado. Não conseguia tocá-lo; era demais para mim.Ele arqueou uma sobrancelha, olhando para minha mão agora fechada em um punho.— Você precisa que eu vá a algum lugar com você?Respondi tentando desviar a atenção.— Estamos indo para o hospital... para terminar o tour.Ao chegarmos, Danilo fez sinal para Diogo sentar-se na cama do hospital. Diogo me olhou feio, claramente desconfiado.— Você mentirosa!Não pude evitar a resposta que escapou dos meus lábios.— Certamente você já está acostumado com uma mulher mentindo para você, não é, Diogo...Ele colocou a mão no coração, fingindo dor.— Ai!Danilo, focado nos ferimentos de Diogo, comentou.— Você deveria ter tomado mais líqu
Ponto de Vista de DaniloAs coisas estavam ficando cada vez mais estranhas, e agora Matilde estava agindo de forma estranha. Ela vinha evitando Diogo como se ele fosse a peste e, no entanto, agora estava garantindo que ele recebesse tratamento médico para ajudar em sua recuperação. Ela não admite, mas se importa. Como poderia não se importar? Ela é uma pessoa que sempre viu beleza em tudo, ou pelo menos via.Eu sabia que, ao descobrir que Rebeca era a única responsável, Matilde se culparia por ter passado os últimos quatro anos construindo uma Aliança baseada em vingança. Direcionada a Diogo, a quem ela jurou ser o principal culpado. Sua alma se obscureceu desnecessariamente, e acho que isso a machucou ainda mais.Guilherme me ligou quando estava saindo da Matilha Luar Vermelho. Ele disse que queria me avisar que Rafaela estava vindo e que Rebeca havia admitido ser a responsável. Eu não avisei Matilde; ela poderia ter recusado a entrada deles, e eu estava começando a entender por que
Eu cometi um erro e pretendo compensá-lo. Assim que encontrar a Rebeca, eu saio do seu caminho. – Diogo tentou, mas eu não caí nessa.– Eu não acredito nisso mais do que você, Diogo. Eu posso não ser de sangue, mas eles são meus filhos e eu não vou deixar você machucá-los. – Respondi, levantando uma sobrancelha para ele, enquanto tentava me conectar mentalmente com Matilde para ver onde ela estava, mas senti seu bloqueio.– Eu entendo isso, mas você tem seus próprios problemas agora... – Ele continuou.– Oh, e qual seria? – Questionei.Diogo se levantou, puxando o soro de hidratação junto com ele, sem se importar que estivesse puxando seu braço.– Você tem sua própria companheira para se concentrar, para confortar pelo fato de que você faz parte de outra família. Uma que ela não pode competir. Preocupe-se com sua companheira, e eu... e nós devemos ficar bem.Eu sabia que Diogo estava se recuperando mais rápido graças ao processo de reidratação, então decidi tirá-lo do hospital e o leve