Sabe qual a sensação de tudo estar indo bem e de repente, você se enxerga sendo arrastada para um lugar escuro e triste?! Pois bem, foi o que senti desde que descobri que possivelmente podemos ter algo além do físico. Nossa, segurar essa barra entre meus dedos, olhando os dois riscos que aparecem, só pode ser uma brincadeira de muito mal gosto, não é possível que eu vá me foder tão feio assim. As lágrimas lá caem silenciosas em minha bochecha, não quero gritar e enlouquecer, mas logo que a constatação do que eu fiz, do que nós fizemos, cai de verdade sobre mim, eu começo a chorar tão alto e forte que meu corpo treme. Preciso levantar e agir como se nada tivesse acontecido, porque preciso comparecer ao jantar na casa do meu irmão, talvez meus sobrinhos me animem um pouco, sou louca por eles. Banho na água mais gelada que consigo, para tirar a dor de dentro de mim e desinchar meu rosto de choro. Vesti a roupa mais confortável e bonita que encontrei, fiz uma maquiagem leve e s
O possível irmão de Joshua é interessante, eu consegui ver verdades em suas palavras, ele interagiu bem com os irmãos, achei o contato bem fluido e sincero. Quando o jantar acabou e nós ficamos a sós, chegou a hora de fofocar. — Então, o que achou dele, meu amor? — perguntei. — Interessante — Josh respondeu. — Bom, essa palavra o define bem — sorri. — E você, querida? O que achou dele? — Eu gostei, mas vocês não parecem muito apressados em fazer o exame e coisa e tal. — comentei. — Ele disse que não se importa, já que não quer nada, disse que ser apenas nosso amigo já está bom — explicou dando de ombros. — Entendo, eu ia querer ter certeza, sabe? Mas ele realmente não pareceu muito animado para isso — falei pensativa. — Ele é homem, vemos as coisas de uma forma diferente, querida. — ele disse. Meu marido vestiu uma calça moletom e deitou na cama, do jeito de sempre, me aguardando deitar ao seu lado. Vesti uma camisola de seda e apaguei as luzes do quarto, me de
— Olívia? Você está aí? — perguntei nervoso. — Hum... sim, estou aqui. — ela respondeu depois de alguns segundos. — Me explique direito essa história de flores, quando elas chegaram? Aliás, fique longe, se possível, jogue fora. — orientei. — Não tem muito o que explicar, elas foram entregues há pouco tempo, tem um bilhete escrito "Sinto sua falta, meu amor" e eu achei que era você... — falou baixinho. — Guarde apenas o cartão, jogue as flores fora, por favor, não confio nisso. — pedi. — Eu mudei de ideia, vou para casa agora e nós conversamos quando eu chegar. — avisei. Ela murmurou alguma coisa em concordância e desligou o telefone. Essa merda tem que acabar, não vou deixar ninguém brincar dessa forma com a minha mulher. Desliguei tudo na minha mesa, fechei as gavetas na chave e fechei minha pasta, vesti novamente o meu blazer e saí do prédio. Durante a viagem em direção ao meu prédio, uma coisa passou pela minha cabeça, talvez ele possa me ajudar nessa. Antes que eu pude
— Você vai ficar em casa a partir de agora, não vai mais sair, vou mandar barrar qualquer pessoa ou entrega que seja destinada a nós. — Joshua falou cheio de raiva. — Eu vou matar aquele merdinha do caralho. — Joshua, calma, eu não estou assustada, está tudo bem. — avisei. — Não, não está nada bem, Olívia. — ele afirmou. — Vou lá embaixo, me espere aqui. Sem dizer mais nada, ele saiu a passos largos pela porta, vi o buquê em cima do sofá e cheguei perto para ver, não tive coragem de tocar nas flores porque senti uma coisa estranha, mas pedi que a nossa empregada jogasse fora novamente, pelo menos colocasse no lixo por enquanto. Pressionei minha testa, tentando conter uma dor de cabeça chata que estava tentando me ganhar. Se isso realmente for coisa de Martin, o que ele pretende com isso? Eu já falei milhares de vezes que não quero nada dele, muito menos o seu "amor". Joshua entrou minutos depois e veio até mim, suas mãos seguraram em mim, possessivamente, e ele me trouxe par
