Fernanda Eu estava tão desnorteada quando sai da casa do Luan, que fiz sinal para o primeiro ônibus que vi pela frente e quando dei por mim, lá estava eu, sentada de frente ao mar, no mesmo lugar onde Pietro ficava quando precisava pensar.Minha cabeça estava fervilhando, eu me sentia zonza e ainda não conseguia entender como cheguei na casa do Luan e menos ainda, o real motivo de eu estar dormindo no sofá dele. Mesmo a minha roupa estando intacta, e eu usar as mesmas peças íntimas que sai de casa, eu ainda tinha a sensação de que tudo foi real, que ele me agrediu e realmente tentou me violentar. Mas, o que não encaixava de jeito algum na minha cabeça, era que o único sinal de que isso tivesse acontecido, seria um leve machucado no canto da minha boca. Contudo, nada disso poderia provar absolutamente nada, há não ser que eu tivesse outras marcas e escoriações pelo corpo, o que não existia em lugar algum.Pelo visto nada daquilo aconteceu e a conduta do Luan continua intacta, assim co
FernandaTudo aquilo que eu ouvi e constatei com os meus próprios olhos, só serviu para me deixar muito mais confusa do que eu já estava. Porém, eu não tinha tempo para buscar respostas, de como havia desaparecido por uma semana e ainda por cima, sequer me lembrava que isso realmente havia acontecido. Parece que fizeram uma lavagem cerebral na minha cabeça, porque é impossível que aconteça isso com alguém em sã consciência. Mas, isso tudo eu resolveria ou tentaria compreender depois, pois naquele momento eu precisava tomar um banho e me arrumar para encontrar com o senhor Antônio, e desfazer de uma vez por todas a decisão que havia mudado a minha vida completamente.Sigo para o banheiro mais que depressa e vou logo me livrando das minhas roupas. Abro a porta do box, entro e assim que a água fria do chuveiro começa a cair no meu corpo, sinto algo estranho, um incômodo nas minhas costas, parecia que eu havia caído ou sofrido uma pancada bem forte na região da lombar, pois doía horrores.
FernandaQuanto mais eu a ouvia, menos ainda eu compreendia o que estava acontecendo. Eu estava sendo monitorada durante todos esses meses sem sequer perceber. "Meu Deus, será que Pietro estava ciente disso? Não, isso é um absurdo! Ele jamais faria algo tão doentio."Afasto da minha cabeça esses pensamentos absurdos e alterada falo:— Não permito que ninguém me insulte, ainda mais alguém que eu sequer conheço, mas pelo que pude perceber, não deve passar de uma ex completamente louca e que por não aceitar levar um passa fora decidiu perseguir qualquer pretendente do cara que te deu um chute nesse traseiro plastificado.— Ouça... — a mulher fica visivelmente perturbada com o que ouve, pelo visto acertei em cheio e cutuquei a sua ferida. Essa louca, é sim, uma ex namorada, amante ou seja lá o que for do Pietro. Até então isso seria normal, estranho seria se um homem como ele não tivesse tido várias mulheres, mas o que é inadmissível é eu ser perseguida e ter a minha integridade em risco
Três Meses depois...FernandaO tempo passou voando, e hoje completam exatamente três meses que não vejo o Pietro. Meu coração continua sangrando, por conta de uma ferida que eu sei que jamais será cicatrizada, e não tem um dia sequer que eu não pense nele e que sinta meu corpo queimar ao lembrar de todos os nossos momentos juntos. Mas, há pouco tempo, soube através das redes sociais, que ele assumiu o lugar do pai nas empresas Castelamari e pelo que tudo indica, estava se saindo muito bem como o novo presidente de todo aquele império. Durante todo esse tempo, não soube dele ter se envolvido em nenhum tipo de problema, então pelo visto, o meu príncipe italiano realmente havia mudado e graças à Deus para muito melhor. Eu estava feliz com isso, pois ele merece, e mesmo não estando ao lado dele, a sua felicidade também sempre será a minha. Tudo o que desejo é que ele seja feliz, e se para isso acontecer eu tivesse que me manter afastada para sempre, assim seria. A notícia do nosso rompi
