Corri, parando para me esconder atrás das enormes caixas, procurando desesperadamente algo que pudesse usar como arma. Avistei uma barra de ferro no chão e a puxei, segurando-a firmemente contra o peito, pronta para usá-la se necessário.— Sabe, minha Luz, eu sempre quis brincar de gato e rato com você. Sempre me excitou ver sua necessidade de lutar para sobreviver. — Pavel empurrou algumas caixas, procurando por mim e atirando no local em seguida. — Você não vê que fomos feitos um para o outro? Somos perfeitos juntos.Ele gargalhou, movendo-se para outro lado do ambiente. Caminhei devagar para o fundo, tentando me esconder ainda mais, tremendo sem parar.— Quando você partiu, aquilo acabou comigo... Eu percebi onde estava errando, minha Luz. — Chutando outras caixas e atirando, Pavel continuou. — Eu não estava te dando a atenção necessária por causa do trabalho, agora entendo isso. Mas será diferente, comprei uma ilha deserta, agora será apenas você e eu, ninguém mais vai interferir.
POV: PATRICKSaí do quarto, passando a mão no rosto enquanto minhas pernas fraquejavam suavemente. Robert e James me ampararam, encarando-me com preocupação.— Você tomou seus medicamentos hoje? Comeu alguma coisa? — John se aproximou, analisando-me. — Está pálido e frio.— Estou bem! — Empurrei-os, saindo. — O dia hoje não está fácil, como puderam perceber.— Compreendemos, Major, por isso estamos aqui. — John se aproximou novamente. — Mas precisamos do nosso comandante bem para prosseguir. Não conseguiremos salvar sua noiva se você não estiver bem!— John tem razão. Vou à cozinha solicitar uma vitamina para você e pegar seus remédios... — James começou a falar quando soquei a parede, gritando.— Não temos tempo para isso! Elisabeth está em perigo, Heloise é extremamente desequilibrada... Ela matou o próprio filho, o que acham que fará com a mulher que ela considera ser minha amante? — Arfei, ofegante.— Sabemos disso, mas se não estiver bem, como pretende salvá-la? — Robert pousou a
— Merda! — Ameacei invadir, mas Robert me conteve, negando com a cabeça.— A arma está muito próxima de sua cabeça, ele a eliminará antes que você se aproxime. — Robert manteve-me no lugar.— Não posso ficar aqui parado vendo-o machucá-la desta forma! — Cerrei os punhos, tomado pela fúria.— Major, seu emocional está falando. Pense como um soldado. O que faria nesta situação se estivéssemos na guerra? — John manteve o tom baixo e tranquilo. — Ele é apenas mais um inimigo que precisamos derrubar.Ponderei suas palavras, olhando novamente para dentro do galpão, pensando no que faria.— Robert, você e James vão para o outro lado do galpão e comecem um tiroteio para chamar a atenção dele. Andreev não vai querer matar Elisabeth tão facilmente; ele é um maldito psicopata torturador. — Estava com os punhos fechados, apertando as mãos com força.— Ele vai querer tirá-la daqui! — Constatou John, e eu assenti. — E o que faremos?— Viu onde o carro dele estava estacionado? — Sorri, com os olhos
— Está tudo bem, Lis, não chore, tudo ficará bem. — Eu sorri gentilmente para minha aprendiz, esticando as mãos para que ela pudesse prender a braçadeira. — Lembra-se, eu sempre apronto algo no final.— O quê? — Elisabeth franziu o cenho antes de fechar a braçadeira. Rapidamente, puxei-a para minhas costas e agachamos os quatro rapidamente quando John, se arrastando, sentou-se machucado, com uma arma na mão, atirando cinco vezes em Pavel. Ele acertou a perna, ombro, braço e pescoço do lado de Pavel.Empurrei as braçadeiras das mãos, joguei uma faca para James se soltar e soltar Robert, e fui em direção a Pavel, que tentou erguer a arma em minha direção. Chutei suas mãos, puxei seu corpo e comecei a deferir vários socos em sua face.— Seu desgraçado, isto é por tê-la torturado por tanto tempo. — Soquei com mais força, ouvindo os estalos dos ossos em sua face se quebrando, o sangue se misturando em seu rosto.— É só isto que você tem? — Andreev sorriu com os dentes sujos de sangue, de f
