"Mellory, você sofreu uma queda e devido a isso surgiu uma hemorragia, e fomos obrigados a realizar uma cesariana de emergência para retirada das suas filhas."Quanto mais o doutor tentava me explicar, mais nervosa eu ficava, estava tão agitada que precisaram me acalmar com uma injeção. A última visão antes de fechar meus olhos foi a da minha mãe entrando na sala abruptamente.Quando despertei, minha mãe estava ao meu lado fazendo carinhos em minha cabeça."Oi, mãe", minha voz saiu um pouco esganiçada e eu pigarreei."Oi, filha", ela olhava para mim com ternura. "Como está meu docinho?""Muito mal. Por que minhas bebês foram tiradas de mim?", perguntei a ela com lágrimas nos olhos."Eu sei que você está sofrendo, filha, mas não fique triste. O importante é que elas estão vivas.""Não precisa me enganar, eu vi alguns vídeos no YouTube falando sobre esse assunto e sei que elas não têm muita chance de sobrevivência. Eu nem vou poder alimentá-las, mãe", as lágrimas deram lugar a um choro
Só percebi que estava dormindo quando minha mãe tocou o meu ombro levemente."Filha, a doutora já está vindo conversar com você." – Ela beijou o topo da minha cabeça."Obrigada, mãe." – Sorri para ela e senti um pouco de dor de cabeça."Você está bem? Quer que eu chame o médico?""Estou bem, mãe, não se preocupe."Enquanto aguardávamos a doutora, ficamos conversando. Minha mãe estava me atualizando sobre o caso da minha prima e me contando sobre a tristeza que minha tia está passando por conta dessa situação. Ela também me confidenciou como meu pai está devastado com tudo. Disse que ele está com uma advogada e um investigador caçando os bandidos, só não sei como eles farão, já que onde estávamos não tinha câmera de segurança."Filha, seu pai com certeza vai dar um jeito de encontrar quem fez isso.""Não duvido disso, meu pai é o melhor do mundo inteiro." – Assim que terminei de falar, meu pai aparece sorrindo."Que bom que ainda continua adorando o seu super pai." – Ele sorriu."Pai,
Raylon PeresOs dias foram se passando, e a incerteza se as minhas filhas ficariam bem me consome, mas eu não posso demonstrar fraqueza, já que Mel é quem está sofrendo muito mais que eu. Ela tenta demonstrar que está bem, mas sei que não está."E aí, mano, como está?" – Joca pergunta."Estamos indo, os médicos não nos falam com clareza, mas o bom é que Mel fez amizade com algumas enfermeiras, e elas sempre jogam a real sem rodeios." – Envio a mensagem para ele e entro na galeria de fotos do celular e vejo uma foto de Mel e Nessa juntas."Que barra vocês estão passando, Celina está aqui enchendo meu saco para te perguntar se vocês irão passar as festas de fim de ano no hospital." – Sinceramente não tenho a mínima vontade de confraternizar nada."Com certeza, os médicos me disseram que queriam dar alta para Mel, porém o psicólogo achou por bem mantê-la no hospital, e sinceramente eu concordo com ele.""Por quê?" – Joca estava preocupado."Uma espécie de depressão, o doutor me avisou qu
"Mel viu uma das meninas convulsionando." – Nem quis saber de mais nada, corri para a UTI e encontrei Mel nervosa a ponto de quebrar o vidro.Segui uma pequena multidão e, quando me aproximei, dois enfermeiros tentaram segurá-la, mas não estavam dando conta. Mel estava completamente fora de controle."Eu quero ficar com elas, me deixem entrar!" – Ela gritava para os enfermeiros que tentavam acalmá-la.Consegui abrir espaço na pequena multidão e me aproximei dela. Quando ela me viu, me abraçou forte e começou a chorar."Hei! Calma." – Eu fazia carinho em suas costas para acalmá-la. "Vocês não têm nada melhor para fazer não?" – Perguntei à multidão que rapidamente se dispersou. "Idiotas!" – gritei. Senhora para trás irritada e eu quase mandei a velha fofoqueira para a casa do caralho."A Mellya estava convulsionando, e eles nem viram." – Ela choramingava."Vai ficar tudo bem, você vai ver." – Mel tentou se desvencilhar de mim."Pare de me enganar igual a todo mundo, estou farta de todos
