Para surpresa e alívio de Juliana, Cristian não estava por perto quando chegaram na casa dela. Ela havia ficado no carro estacionado um quarteirão atrás e, graças às janelas escuras, não conseguia ver o interior. Quando Lukas voltou ele lhe disse que tudo estava claro e ele acreditou em suas palavras sem dúvida... bem, o homem estava preparado, não foi fácil passar por ele.Então ela conseguiu entrar em sua casa um pouco mais tranquila. Mesmo assim, ele rapidamente juntou as roupas em uma mala e algumas coisas necessárias. Embora depois de fazer as malas ele percebeu que havia economizado o suficiente para passar mais de um mês na casa de Lukas, e lavar as roupas duraria mais.Ela mordeu o lábio inferior. Talvez ela tivesse valorizado tanto a ideia de ficar na casa dele. Não, ele não deveria confiar tanto, olha o que tinha acontecido com ele. E eu senti que estava indo rápido demais com Lukas e se...-Cachorrinho- os braços do homem em quem ela estava pensando naquele momento a envolv
Juliana olhou para o lado com o canto do olho. O seu copo já estava completamente vazio, por isso não tinha muito por onde fugir.-Vais mesmo continuar a olhar para mim dessa maneira?-Lukas não escondeu o seu sorriso de satisfação durante todo o tempo em que o homem se foi embora, nem mesmo enquanto bebia a sua bebida, que estava meio cheia, só estou a olhar para a minha p-a-r-e-j-a.-Foi só... uma desculpa para me afastar daquele tipo- bebeu um gole e quase se engasgou.-Lukas deu-lhe uma palmadinha nas costas e depois tirou um lenço para limpar o canto da boca.Juliana tinha uma careta no rosto.-A sua bebida é...-Vodka, mel, e vodka forte. Se não estiveres preparada, podes engasgar-te- a mão dele continuou a massajar-lhe as costas.-Não sabia que ias beber uma coisa dessas. Não é uma bebida normal que se tome quando se está a conduzir.Lukas levantou os ombros.É ilegal conduzir embriagado, mas no meu caso o álcool não me afecta assim tanto, e foi só este bocadinho que bem... qua
Juliana não se podia queixar.A divertir-se... bem, a divertir-se muito. Exausta, bem, bastante exausta. Só queria chegar a casa e cair na cama depois de um duche, possivelmente para ser ajudada pelo mesmo homem que a tinha deixado exausta. E esse mesmo homem arrastava-a para fora do estabelecimento, empurrando as pessoas para fora do caminho.Depois de fazer isso junto ao bar, de dançar até lhe doerem os pés e de voltar a comer num canto, embora não até ao fim... bem, sim, a noite tinha sido longa. Iria amanhecer em breve e eles tinham acabado de festejar.Não era mau de vez em quando. Ela sente-se relaxada. Ainda mais quando a brisa da noite lhe batia no rosto.Isto tem de ser repetido de vez em quando- disse Lukas com um sorriso, virando-se para ela e, para surpresa de Juliana, pegou nela ao colo, -vamos levar o cachorrinho cansado para casa.Juliana agarrou-se ao colarinho dele e não protestou. Não o faria. Simplesmente fechou os olhos e escondeu o rosto na curva do pescoço dele.
