Sete

Por Peter Miller

— Espera só mais um pouco. Já tô terminando. — pediu, enquanto a espero, debruçado na sacada do hotel, tomando champanhe.

Eu adoraria ver ela se vestindo, mas eu sei que a intimidade de ontem não existe mais hoje.

Felizmente parece que ela não tá mais com aquele ódio espontâneo de mim. Ainda bem. Seria complicado ficar quase dois meses daquele jeito.

— Pronto. — Ela falou e eu me virei.  Arregalei os olhos e engoli seco. Ela tá muito bonita com essa roupa. Muito bonita mesmo.

— Amiga! Tá perfeita! — a tal Becky, saiu do banheiro. Por isso a Bella não se vestiu lá dentro, porque a Becky se prendeu pra retocar a maquiagem.

— Tô muito piriguete, não? — ela se olhou e eu dei um grande gole no champanhe. Ela tá uma delícia... digo, o champanhe tá uma delícia.

— Tá maravilhosa. Agora vou embora, porque a Ronda ainda deve estar tentando colar os cílios postiços. — A garota abriu a porta. — A gente se encontra na boate.

— Tá bom. — Assim que a Bella respondeu a Becky foi embora.

Bella ficou encarando o próprio corpo no vestido. — O que você acha? — olhou pra mim.

— Ficou muito bom.

Melhor ainda se eu o tirasse agora...

— Mas tá muito extravagante? Curto? Sei lá, nunca vesti essa roupa antes. — Deu uma volta e o seu bumbum deixou o vestido curtíssimo.

— Você quer que eu fale como amigo, marido ou admirador? Porque eu tenho muitas opiniões. 

 — Amigo.

— Vai arrasar! — brinquei com uma voz afeminada e ela riu.

— Tá, e a opinião de admirador?

— Tá muito gostosa. — Dei um sorriso típico ela colocou as mãos nas bochechas envergonhada.

— Sei lá... Marido.

— Tá curto. Os outros homens vão ficar olhando muito pra você. — Respondi colocando mais champanhe.

— Sabia. Eu não vou com esse. — Voltou a revirar as bolsas com o corpo curvado e o vestido quase mostrando a bunda toda.

Nossa Senhora, essa mulher linda até de cabeça pra baixo.

— E esse? — mostrou um mais longo só que com um corte enorme encima.

— Isso aí é um decote?

— Sim.

— E até onde vai?

— Perto do umbigo acho.

Me assustei e logo reprovei. — Muito decotado.

Ela voltou a revirar as sacolas e levantou um rosa de manga, aparentemente justo e não tão curto quanto o preto que ela ainda está usando.

 Eu nunca passei por isso. Pela confusão de ver uma mulher escolhendo uma roupa. Por isso que os caras ficam zangados. Sempre evitei com a Grazi. Ela quem escolhia, eu só esperava.

— Esse parece bom.

 — Então eu vou com esse. — Entrou no banheiro.

Ela tá dando muita atenção para a minha opinião.

Depois de um tempinho ela saiu de lá. E Uau! Ela fica linda de qualquer jeito.

— O que foi? Ficou ruim? — ela reparou minha cara. Eu estava quase babando.

— Não. Ficou perfeita.

Ela sorriu. Eu já tô apaixonado nesse sorriso.

— Agora só falta a maquiagem e o cabelo. — Ela pegou uma maleta de maquiagem.

Ainda falta isso?

Parece que tem horas que me arrumei e tenho que esperar isso tudo?

Quanto tempo vai demorar isso?

 Alguém me socorre.

— Não precisa passar muita maquiagem. Você já é bonita. — Tentei adiantar isso tudo.

— Eu não uso muita. Só base, máscara de cílios, lápis, blush e batom.

Isso pra mim já é muito.

Ela entrou no banheiro e eu contei no relógio o tempo que ia demorar. 15 minutos!

Mas a Graziella demorava 1 hora!

E ela ainda conseguiu ficar ainda mais linda. Essa garota toda hora me surpreende!

— Prometo que não vou demorar muito. Só vou enrolar o cabelo mesmo num coque.

— Deixa solto. Tá bonito. — Sugeri. Ela pensou um pouco e se olhou no espelho. O cabelo dela já é bonito sem fazer nada.

— Não tô parecendo uma doida desleixada não, né?

— Não, não. Tá ótimo. Sério.

Ela desistiu de mexer no cabelo. Bella é muito indecisa e já percebi que ela dá muito ouvido as opiniões dos outros.

— Vamos então? — ela calçou o salto.

Abri a gaveta e peguei a lembrança provisória que o Adam arranjou antes de ela vir aqui. — Coloca isso. — Abri a caixinha perto dela e tirei as alianças.

 São melhores do que as merdas falsificadas que a gente tá usando desde ontem.

— Você comprou? — ela ficou surpresa enquanto estendia a mão pra eu colocar e tirei a outra.

— Pedi pro Adam procurar. A gente não podia sair mais com esses lixos de anel barato, dei um beijo na sua mão e ela sorriu.

— Verdade. — Ela encarou a mão com a aliança e eu troquei a minha. — Que merda a gente fez, né? Casar...

— Ainda bem que foi com você. — Admiti aliviado e arremessei a caixinha na cama. — Vamos dar uma de casal apaixonado na balada?

— Bora. — Ela me acompanhou toda perfumada.

Eita mulher cheirosa... Meu pai vai ficar orgulhoso de mim, quando conhecer.

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