No dia seguinte caminhamos em direção à casa de Vitor que fica alguns metros de distância da nossa, na direção oposta da ala dos empregados e da casa de Miguel.
Logo que avisto a casa térrea branca com uma grande varanda, construída bem no meio de enormes árvores, suspiro. Um tapete verde de grama a cerca inteirinha. As grandes janelas abrigam jardineiras floridas com flores vermelhas e brancas.
—Linda! —Exclamo entusiasmada.
—Espere para conhecer o interior dela. —Vitor diz me puxando pela mão e deixando meu pai e Maria para trás.
Eu sorrio feliz e abraço meu irmão. Entro na casa e olho tudo. Cada cômodo reparando em cada detalhe. Os móveis brancos, as cortinas cinza-claros, em conjunto com os tapetes coloridos e os quadros abstratos de cores vivas. Simplesmente espetacular.
—Quem decorou?
—Eu e Jé
MiguelMinha respiração se torna irregular, sua promessa e a verdade que ela fez quase me fazem engasgar com a minha saliva. Ela se vira e sai com passos decididos para fora da minha casa. Fico paralisado olhando-a se afastar, os cabelos ondulando em suas costas. Aspiro o ambiente para me acalmar, mas nem assim consigo já que seu perfume ficou no ambiente. Eu me sinto um vulcão prestes a entrar em erupção. Um arrepio atravessa o meu corpo inteiro com essa sensação gostosa de adrenalina que ela me provoca, é como se vida tivesse sido injetada nas minhas veias, mas então minha expressão fica carrancuda quando começo a me martirizar por ter deixado as coisas evoluírem entre nós no passado. Eu passei dos limites, fui longe demais. Eu não poderia ter me envolvido com a filha do patrão.— Deus! — Exclamo baixinho, esfregan
No dia seguinte acordo cedo para cavalgar. Coloco um biquíni vermelho; por cima uma camiseta branca e um jeans azul escuro. Prendo os cabelos em um rabo de cavalo e calço um par de botas de montaria.Quando entro na sala de jantar, avisto papai e Vitor tomando café. Eles sorriem para mim.— Levantou cedo. —Papai comenta.—Vou cavalgar. Estou morrendo de saudades da fazenda, sentir esse ar fresco da manhã. E eu ainda não vi as melhorias que o senhor fez. Quero ver o lago artificial, quero ir também até o lago pedra alta que está cheio. Matar a saudade da maravilhosa paisagem.—Faz bem, o melhor horário é agora cedo.—Jéssica virá me ver hoje à noite. Vocês podem aproveitar para colocar os assuntos em dia. —Vitor diz, limpando a boca com o guardanapo. —Hoje pretendo ver com ela a data do casamento.—I
Eu relanceio os olhos para ele, Miguel se serve de qualquer jeito, ele nem vê o que coloca no prato. Acredito que para disfarçar, atento a mim. Parece que se ele comer capim hoje, não irá sentir nem o sabor.—Não está vendo? É óbvio, não é? Vim comer ao ar livre. Com certeza não foi para ver você, que pelo visto, ainda não tomou banho. — Eu torço meu nariz olhando sua camiseta suja.—Engraçadinha! Seu pai sabe que está aqui? —Ele pergunta em forma de ameaça atrás de mim, quando eu caminho para uma das mesas.Levanto a cabeça pedindo paciência aos céus.—Sou maior de idade, não preciso mais dar satisfações a meu pai e muito menos a você. Ele não pode mais me ameaçar a voltar para Londres e terminamos tudo, lembra? Nem você manda mais em mi
