Celina sorriu, tímida. Ele então levou a mão ao coque que ela acabara de prender e, com delicadeza, puxou os fios até que se soltassem por completo, os cabelos caindo sobre os ombros dela como uma cascata.— Eu prefiro assim… soltos — disse ele com a voz rouca, beijando o ombro dela suavemente.— Thor… — ela começou, virando o rosto para ele, num sussurro.— Não ouse prendê-los de novo — disse ele, sério, mas com um olhar carregado de carinho.Ela riu, encostando a testa na dele, rendida ao momento.Já estavam prontos para sair quando, ao chegarem na porta da suíte, Celina parou de repente com uma expressão de alerta.— Esqueci uma coisa!Thor arqueou a sobrancelha, mas ela já corria de volta para o quarto.Celina foi direto até a bolsa sobre a cômoda, abriu o zíper lateral e pegou o potinho onde guardava as vitaminas e o remédio para o enjoo. Tomou um segundo para olhar aquilo em silêncio, depois guardou tudo com cuidado dentro da bolsa novamente. Sabia que mais cedo ou mais tarde te
Celina fechou os olhos por um segundo e assentiu com um pequeno sorriso.— Tá sim… só um leve enjoo, coisa boba.Thor continuou olhando fixamente para ela, como se tentasse enxergar além da resposta. Mas não insistiu. Apenas estendeu a mão para ela.— Vem. Vamos impressionar a filial juntos.Celina riu baixinho e segurou a mão dele, saindo do carro com o coração acelerado. Não era só o prédio novo, a situação ou a empresa… era o novo que estava começando ali, lado a lado com Thor.O elevador privativo de Thor era amplo, silencioso e moderno, com paredes espelhadas e uma luz suave que contrastava com a escuridão elegante do piso. Assim que as portas se fecharam atrás deles, o silêncio se instalou como uma pausa no tempo. Thor levou a mão ao painel e, sem avisar, apertou o botão de parada de emergência. O elevador parou com suavidade.Celina o olhou surpresa.— O que foi?Thor a olhou, firme, intenso.— A última vez que estivemos juntos num elevador… — começou, sua voz baixa, densa. — E
Celina o olhou rindo, e mesmo assim, o coração batendo forte. Estava nervosa com o que viria, com a empresa, com o que enfrentariam dali pra frente… mas ali, nos braços dele, parecia tudo suportável.O elevador apitou indicando que chegariam ao andar em poucos segundos. Ele ajeitou a gola da camisa, deu um leve puxão no próprio paletó e olhou para ela com um sorriso de canto.— Pronta?Celina respirou fundo, passou os dedos pelos cabelos, e soltou:— Com você… sempre.As portas do elevador se abriram lentamente com um som suave, revelando Thor e Celina lado a lado. Ele caminhava com postura firme e imponente, como sempre, mas havia algo diferente em seu semblante, um brilho no olhar, um certo orgulho silencioso ao ter Celina ao seu lado. Ela, por sua vez, andava confiante, apesar do frio na barriga. Vestia uma roupa elegante, discreta e ao mesmo tempo charmosa, com cabelos soltos. Seu perfume suave preenchia o ar ao redor deles.Os primeiros olhares começaram a surgir assim que coloca
Thor e Celina começaram a organizar algumas demandas, ela com sua atenção minuciosa revisando documentos, dando sugestões e ajustando pequenos detalhes de planilhas e relatórios. Ele à observava em silêncio, vez ou outra sorrindo, visivelmente orgulhoso dela ao seu lado.Alguns minutos depois, a porta se abriu sem cerimônia. Um homem alto, de expressão carismática e sorriso largo entrou:— Então é verdade… Um passarinho me contou que o poderoso Thor Miller foi finalmente domado! Uma mulher colocou rédeas nesse cavalo bravo?Thor riu, se levantando. Foi até ele e apertou sua mão com força, puxando-o para um abraço rápido e firme.— Fernando, seu idiota… lutei muito pra não cair nessa armadilha. Mas aí ela apareceu com esses olhos esmeralda — disse, voltando o olhar para Celina. — E me enfeitiçou.Celina sorriu, as bochechas levemente coradas.Fernando caminhou até ela e estendeu a mão, com simpatia:— Muito prazer, Celina. Sou Fernando, amigo de longa data desse cavalo indomável. E sin
Celina encarou Thor, surpresa com a atitude, tentando entender o que acabara de acontecer. O silêncio entre eles era espesso, denso, quase sufocante. Thor ainda a olhava com uma expressão indecifrável, o maxilar trincado e os olhos faiscando de ciúmes mal contido.— Thor… você enlouqueceu? — disse, ainda tentando absorver o choque.— Quem é esse cara? — repetiu, com a voz mais grave, controlada, mas visivelmente irritado.Celina respirou fundo, tentando manter a compostura, mas seu peito já arfava com a pressão daquele momento.— É o Gabriel — disse, pausadamente. — Eu o conheci no restaurante em que almoço quase todos os dias. A gente se viu algumas vezes por acaso, depois começamos a conversar… e saímos uma vez.Thor deu um passo à frente, os olhos cravados nela.— Saíram?— Sim, saímos. E sabe por quê? — Ela ergueu o queixo, sentindo a dor entalada na garganta se transformar em força. — Porque ele foi gentil comigo. Porque ele me ouviu. Porque ele me tratou como alguém que existe.
