Ana Kelly Narrando O despertador tocou, e eu abri os olhos devagar. O sol já entrava pela fresta da cortina, e eu respirei fundo, tentando espantar a preguiça. Depois de um banho quente, me senti um pouco mais disposta. Escolhi uma roupa confortável, prendi o cabelo num coque e fui para a cozinha tomar café.Chegando no café, Karen já estava lá, toda sorridente.— Bom dia, dona do café mais famoso da cidade! — ela brincou.— Bom dia! — sorri, pegando um pão de queijo.Nos sentamos, e logo começamos a conversar sobre os últimos acontecimentos. Karen estava empolgada com Estevão, e eu adorava ver minha amiga feliz.— Ele é muito carinhoso, Ana! Me trata como uma princesa! — ela suspirou.— Fico feliz por você, amiga.Karen me olhou com atenção e franziu a testa.— O que foi?— Sei lá, você tá com uma cara estranha.— Nada, só cansei de ficar parada ouvindo você falar do seu boy.Ela riu.— Sei… — cruzou os braços. — O Anthony ligou pra você?Revirei os olhos.— Ele manda mensagem todo
Anthony Narrando O coração falhou feio, perdeu o compasso quando percebi que aquele jatinho podia decolar comigo dentro, e eu receber a notícia de que fizeram mal pra ela. Eu nunca ia me perdoar. Nunca.Foi jogo rápido. Liguei pro coroa, mandei atrasar a reunião em quarenta minutos. Depois, acionei os caras certos, os que sabiam fazer o serviço do jeito que precisava ser feito. Sem erro. Sem deixar rastro. Sem ela desconfiar. Porque se Ana Kelly soubesse que fui eu, ela jamais viria até mim.Quando arranquei o saco preto da cabeça dela e vi aqueles olhos cheios de lágrima, a cara assustada, o peito subindo e descendo rápido... me deu um aperto. Pensei no desespero que ela deve ter sentido, porque eu acompanhei tudo. Cada segundo.Mas agora ela tava ali, viva, inteira, na minha frente. O cheiro dela, o olhar dela, a respiração pesada de quem ainda tentava entender o que tinha acontecido.E mesmo sabendo o que fiz, não me arrependi. Nem por um caralho.O jatinho estava pronto para deco
Karen Narrando O café ficou em silêncio por alguns segundos depois que a van arrancou levando Ana Kelly. O choque paralisou todo mundo, mas só por um instante. O grito de Marcela foi o estopim para que a confusão começasse.— O QUE FOI ISSO? ALGUÉM CHAMA A POLÍCIA! — ela berrou, as mãos no rosto, completamente desesperada.Eu ainda estava travada na porta, olhando para o nada, tentando entender se aquilo realmente tinha acontecido. Mas assim que minha mente registrou que Ana Kelly tinha sido levada à força, eu explodi.— MEU DEUS! — gritei, colocando as mãos na cabeça. — O que tá acontecendo?! Quem eram aqueles caras?Jéssica veio correndo na minha direção, os olhos arregalados de pânico.— A gente precisa ligar pra ela! — disse, já puxando o celular do bolso.— O telefone dela tá na bolsa! — Marcela interrompeu, já correndo para o armário onde Ana Kelly sempre guardava as coisas.Ela abriu a porta e puxou a bolsa com tanta força que quase rasgou a alça. Mexeu desesperada, jogando tu
Ana Kelly Narrando O jatinho pousou suavemente na pista, mas meu coração parecia que ia atravessar meu peito. O Rio de Janeiro sempre teve um ar diferente, uma energia vibrante, mas naquele momento, tudo parecia tenso, carregado de incerteza.O silêncio entre mim e Anthony era quase palpável. Eu ainda estava tentando processar tudo. Como fui parar ali? Como tudo virou de cabeça para baixo tão rápido? Meu corpo estava rígido, minha mente acelerada. Quando as portas do jatinho se abriram, senti o calor do ar carioca bater no rosto.Anthony desceu primeiro, com sua postura confiante de sempre, e eu segui logo atrás, cruzando os braços. Estevão veio até nós, olhando de Anthony para mim, percebendo a tensão.— Bom, eu vou indo na frente pra reunião. Vocês veem o que fazem. — Ele ajustou a manga do paletó. — Eu ganho tempo por lá.Anthony fez um sinal de joia para ele.— Valeu, mano.Eu arregalei os olhos.— Vocês são malucos! Eu não vou pra reunião nenhuma!Anthony me olhou de canto, um m
