ParkinsonJá havia se passado quase uma hora desde que eu estava no local onde mandei para Louise, e nenhum sinal dela. — O que você quer com a minha mulher? Arruinar com a vida dela mais uma vez? Uma já não foi o bastante? — A voz de Maurício me dava smero, a gente nunca saberia o que estava a diante daquilo. — Onde ela está? Por que não a trouxe? Eu tenho uma coisa para lhe dizer e não sei se terei outra oportunidade. Ele parecia pensar no que iria dizer, mas nada disse. Saiu me deixando para trás e chamou Louise, ela estava com um semblante gritando e parecia machucada. — O que tem de tão importante assim para me dizer? — Filha… — Me aproximei para lhe abraçar e ela se afastou, indo para trás de Maurício que logo me olhou cheio de ódio, então me afastei. — Me desculpe, é que eu sinto tanto a sua falta! — Anda logo, a gente não tem o tempo inteiro pra ficar ouvindo bêbado. Louise nem deveria estar aqui. — Maurício tinha raiva em seus olhos, ele me odiava, isso é fato. — Eu só
LouiseA cada gole que eu dava nas diferentes bebidas, sentia meu estômago revirar e o vômito querer sair, até que me dei conta que estava exagerando demais e precisava ficar sóbria pela manhã. A última vez que olhei a hora era quase duas da manhã, mas eu não pretendia ir embora agora. — Finalmente eu encontrei você, sabe por quanto tempo a procurei? — Eu não podia acreditar em quem estava à minha frente! Era Klaus, agora em um belo terno, mas com o mesmo cabelo nos ombros. — Ôh, meu Deus! Me desculpe por ter ido embora sem avisar nada. Como está a dona Margot?— Ela faleceu há duas semanas. Mas, ela sabia que estava bem e por isso eu não vim atrás de você. Mas agora, estava indo para casa quando a vi escondida aqui e pensei: por que não ir falar com ela? — Por que ele tinha que ser tão bonito? Era muito parecido com Maurício em certas coisas, mas tão diferentes em algumas. — Eu sinto muito. — Realmente sentia muito, se não fosse por esse homem e por aquela mulher, eu não estaria
Clarice A sensação de que eu iria morrer a qualquer momento ainda estava muito presente. Meu filho estava na incubadora na luz UV. Meu corpo mesmo anestesiado doía. Ainda não havia comido nada, nem mesmo pude beber água, mas agora, estava esperando as enfermeiras para me ajudar a levantar. Se não, meu sangue não circula e pode levar a uma trombose, por causa da anestesia. O barulho da voz de Louise e Roberto estava em alto tom, os dois quando conversavam, pareciam que estavam brigando e Maurício estava sempre na calada. — Onde está meu neném? — Louise veio afobada pra isso, mas se decepcionou quando não o viu ali. — Esqueci que ele é pequenino. Mas, como está se sentindo? — Ela sentou ao meu lado e segurou a minha mão. — Estou realizada, irmã. Eu tenho uma família maravilhosa. Tenho uma irmã forte e que eu tenho muito orgulho desde que a conheci e agora, não sabe o quanto te admiro por toda essa sua força. — Sabia que mesmo sem ter o visto ainda, ele é a coisa mais importante que
Um ano depois…Louise Os preparativos para o aniversário de Brian estavam a todo vapor. Clarice estava mais que feliz, assim como Roberto e todos nós. O horário marcado nos convites eram as 18hrs, mas Edgar e sua querida filha chegaram antes da hora, eu não iria negar abrigo a ela que me apadrinhou, seria muito egoísmo. Ele me ensinou demais, mas eu não a suportava. No passado, Edgar forçava a barra para que Maurício e sua filha, Julie, ficassem juntos. E, onde Maurício estiver, ela não vai se importar forçar para ficar perto dele e eu saquei isso a muito tempo. — Sabe qual é a minha vontade? — Clarice sorria de forma maldosa enquanto olhava para Julie. — Ensinar a essa vadia que não se deve ficar olhando demais para os homens dos outros. — Você não faz ideia do quanto nós duas pensamos iguais. — Sorri pra ela que também fazia o mesmo. Maurício veio se aproximando de nós duas com uma caixinha em mãos, entregando a mesma a Clarice. Passando seu braços em volta da minha cintura e bei
MaurícioTodos estavam cantando parabéns para Brian quando vi alguém passando pelo jardim, o culto foi pouco, mas eu sei que não foi de nenhum fantasma. Sair sem que ninguém notasse e fui até o jardim, enquanto todos estavam empolgados demais com o que acontecia lá dentro. — Eu não quero atrapalhar, por favor. Eu preciso conversar com você, me ouça apenas alguns segundos e depois você faz o que quiser com a gente. — Willy tinha ao seu lado Edy, filho de Alicia e James. O moleque estava todo machucado e Willy quase irreconhecível. Ele nunca fez mal a ninguém, sempre foi contra as atrocidades de Alícia e só estava com ela porque… porque ele era a única pessoa a quem ela podia recorrer, sua família era um bando de drogados e ela escolheu seu destino. — Alícia se suicidou, faz três meses desde que isso aconteceu e eu já não sei mais o que fazer. — Em seus olhos havia desespero, sei o quanto Louise não vai gostar disso, mas não posso deixar isso assim. — Tá legal, do que você precisa?
