João Carlos (Joca)"E como estou te olhando?" - Ela perguntou, e eu respirei fundo."Com olhar de quem quer me matar e depois esquartejar" - Celina soltou uma gargalhada."Você é muito besta, só estou te olhando mesmo, nada demais. Posso te fazer uma pergunta?" - Ela pede, e eu afirmo. "Como você conheceu Sammy? Porque pelo jeito que falam parece que se conhecem há muito tempo.""Não vou mentir, nós realmente nos conhecemos há muito tempo. Já tivemos um lance, e agora somos só amigos mesmo, até porque ela está enrolada com dois caras, e eu estou com você.""Entendi. Tomara que ela ajude no caso da minha amiga.""Sim, ela é uma excelente advogada criminalista e ambientalista. Sammy voltou para o Rio há pouco tempo, e isso foi muito bom para nós.""Hum! Gostei dessa Sammy, enrolada com dois caras e completamente independente.""Realmente, vocês iriam gostar dela" - Digo a ela, que se calou."Sabe o que ainda não entendi? O motivo da sua ex querer me conhecer e falar comigo. Eu não tenho
Meridiana Peres.Não acredito na demora desse voo, não sou fã de escalas prefiro mil vezes os voos diretos porém, como eu queria estar de volta o mais rápido possível nem pensei muito, Dadá estava ao meu lado muito apreensiva por conta e me pergunto como ela viajou sozinha, estava muito preocupada com a situação que estava acontecendo com a família do meu filho, mas não pude evitar pensar no jantar maravilhoso que tive com Egon.*Flashback On*Quando os nossos pratos chegaram, Egon olhou para mim e fez uma careta engraçada. Ele me perguntou o que era aquilo que eu havia pedido, e expliquei a ele que era buchada de bode. Egon pegou o prato, cheirou, e eu pus um pedaço na boca para incentivá-lo. Quando ele repetiu meu gesto, sorriu."Estava com medo desse prato não ser bom, mas me surpreendi. O gosto é muito bom.""Sim, faz um bom tempo que não como uma coisa dessas," digo a ele, que me olhou sem entender."Por que você parou de comer uma iguaria dessas?" Ele perguntou, e eu sorri."Pas
Mellory Bragança PeresApós ouvir a sirene não lembro de mais nada, só ouço algumas vozes uma vez ou outra, umas eu até consigo identificar e outras não. Mas uma coisa eu consigo entender, por que estou me sentindo vazia? É como se parte de mim tivesse sido arrancada de dentro de mim e isso está me preocupando demais. Tento abrir meus olhos, mas em vão, por que não estou conseguindo reagir? O que está acontecendo com o meu corpo? São tantas perguntas sem respostas. Os meus olhos não me obedecem, isso é uma agonia, não consigo entender o motivo dessa escuridão.Senti uma queimação em meu braço e novamente a escuridão me tomou, quando recobrei a consciência, ouvi a voz de Raylon."Oi amor, preciso que você fique bem, para poder estar ao meu lado me ajudando com as meninas" - Meninas?Quanto mais Raylon falava, mas eu estranhava, nós temos uma filha, pois os outros ainda não sabemos o que será.Sentia ele passar a mão pelo meu rosto, pelos meus cabelos, eu fazia uma força descomunal para
"Mellory, você sofreu uma queda e devido a isso surgiu uma hemorragia, e fomos obrigados a realizar uma cesariana de emergência para retirada das suas filhas."Quanto mais o doutor tentava me explicar, mais nervosa eu ficava, estava tão agitada que precisaram me acalmar com uma injeção. A última visão antes de fechar meus olhos foi a da minha mãe entrando na sala abruptamente.Quando despertei, minha mãe estava ao meu lado fazendo carinhos em minha cabeça."Oi, mãe", minha voz saiu um pouco esganiçada e eu pigarreei."Oi, filha", ela olhava para mim com ternura. "Como está meu docinho?""Muito mal. Por que minhas bebês foram tiradas de mim?", perguntei a ela com lágrimas nos olhos."Eu sei que você está sofrendo, filha, mas não fique triste. O importante é que elas estão vivas.""Não precisa me enganar, eu vi alguns vídeos no YouTube falando sobre esse assunto e sei que elas não têm muita chance de sobrevivência. Eu nem vou poder alimentá-las, mãe", as lágrimas deram lugar a um choro
