Anthony Narrando Ela me deixou sem palavras. A coragem que essa mulher tem de me encarar, de me provocar... é o tipo de coisa que mexe comigo de um jeito que eu nem sei explicar. Fico ali parado, olhando pra ela, com aquele sorriso de canto de boca, me desafiando sem medo. E eu? Eu tô aqui, querendo arrancar essa blusa do corpo dela e jogar essa mulher no colo, mostrar quem é que manda. Mas ao mesmo tempo, porra... eu tô admirando. — Tu não tem juízo mesmo, né? — murmurei, me encostando na cadeira com os braços cruzados, mas com o olhar preso nela. — E você adora isso — ela rebateu, colocando a mão na cintura. Adoro mesmo. Essa audácia dela me tira do sério. No bom e no mau sentido. Porque quando eu penso em deixar ela perto dos meus negócios, meu sangue ferve. Não é por medo do que ela possa fazer. É por medo do que possam fazer com ela. — Tu não entende o peso que é andar do meu lado — falei, sério. — Não é só sentar numa cadeira bonita, mexer em papel. É lidar com gente podre
Anthony Narrando Ela ainda tremia, agarrada na grade, tentando controlar a respiração. Eu me mantive atrás dela, colado, sentindo cada batida acelerada do coração dela como se fosse o meu. Passei a mão pela cintura dela, subindo devagar até os seiøs, apertando com firmeza enquanto beijava sua nuca. — Isso foi só o começo, minha mulher — murmurei, sentindo ela arrepiar inteira. Ela virou o rosto, me olhando por cima do ombro com aquele olhar que misturava rendição e desafio. — E se eu disser que quero mais? Sorri de canto, peguei ela no colo sem aviso, e ela soltou um gritinho, rindo entre o desejo e a surpresa. — Vai ter mais... — falei, entrando com ela de volta pra dentro da casa. — Até tu esquecer qualquer ideia de se afastar de mim. Levei ela pro sofá do outro lado da area, jogando o corpo dela ali com cuidado, mas com firmeza. Ela caiu de costas, os cabelos espalhados, o corpo ainda sem roupas, lindo, quente, pulsante. Me ajoelhei entre as pernas dela outra vez, mas agora
Anthony Narrando Ela ainda tava com o corpo colado no meu, respiração quente batendo no meu pescoço. O cheiro do gozø dela ainda impregnado no ar, na minha pele, no sofá. Eu achei que ela ia querer descansar, se jogar ali e apagar. Mas ela se mexeu devagar, esfregando o quadril em mim de novo, me fazendo crescer ali dentro, sem nem tempo pra recuperar o fôlego. — Quero mais — ela sussurrou no meu ouvido, com aquela voz rouca, cheia de maldade. — Tu vai acabar me matando assim — murmurei, com um sorriso cansado, mas já duro de novo só de sentir ela se esfregando. Ela levantou devagar, com aquele olhar de quem tava no controle da porra toda, e ficou de pé na minha frente. Me olhou de cima, com a luz amarelada da varanda batendo na pele suada dela. — Deita aí — mandou, com a marra linda de quem sabia o poder que tinha sobre mim. Eu deitei, deixando o corpo afundar no sofá. Ela montou em mim com calma, a bøceta molhada escorrendo no meu paü duro, esfregando só na cabeça, provocando,
Ana Kelly Narrando A brisa geladinha da madrugada batia no meu corpo nu, mas eu não sentia frio. Tava ali, deitada em cima do peito do Anthony, ouvindo o coração dele batendo forte, ainda acelerado, como se não quisesse sossegar depois de tudo que a gente viveu naquela varanda. Meus dedos faziam carinho nos pêlos do peito dele, e os dele traçavam minha coluna devagarzinho, como quem queria guardar cada pedacinho de mim na memória da ponta dos dedos.Era paz. Daquele tipo que a gente só encontra depois da tempestade, depois da entrega, depois da certeza de que ali... a gente tava onde devia estar.Eu levantei, coloquei o short e fui até a mesa, peguei a macarronada e o suco na geladeira, e voltei pro sofá. — Tô com sono — murmurei, num bocejo arrastado.— Dorme, amor — ele respondeu, a voz já arrastada também, o braço apertando minha cintura.A gente acabou pegando no sono ali mesmo, no sofá da varanda, sem lençol, sem travesseiro, só o calor do outro como abrigo. O corpo cansado, a
