O Homem da Minha Vida
Parecia uma história de contos de fadas, um príncipe rico, poderoso e uma princesa linda e sonhadora!Mas, como em todos contos de fadas, havia um inimigo capaz de esmagar quem ameaçasse os seus planos.""Antonio Queiroz era conhecido pela frieza nos negócios e o seu filho primogênito era parte do seus planos para que os negócios prosperassem.""Mel, não era o tipo de moça que ele esperava entrar na família, e estava sempre mandando seguranças seguirem os passos de Rodolpho, que por sua vez, estava longe de se apaixonar por alguém e vivia só para o trabalho nas Usinas de Cana de Açúcar, apesar de muito jovem.""Mas naquela noite, especialmente, o destino traçou um caminho para que o seu filho perfeito, agora frio, preparado por ele, cruzasse o caminho de uma bela jovem, que apesar de muito humilde, não via distância para o amor e sonhava encontrar um príncipe e dizia sempre que lutaria por ele até a morte! E por falar em morte, nenhum obstáculo a faria desistir, mesmo que a vida quisesse lhe arrancar a própria pele, ela estava disposta a cair muitas vezes sangrando, mas de seu coração não sairia a vontade de viver o seu primeiro amor " ***Quando aquele homem passou, Mel ficou tonta. Sim, era o amor da sua vida. Aquele que ela jamais esqueceria, mas ela ainda não sabia disso. Ela o acompanhou com o olhar e sentiu que o seu corpo queria ir junto."O que Mel não sabia, era que aquele rapaz dono de um charme irresistível, era filho de um empresário riquíssimo e poderoso, capaz de qualquer coisa para afastar moças humildes como ela da vida do filho. "As pernas ficaram bambas, Mel segurou no peito e percebeu que o seu coração batia forte. Mas, afinal de onde saiu aquele Deus grego? Sim, era assim que ele se parecia.As amigas o acompanharam com o olhar e sorriam zombeteiras. — E aí Mel? Se apaixonou pelo Rodolfo?— Era Iara que perguntava.Mel virou-se assustada. O rosto ruborizado."Descontraidas, as três não tinham noção do quanto aquela noite mudaria a vida daquele casal e quantas lutas teriam que enfrentar se insistissem naquele amor impossível! "Mel era extremamente tímida e acabava de ser flagrada olhando com interesse para o filho do homem mais rico da cidade vizinha.Aquela pequena cidade onde Mel vivia, tinha uma área litorânea e era a festa da padroeira.Além de Iara, Nice também era sua amiga e as três estavam sempre juntas. — Ele é um gato, não é Mel? — Nice disse isso e sorriu voltando a olhar na direção do rapaz, que inocente, se dirigia a uma mesa de bar, ali nos arredores, onde podia-se pisar na areia.Ele vestia uma calça branca e uma camisa estampada, nos tons de amarelo. Ele jogava os cabelos finos e sedosos para trás sem perceber que cada gesto seu era cuidadosamente observado.Mel se voltou e ficou de costas para o rapaz. Ela era muito bonita também. Os cabelos negros e lisos caíam na altura da cintura, era magra e de estatura mediana. O corpo sempre bronzeado e os olhos castanhos escuros pareciam brilhar muito com a luz do luar. Ou será que estava apaixonada. Amor à primeira vista?Nice era a mais baixinha, tinha os cabelos curtos e cacheados e os olhos vivos. Era bonita e muito simpática.Iara era magra e elegante e também tinha os olhos pretos e alegres. Os cabelos caíam sobre os ombros em cachos bem definidos.Formavam um trio. Chamavam a atenção por onde passavam. Havia música e muitos casais dançando.Mel negava dançar à vários rapazes, enquanto as amigas iam e voltavam sorridentes. — Mel, você adora dançar! Porque está aí nesse canto isolada?— Iara quis saber. — Aposto que cismou com Rodolpho!– Nice disse irônica.Mel engoliu em seco e olhou de rabo de olho na direção do seu príncipe. — Gente ele é lindo! Eu queria dançar com ele!— Mel disse subitamente e pensativa em voz baixa.Iara ergueu as sobrancelhas e disse sorrindo: — É só isso que deseja amiga? Vou dar um jeito! — Não Iara! Por favor!— Mel implorou assustada olhando para Rodolpho que olhava em volta um tanto impaciente. Parecia não querer estar ali.Iara esperou o rapaz se afastar na direção do bar para pegar umas bebidas e se precipitou a correr para a mesa onde ele deixou uma garota.Havia uma garota, que aparentava cerca de dez anos, esperando por ele sentada, observando o movimento das pessoas. Ela sabia que se tratava da sua irmã. — Oi garota, tudo bem? Pode dar um recado para o seu irmão?