Amanheceu no horas Vitória e os primeiros raios de sol entravam suavemente pelo vão das cortinas, iluminando o quarto com tons dourados. Ravi despertou com a sensação do corpo nu e macio de Malú sobre o seu, seus longos cabelos castanhos espalhados como seda sobre seu peito. Seu perfume doce de morango - aquele mesmo que o havia atraído desde o primeiro dia - invadiu seus sentidos, despertando nele um desejo que parecia nunca ter fim.
Ravi sentiu o belo corpo despido e macio de sua morena sobre ele, bem como seus longos cabelos escuros, que estavam espalhados sobre seu peito.Ele sorriu, ainda sem abrir completamente os olhos, deixando as mãos percorrerem as costas dela, relembrando cada curva, cada beijo, cada momento da noite passada. “Deus, como ela era perfeita!”, pensou ele.Quando finalmente abriu os olhos, viu seu rosto tranquilo, os cílios longos projetando sombras sobre suas maçãs coradas. Ela dormia profundamente, exausta após a noite intensaMalú saiu do banheiro envolta em uma nuvem de vapor, o roupão de seda grudando levemente em sua pele ainda úmida. Ao encontrar Ravi sentado na cama, celular na mão e um sorriso maroto nos lábios, arqueou uma sobrancelha. e ao observar o olhar intrigado dela Ravi respondeu:— Era Camila e as outras — ele explicou, dedilhando a tela. — Estavam preocupadas depois da forma dramática como saímos ontem. Mas já as tranquilizei. Ela sorriu ao lembrar do carinho das funcionárias de Ravi, mas seu rosto logo se tornou sério quando notou a ausência de sua camisola. — Onde está minha camisola? Ravi deu uma risada baixa, os olhos faiscando de divertimento. — Esqueceu, meu morango delicioso? Por onde exatamente você o deixou ontem? O rubor que tomou seu rosto foi instantâneo. Ele riu mais alto ainda, puxando-a para um abraço e enterrando o rosto em seu pescoço. — De sereia sedutora a garotinha envergonhada — murmurou entre
Enquanto Malú ainda mergulhava em seus pensamentos, os cumprimentos animados de Luna e Cristiano ecoaram pela sala. Eles haviam acabado de chegar da fazenda dos pais de Cristiano, convidados por Eduardo para o café da manhã. Enquanto trocavam saudações com Malú e Olga, a voz doce de Miriã surgiu, surpreendendo a todos. — Bom dia, família! — Miriã apareceu, decidida a descer e aproveitar o café com todos. Eduardo, preocupado, tentou impedi-la: — Querida, você deveria descansar. Ela, porém, deu um beijo carinhoso no seu rosto e rebateu: — Papai, às vezes acho que você acha que eu e Luna somos bonequinhas de porcelana! — Tenho certeza absoluta disso! — Luna riu, beijando também o rosto do pai. — Na verdade, sempre pensamos assim — Ravi brincou, acariciando May, que agora estava em seu colo. — Quando vocês nasceram, eram tão frágeis quanto essa princesinha aqui. Miriã e Luna fizeram carinho na pequena May, que
Gabriel envolveu Malú em um abraço apertado, depositando um beijo carinhoso em seus cabelos antes de responder a Ravi: — Posso imaginar, Ravi. E não há nada que me deixe mais feliz do que ver minha irmã assim, radiante. Olga, com os olhos marejados de lágrimas, uniu-se ao filho: — Faço das palavras do Gabriel as minhas. Essa menina sempre foi um anjo em minha vida – doce, gentil e cheia de luz. Desde o primeiro instante em que a vi, conquistou meu coração como uma filha. – Sua voz embargou ao continuar: – E eu... eu não tenho como agradecer por tê-la protegido quando eu não pude. Obrigada, Ravi. Muito obrigada por cuidar da minha menina. E sim, com todo meu coração, abençoo esse amor! Malú lançou-se nos braços de Olga, ambas emocionadas. A família de Ravi não perdeu tempo – Diana e suas irmãs cercaram Malú em uma onda de abraços e palavras carinhosas, aprovando o namoro com entusiasmo. Cristiano,
São Paulo – Horas antes dos acontecimentos no HarasO quarto de hotel estava envolto em uma penumbra pesada, apenas iluminado pelo brilho pálido da lua que entrava pela varanda aberta. Viktor, envolto em seu roupão de seda escura, esmagou o charuto no cinzeiro com movimentos bruscos. Seus dedos longos envolveram o copo de uísque, levando-o aos lábios em um gole que queimou mais que o álcool – era o ódio que fermentava em seu peito. No centro da mesa, sob a luz fraca, estava a foto. A foto de…Malú. Seus olhos obsidianos devoraram cada detalhe da imagem como se pudessem sugar a própria alma dela através do papel. Os dedos dele tremiam ao traçar o contorno do rosto dela na fotografia, deixando marcas de suor e fúria no gloss brilhante. De repente, como se tocado por um raio, Viktor se levantou tão rápido que derrubou a cadeira. Seu corpo tenso vibrava com energia violenta. — Ouça Malú você é minha. Só minha! E se deixar aquele maldit
