Celina chorava, as mãos trêmulas sobre o ventre.— Eu tô cansada, Tati. Tô tão cansada. Eu só queria paz, sabe?Tatiana tentou manter a voz serena, acolhedora.— Você tem duas opções, Cê… segue com ele, com paciência, ou segue sozinha. Como você queria no início. Não existe certo ou errado. Existe o que você precisa agora. E o que seus bebês precisam.Celina fungou.— É que eu… eu gosto dele, Tati. Você, mais do que ninguém, sabe o quanto lutei contra este sentimento. Mas tá tudo tão confuso.— Eu sei, amiga. Eu entendo. Eu e o Roberto também tivemos um começo difícil. Muito. Você lembra… e olha a gente hoje. Estamos bem. Felizes. Tentando engravidar há meses, e mesmo sem conseguir ainda, a gente tá firme. Tem amor. Tem respeito. Se você acredita que vale a pena tentar com o Thor… então tenta. Mas se for pra sofrer, pra viver insegura, se escolhe. Se protege.Celina assentiu, mesmo que Tatiana não pudesse ver.Na parte de baixo da suíte, Thor estava em outro mundo. Depois que Celina s
Depois daquele momento de entrega entre os dois na jacuzzi, Thor foi até a sala para receber o serviço de quarto com o jantar. A mesa estava posta com capricho. Velas acesas, uma garrafa de vinho tinto aberta, pratos cuidadosamente arrumados. A comida exalava um aroma delicioso, mas era o clima entre eles que realmente aquecia o ambiente. Celina apareceu com os cabelos ainda úmidos, presa no robe branco que envolvia seu corpo com leveza. Thor já estava sentado, também de robe, e sorriu ao vê-la entrar. — Vem, senta aqui comigo. Ela se aproximou, e ele puxou a cadeira para ela com um carinho quase tímido. Assim que ela se acomodou, ele pegou sua mão sobre a mesa e beijou devagar o dorso dela. — Você tá linda — murmurou, olhando nos olhos dela. Celina apenas sorriu de leve, desviando o olhar com certa timidez. Thor se serviu de um pouco de vinho e fez o mesmo para ela, mantendo sua mão entrelaçada à dela o tempo todo. Eles comeram devagar, sem pressa, saboreando o momento de
Depois daquele momento de entrega entre os dois na jacuzzi, Thor foi até a sala para receber o serviço de quarto com o jantar.A mesa estava posta com capricho. Velas acesas, uma garrafa de vinho tinto aberta, pratos cuidadosamente arrumados. A comida exalava um aroma delicioso, mas era o clima entre eles que realmente aquecia o ambiente.Celina apareceu com os cabelos ainda úmidos, presa no robe branco que envolvia seu corpo com leveza. Thor já estava sentado, também de robe, e sorriu ao vê-la entrar.— Vem, senta aqui comigo.Ela se aproximou, e ele puxou a cadeira para ela com um carinho quase tímido. Assim que ela se acomodou, ele pegou sua mão sobre a mesa e beijou devagar o dorso dela.— Você tá linda — murmurou, olhando nos olhos dela.Celina apenas sorriu de leve, desviando o olhar com certa timidez. Thor se serviu de um pouco de vinho e fez o mesmo para ela, mantendo sua mão entrelaçada à dela o tempo todo. Eles comeram devagar, sem pressa, saboreando o momento de paz que fin
A madrugada estava silenciosa, envolta apenas pelo som sutil do ar-condicionado e da respiração compassada de Thor. Celina, aninhada em seus braços, sentia o calor do corpo dele aquecê-la como um cobertor. Dormiam de conchinha, e ela se sentia protegida ali, encaixada perfeitamente em seus braços. Mas algo inesperado começou a incomodá-la. Um desejo incontrolável, insistente, fez seus olhos se abrirem de repente.“Preciso de algo doce.”O pensamento veio como uma urgência.Com cuidado, ela tirou as mãos de Thor da cintura, movendo-se com delicadeza para não despertá-lo. Ele resmungou baixinho, mas não acordou. Celina se levantou, calçando os chinelos e pegando o celular da mesinha de cabeceira: 03:00 da madrugada.Ela caminhou até a pequena cozinha da suite. Abriu os armários um por um, mas nada ali parecia atrativo. Foi até a geladeira e, ao abrir a porta, seus olhos brilharam: duas embalagens com fatias de bolo red velvet, perfeitamente embaladas. Ela sorriu como uma criança que aca