Só percebi que estava dormindo quando minha mãe tocou o meu ombro levemente."Filha, a doutora já está vindo conversar com você." – Ela beijou o topo da minha cabeça."Obrigada, mãe." – Sorri para ela e senti um pouco de dor de cabeça."Você está bem? Quer que eu chame o médico?""Estou bem, mãe, não se preocupe."Enquanto aguardávamos a doutora, ficamos conversando. Minha mãe estava me atualizando sobre o caso da minha prima e me contando sobre a tristeza que minha tia está passando por conta dessa situação. Ela também me confidenciou como meu pai está devastado com tudo. Disse que ele está com uma advogada e um investigador caçando os bandidos, só não sei como eles farão, já que onde estávamos não tinha câmera de segurança."Filha, seu pai com certeza vai dar um jeito de encontrar quem fez isso.""Não duvido disso, meu pai é o melhor do mundo inteiro." – Assim que terminei de falar, meu pai aparece sorrindo."Que bom que ainda continua adorando o seu super pai." – Ele sorriu."Pai,
Raylon PeresOs dias foram se passando, e a incerteza se as minhas filhas ficariam bem me consome, mas eu não posso demonstrar fraqueza, já que Mel é quem está sofrendo muito mais que eu. Ela tenta demonstrar que está bem, mas sei que não está."E aí, mano, como está?" – Joca pergunta."Estamos indo, os médicos não nos falam com clareza, mas o bom é que Mel fez amizade com algumas enfermeiras, e elas sempre jogam a real sem rodeios." – Envio a mensagem para ele e entro na galeria de fotos do celular e vejo uma foto de Mel e Nessa juntas."Que barra vocês estão passando, Celina está aqui enchendo meu saco para te perguntar se vocês irão passar as festas de fim de ano no hospital." – Sinceramente não tenho a mínima vontade de confraternizar nada."Com certeza, os médicos me disseram que queriam dar alta para Mel, porém o psicólogo achou por bem mantê-la no hospital, e sinceramente eu concordo com ele.""Por quê?" – Joca estava preocupado."Uma espécie de depressão, o doutor me avisou qu
"Mel viu uma das meninas convulsionando." – Nem quis saber de mais nada, corri para a UTI e encontrei Mel nervosa a ponto de quebrar o vidro.Segui uma pequena multidão e, quando me aproximei, dois enfermeiros tentaram segurá-la, mas não estavam dando conta. Mel estava completamente fora de controle."Eu quero ficar com elas, me deixem entrar!" – Ela gritava para os enfermeiros que tentavam acalmá-la.Consegui abrir espaço na pequena multidão e me aproximei dela. Quando ela me viu, me abraçou forte e começou a chorar."Hei! Calma." – Eu fazia carinho em suas costas para acalmá-la. "Vocês não têm nada melhor para fazer não?" – Perguntei à multidão que rapidamente se dispersou. "Idiotas!" – gritei. Senhora para trás irritada e eu quase mandei a velha fofoqueira para a casa do caralho."A Mellya estava convulsionando, e eles nem viram." – Ela choramingava."Vai ficar tudo bem, você vai ver." – Mel tentou se desvencilhar de mim."Pare de me enganar igual a todo mundo, estou farta de todos
Raylon Peres(Cinco meses depois)O novo ano havia chegado cheio de percalços, mas a nossa maior alegria é hoje poder levar as nossas filhas para casa, foi uma barra que enfrentamos esse início de ano com um entra e sai de hospital, Mel morou no hospital nos últimos meses, ela nem pode participar da nossa mudança. Não é porque é minha esposa, mas ela foi muito guerreira e segurou a maior parte da barra sozinha, ainda mais depois que precisei voltar para a empresa.Nesse meio tempo, nossa filha Janessa quase veio a óbito, mas finalmente Mel pode doar medula para Nessa, assim salvando sua vida. Ela está quase curada, fazendo exames periódicos para saber se a maldita doença realmente foi embora. Estava à procura de Mel e a encontrei arrumando nossas filhas com auxílio de uma enfermeira, ela estava tão animada quanto eu.“Oi amor, está pronta para ir para casa?” – E ela sorriu.“Como nunca estive e o melhor, ao invés de levar duas como previam, estamos levando as três.” – Uma lágrima esca