Quem saiu pela porta foi o homem com que ela dormiu na noite passada, mas ao sair ele apenas deu um bom dia e foi em direção à copa, ele pareceu não ter olhado para ela. Então talvez ele ainda se lembre dela, ou nem isso, os pensamentos de Amelia estavam confusos.
Ela pegou seu celular e liou para Amanda:
— Você lembra do cara de ontem à noite?
— Lembro, mas acho que você lembra mais, notei que está usando a mesma roupa de ontem — ela disse enquanto ria.
— Você já viu o novo CEO? — ela estava séria.
— Acho que não, se vi não lembro, só sei que ele morava em outro país e veio para cá para assumir os negócios, mas não sei nada mais que isso. Mas acho que vi uma ou outra foto dele, mas eram antigas.
— O cara de ontem à noite é ele.
— O quê? — ela disse isso em um tom agudo e alto.
— Não sei como vou falar com ele, não posso dizer simplesmente “oi, lembra de mim? Dormimos ontem à noite”.
— Na verdade você pode — ela disse em tom de ironia. — Olha, falando sério agora, não sei mesmo como ajudar, isso nunca aconteceu comigo e desejo boa sorte, mas se serve de ajuda, melhor você conversar com ele e agir com naturalidade, ambos são adultos e isso acontece, não é como se fosse a primeira vez de ambos.
Ela estava certa e Amelia sabia, apenas criar situações em sua cabeça não resolveriam, ela deveria confrontar e tentar achar uma forma para ambos lidarem com isso.
Ele voltou e ficou olhando para ela.
— Na minha sala, por favor.
Ambos entraram, ele se sentou em sua cadeira e pediu para que ela se sentasse em uma cadeira de frente para ele.
— Me desculpa — ele disse de forma séria. — Eu não fazia ideia de que trabalhamos juntos, isso não deveria ter acontecido e peço para que a gente lide com isso e não faça novamente, isso poderia acabar com a nossa relação profissional.
Ele estava com a razão e foi muito maduro, mais maduro do que ela achou que ele seria, sua imagem de CEOs são de homens poderosos que fazem o que bem entendem e não ligam para as consequências.
— Mas se ainda quiser algo casualmente eu faria numa boa, mas no off.
Isso acabou com a imagem de homem maduro que ela tinha dele.
— Eu também não sabia que você era meu chefe e prefiro que a gente tenha apenas relações profissionais.
Ele concordou com isso, mas ela sentia que ele tentaria dar em cima dela e tentar dormir novamente. Mas por hora tudo estava resolvido, pelo menos era o que parecia.
No dia seguinte eles agiram normalmente, ele estava se acostumando com o trabalho novo, antes ele apenas acompanhava seu pai e sabia o que tinha que fazer, mas olhar alguém fazendo e fazer são coisas distintas.
Ela observou o pescoço dele, que dava para ver quando ela estava atrás dele sentado. Lá tinha uma marca de roxa, ela sabia que não tinha sido ela, “mas que safado”, ela pensou. Mas não disse nada.
No outro dia, em uma sexta, ele estava com um pequeno arranhão no rosto. Ele percebeu que ela estava olhando e então disse que ele se cortou enquanto fazia a barba. Ele mentiu e ela sabia, mas não ligou. O dia foi tranquilo, mas com uma carga de trabalho aumentando cada vez, estavam perto de lançamentos de novos livros, Amanda tinha avisado que nessa época sempre há mais trabalho e mais problemas, pois os resultados são uma montanha russa, uma hora são bons, outra ruins e no final o que vale é saber se tudo isso valeu a pena.
Alguns lançamentos são como jogar dinheiro no lixo, boas ideias nem sempre rendem bons livros, além disso, os editores podem se enganar, podem achar um livro bom, mas o público não. Por isso muitos escritores lançam seu primeiro e último livro, pois o lançamento do primeiro acaba com a imagem deles. Mas tem alguns que sabem escrever e tem boas ideias e conseguem publicar vários outros livros, então cabe a editora manter esses escritores com ela. Há ainda os que sabem escrever muito bem, mas a ideia é meio quebrada e conseguem vendas relativamente boas, mas nunca estouram.
— Precisamos de mais lucro, o balanço do mês passado mostrou que estamos operando no vermelho, mas isso é normal, investimos muito dinheiro nos livros desse mês — ele estava falando com alguém no telefone.
Amelia ainda estava na sala dele arrumando um apilha de pastas na mesa dele. Ele não se importava que ela escutasse a ligação. Mas ao arrumar ela logo saiu de lá.
Na frente da sala estava Amanda, ela deu um sorrisinho.
— Como está indo? Estão dormindo toda noite?
— Para de piadinhas, estamos bem e apenas relação profissional de trabalho, nada mais que isso. Além do mais, ele é um safado, ontem estava com um chupão no pescoço, hoje com um arranhão. Ele parece que não se controla.
— Isso é normal, ele é um homem, eles têm desejos e ele é um gato, seria estranho se nenhuma mulher desse em cima dele.
