Sinto meu corpo esfriar ao perceber que o botão é um acelerador automático. O ronco assustado de GineGeni e Marco totalmente desconjuntado me faz ficar ainda mais nervosa e tremer enquanto seguro o guidão.
— M-MARGARIDA, PARA ISSO! –Grita Marco, amedrontado.— SOCORRO, COMO EU PARO ISSO?! AAAAAAAAAA!!
Alguns poucos carros passam por ali, o que me faz ficar ainda mais em choque e os motoristas nervosos. O barulho das rodas passando pelo chão me assusta ainda mais, me fazendo ficar arrepiada e tremendo. O nervosismo de saber que Marco pode deixar minha porca cair também me deixa assustada.
Como se já não bastasse o estrondoso barulho do motor, os berros de Marco, roncos de choro de GineGeni, ouço um tipo de sirene. Uni, duni, tê, em que fim de mundo fui me meter?
— Margarida, não querendo te assustar, mas, A POLÍCIA TÁ LOGO ATRÁS!
Eu não poss
Meus olhos se esbugalham. Minha mente vê apenas uma parede branca e todas as minhas palavras desaparecem. Não consigo crer que a mãe de Dorothy esteja me contando todas essas coisas achando que temos sentimentos recíprocos.— Acho que a senhora não me entendeu muito bem... Dorothy e eu somos apenas bons amigos.Entre lágrimas, ela enxuga seu rosto. Ela sorri e segura minhas mãos.— Marco, Dorothy é uma menina única e é muito linda. Você não me ouviu quando disse que ela ganhou vários concursos?— Ouvi. Ouvi sim. Mas, não somos nada além de amigos. Meus sentimentos por ela não são de alguém que esteja apaixonado.Um ar de risada sai por seu nariz.— Não vai me dizer que gosta daquela... Garotinha pobre e vulgar, haha.Com sua última frase, não consigo disfarçar minha expressão de desconforto. Síndrome de gente rica, onde acham que todo pobre é vulgar apenas por nã
Os dois paralisam seus olhares em mim.— Marco, é tudo mentira! –Complemento.Marco parece sem saber do que se trata toda essa situação. Uma pontinha de arrependimento me espeta. Tenho medo de que ele não acredite em mim, tendo em vista que Mercedes já foi alguém importante em sua vida.Mercedes cruza os braços e sorri, me olhando dos pés à cabeça.— Olha só, que coisa feia, ouvindo atrás da porta? Parece que a sua florzinha, Margarida, está colocando as asinhas de fora. –Diz ela, para Marco.— Que asinhas? Eu nem tenho asas.Mercedes debocha.— Como não tem asas? Com essa cara de galinha.Ela me chamou de Galinha? Galinhas são animais fofos.— Obrigada. O ovo da galinha é excelente em proteínas, e elas são capazes de comer até pedras. Fora que elas têm linguagem própria, ou seja, falam seu próprio idioma. E você? Qual as vantagens
Mas, o que diabos é “Marthy”?Com os olhos quase fechando de sono, um flashback toma conta de minha memória, e me recordo de que tenho um assunto pra lá de sério, com Valentina.Ao vestir meu uniforme, vou até o quarto da mesma, ela já está brincando de bonecas.— Preciso falar com você. –Digo.Ela fica com os olhos em mim, esperando que eu diga algo. Ao tentar fechar a porta, uma mão segura a maçaneta. Vejo Dorothy.— Vamos? –Ela pergunta, animada.— Preciso falar com minha irmã.Dorothy olha ao redor do quarto e consente, mas entra também. A observo por poucos segundos.— A sós.Ela fica parada um tempo, até conseguir raciocinar que quero falar apenas com Valentina.— Ah, Marco, não seja modesto. Sua irmã e eu somos boas amigas. Ela não se importaria, não é? –Ela questiona Valentina.Tina está com
