Mas, o que diabos é “Marthy”?
Com os olhos quase fechando de sono, um flashback toma conta de minha memória, e me recordo de que tenho um assunto pra lá de sério, com Valentina.
Ao vestir meu uniforme, vou até o quarto da mesma, ela já está brincando de bonecas.
— Preciso falar com você. –Digo.
Ela fica com os olhos em mim, esperando que eu diga algo. Ao tentar fechar a porta, uma mão segura a maçaneta. Vejo Dorothy.
— Vamos? –Ela pergunta, animada.
— Preciso falar com minha irmã.
Dorothy olha ao redor do quarto e consente, mas entra também. A observo por poucos segundos.
— A sós.
Ela fica parada um tempo, até conseguir raciocinar que quero falar apenas com Valentina.
— Ah, Marco, não seja modesto. Sua irmã e eu somos boas amigas. Ela não se importaria, não é? –Ela questiona Valentina.
Tina está com
Ele abre seus olhos cada vez mais.— Rapadura. Você também gosta? –Questiono.Ele continua sem dizer nada, enquanto a sala é tomada por risadas. Glenda me olha com uma forte expressão, surpresa.O policial pega o doce e logo retorna seu olhar para mim.— Levante-se e venha conosco. –Diz ele.O olho confusa. Por que tenho que acompanhá-los? Eu realmente não faço ideia de quem entrou com drogas na escola.— Mas… Por quê?Ele olha para os outros dois policiais que estão a frente da sala. Eles trocam olhares comunicativos, até um dos policiais que estão na frente, de óculos e boina resolver dizer algo.— Traga ela. –Ele ordena.O policial ao meu lado, segura meu braço, me fazendo levantar da cadeira. Vejo Glen se levantar.— Calma, deve ter um engano! A Margarida não faz esse tipo de coisa!!Meu olhar se
frio na barriga retorna. A sensação é como se me jogassem um balde de água morna. Nem tão quente e nem tão fria.— Está desafinado. Preciso arrumar isso depois. –Diz ele, olhando em volta do pequeno violão.Continuo calada e com o olhar perdido. É como um tombo. Um tombo em uma cama elástica. Não dói, mas assusta.E mais uma vez, o celular do mesmo toca. Ele olha para tela e faz uma expressão nada legal. É uma chamada de Dorothy.—Você não vai atender? –Pergunto.Ele desliga o celular, rejeitando a ligação.— O clima está tão bom, não pretendo estragá-lo.Garotos como Marco normalmente têm namoradas. Garotos como Marco geralmente são populares. Garotos como Marco costumam brincar com garotas. Garotos como Marco costumam brincar com garotas bobas, como eu. &n
Eles me olham com os olhos esbugalhados. Aliziane até solta os talheres sobre seu prato, com a boca semiaberta, não acreditando no que acabei de fazer.Walldir tosse algumas vezes. Dorothy se levanta da mesa, ela se retira chorando.Tomo um gole da bebida que está em meu copo.— Marco, como pôde? –Pergunta Tom.Respiro fundo.— Quantas vezes terei que dizer? Dorothy não é a pessoa por quem estou apaixonado.Zeleide também se retira, provavelmente está indo atrás de sua filha.— Seu… –Ele faz uma longa pausa– Me perdoe, Walldir. Marco não sabe o que está fazendo. –O maldito deputado se desculpa.Aliziane continua com seus olhos esbugalhados que quase pulam para fora de seu rosto.— Entendo. Talvez não poderemos fazer negócios. –Walldir se levanta, arrumando sua gravata.Tom e Aliziane se levantam rapidamente. Permane
Já na delegacia de polícia, com meus pais e Marco.— O que foi que você fez, garota?! –Minha mãe questiona, brava.— É uma longa história, mãe. Mas, eu não fiz nada!Ela parece não acreditar em tudo isso. Marco não parece tão nervoso assim.Vemos um policial vir até nós.— Então, eu vou explicar toda a situação para vocês, mas antes, preciso que seus pais estejam presentes. –Ele se direciona a Marco.— Na verdade, já tenho 18.Que metido.— Mas ainda assim, quero seus pais aqui também, junto com os da garota.Outro homem de aproxima, cochichando um tanto alto no ouvido do polícial.— É o filho do Tom Carlos Bastes…Meus pais estão tão em choque que nem sequer param para ouvir. Eles ainda não sabem que Marco é filho do homem que quase nos deixou na rua. O que é incrível, porque todos já sabem dos “Nov