— Iara falava apreensiva, enquanto prestava a atenção no rapaz de costas no balcão do bar.A garota era linda, parecia com Rodolpho. Ela sorriu e os olhos escuros se iluminaram. — Eu dou sim. Pode falar!— ela disse se sentindo importante.Iara inclinou-se para falar e apontou para Mel no meio dos casais que dançavam. — Sabe aquela garota de short preto e camiseta branca? Aquela de cabelos longos!A garota olhou curiosa e respondeu: — Sim, estou vendo! O que tem ela?Iara arrumou o corpo voltando à posição normal e sorriu dizendo: — Ela quer dançar com o seu irmão!A garota ergueu as sobrancelhas e se ajeitou na cadeira dizendo: — Darei o recado! Pode deixar.Iara sorriu satisfeita e viu Rodolpho se aproximando curioso, então ela se afastou depressa. — Quem é essa garota? O que queria com você?— Rodolpho questionava aborrecido.Ele não queria estar ali. Tinha menos de dezenove anos, trabalhava com o pai e estava particularmente cansado naquele dia, mas por insistência da irmã, veio parar naquele lugar.Rodolpho sentou-se e fechou o semblante, enquanto a garota sorria lhe olhando pensativa. — Não vai se arrepender de ter me trazido aqui. — Ela disse misteriosa.Rodolpho a olhou impaciente. — Rose, está se divertindo, não está? Isso basta!— ele respondeu seco.Eles eram irmãos por parte de pai e Rodolpho era um irmão querido. A pequena Rose estava veraneando naquela praia e queria passear pela orla, pois tinha um parque de diversão. Mas Rose gostava mesmo de ver as pessoas dançarem e o pai só a deixaria sair se algum adulto a acompanhasse, então ela apelou para o coração mole do irmão. Ele não sabia dizer não para ela, mas prometera que voltaria logo para casa.Rodolpho não via a hora de pegar a estrada de volta a sua pequena e acolhedora cidade.Enquanto tomava um drink, ele observava os casais dançando de rosto colado. — Tem uma garota querendo dançar com você, mano!— Rose disse procurando por Mel.Rodolpho franziu as sobrancelhas e fechou o semblante dizendo: — Como assim? Eu cheguei agora! Está brincando!Rose ficou excitada e levantou-se da cadeira apontando para Mel. — Aquela mano, aquela moreninha de cabelos longos!Rodolpho se levantou curioso e correu os olhos procurando até que viu Mel distraída conversando com as amigas. — Fique aí quietinha que vou tirá-la para dançar então! — ele disse decidido.Enquanto caminhava, se perguntava se tinha mesmo que fazer aquilo, mas o desejo de ver aquela garota delicada de perto, era maior que ele.Passou pelas três sem olhá-las, mas pôde sentir um burburinho e então sorriu, voltando-se rapidamente, ficando diante de Mel que quase desmaiou de susto. — Quer dançar comigo?— ele disse sorrindo malicioso.Ela não respondeu, mas deixou-se conduzir até onde os casais dançavam e então se abraçaram.Rodolpho segurou a cintura fina de Mel e a trouxe para perto do peito e pôde sentir que ela tremia de desejo.Ela enlaçou o seu pescoço e descansou a cabeça no seu peito.A respiração deles estava ofegante enquanto dançavam.Iara e Nice aplaudiam baixinho.Rose observava da sua mesa enquanto tomava um refrigerante.Rodolpho segurou a mão de Mel quando a música parou. Foi anunciado um pequeno intervalo.Os dois ficaram se olhando ansiosos e desesperados por não se separarem.Mel fez menção de voltar para perto das amigas, mas Rodolpho a puxou e ela voltou-se com os olhos brilhando de emoção. Ele também a queria. — Não vá! — ele disse num fio de foz.Mel engoliu em seco e nervosa, se afastou livrando-se da mão que lhe segurava.Rodolpho a viu sumir e ficou parado como um garoto perdido. Queria aquela mulher. Era como se ela lhe pertencesse.Ele virou-se para Rose que lhe observava sorrindo numa parte mais alta do bar. Sacudiu a cabeça e subiu os poucos degraus.Enquanto isso, o trio comemora a vitória de Mel. As três se uniam num abraço. — Mel, você conseguiu!— Iara dizia feliz.Mel se afastou e mordeu os lábios dizendo pensativa: — Foi tão maravilhoso! — Por que não tascou logo um beijo nele Mel?