Já se passavam duas longas semanas desde que Isadora havia desembarcado no Brasil, e a saudade dos Estados Unidos já a consumia. Ela constantemente clamava para voltar, relembrando com carinho as pessoas que amava por lá, enquanto tentava encontrar seu lugar nesta nova realidade.A conexão entre Gabriel e Henry continuava forte, com ambos trocando conversas diárias, e Isadora sempre tentava se aproximar para captar qualquer novidade. Henry se divertia ouvindo a empolgação dela ao ouvir ele contar seu dia a dia.As discussões entre Isadora e Gabriel eram intensas, ele adora tirar ela do sério, como uma verdadeira rivalidade de irmãos, mas no fundo, havia um laço inquebrável que não importava no meio da tarde, pois no fim da noite um cedia e pedia desculpa.Isadora havia perdido o celular no aeroporto, mas decidiu não contar ao pai, que já se esforçava ao máximo para manter a família nos trilhos e não queria que ele tivesse mais um gasto. Sem ter amizades na cidade desconhecida, a frustr
Henry e Arthur tambem estavam se formando e depois de muitos estudos conseguiram passar com notas maximas em direito na prestigiada universidade da cidade. Ao longo dos anos não foi só a aparência completamente diferente que chamava a atenção das pessoas. A pouco tempo completaram 23 anos. Enquanto Arthur era extrovertido, carismático e tinha uma habilidade natural para se comunicar, Henry era introvertido, reservado e mais inclinado a se aprofundar em estudos e leituras.Arthur, com suas características marcantes, era conhecido por sua capacidade de persuasão e sua habilidade em resolver conflitos. Ele muitas vezes se destacava em debates e era admirado por sua forma envolvente de argumentação. Enquanto isso, Henry preferia passar horas em silêncio, aprofundando-se em livros de direito, e se destacava pela sua incrível capacidade de análise e raciocínio lógico.Quem os conhecem custaram a acreditar que eles são gêmeos. Até mesmo Adrian por um tempo tentou enterder de como são complet
Isadora entrou em casa depois de um dia exaustivo no trabalho. A fome era grande, mas a ansiedade por chegar à faculdade a impedia de ter um apetite saudável. Ela sabia que ainda tinha algumas horas de aula pela frente e precisava de energia. Assim, decidiu ir até a cozinha, ignorando os sapatos que deixara jogados à entrada.Ao se aproximar da entrada da cozinha, Isadora percebeu que a voz de seu irmão Gabriel soava surpresa e um pouco desesperada. Ela hesitou por um momento, tentando decidir se deveria interromper a conversa ou não, mas estava tão absorta em seus pensamentos se havia alguém com ele na casa.Caminhando em passos lentos ela para na porta e percebe que Gabriel estava numa conversa de vídeo chamada, pensando em subir para o quarto e involuntariamente acaba ouvindo a conversa.— Gabriel, duvido você advinhar quem vai ser pai.— Rodrigo fala o desafiando, ele é amigo de Gabriel desde o ensino médio.— Pai? Quem?— Gabriel pergunta surpreso.— Fala que não faço a mínima ideia.