— Só preciso ouvir da sua boca, governador. — Alexander insistiu. Há muitas coisas que eu não sei sobre ele, mas já deu para perceber que ele é um homem que não faz muitas promessas, ele apenas espera um sinal e age. Como agora, eu o chamei para tratar de umas informações e ele apenas perguntou o que eu queria que ele fizesse. — Matar todos eles seria problemático demais, não que eu não sinta vontade, sempre que eu lembro que Olívia e meus filhos quase morreram, sinto um ódio enorme, mas agora tenho uma posição complicada, sou uma pessoa pública, tenho que manter a pose. — expliquei. — Entendo, bom, eu vou reunir tudo o que conseguir, talvez eu faça algumas visitas ao seu garoto, talvez uma conversa.... — jogou no ar a ideia e esperou minha reação. — Pode fazer o que quiser. — Que família problemática essa sua, hein?! — ele riu. — Você não imagina o quanto. — Não se preocupe, em breve eu resolvo isso. — ele garantiu. — Obrigada, sei que ainda nem temos certeza de
Meu telefone não parou de tocar nos últimos dias, durante algumas horas do dia eu apenas desliguei o aparelho para não me estressar ainda mais. Sempre acreditei que cada um recebe o que merece,não estou dizendo que Dalila merece morrer ou algo assim, mas com certeza ela não é a pessoa mais bondosa desse mundo — Pelo relatório que recebi, ela se envolveu em uma briga com outra detenta, só que a garota é líder de uma gangue lá dentro e não deixou barato, parece que sua irmã a provocou. — Alexander comentou. Nos últimos dias ele veio até aqui duas vezes ao longo do dia, mas geralmente fica no escritório com meu marido, hoje eles resolveram né deixar participar da conversa. — E você sabe alguma coisa sobre como ela está? — perguntei. — Está viva, o que foi um golpe de sorte, se os guardas não a tivessem salvado, estaria morta, com certeza. — ele disse. Percebi uma coisa nele, é meio estranho, mas Alexander fala desse tipo de assunto em uma facilidade incrível, como se não se im
Acho que muitos segundos se passaram e ninguém disse nada, levantei a sobrancelha impaciente e finalmente minha mãe deu um passo à frente. — Entrei em contato com você diversas vezes. — ela falou como se quisesse me lembrar de algo. — E? — indaguei. — Você não retornou minhas ligações. — constatou. — E por que eu retornaria? Nós não temos nada para falar. — afirmei. — Olívia, Dalila está no hospital e tudo o que aconteceu foi culpa sua, se não tivesse denunciado sua irmã, ela não teria sido presa e não teria... Soltei uma risada anasalada que a fez calar a boca, Joshua estava ao meu lado, abriu a boca para responder, mas segurei em seu braço, pedindo para ele ficar calmo, dessa vez eu mesma queria lidar sozinha com eles. — Eu denunciaria qualquer pessoa que quisesse me matar e fazer o mesmo com meus filhos, não importa quem seja, não vou deixar ninguém machucar os dois. — garanti. — O que estão fazendo aqui? — perguntei impaciente. — Algumas coisas aconteceram e... est
Joshua foi abrir a porta e Morgana entrou apressada. Vendo a forma que ela entrou, respirei fundo e esperei por uma novidade ruim. Quando isso vai acabar?! — Vou direto ao ponto, Janine sumiu. — Como assim? — Josh questionou. — Sumiu, ninguém sabe onde está, desapareceu, abriu no mundo... — Eu entendi o que significa sumir, Morgana, quero saber o que aconteceu. — ele perguntou impaciente. — Não faço a menor ideia, mas sumiu, decidi avisar logo, eu estava passando aqui perto quando soube da notícia. — ela explicou dando de ombros. — Acha que alguém fez alguma coisa com ela? — perguntei. — Quem sabe, não seria tão ruim assim... — Morgana. — Qual é, Joshua, ninguém aqui se importaria. — ela rebateu. — Como você soube que ela sumiu? — perguntei. — Tenho meus métodos. — ela desviou o olhar. — Morgana, o que você fez? Como soube disso? — Joshua pressionou. — Joshua, confie em mim, ok? Meu namorado me avisou, ele é investigador. — ela falou nervosa.