Ana Kelly Narrando Eu sentia meu peitø apertado, como se tivesse um peso sobre ele, me sufocando. Ver minha vó daquele jeito, gemendo de dor, toda machucada, era como uma punhalada atrás da outra. Era ela quem sempre cuidou de mim, quem me protegeu mesmo quando o mundo parecia desabar. E agora, era ela ali, tão frágil, tão vulnerável. Eu precisava ser forte, mas por dentro eu só queria chorar.— Vem, meu amor… — Josefa entrou no quarto devagar, mas com firmeza. — Eu fico aqui com ela enquanto você vai se arrumar.— Eu não quero sair daqui, Jô… — respondi, segurando a mão da minha vó. — E se ela piorar?— Ela vai ficar bem, Ana. A gente vai levar ela pro hospital. Só precisa se acalmar e se preparar, porque ela precisa de você lúcida, firme.Concordei com os olhos marejados e beijei a testa da minha vó antes de me levantar. Josefa ficou ao lado dela, trocando palavras baixas, passando a mão devagar pelos cabelos grisalhos da minha velha. Me arrumei rápido no banheiro, trocando a blusa
Ana Kelly Narrando Eu tava sentada ao lado da cama, segurando a mão dela, quando senti um leve movimento de novo. O Anthony me mandou tentar dormir, mas não consigo, só de ver a expressão dela e saber que ela está sentindo dor. Meu coração aperta. Me endireitei ficando de pé, imprimei o meu corpo sobre a cama. A respiração da minha vó ficou mais firme, e os olhos dela começaram a se abrir devagar. Me aproximei, emocionada.— Vó? está bem? — sussurrei, com a voz embargada. — Tá me ouvindo?Ela piscou algumas vezes, tentando focar em mim. Um sorriso fraco surgiu nos lábios machucados, e ela apertou minha mão com uma força que só uma vó que ama consegue ter.— Você ainda está aí minha menina… — a voz saiu rouca, quase um sopro, mas era ela. Era a minha velha. Viva.— Tô aqui, vó… tô aqui com a senhora. — Me debrucei quase deitando o meu corpo sobre o dela, encostando minha testa na dela. — Graças a Deus…Ela respirou fundo, os olhos marejados.— Eu achei… que não ia mais te ver, minha f
Anthony Narrando Fiquei ali, encostado na parede do quarto do hospital, com os braços cruzados e o olhar fixo na Ana Kelly. Ela tava sentada ao lado da cama da vó, segurando a mão da velha com todo cuidado do mundo, e mesmo cansada, mantinha aquele olhar firme de quem não ia arredar o pé. Mulher forte. Dona de uma força que me fazia querer proteger até o último fio de cabelo dela.Me aproximei em silêncio, toquei de leve no ombro dela.— A Karen e o Estevão vão ficar contigo um pouco, tá?Ela levantou o rosto na hora, os olhos me fitaram com aquela desconfiança sutil. Ela me conhecia demais pra não perceber. O jeito que olhei pra ela... não precisava falar. Ela já sabia.— Você vai lá, né? — a voz dela saiu baixa, mas certeira.Só assenti com a cabeça. Me inclinei, dei um beijo carinhoso na cabeça da vó, que ainda dormia tranquila. Depois beijei a Ana, bem no alto da testa. Ela fechou os olhos e soltou um suspiro que parecia me implorar pra não ir. Mas eu precisava.— Eu volto logo,
Ana Kelly Narrando O quarto do hospital tava com aquela calmaria boa. A luz do sol batia de lado na janela, esquentando o ambiente gelado do ar-condicionado. Minha avó dormia tranquila, com o rosto sereno, como se nada disso tivesse acontecido. Ficar aqui com ela me trazia uma paz que há muito tempo eu não sentia.A minha vovó aqui, respirando com mais calma, me dava um alívio que não dava pra descrever. Eu não saía do lado dela, segurava a mão enrugada e quente dela, tentando passar força, mesmo que por dentro eu ainda estivesse em pedaços. O Anthony foi até o presídio, e a Karen e o Estevão ficaram comigo. O Estevão parecia um vigia de guerra, parado na porta do quarto, atento a tudo. Já a Karen se jogou na poltrona do canto e puxou papo com aminha vó.— Tia Antonella — Karen chamou baixinho, pra não acordar minha avó — agora que a senhora tá aqui... vai ficar em Porto Alegre de vez?Minha avó, mesmo de olhos fechados, soltou um risinho e depois abriu os olhos. Ela olhou pra mim pr