Fernanda— Alô! Luan, eu... — mal começo a falar e ele imediatamente me corta e começa a gritar — Porr# Fernanda! Até que enfim, atendeu essa merda de telefone. Já viu às horas? Estou há mais de uma hora aqui plantado na porta desse shopping. — implorando a Deus por um pouco de paciência, então calmamente falo — Será que posso explicar? — ouço ele bufar, me afasto do balcão ficando de costas para a entrada da lanchonete e revirando os olhos falo — Luan, aconteceu um imprevisto e eu terei que dobrar hoje no trabalho.— Quê? Imprevisto? — Luan torna a gritar e eu com toda calma novamente tento explicar Até eu estava surpresa com minha reação, em outros tempos já teria o mandado se fode# sem pensar duas vezes. Mas, acredito que por tudo o que tenho vivenciado, aprendi que paciência e tranquilidade é a chave para um vida longa.— Isso mesmo, Luan. A dona Júlia precisou da minha ajuda e não tive como recusar. — tento ser paciente, mas com Luan era praticamente impossível, pois sempre qu
Fernanda Mesmo conseguindo ver com meus próprios olhos, eu ainda continuava paralisada e sem saber qual atitude tomar. Já se passaram três meses desde a última vez em que nos vimos, e jamais cogitaria a possibilidade que isso viesse a acontecer, principalmente depois de ter ignorado todas às vezes tentativas que havia feito para entrar em contato comigo. Claro, que o meu distanciamento era por motivos sérios e bastante reais, contudo, não tinha como ninguém saber de absolutamente nada, pois nunca contei a ameaça que sofri para que me afastasse definitivamente da sua vida. Sim! Quem estava ali diante de mim, era ele, o meu Pietro, o meu príncipe italiano e o homem que conseguiu tirar o melhor que existe dentro de mim. Ele estava sentado de frente para o mar, a brisa se misturava ao seu perfume me remetendo imediatamente a outro lugar e trazendo as mais lindas recordações dos nossos momentos juntos. Tento me recompor e manter minha postura firme, mas por dentro eu era só os nervos
FernandaPensativa, fujo do olhar dele o máximo que posso, pois ali estava toda a verdade e Pietro sabia que eu sempre me entregava apenas com o olhar.— Olhe dentro dos meus olhos quando estiver falando comigo, Fernanda. Por Deus, não fuja. — ele segura meu rosto e com delicadeza vira em sua direção — E sim, vou insistir agora mais do que nunca pelo nosso amor, porque tenho a certeza que você me ama e que deseja o mesmo do que eu. — Se foi para isso que veio até aqui, peço que não volte mais. Saber que você está aqui na mesma cidade é uma coisa, mas vê-lo diante de mim e ter certeza de que não poderei tê-lo na minha vida, é um martírio. Eu te suplico, por tudo o que mais ama Pietro, que não me procure mais.— Me diz como vou fazer isso, se tudo o que mais amo nessa vida, é você? Se tiver a resposta, faço o que me pede.Com lágrimas nos olhos Pietro me encara e com força, como se não quisesse me soltar nunca mais, ele me segura em seus braços, me beijando de uma maneira inexplicável,
Fernanda Faltavam quinze minutos para encerrar o expediente, e assim que eu termino de fechar o caixa o telefone toca e Cátia atende. Era a dona Júlia, avisando que passaria a noite inteira no hospital com a família e que amanhã apareceria para conversar com a gente. Então, diante dessa notícia, mais que depressa tratei de fechar tudo e quando estava fechando a grade, sinto Pietro bem atrás de mim, ele tira a chave da minha mão e com uma facilidade incrível baixa a mesma e tranca logo em seguida. Sorrio encabulada, ele tinha o poder de me deixar sem jeito, além de outras coisas, claro. Me despeço de Cátia e sigo caminhando pelo calçadão com Pietro. Sentamos em um banco de cimento e olhando para o mar, bebendo uma água de coco começamos a conversar. E eu, como sempre, início o assunto.— Fiquei sabendo que você assumiu o lugar do seu pai nas empresas. — falo descontraída, mas como Pietro não pediria uma oportunidade, logo faz uma insinuação — Hum, então quer dizer que andou buscando