Raylon Peres(Cinco meses depois)O novo ano havia chegado cheio de percalços, mas a nossa maior alegria é hoje poder levar as nossas filhas para casa, foi uma barra que enfrentamos esse início de ano com um entra e sai de hospital, Mel morou no hospital nos últimos meses, ela nem pode participar da nossa mudança. Não é porque é minha esposa, mas ela foi muito guerreira e segurou a maior parte da barra sozinha, ainda mais depois que precisei voltar para a empresa.Nesse meio tempo, nossa filha Janessa quase veio a óbito, mas finalmente Mel pode doar medula para Nessa, assim salvando sua vida. Ela está quase curada, fazendo exames periódicos para saber se a maldita doença realmente foi embora. Estava à procura de Mel e a encontrei arrumando nossas filhas com auxílio de uma enfermeira, ela estava tão animada quanto eu.“Oi amor, está pronta para ir para casa?” – E ela sorriu.“Como nunca estive e o melhor, ao invés de levar duas como previam, estamos levando as três.” – Uma lágrima esca
Acomodamos as meninas em seus berços, e Mel foi abrir os armários para verificar todas as roupas. Mel achou todas as roupinhas lindas e sorriu ao ver que, embora as roupas sejam idênticas, cada gêmea terá sua própria cor. E eu lhe digo que isso foi invenção da Janessa, e seu sorriso se amplia ainda mais.''Nossa filha mais velha é um amor mesmo, que lindo gesto dela. Pensei que ela ficaria enciumada ou com raiva de nós, mas, ao contrário disso, ela super apoiou e curtiu o status de irmã mais velha.''''Confesso que eu também fiquei admirado, mas agora que tal aproveitar que as meninas estão dormindo e irmos para o quarto um pouquinho?'' – Traço beijos da linha do pescoço até as costas.''Você é um bobo mesmo, sabe do que preciso?'' – Ela pergunta, e eu nego – ''um banho de banheira bem relaxante, seguindo de uma massagem.''Ajustei a babá eletrônica e, em seguida, a peguei nos braços, fazendo com que ela desse um gritinho.''Assim, você vai acabar me fazendo acordar as crianças.'' – E
Mellory Bragança Peres"Minhas amigas quiseram ir no quarto das minhas meninas, então as levei, assim que elas chegaram grudaram no berço e não quiseram sair nem por um decreto.''Nossa amiga, estou tão feliz por vê-las recuperada, graças aos céus aquele drama ficou para trás'', Celina disse e eu concordei.''Nem me fale, não aguentava mais a angústia de saber se elas viriam para casa ou não sabe, aquilo acabava comigo.''''O que doía em mim era ver você dopada naquela cama, você nem sabe o quanto a sua mãe chorou por você, sério amiga dava dó. Quando ela saia da sala ela só chorava'', Mary me diz.''Sabe quem também chorava toda noite? Raylon, Joca cansou de ir para o apartamento antigo de vocês.''''Tenho que agradecer a todas vocês pelo auxílio e em especial a você Meridiana que largou o seu tratamento para poder ficar conosco.''''Não me agradeça querida, eu fiz e faria novamente'', todas nós nos abraçamos até que me lembrei de algo.''Meninas, vocês sabem quem é Pamela?'' Todas f
Passado esse momento voltamos a conversar trivialidades e vou confessar, eu senti muita falta disso. As meninas começaram a gritar de fome e fomos para a cozinha conversar enquanto eu preparava a mamadeira delas."Mais pra quem nasceu com o pulmão em formação essas meninas gritam", Celina disse tentando acalmar Mellyria."Raylon disse a mesma coisa."Entreguei as mamadeiras para elas, enquanto limpava a bagunça que fiz."Amiga, você vai precisar de pelo menos duas babás, porque você sozinha não vai dar conta.""Eu sei Mary, mas preciso escolher alguém com cautela, pois a pessoa vai cuidar das minhas quatro preciosidades.""Isso é verdade, eu conheço uma menina que é babá, ela é de confiança e você e Raylon vão gostar muito dela", Dada me diz entrando na cozinha."Eu vou querer mesmo, depois me passa o contato dela." Agradeci a ela."Passo sim, agora, saiam dessa cozinha e vão se divertir, porque os meninos foram para a sala de jogos fumar charuto.""Eu também queria ir para a sala de