— Isso foi inapropriado. Mas concordo com o “gato”. Mas depois conversamos, preciso trabalhar e acho que você também.
— Ok, ok. Mas eu sou do RH, eles nem sabem o que eu tenho que fazer e admito que as vezes nem eu — ela disse brincando enquanto se despedia de Amelia.
Amelia estava em sua mesa olhando os emails que tinha recebidos dos outros setores. Seu trabalho era imprimir os documentos e depois entregar para o CEO, que odiava documentos digitais e queria tudo impresso. Mesmo ele podendo fazer assinatura digital, ele preferia escrever seu nome à mão. Pois não confiava muito em nada que pudesse ser hackeado. Era mais fácil provar que uma assinatura feita à mão era falsa do que uma feita por um computador.
Ela imprimiu os vários documentos e colocou em uma pasta suspensa, essas que são abertas e comuns em escritório. Ao terminar ela bateu na porta e ele disse que ela poderia entrar. Ao entrar ela foi colocando as pastas na mesa dele.
— Ah, claro, tudo bem. Podemos nos encontrar hoje — ele disse enquanto dava um sorriso. — Vou sair mais cedo e te pego na sua casa.
Ela fingiu naturalidade e ao colocar as pastas ela saiu da sala. Mas estava incomodava, até no trabalho ele estava marcando encontros, isso era algo que magoava ela, pois sentia alguma coisa pelo CEO.
Amelia no dia seguinte resolver esquecer toda aquela ligação que tinha escutado, ele é solteiro e ela também e ambos não têm nada além de uma relação de trabalho. Era isso que ela queria acreditar. Para passar o tempo ela resolveu apenas relaxar, jogar um pouco, ler um livro, assistir alguma série ou filme, fazer qualquer coisa que ocupe sua mente, mas sem desgastar ou cansar. Algo que ela pudesse fazer sentada ou, de preferência deitada. Nesse dia ela apenas ficou assistindo sua série favorita, Bones, para comer ela pediu uma comida pelo aplicativo e na janta ela pediu pizza. Comida nada saudável, mas ela sentia que merecia comer algo assim uma vez ou outra. Amanda estava fora o dia inteiro, então sobrou pizza que ela comeu no dia seguinte, pizza gelada é sempre melhor. No domingo ela repetiu, mas nesse dia Amanda estava em casa e ambas dividiram a pizza. Que dessa vez foi de calabresa. Na segunda não tinha pizza gelada então ela tomou seu café com torrada industrializada “isso te
Amelia não conseguiu falar, ela apenas mudou de assunto na hora e começou a falar sobre como a empresa estava indo. Isso não era nada bom, mas ela não conseguiu, simplesmente ficou paralisada.Alguns minutos se passaram, ela estava imprimindo alguns documentos e estava indo para a sala de Caleb, mas antes disso Amanda apareceu.— Conseguiu falar com ele?— Não, eu congelei na hora e simplesmente não conseguia abrir a boca.— Isso é normal, mas não se culpe e tente de novo.Ela sabia que Amanda estava certa e então se preparou mentalmente, ela foi na sala dele e colocou os documentos lá em cima da mesa, ela então abriu a boca e.— Hoje está um ótimo dia, vamos para casa, descansar é bom — ele disse enquanto se levantava da cadeira e saía de sua sala.Ela ficou lá, simplesmente ele saiu da empresa e a dispensou no dia, nada saiu como ela planejou. Mas no próximo dia seria diferente, pelo menos ela esperava que fosse.Em sua casa ela estava pedindo pizza, mas antes que ela finalizasse o
Amélia continuou de frente para ele, ela o encarava e pensava no que ela diria, mas nada veio na sua cabeça.— Eu não tenho como provar que eu fiz o que disse que fiz. Faz tempo e não tenho nenhum resultado ou algo assim para mostrar, por hora, eu peço que confie em mim. Mas quando a criança nascer eu me prontifico a fazer um exame de DNA.Ela confiava nas palavras dele, mas se ele não é o pai, só poderia ser Gabriel, seu ex-namorado, mas faz tempo que eles terminaram. 3 dias antes dela conhecer Caleb. Eles tinham terminado e ela levou numa boa, pois depois de um tempo começou a criar uma raiva por ele por causa de suas ações infantis.Mas ao mesmo tempo, ela não lembra de fazer sem proteção, a não ser que tenha estourado ou vasado, algo assim, deve ter uma explicação. Ela só não sabia qual.Amelia se levantou e começou a sair da sala.— Espero que isso não atrapalhe a relação profissional que criamos.Ela saiu sem responder.Ele realmente tinha feito uma vasectomia, até ele sabia que
Ela ficou sem reação, ela estava com receio de como poderia pedir, mas ele se adiantou e falou logo para fazer.— Amanhã vamos um uma clínica, além disso quero que assine esse contrato aqui.Ela pegou e começou a ler, vários pensamentos passaram em sua mente, o primeiro que isso deveria fazer parte da rotina dele, pois ele tinha um contrato isentando-o de qualquer culpa caso ele não seja o pai. Além disso, no contrato tinha uma parte que fazia com que se ela quebrasse e falasse que ele era o pai, mesmo não sendo, ela teria que ressarcir ele com muito dinheiro.— Ok, eu assino, mas me deixa ler antes.— Sem problema, só me entregue assinado ainda hoje.Ela continuou lendo o contrato e não viu problemas, até na parte em que diz que se ele for o pai, arcará com os custos até ele terminar a faculdade. Mas tinha uma parte que ela discordava, ela deveria manter isso em segredo, não poderia falar para ninguém quem era o verdadeiro pai.— Quantos outros filhos será que ele tem? — ela pensou.
