Oito

Por Bella Torres

Encontramos nossos amigos na entrada da boate. E é claro que foi um espanto nos ver de mãos dadas. Mas do caminho do hotel pra boate o que mais teve foi paparazzis com as lentes viradas pra gente. Temos que ser o casalzinho que casou ontem.

 Como as pessoas são depois que casam?

— Meninas, esses são Scott. — Ele mostrou o atirado. — E o Noah. — O gatinho mais tímido.

— Sabia que eu gosto muito das suas músicas? — Ronda escondeu o rosto sem acreditar que esse garoto tá na frente dela. Parece que ele também é famoso. Eu só queria saber em que mundo eu vivo, que nunca soube da existência desse povo?!

— E eu sou o Peter, é claro. — Ele se apresentou com aquele sorriso lindo e por um momento esqueci que tinha que apresentar minhas amigas também.

— Ronda, Becky e Bella, que sou eu. — Fui mais rápida.

— Agora sei porque o Peter casou com você, assim de repente. — Scott me analisou. — Você é gostosa pra caralho!

Escroto! 

Peter deu um tabefe na cabeça dele. — Menos Scott.

Bem feito.

— Vamos entrar? — Noah perguntou mais apressado e a Ronda não demorou pra acompanhá-lo.

[...]

Era a mesma boate da outra vez. Mas tinha uma diferença: eles.

Que ser humano é Scott? Nossa, ele nasceu sem noção das coisas. Bebe muito e dança parecendo aquele monstrinho verde que o povo manda no W******p. Ele e Becky se deram muito bem. Eu nem quero imaginar o que pode sair disso.

Enquanto isso, Ronda tentava conquistar o Noah, que parece que não gosta muito de garotas do tipo dela. Ele sempre tá passando o olho pela boate, deve estar à procura de alguém que se interesse.

Já eu e o Peter, estamos tomando uísque perto da mesa.  Eu não sei como agir. Eu danço com as meninas? Danço com ele? Não danço? Ele também parece tão confuso. Nervoso. Sua mão tá gelada e ele mal olha pra mim.

Nós só fazemos merda viu. Casar foi demais.

— Tudo bem? — ele cochichou no meu ouvido e passou o braço por minha cintura. Assenti e sorri enquanto tentava não pirar com essa proximidade da gente. Ele é muito atraente, eu não resisto a esse cara.

E eu já tô é ficando bêbada... aí é que eu não vou resistir mesmo.

 Ele me abraçou de repente e beijou meu rosto, segurou meu queixo, virando meu rosto para ele e começou a beijar minha boca.

Caralho! Filho da mãe! Nem pediu licença!

Pior que ele beija bem.

Eita beijo gostoso!

Eu retribuí muito. É meu esposo agora, então eu posso tomar posse.

A gente se pegou de verdade. Ele colou seu corpo no meu e eu passei minhas mãos por sua nuca, com os dedos entre os fios dos seus cabelos e segurei.

Nunca mais eu tinha ficado assim com alguém.

Gente... que beijo gostoso. Quentinho, doce... os lábios dele são tão macios... Não quero parar.

Depois de um longo beijo, ele parou por um instante e ficou me encarando com o rosto perto do meu.

Bora continuar o teatro, meu filho, que eu tô gostando!

— A gente tem que agir como um casal recém casado né? — ele perguntou aparentemente constrangido.

Eu assenti com um pequeno sorriso constrangido. Acho que eu fui no céu e voltei. Esqueci completamente que era só um beijinho pra manter as aparências.

— Você não vai querer me matar quando a gente chegar no hotel não, né? Por eu te beijar? — seus lindos olhos castanhos se voltaram aos meus.

Ele não pode ser o cretino das revistas. Não mesmo.

— Não vou te matar. — Sorri. — A gente tem que parecer um casal apaixonado, não é mesmo?

Ele assentiu e encostou a boca de novo na minha. Hesitou por um tempinho. Lerdo viu!  

Então eu voltei a beijá-lo, passando meus braços por seu pescoço de novo.

[...]

 — Miga você pode ir no banheiro comigo? — Ronda me cutucou, atrapalhando minha conversinha com o Peter sobre a Becky e o Scott.

Eles são muito engraçados juntos. Ele é legal. Sim, ele é legal. Eu me equivoquei em julgá-lo por sua fama.

Pensei duas vezes antes de a acompanhar. Eu vou deixá-lo sozinho? E se ele fizer alguma merda?

— Pode ir. Eu fico aqui te esperando. — Ele soltou minha mão.

Será que é uma boa ideia? E se aparecer alguém atrás dele?

— Peter... — Noah se aproximou da gente.

Ótimo, agora eu vou.

— Daqui a pouco eu volto. — Acompanhei a Ronda pelo meio da boate e chegamos à fila do banheiro.