MiguelLaura me tira do sério seguro seus ombros com raiva, minha vontade é de sacudi-la exigindo paz. Eu agarro seus braços, irado, nervoso, pronto para dizer um monte, desmentir suas falas, mas sem o apoio da bengala minha perna falha e desequilibrado vou ao chão, como estou segurando Laura, sem querer a levo junto. Sinto o baque do meu corpo na areia fofa, Laura em cima de mim. Seu corpo macio, quente me deixam louco. Na hora fico duro, minhas bolas doem de desejo, ao mesmo tempo que reteso os músculos do meu corpo me fechando para ela. A dor na minha perna me traz para a realidade. Resmungo baixo. Ela me faz lembrar do motivo de nossa separação e tento desesperadamente me erguer e não dar brecha para o desejo descomunal que sinto por Laura. Mas as mãos de Laura seguram meus ombros e ela monta em cima de mim. Tento desviar os olhos dos seus nos meus e não consig
Depois do banho, coloco um vestido de algodão branco, leve, pois está muito calor. Deito-me na cama, mas de ouvidos atentos ao barulho do motor do carro do meu papai. Acabo adormecendo, fatigada pelas emoções do dia. Quando ouço o carro estacionar, saio do meu quarto e entro na sala. Uma raiva começa a rugir em todo o meu corpo, como um animal selvagem. Meu pai sabe de algo, e pode estar por trás de Miguel ter se afastado de mim. Ele se aproveitou da doença de Miguel, e o ameaçou, dizendo que se ele não se afastasse de mim, ele o mandaria embora. Ele e Maria.Entro na sala, ele me encara silencioso, com um olhar aflito, como se ele esperasse que um dia eu fosse lhe perguntar algo. Eu vou até ele e agarro sua mão sem dizer uma palavra e o conduzo até seu escritório, fecho a porta.—Por que estamos aqui? —Papai me pergunta, me estudando.—Miguel! &md
Sexta-feira à noite...Deus! Eu me sinto nervosa.... Esse é o sentimento que me toma enquanto eu olho cada centímetro do bar All In.Ah, e muito deslocada também. Começo a vasculhar tudo, de ponta a ponta, para ver se vejo Miguel.Ele ainda não chegou.Rafael Gailmord está sentado ao lado de Jéssica. Eles ocupam uma mesa de canto, próximo a pista de dança. Quando nossos olhos se encontraram, ele pisca para mim. Eu engulo em seco, e o meu coração se agita no peito de nervoso. Desvio meus olhos dos dele e fito meu irmão que sorri para mim de forma maliciosa.Adoro ter um irmão Stand-by, mesmo que a verdade esteja no seu nariz, ele demora a enxergar, ou ligar uma coisa com outra. Não que fosse burro, pelo contrário, ele é muito inteligente, mas ele só se liga quando algo lhe interessa, aí ele é bem esperto. Mas ag
Laura— Laura. — Jéssica sussurra. — Miguel, está vindo em nossa direção.—Onde? —Stand-by perguntou alto.—Vitor, vamos dançar? —Jéssica o convida com um lindo sorriso.—Essa música? —Ele resmunga. —Gostaria de uma mais lenta, para dançarmos juntinhos.Jéssica se levanta e o puxa.—Vem, vamos!—Tudo bem! O que você não me pede que eu não faça meu tesouro?Quando eles se afastam, eu pergunto para Rafael.—Ele está vindo mesmo?—Está. Não sabia que ele era deficiente?Eu estremeço com as falas dele.—Sim, ele tem problema na perna. Meu Deus! O que eu faço?—Só fica calma. —Rafael diz pegando minha mão e levando aos lábio
Meu corpo está ereto, tenso, minhas mãos aninhadas no meu colo, meu rosto timidamente virado em sua direção. Ele me olha com um olhar triste ao mesmo tempo doce e eu sinto como se fosse desmaiar um pouco.—Antes de qualquer coisa, quero que saiba que tudo que fiz, foi pensando em você.É um começo errado... Como ele pode me dizer uma coisa dessas?—Pensando em mim?—Sim. —Ele me diz suavemente.Eu sinto meu sangue subir até minhas faces.—Eu não estou entendendo. Como assim? Por quê? —Eu questiono. —Diferença de classe social? Por causa do financeiro? Nossa diferença de idade? Sua deficiência. Desculpe-me, mas eu não vejo razão para termos nos separado.—Não, Laura, não foi nada disso. Eu já tinha superado tudo isso.—Então, por quê