Vincet desligou e sentiu que precisava urgentemente de um banho frio. Sua cabeça estava quente demais para aquele momento. Só de lembrar de tudo que Lukas havia contado ela fazia seu sangue ferver. Aquele maldito Cristian, aquele em quem ela havia tocado diversas vezes, não só estava atrás de Alicia, mas era o ex-obsessivo de Juliana.Quão pequeno era o mundo quando as duas mulheres que ele estava de olho eram parentes delas... ou talvez tivessem algo a ver com isso. Vincet ficou atencioso, afinal, depois de pesquisar sobre Cristian, ele não teve muito tempo na universidade trabalhando.Ahhh, a cabeça dele doía e ainda era muito cedo. Ela empurrou o cabelo para trás e entrou na sala, aproximando-se de Alicia. Ela havia virado de bruços e ele se inclinou para dar um beijo em seu ombro nu, a pele macia da garota era deliciosa e várias ideias passaram por sua cabeça, mas ele iria deixá-la descansar primeiro. Eles tinham tempo... bem, não muito, ela teria que se preparar se realmente o aj
Liliana desligou o celular com um enorme sorriso e se virou para Maryo deitada no sofá da sala. Ele ergueu uma sobrancelha escura ao notar a mudança no semblante de seu parceiro.-Por que estás tão feliz? Até um momento atrás você estava gritando comigo como um louco - ele disse sem nenhum remorso como se não tivesse perdido uma quantia significativa de dinheiro.-Quem você acha que finalmente está grávido?- Liliana correu e sentou ao lado dele. Seu rosto parecia brilhar.-Bem, a única que pode ser, Alicia, quem mais.Liliana estalou a língua para o homem de cabelo curto e escuro.-Bem, se Alicia, e seu querido marido agora, quiserem nos dar dinheiro, em troca de deixá-la com ela durante a gravidez e até o primeiro ano de seu filho. Incrível, eu já sabia que minha filha ia gostar. Um pênis gostoso como ele não resiste a uma garota virgem.Maryo sentou-se no sofá com a testa franzida.-Isso não cheira tão bem- como policial seu instinto lhe disse que algo não batia certo.-Que diabos v
Para surpresa e alívio de Juliana, Cristian não estava por perto quando chegaram na casa dela. Ela havia ficado no carro estacionado um quarteirão atrás e, graças às janelas escuras, não conseguia ver o interior. Quando Lukas voltou ele lhe disse que tudo estava claro e ele acreditou em suas palavras sem dúvida... bem, o homem estava preparado, não foi fácil passar por ele.Então ela conseguiu entrar em sua casa um pouco mais tranquila. Mesmo assim, ele rapidamente juntou as roupas em uma mala e algumas coisas necessárias. Embora depois de fazer as malas ele percebeu que havia economizado o suficiente para passar mais de um mês na casa de Lukas, e lavar as roupas duraria mais.Ela mordeu o lábio inferior. Talvez ela tivesse valorizado tanto a ideia de ficar na casa dele. Não, ele não deveria confiar tanto, olha o que tinha acontecido com ele. E eu senti que estava indo rápido demais com Lukas e se...-Cachorrinho- os braços do homem em quem ela estava pensando naquele momento a envolv
Juliana olhou para o lado com o canto do olho. O seu copo já estava completamente vazio, por isso não tinha muito por onde fugir.-Vais mesmo continuar a olhar para mim dessa maneira?-Lukas não escondeu o seu sorriso de satisfação durante todo o tempo em que o homem se foi embora, nem mesmo enquanto bebia a sua bebida, que estava meio cheia, só estou a olhar para a minha p-a-r-e-j-a.-Foi só... uma desculpa para me afastar daquele tipo- bebeu um gole e quase se engasgou.-Lukas deu-lhe uma palmadinha nas costas e depois tirou um lenço para limpar o canto da boca.Juliana tinha uma careta no rosto.-A sua bebida é...-Vodka, mel, e vodka forte. Se não estiveres preparada, podes engasgar-te- a mão dele continuou a massajar-lhe as costas.-Não sabia que ias beber uma coisa dessas. Não é uma bebida normal que se tome quando se está a conduzir.Lukas levantou os ombros.É ilegal conduzir embriagado, mas no meu caso o álcool não me afecta assim tanto, e foi só este bocadinho que bem... qua
Juliana não se podia queixar.A divertir-se... bem, a divertir-se muito. Exausta, bem, bastante exausta. Só queria chegar a casa e cair na cama depois de um duche, possivelmente para ser ajudada pelo mesmo homem que a tinha deixado exausta. E esse mesmo homem arrastava-a para fora do estabelecimento, empurrando as pessoas para fora do caminho.Depois de fazer isso junto ao bar, de dançar até lhe doerem os pés e de voltar a comer num canto, embora não até ao fim... bem, sim, a noite tinha sido longa. Iria amanhecer em breve e eles tinham acabado de festejar.Não era mau de vez em quando. Ela sente-se relaxada. Ainda mais quando a brisa da noite lhe batia no rosto.Isto tem de ser repetido de vez em quando- disse Lukas com um sorriso, virando-se para ela e, para surpresa de Juliana, pegou nela ao colo, -vamos levar o cachorrinho cansado para casa.Juliana agarrou-se ao colarinho dele e não protestou. Não o faria. Simplesmente fechou os olhos e escondeu o rosto na curva do pescoço dele.