Nos Estados Unidos Dias antes.Henry enfim havia terminado sua faculdade de direito, agora ele poderia visitar seus amigos e iniciar o trabalho que tanto planejou durante todos os 4 anos focados nos estudo. A correria do trabalho e os cursos que ele havia feito tomou todo seu tempo, ele mal tinha tempo de sair com a irmã que tanto cobrava por atenção. Apesar de tudo ele sempre dava um jeito de falar com Gabriel, as vezes os dois ficavam estudando em vídeo chamada, só assim um matava a saudade um do outro. Arthur vendo o irmão imerso atrás de pilhas de livros, ligou para alguns amigos e marcaram de se encontrar em um bar badalado da cidade.— Henry, vamos lá. A vida não é só estudos. À um mundo gigantesco lá fora. Pra que ficar enfiado nesse quarto. A faculdade já acabou, agora não tem mais sentindo você deixar de viver para estudar.— Arthur fala tirando o livro das mãos de Henry, que o olha com raiva.— Não estou te impedindo de sair. Pode ir. Você sabe bem que prefiro ficar aqui. F
Henry acordou com uma terrível ressaca em uma cama de hotel, ao olhar para o lado percebeu uma mulher dormindo ao seu lado. Era Alicia, uma ex-colega de faculdade com quem Henry não tinha tanta intimidade. Ele se lembrou de ter bebido demais na noite anterior e de ter falado com ela quando estava indo embora, mas não conseguia lembrar exatamente o que havia acontecido.Alicia viu que ele havia acordado e sorriu para Henry.— Bom dia, dorminhoco. Não me lembro da última vez que me diverti tanto!Henry ficou confuso, não sabia como agir ou o que dizer. Ele se levantou da cama e começou a se vestir, evitando contato visual com Alicia.Ela por sua vez não se importou de levantar completamente nua na sua frente.— Por favor, vista— se.— Ele diz entregando a roupa nas mãos dela.— Por quê está tão frio?— Como você queria que eu agisse?— Ele disse evitando olhar para ela que recusava a se vestir.— Se você não colocar uma roupa ou cobrir seu corpo, não falarei com você.— Ele fala entrando no
Isadora acorda e vê o irmão sentado no chão desconfortável, com a cabeça encostada na cama. Ela sente-se triste por, mais uma vez, ter dado trabalho ao pai e ao irmão.— Gabriel... — Ela fala baixinho, passando levemente a mão no rosto do irmão. — Irmão, acorda. Vem dormir na cama.— Hã? — Ele fala um pouco assustado. Sentando rapidamente na cama, ele coça os olhos tentando se conectar. Seus olhos vão para Isadora, que sorri com gratidão para ele. — Você está bem?— Estou... não está com dor nas costas?— Não. — Ele mente, tentando não se esticar e reclamar perto dela.— Mentiroso, só de você sentar eu ouvi uns quatro ossos estalando aí. — Ela brinca. — Se quiser, deitar aí mesmo, fica à vontade, vou fazer café.Ela dá um beijo no rosto do irmão e desce. Gabriel deita na cama, sentindo seu corpo doer. Ele pega o celular e vê várias mensagens e ligações de Arthur, Rodrigo e Henry. Quando ele ia ligar para Henry, Rodrigo aparece na tela.— O que foi? Por que esse desespero de vocês? Você
Isadora olha nos olhos do irmão e respira fundo apertando suas mãos nas dele, antes de responder.— Não, ele não fez nada. — Se não fez nada, por que está tremendo?Isadora abaixa a cabeça e lembra da primeira vez que sentiu o olhar de Evan sobre ela, Isa tinha apenas 13 anos quando ele tentou segurar na sua cintura, até mesmo no colégio ele a perseguia, porém ela nunca esteve sozinha. As lembranças que ela tanto tentou esquecer estavam bem vividas em sua memória como se tivesse acontecido a poucos dias.— Gabe... não vale a pena, já passou tanto tempo. E o que podemos fazer? — Você está querendo dizer que ele fez alguma coisa? Me conta Isa, o que ele fez.— Gabriel fala pausadamente tentando controlar a raiva que pulsava no seu peito. Ele tentou falar o mais calmo possível para não assustar a irmã.— Você não confia em mim?— Claro que confio, sem ser o nosso pai, você é o único homem que confio sem medo nenhum.— Ela suspira tristemente.— Só me promete que não vai fazer nada? Não que
Isadora sentiu o abraço de Henry se apertar ainda mais, por mais que ela o ame, sua promessa ainda está de pé. Lentamente ela se separa dos seus abraços, olha nos seus olhos e sorri agradecida.— Obrigada por ter vindo.— Você está bem? Quer conversar sobre o que aconteceu? — Henry pergunta preocupado.— Agora não. Tudo que eu quero é chegar em casa. — Ela diz com um olhar indescritível.Gabriel abraça Isadora e vão embora. Henry ficará na casa deles e isso está mexendo com ela.O caminho foi entre conversas confortáveis, mas algo em Henry não saía da sua cabeça. Ele sentiu ela um pouco mais distante do que de costume. Isadora sempre foi muito calorosa nas suas recepções, porém ele acredita ser por tudo que está acontecendo.Assim que chegam, Thomas estava saindo para ir ver a filha, seus olhos estavam inundados de lágrimas, a angústia e o desespero tomou conta dele. Passou tantas coisas na sua cabeça, que ao ver a filha ele não conteve a emoção.— Meu amor, você está bem, por que não