— Nice falava animada.Mel se afastou assustada falando: — Ficou louca? Nem conseguia falar nada! A língua enrolava. Queria saber tudo a respeito dele, mas não conseguia falar!Iara ficou pensativa e um tanto preocupada, então disse: — Mel, ele é muito cobiçado! Não vai se apaixonar, você é muito romântica!Mel fez uma careta e disse: — Amiga, tarde demais!As três se abraçaram. Iara suspirou. Ela conhecia bem Rodolpho, sabia que era um rapaz disputado e Mel era extremamente sonhadora. Não sabia mais se havia feito certo em facilitar-lhe dançar com aquele príncipe. E se a amiga sofresse?Iara se afastou e olhou para Rodolpho que tinha o pescoço esticado na direção delas.Ela virou-se para Mel e pensou que precisava ajudar os dois a ficarem juntos, mas como? Ele era filho do poderoso empresário, dono da cana de açúcar de todo aquele lugar e Mel era uma moça humilde, apesar de encantadora.O Homem da Minha VidaA música ao vivo voltou a soar e os casais se achegaram novamente. Mel viu as amigas saírem para dançar e procurou por Rodolpho, mas ele não estava mais na mesa com a irmã. Sentiu-se triste e caminhou em direção ao mar.Podia ver as espumas que as ondas provocavam e seu coração se acalmou. Aquele era o seu lugar. Sempre viveu ali, naquela cidade pacata, onde todos se conheciam e o céu estrelado que emoldurava aquela paisagem, era o céu do Rio Grande do Norte, e aquela era uma praia conhecida pelas águas cristalinas, um paraíso do nordeste brasileiro. Aquele estado era rico em beleza natural. As praias se estendiam por todo o seu território, mas ele era também conhecido por sua grande plantação de cana de açúcar e era aí que entrava o famoso empresário Antônio Queiroz, o pai de Rodolpho. Ele morava na cidade vizinha, que também não era muito grande e não era banhada pelo mar, mas gostava de viver na cidade onde cresceu e a sua casa era a maior e parecia uma forta
O Homem da Minha VidaMel estava trêmula por trás de uns arbustos e não percebeu quando Rodolpho se aproximou por trás. Ela se virou já sentindo a respiração forte no seu pescoço e se atirou nos seus braços num misto de medo e desejo.Se beijaram longamente e Rodolpho se controlou para não lhe assustar. As suas mãos comportadas seguravam a cintura fina de Mel enquanto ela acariciava o rosto dele. O toque dos seus dedos delicados era como um calmante para o seu desejo. Ela era diferente, não iria se entregar tão fácil. Rodolpho sorriu quando ela se afastou com olhar de menina. Era tão meiga e ingênua, pensava se a merecia. Na sua cidade, já se envolveu com metade das moças e a sua fama não era das melhores, ele imaginava. Começava a pensar em como eram diferentes e ao mesmo tempo se encaixavam de forma tão harmônica. Aquela menina simples de olhar doce e puro era uma jóia e não sabia como agir diante dela. Sempre foi tão simples para ele as coisas. Queria alguém, ia lá e era só este
O Homem da Minha Vida José de Aquino voltou a se acalmar depois de ver que a filha dormia como um anjo, pelo menos era o que parecia. — Vou mandar os imprestáveis dos seus filhos ficarem de olho nela!— José disse isso indo na direção do seu quarto, seguido por Helena que caminhava olhando para trás pensando em Mel. "Como a filha se recolheu debaixo dos lençóis tão rápido?" Mel se sentou na cama sorrindo aliviada. Tinha algo de menina peralta que aflorava toda vez que pensava em enganar o carrasco do seu pai. Ela se levantou e ficou diante do espelho se admirando. Suspirava pensando em Rodolpho, o seu primeiro amor! Prometeu amá-lo para sempre e não deixar que ninguém os separasse. Depois voltou a deitar-se e adormeceu. A menina sonhadora, que vivia com a cabeça nas nuvens, acreditava estar vivendo aquele amor inesquecível, aquele que atravessa a barreira do tempo e parece intacto! Quantas pessoas guardam uma história assim e ficam remoendo, pensando no que deu errado ou no q
O Homem da Minha VidaO percurso entre as duas cidades não era longo, mas Rodolpho estava ansioso por encontrar Mel.Joel fez a viagem em silêncio. Vez ou outra, lançava um olhar de curiosidade para o patrão. Enfim chegaram. Joel ficou logo no começo da orla marítima e Rodolfo seguiu para o local combinado com Mel.Ela esperava ansiosa ao lado das amigas. Ele parou o carro e ela correu para encontrá-lo. Nice e Iara ficaram de braços cruzados observando de longe, encostadas numa mureta do quiosquebar.Ela se inclinou quando Rodolpho baixou o vidro do carro. — Entra aí! — ele disse baixando os óculos de sol. Mel o achou ainda mais lindo. Os olhos escuros dele brilhavam ainda mais com o reflexo solar.Ela sorriu animada e disse se afastando do carro: — De jeito nenhum! Adoro andar! Quero pôr os pés na areia! Sai logo desse carro!Rodolpho não gostou muito da sua negativa, mas estava tão empolgado, que encostou o carro e foi ao seu encontro sorrindo. Durante o percurso, tirou a cam