Já fazia alguns dias que Malu e a pequena May estavam escondidas naquele pequeno apartamento. Malú sentia-se sufocada ali dentro, o cheiro de mofo e umidade que impregnava o ar, misturava-se com a poeira dos móveis velhos. As paredes descascadas pelo tempo eram de um cinza amarelado e deprimente, e a luz que entrava pela única janela era fraca filtrada por cortinas esburacadas e manchadas. À noite o silêncio era quebrado apenas pelos ruídos distantes da cidade, tornando aquele ambiente ainda mais opressor. Era um esconderijo sombrio, mas por hora seguro, além disso ela não tinha outra escolha. E tudo a assustava, visto que podia ouvir o som de passos ecoando em sua mente. Ou sentir ser observada e tudo isso a assombrava, até nos seus sonhos. Mas, o pior de tudo era acordar de seus pesadelos com a sensação repugnante toques, e um perfume familiar que estava impregnado em sua pele, e a terrível sensação de ser vigiada que não a abandonava, nunca era como um aviso de que ele estava s
Ela, ainda com a menina no colo, escondeu-se atrás de uma parede, enquanto via os homens mostrarem a sua foto para a moça, que disse: — Sinto muito, mas não posso dar informações dos hóspedes do hotel! — Essa moça não é uma hóspede — dizia um dos homens. — Acreditamos que veio procurar emprego aqui. — Sendo assim, quem poderá dar-lhes tal informação é somente Rony, o rapaz do RH! — disse um dos funcionários. Porém, enquanto olhava para frente, a moça avistou Malú, então apontou para ela e falou: — Vejam, não é a moça que procuram! Ao perceber aquilo, Malú ficou desesperada e pensou em correr para a porta da frente, porém, sabia que se saísse por lá, provavelmente havia outros lá fora à sua espera. Por isso, segurou a pequena May com força em seu colo, e correu na direção da área de serviço do hotel, com os homens em seu encalço. Ela não sabia para onde estava indo, mas continuou. Passou pela cozinha, onde o cheiro de carne grelhada e temperos pesados encheu seu nariz, e depois
Algumas horas antes... A cobertura do luxuoso hotel Duna, em Goiás, pulsava com música eletrônica. Os graves intensos faziam o chão vibrar, como se acompanhassem as batidas aceleradas dos corações ali presentes. A festa de Alexandre ainda estava muito animada, e apesar de ainda ser cedo e com certeza passaria da meia-noite, pois ao que tudo indicava não tinha hora para acabar. Ravi estava encostado em um dos sofás de couro branco, cercado por duas figuras bem conhecidas: Lívia e Ruana. Uma loira de cabelos longos e brilhantes, um vestido justo realçando suas curvas. A outra, ruiva de olhos esverdeados. Ambas tinham sorrisos provocantes e estavam sempre juntas – inseparáveis, diziam as más línguas que elas, muitas vezes, adoravam dividir o mesmo homem ao mesmo, bem fosse ou não verdade, Ravi não poderia dizer, porém, já havia saído com ambas alternadamente e se quisessem também sairia com as duas na mesma noite. "E por que não? Já havia feito aquilo antes com outras mulheres, p
Ravi franziu o cenho totalmente incrédulo. "Ouvi certo?" Se perguntou ele com um olhar tenso e fixo no espelho retrovisor. Então o som veio de novo, um choro abafado e trêmulo. Dessa vez, o som estava um pouco mais claro. — É um... choro de bebê realmente! — Confirmou ele aborrecido e incrédulo, enquanto sentia o seu coração acelerar, e uma corrente de adrenalina disparar por suas veias, misturando raiva e indignação. Ainda parado dentro do carro pensou: "Seria realmente possível alguém ter colocado um bebê dentro do meu porta-malas?” Porém o choro que veio, baixo inicialmente, em questão de segundos, se tornou um grito claro e desesperado. — O que diabos estava acontecendo? — sussurrou ele. Sem perder tempo, saiu do carro e caminhou até a traseira, cada passo dele que ecoava no silêncio da noite misturado a umidade do ar tornava a atmosfera pesada, bem como tudo muito inusitado. Porém ao ouvir o choro infantil com ainda mais nitidez, Ravi sentiu o seu coração bater acelerado