POV: ELISABETHMeu corpo ainda pulsava de dor, ecoando o impacto avassalador do que havia ocorrido. O alívio de saber que Greg estava vivo, lutando para se recuperar, mal conseguia dissipar a angústia que me consumia. Ao vestir a roupa negra do luto, meu reflexo no espelho revelava uma tristeza profunda, onde os olhos daquela garotinha que perdera os pais há tanto tempo ressurgiam em meu olhar. Minha única família, meu mundo inteiro, minha melhor amiga, mãe e confidente, partira sem que eu pudesse estar lá para confortá-la em seu momento mais assustador. A culpa por não ter estado ao seu lado dilacerava meu coração. A pessoa mais importante da minha vida fora arrancada de mim, deixando um vazio insuportável, uma solidão avassaladora. Foi então que senti suas mãos quentes em meu quadril e seu beijo suave no topo da minha cabeça, um gesto de conforto em meio ao abismo da perda.— Você está bem? — Patrick olhou meu reflexo no espelho com compreensão. — Sinto muito por sua perda, Lis.— E
— E quem mais cuidaria daquele CEO arrogante e prepotente? — Eu o olhei divertida. — Já disse, Patrick Morgan é o meu idiota.— Me parece justo. — Greg gargalhou e eu o acompanhei. Juntos, fomos para a capela marcada. Era uma cerimônia simples, apenas o pelotão de Patrick e nós.Adentrei a igreja, ouvindo o suave som do violino ao fundo. No altar, Patrick Morgan se destacava no ambiente do casamento com sua presença imponente. Alto e moreno, ele exalava charme e elegância em seu terno sob medida. O tecido escuro realçava sua pele, e a camisa branca contrastava com sua cor de pele, criando um visual sofisticado e atraente. Seus cabelos castanhos estavam penteados de maneira impecável, e seus olhos azuis escuros pareciam penetrar na minha alma, fixos aos meus. Seu corpo esculpido evidenciava sua boa forma física, confirmando sua aura sensual. Ele sorriu sedutor ao me ver, mordendo sutilmente os lábios com malícia. Corei na hora, repreendendo-o com o olhar franzindo a testa, o que provoc
Fiquei olhando o envelope com medo de pega-lo, receando o que havia dentro... Com reluta, o abri, havia um livro de capa dura com a nossa foto em lua de mel sorrindo felizes em cuba, na imagem, Patrick falava uma besteira em meu ouvido enquanto me abraçava por trás, corando minha face e provocando um sorriso genuíno. Ao fundo do envelope havia uma carta, endereçada ao meu nome, com a letra elegante dele:“Minha doce Elisabeth, se recebeu esta carta, receio que tenha chegado minha hora, provavelmente você me odiara pela forma qual a decidir lidar com isto, mas preciso que saiba que eu jamais desejei a ferir ou a magoar. De forma covarde e egoísta, optei por não lhe contar meu maior segredo, você já havia sofrido tantas perdas, tantas dores, que não me pareceu justo faze-la passar por mais um momento de turbulência.”— Do que Patrick está falando? — Mordi os lábios ficando nervosa com cada palavra, continuei lendo."Eu escondi a verdade sobre minha ida ao exército. Na realidade, descobr
A dor da sua ausência era constante. No jardim da casa, deitada na rede, o livro repousava no meu colo. Muita coisa havia mudado desde a sua carta, há dez meses. Assumi a editora com louvor, prosperamos de forma crescente. A fusão com a Forbs foi um sucesso, e logo Celdric se tornou um dos CEOs ativos nas decisões.Greg era meu braço direito, responsável por partes legais da empresa, segurança e investigações. Eu não conseguia acreditar. Sempre que voltava para casa, tinha a sensação de que ele estaria lá, me esperando, com uma taça de vinho, seminu, com seu sorriso malicioso nos lábios.— Você faz falta, Patrick... — Sussurrei, fechando os olhos quando a brisa acariciou meu rosto. Não havia conseguido ler o livro até aquele momento. Parecia que ler suas últimas palavras ali seria um adeus do qual nunca estaria preparada para dizer.Hesitei por mais tempo, abrindo o livro. Na dedicatória, meus olhos se encheram de lágrimas:“Para Sra. Eva, por ter criado e amado a mulher mais dócil e g