Ana Kelly Narrando A gente chegou em casa e mal tinha fechado a porta quando o telefone do Anthony vibrou. Ele olhou a tela, suspirou e me deu um beijo calmo, demorado, cheio daquele carinho possessivo que só ele sabia fazer. — Atende. — falei baixinho, subindo as escadas já tirando a blusa. — Tô indo pro banho. Nem olhei pra trás, mas quando fechei a porta do banheiro e deixei a água esquentar, senti aquele arrepio familiar. Virei devagar e ele tava ali, pelado, encostado na porta, me olhando com aquele olhar dele. Fome. Desejo. Cuidado. — Não aguentei. — ele murmurou, vindo na minha direção. Entrei no chuveiro e ele veio atrás. A água quente caindo sobre nós, as mãos dele passeando pelo meu corpo como se estivesse decorando cada pedaço de mim. Me virei, abracei ele, e nossos lábios se encontraram. A língua dele tinha gosto de saudade. Meu corpo encaixava no dele como se fosse feito sob medida. — Tava com saudade disso — ele sussurrou no meu ouvido, me pressionando contra a par
Anthony Narrando Ela me deixou sem palavras. A coragem que essa mulher tem de me encarar, de me provocar... é o tipo de coisa que mexe comigo de um jeito que eu nem sei explicar. Fico ali parado, olhando pra ela, com aquele sorriso de canto de boca, me desafiando sem medo. E eu? Eu tô aqui, querendo arrancar essa blusa do corpo dela e jogar essa mulher no colo, mostrar quem é que manda. Mas ao mesmo tempo, porra... eu tô admirando. — Tu não tem juízo mesmo, né? — murmurei, me encostando na cadeira com os braços cruzados, mas com o olhar preso nela. — E você adora isso — ela rebateu, colocando a mão na cintura. Adoro mesmo. Essa audácia dela me tira do sério. No bom e no mau sentido. Porque quando eu penso em deixar ela perto dos meus negócios, meu sangue ferve. Não é por medo do que ela possa fazer. É por medo do que possam fazer com ela. — Tu não entende o peso que é andar do meu lado — falei, sério. — Não é só sentar numa cadeira bonita, mexer em papel. É lidar com gente podre
Anthony Narrando Ela ainda tremia, agarrada na grade, tentando controlar a respiração. Eu me mantive atrás dela, colado, sentindo cada batida acelerada do coração dela como se fosse o meu. Passei a mão pela cintura dela, subindo devagar até os seiøs, apertando com firmeza enquanto beijava sua nuca. — Isso foi só o começo, minha mulher — murmurei, sentindo ela arrepiar inteira. Ela virou o rosto, me olhando por cima do ombro com aquele olhar que misturava rendição e desafio. — E se eu disser que quero mais? Sorri de canto, peguei ela no colo sem aviso, e ela soltou um gritinho, rindo entre o desejo e a surpresa. — Vai ter mais... — falei, entrando com ela de volta pra dentro da casa. — Até tu esquecer qualquer ideia de se afastar de mim. Levei ela pro sofá do outro lado da area, jogando o corpo dela ali com cuidado, mas com firmeza. Ela caiu de costas, os cabelos espalhados, o corpo ainda sem roupas, lindo, quente, pulsante. Me ajoelhei entre as pernas dela outra vez, mas agora
Anthony Narrando Ela ainda tava com o corpo colado no meu, respiração quente batendo no meu pescoço. O cheiro do gozø dela ainda impregnado no ar, na minha pele, no sofá. Eu achei que ela ia querer descansar, se jogar ali e apagar. Mas ela se mexeu devagar, esfregando o quadril em mim de novo, me fazendo crescer ali dentro, sem nem tempo pra recuperar o fôlego. — Quero mais — ela sussurrou no meu ouvido, com aquela voz rouca, cheia de maldade. — Tu vai acabar me matando assim — murmurei, com um sorriso cansado, mas já duro de novo só de sentir ela se esfregando. Ela levantou devagar, com aquele olhar de quem tava no controle da porra toda, e ficou de pé na minha frente. Me olhou de cima, com a luz amarelada da varanda batendo na pele suada dela. — Deita aí — mandou, com a marra linda de quem sabia o poder que tinha sobre mim. Eu deitei, deixando o corpo afundar no sofá. Ela montou em mim com calma, a bøceta molhada escorrendo no meu paü duro, esfregando só na cabeça, provocando,