Nina— Eu sou um deles, Iolanda — falo, virando-me para ela. — Na verdade, eu sempre fui. Eu nasci nesse meio, lembra? Só nunca aceitei isso. — Dou de ombros. — Mas agora como ver, parei de lutar contra a minha própria natureza, com um diferencial, eu uso o pouco poder que tenho para ajudar as pessoas que amo e destruir aquelas que querem destruir quem eu amo. — Ela apenas me olha em silêncio e não sei se o que vejo em suas retinas é um brilho de admiração ou de espanto. Não tento decifrá-lo, apenas saio do quarto logo em seguida e assim que abro a porta, encontro Thor em pé no pequeno corredor e encostado na parede.— Como foi? — Em resposta, sorrio amplamente para o meu marido e ele entende retribuindo o meu sorriso. — Eu sabia que conseguiria! — Ele me puxa para os seus braços, me prensa contra a parede e me beija intensamente.***No dia seguinte...Os cavaleiros da távola redonda. Foi assim que apelidei os gerentes de Thor porque eles sempre se reúnem em volta de uma enorme mesa
ThorNunca pensei que o amor deixasse a gente tão bobo. Desde que descobri os meus sentimentos por essa garota tudo dentro de mim está bagunçado. Como agora, eu deveria estar de banho tomado e pronto para me reunir com os meus homens para verificar a finanças, o andamento das bocas, os pagamentos das mulas, os resultados dos cobradores... enfim, eu deveria ir trabalhar, mas ainda estou deitado nessa cama apenas a olhando enquanto dorme. Vale dizer que com esse gesto tão simples, o meu coração está pulando feito um louco dentro do meu peito e quase saindo pela boca, e que por mais que eu repita para mim mesmo que preciso ir e que devo deixá-la dormir, a minha vontade é de acordá-la e de tomá-la para mim outra vez. Suspiro baixinho. Como pode ser tão linda assim? E como pode mexer tanto comigo sem fazer nada exatamente? Uma batida na porta me desperta e com um suspiro frustrado, eu me forço a sair da cama devagar para não a acordar, visto um short e vou abri-la. Contudo, paro na metade
Thor— O que eles querem? — pergunto me aproximando.— Disseram que precisam falar com o senhor.— Ok, eu vou lá.— Nós vamos com o senhor, chefe.— Não, fiquem aqui, eu resolvo isso.— Eu vou com você...— Nina, não! — A corto bruscamente. — Eu não vou deixá-lo sozinho nisso! — Ela rebate baixo, porém, exasperada e eu bufo contrariado, saindo do escritório imediatamente. Por que ela não me obedece ao menos uma vez? Resmungo internamente enquanto caminho com passos firmes pelo corredor.— Senhor Lucas Ferraz, o tão falador Thor? — Um dos homens diz irônico em pé na entrada da minha casa.— O que estão fazendo aqui?— Recebemos uma denúncia de sequestro essa manhã. — Não pude deixar de perceber os olhos do policial percorreu curiosamente pela minha sala de visitas.— Uma denúncia, que merda é essa? Denúncia de que?— Temos um mandado para virar essa sua linda e majestosa casa de cabeça para baixo. — Ele ergue o papel para mim.— Mas que porra é essa, quem fez a droga da denúncia?— O s
Nina— Você e o Thor tem estado mais coladinhos esses dias. — Júlia comenta enquanto colhe algumas flores no jardim. — Estou feliz que o casamento finalmente está dando certo. — Está. — Ela me lança um olhar intrigado.— Não senti firmeza nessa resposta. Não vai me dizer que tudo isso é fachada, Nina?— Pior que não. — Soltou um suspiro baixo e a acompanho ao próximo canteiro de flores.— Pior? Por que pior?— Estou com medo de toda essa intensidade, sabe? — A minha amiga me espera continuar. — Thor realmente está gostando de mim.— E qual o problema nisso? — Dou de ombros.— Eu não sei, me sinto... insegura com isso. Quer dizer, é gostoso, é envolvente e ele é muito dedicado em me agradar. Mas por algum motivo não consigo sentir o mesmo que ele sente por mim.— Sabe que não tem nada de errado nisso, não é? Vocês estão juntos há poucos meses, ainda estão se conhecendo. — Desanimada, eu me afastei um pouco para me sentar em um banco de madeira, debaixo de uma árvore e ela se senta ao
