Hassan toma meus lábios e me beija com ardor. O calor dos lábios dele é uma chama acesa, que aquece tudo dentro de mim. E, quase sem saber mais o que faço, colo-me mais ao seu corpo forte.
Deus! Esse homem me deixa louca! Maluquinha…
Sinto minha cabeça rodar. Seus lábios movem-se sobre os meus com uma suave carícia, fazendo meu coração bater como louco e meu corpo insatisfeito pedir mais.
— Karina! — diz ele, bem junto de meus lábios. — Eu preciso de você…
Deus! Não consigo resistir a Hassan. Tudo o que eu quero é corresponder, e meus suspiros são de prazer, e não de protesto.
Com movimentos lentos, ele me beija no pescoço. Os lábios úmidos e quentes agora estão na minha boca. Então me mordiscam, se movem em uma carícia tão sensual, que me deixa insanamente
Depois que eu almoço, vou até a sala. Meu pai e Hassan estão conversando sobre assuntos da imobiliária da família, falam sobre aluguel e compra de imóveis. Meu pai parece menos austero com ele agora.Então ele me olha.Hum… é só impressão, seu olhar agora diz: “Depois que ele for embora, teremos uma conversa séria”.— Hassan, vamos até os fundos? Tem uma grande área com piscina e tudo. Quer conhecer?Hassan sorri para mim como um menino.— É claro, com sua licença — ele diz ao meu pai. Ele então se levanta, ecom certa dificuldade, por causa do braço imobilizado e nosso sofá, que você não senta, você literalmente afunda.Hassan me segue, no caminho me provocando com seus lábios no meu pescoço, e eu contenho uma risada alta.<
HassanPasso a tarde com Raissa, mas não consigo me abrir com ela. Quero que Karina esteja ao meu lado quando eu lhe contar a novidade.Não me anima Helena saber que estou emocionalmente envolvido por alguém e que finalmente penso em me casar. Ela, no fim, venceu.O mal venceu!Durante o resto do dia, recebo muitas ligações. Amigos, pessoas que frequentam o hotel, meu staff, todos querendo saber como eu estou. Atendi a todos cordialmente, agradecendo a preocupação e me alegrando por ser tão benquisto por todos.Agora estou na sala, tomei um banho e coloquei um Kandoora branco, uma roupa típica da minha terra, e uma sandália confortável nos pés. Embora eu esteja morrendo de dor no ombro, estou sentado no sofá com um sorriso nos lábios pensando em Karina. Já estou morrendo de saudades dela.Quando o tele
Dia seguinte…Hassan— Você irá sair? — Raissa me pergunta, em um volume muito alto.— Vou — digo, enfiando a camiseta no corpo com dificuldade.Eu já tinha tomado banho, já tinha colocado a calça jeans e calçado os tênis.— Hassan! Hoje é domingo. Nem esse dia você pode tirar para descansar? E você está todo costurado.Eu sorrio para ela.— Quem disse que não vou descansar?Ela funga.— Vai sair com alguma odalisca?Eu rio e a encaro.— Vou, mas ela não é uma odalisca, ela é minha futura noiva.Ela arregala os olhos.— O quê? — ele se aproxima de mim estudando meu rosto. — Você está falando sério?— Eu brinco com esses assuntos, por acaso?&md
Estávamos finalizando o almoço, quando a empregada se aproxima e fala algo no ouvido de Helena. Ela sorri, muito jovial.— Diga para ele me esperar lá fora — diz para a empregada, e depois nos encara. — Bem, boa tarde para vocês. Raissa, qualquer coisa me liga no celular.Raissa acena um sim. Hassan ofega, extremamente incomodado com a presença dela. Ele permanece de cabeça baixa, enquanto remexe a comida.Helena se levanta e se afasta. Hassan se recosta mais na cadeira e a procura com os olhos. Olha em sua direção com um ódio mortal que dá medo. Então limpa a boca no guardanapo e encara Raissa.— Raissa, esse cara já entrou aqui? — pergunta, entredentes.Ela ofega.— Não, ela sabe que você não permite.Hassan endurece mais o olhar.— Caso ele pôr os pés dentro desta casa,
HassanA tarde está agradável, um dia maravilhoso para se viver, mas Robert Sheller está morto.Aos redores do corpo todos estão chorando. O sacerdote que preside o enterro diz palavras bonitas, mas ainda assim nada ameniza a dor.Fotógrafos estão por perto, e fotos são tiradas.Sinto a onda hostil na minha direção. Muitos olhos me medem, muitas pessoas cochicham, mas eu me preparei para isso. Acho até natural. A dor tinha que ser descarregada em alguém.Por que não em mim, o criador dessa festa?Ainda mais agora que eles souberam que Tarif armou todo o roubo e que ele era um amigo meu, uma pessoa de minha confiança.Fora isso, eles me julgavam um covarde, pois eu não fiquei com eles até o fim.O sacerdote fecha lentamente a Bíblia e baixa a cabeça em um momento d
KarinaAs segundas-feiras sempre são os dias mais parados para as vendedoras. As mulheres quase não saem para gastar nesse dia. Só que isso não vale para mim. Por causa da mudança de estação, estou atribulada, correndo atrás das criações da nova coleção outono-inverno.No final do dia estou só o pó de tão cansada. Nem almocei direito hoje.Despeço-me de todos e sigo até meu carro. Quando o conduzo para casa, a realidade me cai como um manto e meu coração bate acelerado no peito. Hassan pode estar à minha espera.Dou graças a Deus quando não vejo o carro dele estacionado perto de casa e tenho uma explicação para o meu alívio: eu trabalho com moda e preciso me vestir bem e ele não aprovaria nada o vestido que estou usando. Ele é tubinho mostarda que marca meu corpo e é b
Esse lado do hotel, eu não conhecia.O imponente Hotel Shams Sfaga parece uma obra de arte egípcia. Fiquei encantada com a majestade do lugar. Os jardins ao redor do hotel servem como inspiração para muitos paisagistas com as plantas típicas como acácias, tamareiras, palmeiras, juncos…Um vasto tapete de grama se estende até uma fonte de rochas no centro, seguido de um longo espelho d'água ao redor dela. Fora os canteiros cheios de plantas coloridas que embelezavam tudo ao nosso redor.Quando entrei no saguão, fiquei encantada com o tamanho do hotel, os tons bege e dourados das paredes e suas colunas com desenhos egípcios deixam tudo muito suntuoso. Lustresmajestosos pendem no teto, dando um ar extremamente luxuoso.Hassan e eu não passamos despercebidos conforme caminhamos até o elevador, eu podia sentir todos os olhares direcionados para mim.
HassanAllah! É difícil abrir certas portas, pois junto com elas vem aquele vento intruso que impregna a casa de sentimentos corrosivos, conturbados. Por isso eu evitofalar de mim. Minha mente e emoções estão exauridas agora. Eu me sinto velho e cansado.Saímos do quarto abraçados. No saguão, meu motorista logo nos vê, e se levanta do sofá em que está sentado esai, dirigindo-se ao carro.Observo Karina, de repente me dou conta de que não é só eu que estou calado, Karina também está muito quieta, muito pensativa.Sei que meu relato foi pesado, talvez ela ainda se pergunte o que eu estou fazendo com ela. A verdade é que Karina se tornou necessária em minha vida. Todas as mulheres que tive se tornaram uma memória distante…Karina não, ela é