Fernanda Me levanto e em sequência começo a me vestir. Pietro fazia o mesmo, sem tirar os olhos de mim por um instante sequer, ele estava preocupado, por mais que tentasse demonstrar firmeza e me passar tranquilidade, eu já o conhecia o suficiente para conseguir identificar que ele sabia que àquela louca não estava blefando e que tinha meios para levar adiante suas malditas ameaças. Mas, tínhamos um ao outro e com Deus ao nosso lado, nenhum mal# conseguiria nos atingir, nunca mais. Termino de calçar meu tênis e fico de pé caminhando até a poltrona, onde estava a minha bolsa. Nesse momento meu telefone começa a apitar sem parar, sinalizando que mensagens haviam chegado, Pietro se aproxima curioso, engulo seco e corro para ver quem era, pedindo à Deus que fosse a minha mãe. Ao olhar para a tê-la vejo que era o número dela, solto um ar de alívio e prontamente abro a mensagem que apenas dizia:"Fernanda, você precisa vir urgente para sua casa, se ainda deseja falar com a sua mãe."Nesse
FernandaSinto uma mão em cima do meu ombro, era Pietro, que percebendo minha aflição e que eu sequer tinha forças, me ajuda a levantar. Dou passos firmes para entrar ma casa, que estava irreconhecível, as paredes que antes tinham a cor branco gelo, estavam completamente cinzas e os móveis todos destruídos pelo fogo que havia invadido toda a casa. Meus olhos estavam embaçados por tanto chorar, meu corpo mais trêmulo do que uma geléia e quando eu buscava por respostas, ouço a voz anasalada da dona Mirtes, a vizinha da casa ao lado e grande amiga da minha mãe dizer:— Até que enfim você chegou, Fernanda. Onde estava menina?Aflita, eu a encaro, e ao invés de dar a resposta que ela esperava, eu logo pergunto:— Dona Mirtes, o que aconteceu? Onde está a minha mãe?— A casa de vocês sofreu um princípio de incêndio, os bombeiros disseram que provavelmente foi acidental, mas ainda será feita a perícia. Contudo, a Celina foi encontrada desacordada na cozinha e por ter inalado muita fumaça, fo
FernandaAssim que chegamos no hospital, sequer olho para Pietro e imediatamente abro a porta, descendo do carro. Com passos largos sigo para a recepção da ala da emergência, afim de ter notícias sobre a minha mãe. Ao chegar, sou atendida por uma mulher de meia idade, que me diz que o médico que atendeu a minha mãe me atenderá em breve. Agradeço e me afasto, ficando de pé em frente à janela. Pietro a todo instante ao meu lado, mas não dizia mais nada, afinal, nesse momento nada que ele fizesse ou dissesse mudaria minha postura. Nossa separação é um fato, e não mudará. Após alguns minutos, um homem alto, aparentemente com a mesma idade do Pietro, vestido de branco se aproxima e vai logo dizendo:— Familiares da paciente Celina Gusmão. Corro e erguendo uma das mãos, logo falo:— Aqui doutor, sou filha da paciente. Como minha mãe está? — pergunto aflita e Pietro se aproxima ficando ao meu lado — Sua mãe está no CTI... — ao ouvir isso solto um grito e em seguida coloco as mãos na boca
Ainda no Hospital Central...Fernanda Sem conseguir deixar de encarar a culpada por tudo o que aconteceu, e com uma vontade desenfreada de destruí-la, dou passos firmes em sua direção. Mas, sou impedida de fazer o que eu tanto desejava, ao ouvir a voz de dona Júlia, que surpresa com minha presença no hospital, prontamente questiona.— Fernanda? Você não deveria estar aproveitando o seu dia de folga, minha querida? — dona Júlia prontamente me dá um abraço terno, era tudo o que eu necessitava nesse momento, um carinho e alguém que me dissesse que tudo ficaria bemMas, infelizmente ao abrir os olhos, a minha realidade estava ali parada diante de mim, vestindo sua roupa de grife e com um olhar de lince, demonstrando que estava atenta à todos os meus passos e qualquer atitude errada por minha parte, eu sofreria as conseqüências. A fuzilo com o olhar, e quando penso em dizer algo, dona Júlia se adianta em seu questionamento e me impede de voar na garganta daquela ave de rapina em forma de