Caleb estava sentado em sua cadeira, Amelia bate na porta e ele pede para que ela entre, ao entrar ela coloca as folhas do contrato na mesa. Ele não demonstra nenhuma reação. Ao sair, ela percebe que ele estava ligando para alguém.— Ela assinou o contrato, enviarei ele de forma digital para você colocar no registro.Ele se levantou e foi até uma impressora que estava na sua sala, ele colocou e escaneou o documento e enviou para a pessoa.— Sim, eu sei, devo usar proteção, mas tudo bem. O valor que vou pagar não é muito, além disso, até hoje nunca tive nenhum problema com as mães — ele disse em um tom irônico.Amelia não estava na sala, se estivesse com toda certeza ela iria falar alguma coisa e talvez desistisse do contrato. Ele tinha esperado que ela saísse para poder ligar para seu advogado.No dia seguinte ele esperou que ela chegasse na empresa e usou a história que iriam visitar um cliente importante, não era estranho que ele fizesse isso, mas não com a Amélia. Quando ela estava
Amelia estava lendo e o resultado não foi uma surpresa, ele era o pai. Ao falar isso ele não demonstrou em nenhum momento uma surpresa, ou algo similar, sua reação foi inexiste. Ele sabia que era o pai e fez o teste mais por fazer, ele sabia que não mudaria muita coisa em sua vida.Amelia não soube como reagir quando viu ele inexpressivo, ela se manteve calma e continuou lendo o resultado em voz alta. Ele abiu uma gaveta e pegou um talão de cheques que estava lá, ele escreveu um valor, assinou seu nome e entregou para ela.— O primeiro pagamento.Ele não disse nada mais, apenas isso, foi direto e insensível. Ela ficou em choque, mas manteve a calam e não demonstrou a raiva que estava sentido, apenas pegou o cheque e dobrou, colocando-o em seu bolso. Ela decidiu que seria isso, ela pegaria o dinheiro e não faria mais nada.Ao abrir o cheque ela se surpreendeu do valor, o com binado eram 3 mil dólares por mês, mas no cheque estava o valor de 45 mil.— Talvez ele esteja pagando o valor a
O motorista estava ofegante, parecia que ele tivesse corrido até chegar lá, Amelia ficou olhando sem entender, mas abriu a porta da sala. O motorista entrou e mexeu em uma gaveta e pegou um objeto branco e saiu correndo, Amelia foi atrás, mas foi andando, correr de salto alto seria um grande problema.Lá ela viu Caleb com o rosto vermelho, como se ele tivesse levado um banho de água fervendo. Observando a situação ela notou que o objeto em questão era uma bombinha de asma, ela nunca percebeu que ele era asmático, nem na hora H, mas isso não vem ao caso. Ele parecia aliviado e mais uma vez usou a bombinha e saiu, ao sair ele cumprimentou o motorista e tirou uma nota da careteira e deu para ele, o motorista pareceu recursar, mais Caleb insistiu e ele aceitou.Ela voltou para sua mesa e continuou o trabalho.Caleb estava entrando no carro quando uma mulher fala com ele, ele fala algo para ela, ela retribui com um sorriso, depois ele se despede e entra no carro e vai até um restaurante. L
Amelia estava esperando a resposta, ao ouvir que sua amiga trabalhou na mesma empresa que ela, ela descobriu que foi sua amiga que ficou em seu na época da gravidez.O ex-chefe com que ela marcou o encontro era Caleb, seu chefe. Ela não demonstrou se importar, mas por dentro ela sentiu uma raiva, ele nãos e controlava mesmo. Apenas queria ter encontros casuais com qualquer mulher que desse a mínima atenção para ele. Mas ela não acusaria sua amiga, pois também caiu nessa tentação.Ao se despedir ela voltou para sua casa, lá estava sua filha brincando com a babá. Que na verdade era uma adolescente que era sua vizinha, mas como as aulas voltariam logo, ela precisava de outra babá.Isso seria um problema para depois, Amelia estava cansada, não fisicamente, mas emocionalmente e mentalmente. Por isso ela pediu para que a garota ficasse mais um tempo, ela concordou.Amelia foi para o banheiro e tomou um longo banho gelado, depois se deitou em sua cama e ficou lá por algumas horas. Amanda che