Anthony NarrandoO volante tremia sob minhas mãos suadas. Cada curva era um risco, cada farol, uma roleta. A cidade parecia mais viva do que nunca — viva e perigosa. A sirene distante me deixava em alerta, mesmo que não fosse pra gente. Não dava mais pra confiar em nada.Marlon tava no banco do carona, pálido, pressionando a mão ensanguentada contra o abdômen. Atrás, ela tremia calada, com a arma ainda entre os dedos. O mundo dela tinha virado do avesso. O nosso também.— Fica comigo, irmão — falei, jogando o carro num atalho. — Não dorme, não.— Tô aqui... só sentindo a vida me deixando aos pouquinhos — ele riu fraco, com aquele humor desgraçado de quem já viu a morte de perto demais.Peguei o celular. Não chamou nem duas vezes, como se eles já estivesse esperando.Ligação On— Estevão, escuta... — falei firme. — Tentaram apagar eu e a Ana. A casa foi invadida no meio da madrugada. Preciso que tirem a Josefa e a avó da Ana Kelly do hospital. Agora. Se não der, manda reforço. Mas ning
Sr Carter Narrando Sempre tive faro pra quando algo foge do controle. Foram anos construindo um império, anos aprendendo a ouvir os silêncios, a interpretar os passos, a entender o não dito. E ultimamente… algo estava fora do lugar.Primeiro, pequenos sinais: movimentações atípicas, ligações que pararam de chegar, olhares desviados dentro da própria empresa. Depois, começaram as ameaças veladas, os sussurros nos bastidores. Gente rondando prédios, câmeras que estranhamente paravam de funcionar, e aquela velha movimentação dos amigos da polícia — os mesmos que prestam “serviços especiais” pra empresa quando o negócio exige. Quando esses caras voltam a circular, é porque tem sujeira no ar.E aí veio o Anthony.Meu filho sempre foi mulherengo. Nunca me incomodei com isso — desde que soubesse separar vida pessoal da profissional. Ele sempre foi cuidadoso. Gostava das secretárias novinhas, das sem complicação, nunca cruzava a linha com alguém do alto escalão ou com mulher de sócio. Mas de
Vinícius Narrando A tranca da solitária abriu com um estalo seco. Dois agentes me puxaram pelos braços. Eu tava acostumado com isso, mas hoje tinha algo estranho no ar. Um clima pesado. Não era ronda, não era castigo. Era coisa séria.— Levanta, Vinícius. Tem visita. — um deles falou, com um tom meio tenso demais.— Visita? Aqui? Cês tão de sacanagëm. — ri, mas levantei. — Que foi? Meu fã-clube mandou presente?Me empurraram pelos corredores do presídio, onde o mofo e o ódio se misturam no ar. Quando virei a última curva, parei seco. A figura de um homem de terno escuro, postura de quem manda no mundo, me encarava como se já tivesse cavado meu túmulo. Ao lado dele, Pablo — o rato da farda, sempre servindo aos ricaços.Demorou dois segundos pro estalo vir na minha cabeça.— Tu é o Sr. Carter. — falei, ajeitando os ombros, com um sorrisinho torto no rosto. — Engraçado… já ouvi falar de você. Só não tinha ligado os pontos. Então o desgraçado do Anthony é teu filho? Aquele filho da putä
Anthony Narrando O silêncio do lugar já me dizia que tinha algo errado. Desde que a gente se escondeu aqui, eu não consegui os olhos para descansar, quem dirá dormir. O tempo inteiro alerta, com a mão próxima da arma, o ouvido treinado pra qualquer passo diferente no mato, no asfalto, no vento. O que me acalmava era a respiração da Ana ao meu lado.Ana Kelly dormia encolhida no meu peitø. O rosto dela parecia calmo, mas eu sabia que por dentro ela carregava a mesma tensão. A gente não tava em paz. A gente tava se protegendo.Meu celular vibrou em cima da mesa. Peguei rápido. Número restrito.Ligação On — Alô? — falei com uma pergunta. — Anthony? — A voz do outro lado chamou pelo meu nome.— Tô ouvindo. — Respondi seco, sem saber com quem estava falando.— Sou um dos homens do seu pai. Estamos chegando no perímetro. Quinze minutos. Fica pronto.A ligação caiu.Levantei devagar e bati de leve no ombro da Ana Kelly. Ela abriu os olhos, assustada, mas eu fui direto no olhar dela.— Amo