Vincet sentiu-se muito desconfortável quando deixou Alicia em casa e conduziu, já tarde da noite, em direção à esquadra da polícia. O que tinha começado por ser o tutor de uma simples rapariga estava agora a tornar-se algo maior.Uma vez que a Alicia não era deficiente mental, como a sua mãe dizia.Que a pessoa que a assediava pertencia a uma família de alto nível e que o problema não era o dinheiro, mas a sua capacidade de fazer desaparecer os factos sem que nada acontecesse.Que a mesma pessoa era o ex-companheiro do médico que a estava a tratar.E se a tudo isso juntarmos o facto de Cristian ter o cadastro limpo, apesar de ter as mãos sujas... e de, além disso, o padrasto de Alicia ser polícia.Oh, havia uma peça que ele precisava de acertar. Tudo estava relacionado de uma forma que não lhe agradava. E o mais preocupante é que tanto Alicia como Juliana estavam enredadas e eles estavam... relacionados com elas.Parou em frente à esquadra e saiu com o sobrolho franzido. A fiança não
A Alice estava aterrorizada.Estava sozinha em casa, com um homem desconhecido, muito maior do que ela e que claramente não tinha boas intenções... e esta cena pareceu-lhe tão familiar que a levou de volta ao tempo em que vivia com a mãe.Ainda se lembrava da forma como o padrasto a tinha olhado naquela noite, a tinha desprezado e a tinha feito sentir-se uma mulher sem valor.-Tens de ser forte, viver no passado só te trará frustração e dor. Luta contra isso, mesmo que o medo te invada- recorda as palavras de Juliana, e dessa vez lembra-se que lhe pareceu que as dizia mais para si própria do que para o seu paciente.-Ali, já não estás sozinha- são agora as palavras de Vincet.E era verdade, já não estava sozinha, não podia comportar-se sempre como a donzela em perigo, e tinha estado a trabalhar em si própria. Se ela se tinha metido neste sarilho, tinha de encontrar uma saída.Mas não foi assim tão fácil, especialmente quando o homem se lançou sobre ela, mas ela não deixou que o medo a
Como se aquela noite estivesse a ser muito problemática. Era o pensamento de Vincet, que conduzia quase como um louco, saltando por cima de semáforos de todas as cores, e com um Lukas que era melhor não abrir a boca naquele momento, porque a cozinharia com uma agulha romba. Sim, eu estava mesmo chateado, e não era só por causa de todos os problemas que se tinham desenvolvido uns atrás dos outros, mas porque não tinha previsto que eles pudessem ir atrás da Alicia.Estalou a língua por não sei que horas e apertou com tanta força a borda do comando do carro que os nós dos dedos ficaram brancos.-A Juliana já te disse que está com a Alicia, que está bem, um pouco perturbada, mas bem.Teve de se calar perante o olhar que recebeu do diretor-geral. Talvez dizer-lhe para se acalmar não fosse a melhor opção para o estado em que se encontrava. Mas o secretário perguntava-se se chegariam lá vivos, porque parecia que se iam despenhar a qualquer momento.Nessa altura, tinham conseguido tirá-lo da
Por essas razões, Vincet gostava de ter dinheiro, porque se houvesse uma situação como a atual, podia resolvê-la rapidamente, dando-lhe espaço para resolver outros assuntos. Foi por isso que conseguiu alugar uma suite central com dois quartos num hotel a meia hora da sua casa, e onde, pagando um pouco mais, os seus nomes não tinham sido registados, o que também ajudou a ter lá os seus contactos. Mas, na altura, não era possível localizá-los. Alguém estava a mexer os cordelinhos nos bastidores e a situação já estava a ficar muito perigosa.Ouviu uma batida na porta que o fez sair dos seus pensamentos e olhou para ela. Naquele momento, ele, Alicia e Juliana estavam na sala de estar, à espera de algo leve para comer e de alguns chás calmantes para as mulheres.O diretor executivo aproximou-se e espreitou pela fresta, era um dos empregados do hotel e abriu-lhe a porta, mas não o deixou entrar. Naquele momento, todas as medidas eram necessárias e ele estava sozinho para os proteger, enquan
Lukas entrou no quarto e verificou que a cama estava vazia, tal como a varanda, embora num dos cadeirões do quarto estivessem as roupas que Juliana tinha vestido durante o dia. Não havia barulho de lado nenhum, mas a porta da casa de banho estava entreaberta.Desapertou o colarinho da camisa e entrou silenciosamente. Depois de tudo o que tinha acontecido, tomar banho com a sua cachorrinha era realmente relaxante. E depois pedir-lhe para lhe dar mimos e carícias na sua cara magoada depois do golpe do Cristian, bem....Para sua surpresa, o duche estava vazio e o corpo da mulher estava dentro da banheira. Ela não se mexia. O coração de Lukas bateu com medo e ele correu para lá, metendo as mãos na água e endireitando-a.Juliana, Juliana- chamou-a, aterrorizado. E se alguma coisa lhe tivesse acontecido, ele até pensou tê-la visto mais pálida do que o habitual. As mãos dela estavam a tremer quando...-Lukas- ouviu a voz dele.Juliana abriu lentamente os olhos para se concentrar nele. Uma ex