O bando tinha uma segurança pesada, isso ficou claro assim que cheguei à entrada principal. Um homem se agachou para me olhar pela janela do meu carro esportivo vermelho.— Posso ajudar? — Perguntou ele.Sabia o que estava fazendo. Essa era minha artimanha de distração. Eles pensarão que sou arrogante demais para voltar a pé mais tarde, verão o carro vermelho sumir na distância e acreditarão que fui embora. Tirei meus óculos escuros para olhar esse lobo nos olhos. Ele era um lobo forte, forte demais para ser apenas um guarda... devia ser nível de guerreiro. Uma boa artimanha, gostei.— Estou aqui para ver o Alfa — Disse eu.— E você é? — Ele olhou ao longo do meu carro, me avaliando.— Um Alfa aqui para discutir a adesão à aliança! — Respondi, minimizando meu título.— Alfa...? — Ele queria saber meu nome.— Me garantiram que minha visita permaneceria anônima por enquanto, entende?— Sim, claro, Alfa... estamos esperando você?— Não, eu estava apenas de passagem. Pensei em colocar um r
Ponto de Vista de Matilde— Que tal essa, mamãe? — Ana me passa uma amora da amora para ver se está madura o suficiente para ela comer.— Tente, se for gostosa, então sim. — Estávamos em um dos campos perto da floresta, próximo a uma de nossas fronteiras. — Está boa? — Pergunto quando ela se vira para mim, com a boca coberta de suco de fruta roxo escuro, o que me faz rir alto.Costumava vir aqui com meus pais. Haverá tantas frutas sobrando que poderia fazer uma torta para a sobremesa de hoje à noite.— Matilde! — Danilo chama meu nome por trás enquanto caminha em nossa direção. — Tudo bem?— Sim, está tudo bem. Gabriel disse que um Alfa chegou para conversar sobre entrar na aliança...— Oh?— Sim, mas ele pediu que sua identidade permanecesse anônima, por enquanto. — Danilo se junta a Ana para a ajudar a alcançar as amoras que estavam fora do nosso alcance. — Ele ainda está aqui?— Sim, Gabriel está com ele no pátio, aparentemente. Vá, nós terminamos aqui.— Certo, obrigado.Eu caminho
Ponto de Vista de DiogoEu havia saído rapidamente dos terrenos, a atitude do guerreiro Gabriel em relação a mim mudou como se ele de repente tivesse percebido quem eu era. Meu lobo choramingava por deixar o garoto, ele parecia bastante afeiçoado a ele. Encontrei um hotel a cerca de dez milhas das fronteiras da Matilha Luar Vermelho e voltarei a pé amanhã. Estava mais longe do que havia planejado originalmente. A segurança deles não tirou os olhos de mim até realmente acharem que estava longe o suficiente. O próximo passo seria voltar de manhã cedo em forma de lobo e realizar uma vigilância para obter informações sobre esse Alfa. Não conseguia tirar o filho do Alfa da cabeça. Ricardo parecia um ótimo garoto, um grande futuro Alfa. Meu lobo tinha interesse nele e eu estava ainda mais ansioso para descobrir quem era seu pai. Deveria ser alguém que eu já tivesse conhecido antes. Um Beta de outra Matilha que decidiu assumir o papel de Alfa, talvez? Decidi ligar para Rebeca, só para avis
Era um lugar perfeito. As sebes de arbustos de amora significavam que eu poderia sair da floresta um pouco mais e ter uma melhor visão do que estava à minha frente. Deveria permanecer ali por algumas horas, o que foi monótono. Nada parecia estar acontecendo naquele lado do grupo, nenhum olhar ou pelo menos é o que eles queriam que você acreditasse.Não podia ser tão fácil, podia? Essas sebes cobertas com centenas de frutas de verão ofereciam a chave para romper suas fronteiras. Meu próprio plano literalmente frutificando com algumas frutas! Começo a recuar, já tinha visto o suficiente. Eu sabia a fraqueza na segurança deles e como isso poderia me beneficiar no futuro. Eu poderia levar essa informação de volta ao grupo e discutir com Guilherme para elaborar um plano.Entro na floresta pronto para partir, quando ouço uma risada doce no campo atrás de mim. Me viro, mantendo meu lobo escondido atrás de uma grande árvore e esfregando sua pelagem com os detritos e lama da floresta para escon