Nina— Desculpe, mas isso aqui não uma negociação e sim, uma entrega. Além do mais, tenho outros...— Na verdade, se trata de outra negociação, Nina Ferraz. — Maksym diz agora mais sério e eu me viro para ouvi-lo. Yang chega mais perto, ele parece estar em alerta. — Preciso de cento e cinquenta quilos. — Arqueio as sobrancelhas. — Estou expandindo os negócios e fechei uma parceria com os peruanos. Falei sobre o seu produto e eles ficaram interessados. O que me diz?— Eu preciso de tempo para levantar isso.— Trinta dias está bom para você— Trinta dias está ótimo!— É disso que eu gosto em você, minha rainha! E agora, pode tomar uma taça com o seu súdito?— Claro! — Não sei que grito, ou se pulo, ou se danço. Minha segunda venda e essa é ainda mais extraordinária. O que o Thor vai dizer disso? Se com vinte e cinco quilos ele me fez ir ao céu, com certeza com essa venda conhecerei o paraíso. Só de pensar nisso já me sinto aquecida por dentro.— Um brinde a mais acordos como esse! — Vas
ThorO que você faria se tivesse de escolher entre o amor da sua vida e uma vingança irreversível? Essa pergunta está me consumindo há horas. Por um lado, o meu coração almeja estar com ela para sempre e por outro, a minha consciência cobra o meu dever de bom filho e como chefe do tráfico. E por que estou divido assim? O nome dessa divisória é Gutemberg Massari.(...)— Pensei ter dito que viesse sozinho — falo assim que o vejo entrar na área vip com três homens atrás dele.— Vamos e convenhamos, Thor, assim como você, eu sou um homem muito visado e odiado por alguns. Não posso me dar ao luxo de sair por aí andando sozinho. Ainda mais em um lugar movimento como esse. Mas não se preocupe, eles não farão nada sem que eu lhes dê a ordem.— Nesse caso, não se importa se eles aguardarem do lado de fora, certo? — Massari parece não gostar muito da minha sugestão, porém, ele faz um gesto ordenando que seus homens deixem a sala. Aponto um dos estofados para ele. Contudo, o homem me fita sério
Thor— Precisamos de mais tempo para confeccionar a pasta para esse pedido, Nina. — Merci, nosso fabricante diz preocupado.— Bom, temos um prazo aqui e ele tem pressa. Se for preciso, aumente o número de funcionários. — Ela rebate como uma CEO de uma multifuncional, me deixando orgulhoso. Ela realmente cumpriu o que me prometeu, tornou-se a melhor. Tudo o que o meu pai me ensinou em anos, eu a vejo pôr em prática em dias. Nina é bem esforçada.— Já contou pra ela? — Corvo indaga para bem ao meu lado. Apenas meneio a cabeça fazendo um não para ele. — Quando pretende contar? — Cruzo os braços, encostando-me em uma parede sem tirar os meus olhos de cima dela.— Preciso de um tempo.— Não temos muito tempo, Thor. Logo Darlan saberá que sabemos a verdade e assim ele ganhará tempo para se armar contra nós — bufo audivelmente.— E você acha que eu não sei disso?! — rosno impaciente.— Precisamos saber se Nina estará do nosso lado. — Ele insiste.— O que me diz, Thor? — Merci indaga encerran
NinaA família Guerra não era bem uma caixa de união. Ela tinha uma hierarquia e não podia ser quebrada por nada desse mundo. No topo estava Pero Guerra, o nosso pai. Ele era o rei, tanto dendro de casa, como fora dela. Em segundo, Darlan Guerra, mesmo sendo apenas um garoto, quando o meu pai não estivesse presente era ele quem ditava o que devia ou não ser feito. Em terceiro lugar, Lolita Guerra, nossa mãe e quanto a mim e minhas irmãs caçulas, tínhamos apenas obrigações. Ou seja, não tínhamos o direito de contestar ou de dizer não e a nossa única missão era aprender a ser boas esposas, porém, fiéis a família. E os nossos melhores momentos era aqueles em que podíamos ser crianças...— Corre, Maya, corre! — Jude grita, correndo em disparada para atrás de uma árvore de troncos largos, enquanto termino a contagem. Eu abro os olhos e observo ao meu redor a procura das danadas. De onde estou consigo ver a varanda de casa, onde papai está tendo uma conversa séria com um garoto de apenas de