Quando Celina sentiu-se preparada para encarar Thor de frente, ela girou a maçaneta e abriu a porta devagar.Ele estava parado no mesmo lugar, de braços cruzados, olhando diretamente para ela com um olhar indecifrável. Um misto de preocupação, desconfiança e carinho.— Tá tudo bem? — Thor perguntou com a voz baixa, porém firme.— Sim... — Celina forçou um sorriso e saiu do banheiro. — Eu tenho alergia alimentar... e ainda assim insisto em comer o que não posso. Amo aquele bolo, mas comi rápido demais, no meio da madrugada... acabou não caindo bem. — Ela falava rápido, tensa, mexendo nas mãos, evitando encará-lo.Thor continuou parado, os olhos cravados nela.— Tem certeza que é só isso? — questionou, dando um passo à frente.Celina assentiu rapidamente, desviando o olhar.— Tenho sim. Além da alergia, tenho gastrite também... acho que a combinação não ajudou.Ele ficou em silêncio por alguns segundos, observando cada gesto dela, cada desvio de olhar. Mas decidiu respeitar o tempo dela
Ela abriu os olhos devagar, sentindo o corpo pesado, os olhos um pouco inchados. A primeira coisa que viu foi o espaço vazio na cama. Depois, ouviu o som da água correndo no banheiro.Por instinto, pensou em levantar, ir até lá e entrar no banho com ele. Sentir a água quente sobre os dois, os corpos se encontrando de novo. Mas a lembrança da madrugada... da dor, da fragilidade que expôs sem querer... aquilo ainda estava nela. Não conseguia fingir que nada havia acontecido. Não dava para simplesmente ignorar o que sentiu. O medo ainda estava ali.Então desistiu.Continuou deitada por alguns minutos, até ouvir o som da água cessando.Thor saiu do banheiro envolto em uma toalha, os cabelos ainda pingando. Ao vê-la acordada, parou por um instante na porta. Os olhares se encontraram.Celina puxou o lençol até o peito, meio sem jeito, mas tentou sorrir.— Bom dia...— Bom dia — ele respondeu, com um tom calmo, mas um olhar mergulhado em pensamentos que ela não conseguia decifrar.Por um mom
Thor olhou a tela e bufou, impaciente. Atendeu.— Oi.A voz do outro lado era doce, mas carregada de um tom forçado de carinho.— Amor... você não me liga mais. Não quer saber como estou?Thor franziu o cenho, revirou os olhos e respondeu, seco:— Isabela, agora?— Poxa, amor... — insistiu ela. — Sinto sua falta. Estou com saudade...Thor fechou os olhos com força, tentando manter a calma.— Estou muito ocupado. Conversamos depois.— Precisamos conversar. — ela insistiu, a voz mais baixa, quase melosa.— Assim que eu voltar, te procuro. — E sem dar espaço para mais nada, desligou.Assim que Thor desligou a ligação abruptamente, Isabela ficou olhando para o celular em sua mão, os olhos brilhando de raiva.— Maldito... — sussurrou entre dentes, apertando o aparelho com força.Ela jogou o telefone em cima da cama com violência e começou a andar de um lado para o outro, furiosa.— Tem alguma coisa errada... — murmurou para si mesma. — Ele nunca foi de me tratar assim, nunca me deixou no v
A manhã passou com Thor mergulhado em papéis e assinaturas, enquanto Celina organizava os documentos com uma eficiência quase fria. Por dentro, ainda processava o que sentira ao ver Verônica.Eles saíram da empresa um pouco depois do horário de almoço e pararam em um restaurante próximo ao hotel. O almoço foi tranquilo, mas Celina manteve-se calada, introspectiva.No caminho de volta, Thor percebeu o silêncio.— Amor, está tudo bem?— Está sim — respondeu ela com um sorriso leve, olhando pela janela.Ele pegou uma de suas mãos e a beijou, tentando trazer de volta o calor de antes.Quando chegaram ao hotel, ele encostou o carro em frente à entrada.— Pode subir. Eu preciso resolver umas coisas rápidas, e já volto — disse, inclinando-se para lhe dar um beijo.Celina saiu do carro, observando-o se afastar. Algo dentro dela estava despertando. E não era mais apenas tristeza.Era desconfiança.Celina entrou na suíte do hotel, sentindo o peso do mundo em seus ombros. Ela largou a bolsa sobr