Ele abre seus olhos cada vez mais.— Rapadura. Você também gosta? –Questiono.Ele continua sem dizer nada, enquanto a sala é tomada por risadas. Glenda me olha com uma forte expressão, surpresa.O policial pega o doce e logo retorna seu olhar para mim.— Levante-se e venha conosco. –Diz ele.O olho confusa. Por que tenho que acompanhá-los? Eu realmente não faço ideia de quem entrou com drogas na escola.— Mas… Por quê?Ele olha para os outros dois policiais que estão a frente da sala. Eles trocam olhares comunicativos, até um dos policiais que estão na frente, de óculos e boina resolver dizer algo.— Traga ela. –Ele ordena.O policial ao meu lado, segura meu braço, me fazendo levantar da cadeira. Vejo Glen se levantar.— Calma, deve ter um engano! A Margarida não faz esse tipo de coisa!!Meu olhar se
frio na barriga retorna. A sensação é como se me jogassem um balde de água morna. Nem tão quente e nem tão fria.— Está desafinado. Preciso arrumar isso depois. –Diz ele, olhando em volta do pequeno violão.Continuo calada e com o olhar perdido. É como um tombo. Um tombo em uma cama elástica. Não dói, mas assusta.E mais uma vez, o celular do mesmo toca. Ele olha para tela e faz uma expressão nada legal. É uma chamada de Dorothy.—Você não vai atender? –Pergunto.Ele desliga o celular, rejeitando a ligação.— O clima está tão bom, não pretendo estragá-lo.Garotos como Marco normalmente têm namoradas. Garotos como Marco geralmente são populares. Garotos como Marco costumam brincar com garotas. Garotos como Marco costumam brincar com garotas bobas, como eu. &n
Eles me olham com os olhos esbugalhados. Aliziane até solta os talheres sobre seu prato, com a boca semiaberta, não acreditando no que acabei de fazer.Walldir tosse algumas vezes. Dorothy se levanta da mesa, ela se retira chorando.Tomo um gole da bebida que está em meu copo.— Marco, como pôde? –Pergunta Tom.Respiro fundo.— Quantas vezes terei que dizer? Dorothy não é a pessoa por quem estou apaixonado.Zeleide também se retira, provavelmente está indo atrás de sua filha.— Seu… –Ele faz uma longa pausa– Me perdoe, Walldir. Marco não sabe o que está fazendo. –O maldito deputado se desculpa.Aliziane continua com seus olhos esbugalhados que quase pulam para fora de seu rosto.— Entendo. Talvez não poderemos fazer negócios. –Walldir se levanta, arrumando sua gravata.Tom e Aliziane se levantam rapidamente. Permane
Já na delegacia de polícia, com meus pais e Marco.— O que foi que você fez, garota?! –Minha mãe questiona, brava.— É uma longa história, mãe. Mas, eu não fiz nada!Ela parece não acreditar em tudo isso. Marco não parece tão nervoso assim.Vemos um policial vir até nós.— Então, eu vou explicar toda a situação para vocês, mas antes, preciso que seus pais estejam presentes. –Ele se direciona a Marco.— Na verdade, já tenho 18.Que metido.— Mas ainda assim, quero seus pais aqui também, junto com os da garota.Outro homem de aproxima, cochichando um tanto alto no ouvido do polícial.— É o filho do Tom Carlos Bastes…Meus pais estão tão em choque que nem sequer param para ouvir. Eles ainda não sabem que Marco é filho do homem que quase nos deixou na rua. O que é incrível, porque todos já sabem dos “Nov
Me levanto às pressas do sofá, com minha cabeça incrivelmente pesada e doendo muito.— O que você acabou de dizer?!— Parece que depois da festa da GineGeni, o pai dela estava bêbado. Eles bateram em outro veículo. Parece que o carro até mesmo pegou fogo.Que nada de ruim tenha acontecido a Glenda, por favor!— Preciso ir vê-la! –Afirmo.— Eles estão no hospital perto da praça. Quer que eu te leve lá?– –Chegando no hospital, adentramos, procurando por Glenda.Vamos até uma enfermeira e damos o nome dos dois. Ela aponta para o lado e vemos Glen, sentada, olhando para baixo. Solto um grande ar de alívio. Ela parece bem, apenas com alguns machucados pela pele.Vou até ela, ela abre um sorriso ao me ver e me abraça.— Pensei que fosse morrer… –Diz ela, me abraçando como um urso.— Calma, já está tudo b