Me levanto às pressas do sofá, com minha cabeça incrivelmente pesada e doendo muito.— O que você acabou de dizer?!— Parece que depois da festa da GineGeni, o pai dela estava bêbado. Eles bateram em outro veículo. Parece que o carro até mesmo pegou fogo.Que nada de ruim tenha acontecido a Glenda, por favor!— Preciso ir vê-la! –Afirmo.— Eles estão no hospital perto da praça. Quer que eu te leve lá?– –Chegando no hospital, adentramos, procurando por Glenda.Vamos até uma enfermeira e damos o nome dos dois. Ela aponta para o lado e vemos Glen, sentada, olhando para baixo. Solto um grande ar de alívio. Ela parece bem, apenas com alguns machucados pela pele.Vou até ela, ela abre um sorriso ao me ver e me abraça.— Pensei que fosse morrer… –Diz ela, me abraçando como um urso.— Calma, já está tudo b
Ele me olha da cabeça aos pés, com um sorriso maldoso no rosto. Posso ver que ele possui alguns dentes de ouro.— Olha, fulaninha, acho que não compreendeu muito bem o que eu quis dizer. Marco irá se casar em pouco tempo. Dorothy é uma Fortunes. Até parece que ele iria deixar ela por você. Essa é a única qualidade nesse tipo de gente como você, a esperança nunca morre, não é mesmo?Olho para os meus pés, meus sapatos já estão completamente sujos por causa do gramado que está molhado. Também encharquei o terno do papai.É loucura fazer isso por um garoto? Li em alguns livros que existem mais do que um primeiro amor. Mas, porque tenho tanta certeza de que Marco vale a pena todo esforço?Olho para cima e vejo todas as janelas da casa, em uma, consigo ver um breve reflexo, tenho certeza que é Marco.— Vá embora e não volte nunca mais. E se ousar voltar, se verá com os seguranças e com meus ad
Ao amanhecer, já estou à espera do meu salvador. O homem que irá executar quase todo o plano por mim. Espero que Deus me perdoe por isso. Me sacrifiquei todos esses anos por uma vida digna, para chegar um imbecil de 18 anos e jogar tudo fora. Ele terá o que merece.Olhar ao redor da mansão me faz ter mais certeza ainda do que irei fazer. Pessoas morrem todos os dias, é algo normal da vida, não? E ainda mais por um motivo justo. Uma mãe faz de tudo por seus filhos. Observo os passos de Titânio, ele claramente está feliz, saltitando de emoção. Com um pequeno frasco em mãos. Já posso até mesmo imaginar os dois corpos sofrendo de insuficiência respiratória.— Aqui está, bombom. Quer que eu dê fim aos ratos para você? Não consigo imaginar minha rainha fazendo esse tipo de coisa.— Não, Titâ, obrigada. Não entende que estamos em
𝙼𝚊𝚛𝚌𝚘 ━━━━❰・❉・❱━━━━A mesma não responde se posso entrar ou não, então giro a maçaneta.— Se estiver trocando de roupas, cubra tudo, estou entrando! –Digo, abrindo a porta de olhos fechados.Ao abrir meus olhos vejo-a no chão, abraçada com sua boneca.— Valentina! –Exclamo, a pegando no colo e a colocando de volta em sua cadeira. Dou alguns tapinhas em seu rosto– Tina, se isso for alguma brincadeira, não tem graça!Ela continua sem responder. Pego em sua mão e noto o suor.— VALENTINA!! –GritoTudo piora quando vejo uma gota de sangue escorrer por seu nariz. Fico extremamente preocupado e percebo também que não há sinais vitais.Pego-a em meu colo, praticamente correndo e vou a caminho da sala, pedir por socorro. Como pode não ter NINGUÉM na droga dessa casa?!