RobertoOs dias tem se passado rápido, mas Louise ainda não se pronunciou sobre sua gravidez. Clarice se dedicava ao Brian de corpo e alma e eu achava isso perfeito. Maurício estava cabisbaixo ultimamente e aqui estava me incomodando. Estávamos voltando da empresa quando ele tocou no assunto sobre qual eu jurei segredo. — Louise te falou alguma coisa? — Sobre o quê? Se ela nada disse a Clarice, a mim que não foi. — Menti, mas eu era péssimo nisso e ele não parou de me olhar até eu parar de andar. — Você mente mal pra caralho, Roberto. Vocês dois são bem amigos, eu sei que ela te diria segredos. Ela te vê como um irmão! — Mas você acabou de dizer segredo, e sabe que isso não se compartilha com ninguém. Não é nada demais, mas se quiser saber pergunte a ela mesma. — Está do lado dela agora? — Era imaturo da sua parte? Sim! Mas, Maurício estava realmente indignado e ele ficava puto quando isso acontecia. — Não estou do lado de ninguém, apenas não vou me meter na vida de ninguém, mu
Algum tempo depois… LouiseEstava tudo indo bem. A gravidez estava indo bem, estava com 39 semanas e super pesada. Acordei decidida que quero sair daqui. Estamos morando no mesmo lugar, e Roberto com Clarice aqui próximo. Maurício havia acabado de chegar do trabalho, eu estava na cozinha preparando o jantar com a ajuda de Maria. — Amor, será que pode subir daqui a pouco? — Maria me olhou de forma duvidosa e sorriu negando com a cabeça. Após não ter nenhum rastro dele, era começou a falar: — Acho que ele tem muita sorte em ter você. — Maria disse olhando para minha barriga, que não parava quieta. — É melhor você ir, pode deixar que eu termino o restante. Vou deixar a mesa posta e irei embora depois. Amanhã eu volto. — Obrigada, Maria. Você é um anjo em minha vida. — Subi as escadas devagar por causa do incômodo que a minha barriga me causava. Ainda não havíamos planejado nada ainda, Maurício está com alguns projetos para o futuro. Não há mais leilões, não da parte de Maurício e d
Roberto Parecia um mutirão dentro do hospital. Edgar, Klaus (que agora era namorado da filha de Maria), Jason, Emma, Lúcio, eu e Clarice. Maurício estava aflito dentro da sala de parto, auxiliando Louise que havia entrado em trabalho de parto desde a madrugada. Estávamos todos esperando notícias e juro que eu nunca pensei que a sensação de apavoro fosse tomar conta de mim novamente, mas agora, eu estava sentindo tudo de novo. Era a mesma sensação de quando Clarice estava tendo nosso filho, mas a diferença é que eu estava lá dentro, e agora estou aflito por não saber como está indo as coisas lá dentro. Brian havia ficado em casa com Maria, Clarice estava mais nervosa que todos nós juntos. Edgar andava de um lado para o outro, quando de repente Parkinson cruzou a porta, com uma expressão de preocupação e todo desajeitado, parecia que estava usando droga pesada de tão magro que ele estava. Antes que ele viesse até nós, eu caminhei até ele de forma discreta e ele me seguiu até a outra sa