Ponto de Vista de DiogoMeu lobo toma o controle e rosna ao ver a cena diante de nós. Seus olhos se voltam para os meus e ela sabe instantaneamente quem eu sou, seus olhos verdes mostrando completo ódio por mim. O que ela tem para estar com essa raiva? Ela fugiu e se juntou ao seu amante, tendo seu filho. Eu sou quem tem mais motivos para estar com raiva, para me sentir enganado.A raiva percorre meu sangue, atingindo cada célula vermelha e criando uma sensação de tremor no meu corpo. Meu lobo quer sangue. Ela teve o bebê dele e esteve viva todo esse tempo.A menina loira de cabelos brancos é passada para os braços de sua mãe enquanto meu gigantesco lobo Alfa dos Alfas não mostra sinal de recuar. A criança parece ser difícil e facilmente assustada, ela parece fraca como a mãe dela parecia na primeira vez que a encontrei. Meu lobo rosna quando o maldito Beta-virado-médico se transforma, pensando que poderia ser um páreo para mim. Ele escondeu minha esposa de mim, a Luna da Matilha Luar
Ponto de Vista de DiogoQuando chego aos portões, um dos membros da Matilha que faz a guarda me cumprimenta:— Alfa, é bom ter você de volta!Não consigo nem esboçar um sorriso. Acho que só dei um grunhido enquanto refazia na cabeça minha chegada ao me aproximar da casa do Alfa. Meu humor estava amargo, uma mistura de raiva e ressentimento por Matilde ter me deixado acreditar que ela estava morta por quatro anos.A voz de Guilherme, meu Beta, invade minha mente.— Alfa?— Guilherme, preciso de uma reunião em trinta minutos! — Ordeno pela conexão mental antes de cortá-la. Preciso tomar um banho. Não fiquei muito tempo no quarto de hotel, só peguei minha bolsa e saí. Ainda tenho traços de lama em mim de quando me escondi na floresta. Preciso cair na estrada, preciso me afastar o máximo possível daquela Matilha, dela.Convoco uma reunião e chamo Guilherme e alguns dos meus guerreiros mais confiáveis. Esqueci completamente de Rebeca até ela bater na porta do escritório, surpresa ao me ver.
— Guilherme, quero que você leve esta carta para o Alfa da Matilha Pedra Preta. Ele não vai te cumprimentar, mas tudo bem. Certifique-se de colocá-la nas mãos de um guerreiro-chefe chamado Gabriel, ele vai garantir que ela chegue ao Alfa.— Sim, Alfa. — Ele acena com a cabeça em sinal de entendimento, pegando o envelope lacrado de minhas mãos.Quero que você vá imediatamente, sozinho e sem informar a ninguém para onde está indo. Fui claro? Deixo minha aura fluir com meu comando, deixando-o saber da seriedade da minha tarefa para ele.— Entendo, Alfa.Era o dia seguinte e Rebeca deve estar irritada comigo porque estava se mantendo distante. Eu precisava visitar a Matilha Lua Crescente, queria saber exatamente o que ofereceram a eles para que favorecessem a Matilha Pedra Preta em vez dos meus anos de proteção.— Alfa Diogo... isso é uma surpresa. — O Alfa Luís me cumprimenta, ligeiramente ansioso com minha visita inesperada. Eu não esperava ter acesso concedido, mas estava praticamente a
Eu estava cada vez mais ocupado com o aumento das futuras mães, especialmente com a aliança e os novos membros usando nossa instalação médica. Fiquei orgulhoso do quanto era avançada, de como Matilde e eu tínhamos conseguido garantir equipamentos tão desejados por outras Matilhas. As parteiras estavam sobrecarregadas, e eu me ofereci para ajudar durante a noite, especialmente sendo uma lua cheia. Havia algo sobre lobas entrarem em trabalho de parto durante a lua cheia.Passei a noite inteira acordado, ajudando no nascimento de dois novos bebês que, agora, descansavam bem com seus pais. Quando finalmente estava indo em direção à casa do Alfa, cansado e precisando de comida, um banho quente e algum descanso, Gabriel se aproximou rapidamente de mim.— Beta! — Ele chamou, com pressa.Eu sabia que teria que esperar antes de descansar. Gabriel estava com um semblante sério e decidido.— Beta, uma carta foi enviada para o Alfa. — Ele anunciou.Não entendi por que isso era digno de notícia, já