Fernando fechou a porta devagar, olhando para Thor com as sobrancelhas franzidas.— Cara… o que aconteceu?Thor soltou um longo suspiro, passou a mão pelo rosto e se jogou na cadeira.— Nada.— Nada, é? Você está branco, com o maxilar travado e o olhar de um leão enjaulado. Eu te conheço, Thor. Nunca vi você assim por mulher nenhuma.— Ciúmes. Meu. E ela não aceita.— E você tá estranhando? — Fernando sorriu de lado. — Você, o cara mais fechado que eu conheço, agora surtando por causa de uma mulher?— Ela mexe comigo — Thor admitiu, olhando para a porta por onde ela saíra. — De um jeito que ninguém nunca mexeu. Nem Karina. Com a Celina tudo é intenso, real... E ao mesmo tempo, parece que pode escorrer pelos dedos a qualquer momento.Fernando cruzou os braços, sério agora.— Olha, eu vou ser direto. Você tem que tomar cuidado com esse seu temperamento. Você sempre foi possessivo. Mas Celina não é o tipo de mulher que se dobra a isso. Você vai perdê-la se não aprender a confiar.Thor nã
Celina chorava, as mãos trêmulas sobre o ventre.— Eu tô cansada, Tati. Tô tão cansada. Eu só queria paz, sabe?Tatiana tentou manter a voz serena, acolhedora.— Você tem duas opções, Cê… segue com ele, com paciência, ou segue sozinha. Como você queria no início. Não existe certo ou errado. Existe o que você precisa agora. E o que seus bebês precisam.Celina fungou.— É que eu… eu gosto dele, Tati. Você, mais do que ninguém, sabe o quanto lutei contra este sentimento. Mas tá tudo tão confuso.— Eu sei, amiga. Eu entendo. Eu e o Roberto também tivemos um começo difícil. Muito. Você lembra… e olha a gente hoje. Estamos bem. Felizes. Tentando engravidar há meses, e mesmo sem conseguir ainda, a gente tá firme. Tem amor. Tem respeito. Se você acredita que vale a pena tentar com o Thor… então tenta. Mas se for pra sofrer, pra viver insegura, se escolhe. Se protege.Celina assentiu, mesmo que Tatiana não pudesse ver.Na parte de baixo da suíte, Thor estava em outro mundo. Depois que Celina s
Depois daquele momento de entrega entre os dois na jacuzzi, Thor foi até a sala para receber o serviço de quarto com o jantar. A mesa estava posta com capricho. Velas acesas, uma garrafa de vinho tinto aberta, pratos cuidadosamente arrumados. A comida exalava um aroma delicioso, mas era o clima entre eles que realmente aquecia o ambiente. Celina apareceu com os cabelos ainda úmidos, presa no robe branco que envolvia seu corpo com leveza. Thor já estava sentado, também de robe, e sorriu ao vê-la entrar. — Vem, senta aqui comigo. Ela se aproximou, e ele puxou a cadeira para ela com um carinho quase tímido. Assim que ela se acomodou, ele pegou sua mão sobre a mesa e beijou devagar o dorso dela. — Você tá linda — murmurou, olhando nos olhos dela. Celina apenas sorriu de leve, desviando o olhar com certa timidez. Thor se serviu de um pouco de vinho e fez o mesmo para ela, mantendo sua mão entrelaçada à dela o tempo todo. Eles comeram devagar, sem pressa, saboreando o momento de