Vincet sentiu-se muito desconfortável quando deixou Alicia em casa e conduziu, já tarde da noite, em direção à esquadra da polícia. O que tinha começado por ser o tutor de uma simples rapariga estava agora a tornar-se algo maior.Uma vez que a Alicia não era deficiente mental, como a sua mãe dizia.Que a pessoa que a assediava pertencia a uma família de alto nível e que o problema não era o dinheiro, mas a sua capacidade de fazer desaparecer os factos sem que nada acontecesse.Que a mesma pessoa era o ex-companheiro do médico que a estava a tratar.E se a tudo isso juntarmos o facto de Cristian ter o cadastro limpo, apesar de ter as mãos sujas... e de, além disso, o padrasto de Alicia ser polícia.Oh, havia uma peça que ele precisava de acertar. Tudo estava relacionado de uma forma que não lhe agradava. E o mais preocupante é que tanto Alicia como Juliana estavam enredadas e eles estavam... relacionados com elas.Parou em frente à esquadra e saiu com o sobrolho franzido. A fiança não
A Alice estava aterrorizada.Estava sozinha em casa, com um homem desconhecido, muito maior do que ela e que claramente não tinha boas intenções... e esta cena pareceu-lhe tão familiar que a levou de volta ao tempo em que vivia com a mãe.Ainda se lembrava da forma como o padrasto a tinha olhado naquela noite, a tinha desprezado e a tinha feito sentir-se uma mulher sem valor.-Tens de ser forte, viver no passado só te trará frustração e dor. Luta contra isso, mesmo que o medo te invada- recorda as palavras de Juliana, e dessa vez lembra-se que lhe pareceu que as dizia mais para si própria do que para o seu paciente.-Ali, já não estás sozinha- são agora as palavras de Vincet.E era verdade, já não estava sozinha, não podia comportar-se sempre como a donzela em perigo, e tinha estado a trabalhar em si própria. Se ela se tinha metido neste sarilho, tinha de encontrar uma saída.Mas não foi assim tão fácil, especialmente quando o homem se lançou sobre ela, mas ela não deixou que o medo a
Como se aquela noite estivesse a ser muito problemática. Era o pensamento de Vincet, que conduzia quase como um louco, saltando por cima de semáforos de todas as cores, e com um Lukas que era melhor não abrir a boca naquele momento, porque a cozinharia com uma agulha romba. Sim, eu estava mesmo chateado, e não era só por causa de todos os problemas que se tinham desenvolvido uns atrás dos outros, mas porque não tinha previsto que eles pudessem ir atrás da Alicia.Estalou a língua por não sei que horas e apertou com tanta força a borda do comando do carro que os nós dos dedos ficaram brancos.-A Juliana já te disse que está com a Alicia, que está bem, um pouco perturbada, mas bem.Teve de se calar perante o olhar que recebeu do diretor-geral. Talvez dizer-lhe para se acalmar não fosse a melhor opção para o estado em que se encontrava. Mas o secretário perguntava-se se chegariam lá vivos, porque parecia que se iam despenhar a qualquer momento.Nessa altura, tinham conseguido tirá-lo da