Capitulo XXXIV
— Querida, seu jantar chegou! — Meu pai me acorda.
Abro os olhos devagar e em minha frente um imenso prato se sopa, ela está cheirosa, tem pedaços de frango, igualzinha à que a vovó fazia. Fiquei imóvel diante do prato de sopa, em minha mente surgiam cenas da minha vida, a vovó, o vovô, meu irmãozinho ainda bebê em meu colo, a cena de Theo vomitando e desmaiando no hospital. São lembranças que vão surgindo como um filme, o filme da minha vida a qual acreditava ter todo controle.
— Filha você está se sentindo bem? — pergunta seu Otávio assustado.
— Estou bem papai — respondo ainda no modo automático, não quero assustá-lo com meus medos e angustias.
Como lentamente minha canja, saboreando cada colhera
Capitulo XXXV— Não tenha medo, sua filha está em boas mãos, ela está cercada de gente que vai amá-la muito e Theo é mais forte que ele mesmo imagina. Vovô Theodor também não queria partir, pois temia pela fragilidade do neto, mas colocamos Dora no caminho dele, dando o suporte emocional que ele precisava para superar as adversidades, se tornando o pilar de sustentação da família. Agora ele tem uma nova família ao seu lado e uma filha que depende dele.Na vida passada Joe sempre foi muito apaixonado por Carol, mas teve que conviver com o fantasma de Julius em sua vida, pois a esposa nunca superou a morte do primeiro marido. A gota da água foi seu neto ser neto também de Julius Bloom. Esses pequenos fatos deixavam Joe sempre se sentindo em segundo plano na vida de sua família. Por esse motivo ele teve o
Capitulo XXXVIQuando me dou conta estou de pé no canto do meu quarto, tem dois médicos fazendo massagem cardíaca em mim e muitas enfermeiras ao redor, Theo está imóvel estático, parece que estar petrificado. Uma enfermeira sai com minha filha rapidamente do quarto, Theo cai sentado no sofá horrorizado com a cena que está presenciando, outra enfermeira convida ele a se retirar, ele não responde, continua imóvel, ela insiste dizendo:— Senhor Theodor por favor me acompanhe, ela vai ficar bem, vamos até a enfermeira ver como está sua pressão, os médicos vão levar a Ana Julia para a UTI, lá eles podem cuidar melhor dela.Ele continua em estado de choque, não esboça nenhuma reação.Uma mulher com vestes brancas me abraça forte ao dizer:
Capitulo XXXVIIAo abrir os olhos, me deparo com um ambiente calmo, silencioso, Clara pede para que eu tente me concentrar e relaxar, parece ser fácil, mas não é, pois ainda estou escutando o choro das pessoas que estão inconformadas com a minha partida.Procuro me concentrar no caminho e sigo adiante até ver o sol, onde encontro Julius.— Que bom te ver mais calma, fiquei assustado por não conseguir te acalmar — menciona Julius, caminhando ao meu encontro.— Eu não estou calma, estou analisando o que está acontecendo e torcendo para que tudo não passe de mais um dos meus sonhos.— Não se aflija Ana Julia, logo tudo fará sentido para você — ele aperta minhas mãos — vai ficar tudo bem! — Completa.Olho ao redor ainda em busca
Capitulo XXXVIIIComo meu espirito está em processo de evolução, eu consigo observar minha filha de longe, ainda não estou preparada para me aproximar, preciso controlar meus pensamentos e sentimentos para que esses não atrapalhem a vida de quem deixei de quem ficou na vida terrena.Hoje fui presenteada com uma visão que me deixou tranquila, Theo e Luna estavam cavalgando. Eles moram no haras com Cesar e a família de Aline, os dois conversavam muito, ela é criativa e quer saber de tudo, como qualquer criança saudável. Luna tem seu próprio cavalo, é um animal lindo e calmo, ela monta muito bem para uma criança de três anos.Theo tira Luna de cima do cavalo, a põe no chão, aproveito o momento para me aproximar dela, ainda com medo tento tocar seu cabelo, ela passa a mão rapidamente
Capitulo XXXIXAcordo me sentindo estranho, não sei onde estou, tudo em meu corpo dói, parece que cai de um avião, esse pensamento me faz rir, penso em como seria a cena de alguém caindo de um avião.Levanto a cabeça do travesseiro e de imediato procuro July ao meu lado, mas estou em uma cama de solteiro, não é minha casa.— Estranho! — Falo em voz alta ao analisar os moveis.No quanto tem apenas a cama e alguns moveis branco. Sento para observar melhor o ambiente, ainda sem entender o que está acontecendo saio da cama meio confuso, vou até o banheiro, minha bexiga está estourando, faço xixi, lavo minhas mãos deixando a água escorrer sobre elas para tirar o excesso de sabonete, enxugo meu rosto ao me observar no espelho digo para mim mesmo:— Theo vo
Capitulo IAo observar o Juiz entrando na sala, fico de pé, tentando esconder que estou assustado, ele tem fama de ser imparcial em suas decisões, não foço ideia de qual possa ser seu ponto de vista em relação a esse caso.Uma a uma as testemunhas vão sendo ouvidas e interrogadas pelos advogados de acusação e defesa. Atento o Juiz Norbeth presta atenção em cada depoimento, não deixando escapar nenhum detalhe. Meus olhos correm por toda a sala, tento decifrar a fisionomia de cada membro do júri, as mulheres me observam discretamente, já os homens voltam a atenção somente aos depoimentos. É assustador olhar para essas pessoas, elas têm o poder de mudar minha vida e agora não posso fazer mais nada.O julgamento continua, até chegar a vez de Melanie ser ouvida, ela parece
Capitulo IISeis anos depois...Me deparo observando as ilustrações do teto da igreja, uma mistura de anjos o qual não consegui desvenda todas as imagens que prenderam minha atenção.A voz rouca do padre Francisco me chama a atenção, ele está fazendo algumas citações bíblicas e se referindo ao meu avô como uma pessoa que fará muita falta a comunidade local, pelo seu trabalho comunitário, sempre prestativo e ansioso em ser útil.O padre Francisco nem está exagerando, vovô era assim mesmo, lembro-me quando passeávamos na cidade para visitar ele e a vovó Rebeca, era maravilhoso, eles estavam sempre sorrindo, comunicativos e prestativos. Guardo em minhas lembranças à vista extraordinária dos arredores da casa, logo na en
Capitulo III— O jantar estava delicioso — falo para Lissi, após lagar os talheres sobre a mesa, observando o prato limpo, pois saborear um jantar com comida saudável não faz meu estilo.— Você é adorável July. Eu iria adorar que fosse minha nora, Junior e você tem a mesma idade formam um lindo casal.Junior fica mais sem jeito que eu e se desculpa pela mãe dizendo baixinho:— Não dê muita importância ao que ela fala.Não gostei do comentário em que ela se refere a mim e Junior como um casal perfeito. Ele até que é legal para ser amigo, mas bem mimado e tem uns assuntos, como posso dizer? Uns assuntos típicos da nossa idade, meio nada haver. Ele é bonito, loiro, olhos verdes reluzentes e dentes perfeitamente alinhados, como diá