Fernanda Dona Júlia se surpreende com tudo o que ouve e eu ali, parada tentando com todas as forças me segurar, para não pôr para fora toda a verdade que estavs engasgada na minha garganta.— Meu Deus! Então, a sua mãe, foi a senhora que chegou a pouco, e que está na mesma ala que a minha Antonela. — Dona Júlia fica estarrecida e eu desacreditada com tantas coincidências Então, aquela senhora que estava no leito ao lado da minha mãe, era a filha da dona Júlia e mãe dessa desgraçada da Anna? Meu Deus, com a mãe correndo risco de vida, essa maldita tentou ceifar a vida da minha mãezinha? Como ela pôde? Essa mulher não é humana, ela é um demônio!Pensando nisso, a encarando com ódio e percebo seu olhar de fúria sobre mim, em cada gole que ela dava no seu copo de café, parecia que ela me espraguejava e eu me sentia uma presa sendo marcada para em breve ser abatida."Misericórdia, Jesus. Me guarda Senhor e livra minha mãe de todo mal#." — eu suplicava, implorando pelo cuidado de Deus
FernandaAo ouvir tudo aquilo de dona Júlia, encaro Anna com ódio, pois ali estava mais uma prova de sua culpa e para minha desgraça, eu não tinha como comprovar absolutamente nada. Respiro fundo, me contenho ao vê-la finalmente se afastar e fico sentada ansiosa por novidades à respeito da minha mãe. Minutos depois, dona Júlia é solicitada por uma médica, com certeza para saber algo sobre a filha. Ela prontamente levanta, e eu fico ali, sentada, com minhas angústias, incertezas, pensamentos e lembranças que não me deixavam em paz. Fecho os olhos, e em minha memória surge o rosto do Pietro, o seu sorriso, suas palavras de conforto e tudo o que vivemos à poucas horas. Solto um suspiro, cheio de saudades, mas também de preocupação por não saber do seu paradeiro e não vou negar, que estava louca que ele estivesse ali comigo. Pois, só através dele e do seu amor, que eu conseguiria a força necessária, para suportar todas essas punhaladas, que eu insistentemente, estava recebendo da vida.
Fernanda— Alô! Quem fala? — a voz imponente, agora mais do que nunca, deixava bastante explícito que se tratava de um homem poderoso— Senhor Antônio, sou eu, Fernanda. — falo com a voz falha— Fernanda! Quanto tempo. Como estás ragazza? — senhor Antônio fala descontraído, obviamente que isso logo mudaria, assim que eu começasse a falar — Poderia estar muito melhor, mas tenho certeza que com sua ajuda, tudo poderá mudar. — falo firme e percebo a voz dele mudar gradativamente— O que houve ragazza? Precisa de ajuda? — senhor Antônio pergunta curioso — Tudo o que eu preciso, é saber se Pietro está bem. — prontamente falo e ouço algo que me deixa ainda mais aflita— Não vejo Pietro há dois dias, tento falar com ele pelo telefone, mas não me atende. Sabe de alguma coisa? — agora o senhor Antônio muda completamente o tom de voz, e deixa claro a sua preocupação — Senhor Antônio, pelo visto, Pietro não lhe deixou a par do que está acontecendo. — falo em um tom mais baixo, e olhando a tod
"Un giorno da cacciatore e un altro da cacciatore."*******************Na parte externa do Hospital GeralMomentos antes da ligação de Fernanda para Antônio PietroEu não poderia ver tudo aquilo acontecendo com a minha bela e me manter apático. Então, aproveitei que Fernanda estaria visitando sua mama por alguns minutos, e tratei de dar início ao fim definitivo dessa guerra com os Grecco, algo que eu já deveria ter feito a muito tempo. Assim que sai do hospital, liguei para Marco, o consigliere (conselheiro), grande amigo de meu pai e consequentemente seu braço direito, dizendo que precisávamos nos encontrar no bunker, juntamente com todos da organização. Meu pai ainda estava a frente das movimentações e era o chefe de tudo. Mas, muito em breve eu seria nomeado o seu sucessor e consequentemente o novo Don ou Capo como muitos conhecem. E assim como modifiquei as empresas, as fazendo evoluir ainda mais, o mesmo faria com todos os negócios da organização. Porém, esse era um assunto par