O Homem da Minha Vida Mel e Rodolfo fugiam dos olhos vigilantes dos irmãos. Eles eram cinco e estavam espalhados pela orla marítima, mas eles tinham uma fraqueza, estavam sempre atrás de um rabo de saia.Tito era o mais velho e vivia às escondidas com Iara, viviam num relacionamento cheio de idas e vindas. — Entra no meu carro, Mel, por favor!— Rodolpho implorava.Mel apenas negava com a cabeça.Ele já estava impaciente segurando a porta do carro e sem pensar, bateu a porta. Só nesse momento, se deu conta de que deixou a chave na ignição e a porta travou.Mel percebeu na hora e elevou as mãos à boca.Rodolpho colocou as mãos na cabeça desesperado. Olhou em volta procurando socorro e viu Joel se aproximando ansioso.Rodolpho suspirou aliviado e começou a falar, enquanto via o homem vindo na sua direção em passos largos: — Joel, me ajuda! Deixei a chave dentro do carro! A porta travou!Joel caminhou curioso em volta do carro, enquanto Nice observava ao longe. Ela tentava assimilar
O Homem da Minha Vida Os beijos de Rodolpho eram quentes e Mel sentiu um calor percorrer todo o seu corpo. A pele dele parecia colada na sua e ela tinha a impressão de estar despida também. — Rodolpho… — Mel…Apenas suspiros e as mãos do príncipe exploravam o corpo da princesa sem resistência, vencida. Mel teve a impressão de ouvir a voz estridente do pai à gritar:" Se der um erro, é rua! Coloco pra fora de casa! Não quero filha minha falada aqui dentro! Ela se afastou com os olhos arregalados e cobriu os seios com as mãos. — Não sou como as moças do seu convívio!— ela dizia enquanto abotoava o vestido leve estampado que vestia sobre o biquíni.Rodolpho ouviu passos se aproximando e se enrolou rapidamente com um lençol que cobria o colchão de uma das camas. Era o quarto dos cinco irmãos e haviam muitas roupas espalhadas também.Mel cruzou os braços assustada e ficou encostada na parede atrás da porta.Helena colocou a cabeça para dentro do quarto e disse simpática: — Es
O Homem da Minha Vida Rodolpho baixou a cabeça sobre a mesa, desanimado. — Detesto ver minha mãe sofrer sem poder fazer nada!— ele disse com voz sofrida.Antonio suspirou e se ajeitou para começar a almoçar, quando os dois filhos mais novos chegaram sorridentes. — E aí preferido? Eu vi você todo apaixonado lá na praia!— disse Roberto brincalhão.Rodolpho ergueu os olhos preguiçosamente para o irmão caçula, mas não disse nada. — Que garota bonita, hein?— comentou Ronaldo, o do meio.Os irmãos de Rodolpho eram muito diferentes dele. Se pareciam mais com a mãe. Eram mais encorpados e se vestiram de forma desleixada. Rodolpho parecia um príncipe. Andava sempre muito elefante. Era fino no trato com as pessoas e chamava muito a atenção por onde andava.Antonio lhe dava mais atenção e fazia questão que ele andasse com seguranças e quando ele teimava em sair sem, ele mandava Joel segui-lo sem que ele percebesse. Antonio encarava os dois filhos mais novos com ar de reprovação.Eles pe
O Homem da Minha Vida Nos dias que se seguiram, Mel não viu Rodolpho e era obrigada a ouvir piadas dos irmãos, enquanto ficava pensativa deitada na rede do terraço na frente da sua casa. — Cadê o filho do doutor Antônio Queiroz? Se arrependeu de falar com o pai? Não quer mais namorar a moça pobre?— Era Tito, que parecia um chefe de gangster, andava sempre acompanhado do irmão Celso e logo atrás vinha os outros Joaquim e Jonas. — O pai nem gostou que o play boy estivesse aqui!— disse Celso com olhar desafiador. Mel sacudiu a cabeça e deu de ombros, os ignorando. O que estava doendo mesmo, era o fato de Rodolpho ter sumido. Ela sabia que era diferente das moças daquele lugar. Parecia ter medo de homem, mas com o pai que tinha e os irmãos a lhe perseguir, de que outro jeito poderia ser? Pensava que Rodolpho a tinha esquecido. Voltou à realidade quando ouviu a voz de Dino, seu irmão querido. — Não liga para eles, Mel, você vai vê como o seu namorado vai voltar!— ele disse se senta