Anthony Narrando Assim que descemos do carro e entramos no restaurante reservado para a reunião, avistei Estevão do outro lado da mesa, soltando um suspiro visível de alívio.— Ufa, até que enfim chegou. — Ele murmurou, ajeitando a gravata.Não respondi, apenas mantive minha expressão séria enquanto guiava Ana Kelly pelo salão. O ambiente era luxuoso, com uma iluminação sofisticada e um cheiro amadeirado no ar. O problema? Assim que entramos, os olhares masculinos da mesa se voltaram para ela.Meu sangue ferveu instantaneamente.Os olhos dos caras percorriam o corpo de Ana Kelly de um jeito que me deu vontade de quebrar aquela reunião e partir para outra coisa. Minha mão apertou a dela com firmeza, e ela, perceptiva como sempre, respirou fundo e colocou a outra mão no meu braço.— O que foi? Aconteceu alguma coisa? — Ela perguntou baixinho, sem entender meu súbito endurecimento.Não respondi de imediato. Apenas guiei ela até a cadeira ao meu lado e puxei para que ela sentasse. Assim
Ana Kelly Narrando O clima dentro do apart hotel esta diferente. Ainda falei em voz alta, sobre a calcinha. O ar parece mais quente, mais pesado. Eu tentando manter minha compostura, mas é impossível ignorar a maneira como Anthony me olha. Ele se aproximou lentamente, aquele olhar intenso pregado em mim. Meu coração acelerou quando senti suas mãos tocarem minha cintura, puxando-me para perto. — Para de fugir de mim, Ana Kelly. — A voz dele soou rouca, carregada de emoção. Coloquei as duas mãos no peito dele, tentando criar alguma distância, mas Anthony não cedeu. — Eu não tô fugindo, Anthony… só… Ele inclinou a cabeça para o lado, me analisando. — Então por que você sempre recua quando eu chego perto? Suspirei, mordendo o lábio. — Porque tudo isso está acontecendo muito rápido. Eu preciso de tempo. Ele soltou um riso baixo, mas não de deboche. Era como se estivesse tentando entender. — Eu não vou fazer nada que você não queira. Mas, sinceramente, eu queria fazer tudo e mai
Anthony Narrando Entrei no banheiro fechando a porta atrás de mim. Encostei as mãos na pia e respirei fundo, tentando me acalmar.— Caralho, Anthony… você tá parecendo um moleque de 15 anos.Olhei para o espelho, meu reflexo me encarando de volta. Meus olhos estavam escuros, cheios de desejo, e meu corpo ainda pulsava pela falta dela.— Você precisa respeitar o espaço dela… — murmurei, passando a mão pelo cabelo.Mas como? Como eu ia conseguir segurar isso por muito tempo? Ela saiu do banho enrolada na toalha, os cabelos molhados caindo sobre os ombros, a pele brilhando…Fechei os olhos, sentindo meu paü latejar dentro da calça.— Porrä… só um toque, só um gostinho. — Minha voz saiu rouca, carregada de frustração.Abri a calça, sentindo o peso da excitação me dominar. Encostei as costas na parede, deslizando a mão pelo meu membro rígido.— Você é uma filha da puta, Ana Kelly… — sussurrei, começando a me tocar. — Não tem ideia do que tá fazendo comigo.Minha respiração ficou pesada, m
Anthony Narrando Eu estava na varanda do apart hotel, finalizando uma chamada de vídeo sobre os últimos fechamentos da Carter Electronic. O mar ao fundo parecia uma pintura perfeita, mas minha mente não estava ali. Meu olhar se desviou para dentro do apartamento e percebi que Ana Kelly já tinha saído do quarto. Desliguei o telefone e caminhei na direção dela.— A comida chegou. Você tá com fome? — perguntei, observando-a sentada no sofá, mexendo no celular.Ela ergueu os olhos para mim e assentiu, deixando o celular de lado. Sentamos à mesa, e eu comecei a servir os pratos.— Anthony... — ela começou, hesitante. — Você realmente colocou gente para vigiar o Vinícius?Eu pausei por um segundo, encarando-a antes de responder.— Coloquei.— Você acha que ele teria coragem de fazer algo mais sério comigo além de bater boca? — Seu tom era mais curioso do que assustado, mas eu sabia que no fundo ela queria uma garantia de segurança.— Acho. E por isso eu trouxe você pro Rio. Eu não ia deixa