— E essa pegação toda, hein? É só teatro ou tem verdade? — ela me encarou com um sorriso pretensioso. Eu acabei sorrindo. Não sei esconder as coisas.

— Um teatro muito bom por sinal.

— Safada. Tá aproveitando, né? Tenho que admitir, ele é mais gato ainda pessoalmente.

— Né?! E ele nem parece ser aquele cara das revistas. — Olhei na direção deles e ainda consegui ver seu rosto pela fumaça.

Ele é alto, não é difícil de encontrar.

— O Noah é tão lerdinho... — ela comentou desapontada e eu ri. — Eu daria pra ele a noite toda.

Gargalhei.  — Quem não?

— Você, que casou. — Ela lembrou. — Será que o teatrinho vai se estender até o hotel?...

Eu não tinha pensado nisso.

— Não sei. Não sei mesmo.

[...]

Depois que a Ronda usou o banheiro, nós voltamos para onde os meninos estavam e eu já encontrei uma galinha ciscando no meu terreiro.

O rapaz atrai mulher o tempo todo!

Cheguei perto dele e a garota estava toda cheia de papo. Será que ela não viu as notícias não?

— Oi. — Sorri pra ela e segurei a mão dele, ficando encostada em seu corpo. Ela reparou no mesmo instante.

— Oi! Eu sou muito sua fã, Bella. — Ela contou empolgada.

Se fosse saberia que dar encima do marido alheio é feio.

— Que legal. — Soltei uma risada esquisita. 

Ela ficou meia sem graça com a gente e logo pediu licença pra buscar bebida. Peter tá escondendo o sorriso.

— Você é bem famosa...

— Você também né... — encarei o povo dançando, encostada no balcão, ao lado dele.

— Vamos dançar. — Decidiu, me arrastando pra pista de dança.

Estava tocando uma música mais lenta, o que é estranho numa balada, mas com salto que estava usando, não arriscaria dançar música agitada. Então essa estava ótima pra dançar abraçadinho com o "crush".

— A gente podia tirar uma foto, né? — sugeriu enquanto dançamos grudados.

— E colocar uma legenda romântica. — Ri.

— Sim. — Senti sua bochecha franzi colada no meu rosto. Ele deve tá sorrindo. — Escuta, a gente vai precisar fazer a parede de travesseiros, como nos filmes?

Eu sorri. — Não sei. Você espaçoso é?

— Não... Acho.

— Então não vai precisar... Acho.

Principalmente se a gente dormir de conchinha...

[...]

Entramos no quarto quase sóbrios. Não sabia pra onde Scott foi com a Becky, não sabia se Ronda arranjou alguém... Só sabia que nós fomos embora da festa.

Eu ainda estava cansada da noite anterior.

Mas foi tudo muito bom. Faz tempo que não saía de casalzinho com alguém.

Acho que já estou super iludida com essa história.

Tomei um banho e vesti um pijama confortável. Assim que saí do banheiro, ele entrou. Eu sentei na poltrona como boa dama que sou e esperei ele sair pra perguntar sobre o lado da cama.

Eu gosto de dormir perto da parede.

Meu celular bombou de mensagens de novo. Fechei tudo e respirei fundo, contando até 10, para não abrir nada.

(Toque de notificação)

O celular dele ficou com a tela ligada, bem perto de mim. Eu não pude não ver o que era. Estava muito perto de mim.

Mensagem de Grazy.

Quem é Grazy? Será que é alguma peguete fixa dele?

Ele saiu do banheiro, secando os cabelos com a toalha e eu fingi que não vi nada.

Eu não aguento ver ele sem camisa e não babar.

Poxa, eu ando muito carente.

— Pensei que você já tinha capotado.

Sorri. — Qual o lado da cama que você gosta de dormir?

— O da parede.

Ah não. Meu sorriso desmanchou.

— E você?

— O da parede também. — levantei.

— Sério? — ele riu. — Vamos ter que tirar no par ou ímpar então.

Eu só perco no par ou ímpar.

— Tá bom. Eu escolho par.

— Ímpar. — Escondemos as mãos e mostramos no mesmo instante. 

 Ímpar. Ele ganhou. Vai ser a pior noite. Provavelmente vou cair da cama.

— Desculpa, gata. — Ela pendurou a toalha no banheiro.

— Tudo bem. — Tentei me conformar. Merda viu.

Nem pra isso eu tenho sorte. Deitei no meu lado da cama e como ele esperava, eu capotei.

[...]

4 horas da manhã...

 Acordei num susto daqueles. Eu quase caí da cama, mas o Peter me segurou pela cintura e puxou-me de volta. Meu coração foi na boca e voltou. Acho que dá dando pra ouvir meu coração bombeando.

— Relaxa. Eu não vou deixar você cair. Pode dormir. — Ele me abraçou em conchinha e eu fui relaxando até pegar no sono de novo.

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