Angel Lioncourt | New YorkA noite que Aaron deixou meu apartamento foi diferente. A cidade parecia mais calma, como se, por um momento, as ruas agitadas de Nova York estivessem refletindo o que eu sentia por dentro.Aaron tinha uma habilidade estranha de transformar o caos em algo que fazia sentido. Ele me obrigava a olhar para as coisas que eu preferia evitar, mas fazia isso com uma paciência e um cuidado que eram desconcertantes.Mas agora, eu sabia que ele estava certo. Eu sabia o que queria.E, pela primeira vez, estava pronta para admitir isso.Na manhã seguinte, cheguei ao escritório sentindo uma energia renovada. A batalha contra Anthony estava longe de acabar, mas algo dentro de mim estava mudando. Ele já não parecia ser o centro do meu universo, a força que movia cada decisão.Agora, eu estava no controle.Bonnie notou a diferença assim que entrei na sala de reuniões para revisar os contratos internacionais.— Você está diferente hoje.— E isso é bom ou ruim?— É ótimo.Sorr
Angel Lioncourt | New YorkA manhã seguinte trouxe um ar fresco de clareza. Talvez fosse o frio do outono se intensificando ou apenas o fato de que, pela primeira vez em meses, eu sentia como se estivesse em paz com o caos da minha vida. Aaron tinha uma habilidade desconcertante de virar tudo de cabeça para baixo, mas, de alguma forma, isso me fazia sentir mais... real.Anthony ainda era uma sombra, mas ele não parecia mais tão grande. Não mais o vilão que moldava todas as minhas decisões. Agora, ele era apenas alguém tentando agarrar qualquer fragmento de controle que ainda tivesse.E eu? Bem, eu estava começando a viver por mim.O escritório estava movimentado quando cheguei. Bonnie já estava ocupada em sua mesa, digitando furiosamente enquanto equilibrava um telefone no ombro. Ela levantou os olhos quando me viu, dando um sorriso rápido.— Bom dia.— Bom dia. Alguma crise nova para resolver?— Não hoje. Só o caos normal.— Caos normal soa ótimo.Ela riu, mas havia algo em sua expre
Angel Lioncourt | New YorkA reunião com Anthony me deixou inquieta. Ele parecia diferente, quase resignado, mas eu sabia melhor do que confiar em qualquer coisa que saísse da boca dele. Anthony era um mestre em manipulação, e sua capacidade de mascarar intenções era uma das razões pelas quais ele havia se tornado uma constante espinhosa na minha vida.Mas havia algo mais nessa reunião – algo que não conseguia ignorar. Pela primeira vez, parecia que ele estava disposto a deixar tudo para trás. Ou talvez isso fosse apenas outro jogo.E se fosse um jogo, eu precisava estar preparada para vencê-lo.Na manhã seguinte, cheguei ao escritório determinada a dissecar cada detalhe da proposta de Anthony. Bonnie já estava lá, como sempre, com um café na mão e uma pilha de documentos na mesa.— Dormiu alguma coisa? — Ela perguntou, me lançando um olhar preocupado.— O suficiente.— Certo. Bem, revisei os pontos principais da proposta de Anthony. Legalmente, parece sólida, mas tem algumas brechas
Angel Lioncourt | New YorkResolver qualquer coisa com Anthony parecia um paradoxo. Ele era o tipo de pessoa que fazia você questionar até os momentos de aparente sinceridade, um mestre em manipular situações e transformar até os acordos mais simples em algo perigoso.Mas, enquanto revisava os últimos ajustes na proposta dele com Bonnie e a equipe jurídica, algo dentro de mim mudou. Pela primeira vez, não era medo ou raiva que movia minhas decisões. Era cansaço.Cansaço de carregar o peso de uma guerra que, no final das contas, já estava vencida.Na manhã seguinte, marquei a última reunião com Anthony. Eu sabia que isso precisava ser resolvido de uma vez por todas, e estava determinada a não permitir que ele tivesse mais poder sobre mim.Aaron apareceu no meu apartamento logo cedo, como se soubesse que eu precisava de algo que nem sabia nomear. Ele estava encostado na bancada da cozinha, segurando duas xícaras de café, com aquele sorriso que parecia sempre saber mais do que deveria.—
Angel Lioncourt | New YorkA sensação de liberdade depois de assinar o acordo com Anthony era algo que eu ainda estava aprendendo a processar. Era como estar em uma sala cheia de eco, onde o silêncio parecia mais barulhento do que qualquer coisa que já experimentei.Pela primeira vez em anos, Anthony não era uma sombra constante pairando sobre cada decisão que eu tomava. Ele tinha se tornado apenas uma figura do meu passado – uma parte de quem eu fui, mas não mais de quem eu era.Mas deixar o passado para trás também significava enfrentar o que vinha a seguir.Na manhã seguinte, o escritório parecia mais calmo. Bonnie, sempre eficiente, estava em sua mesa com uma pilha de papéis à sua frente, mas seu sorriso sugeria que, pelo menos por um dia, não havia crises à vista.— E então, como se sente agora que Anthony está oficialmente fora da sua vida? — Ela perguntou, me lançando um olhar curioso.— Ainda processando.— Isso é normal. Mas você devia se permitir comemorar.Eu ri levemente,
Angel Lioncourt | New YorkQuando a porta do meu apartamento se fechou atrás de mim, fiquei parada por um momento, respirando fundo e tentando organizar os pensamentos. A noite com Aaron tinha sido... diferente. Ele não era apenas o furacão que sempre entrava na minha vida, bagunçando tudo – ele estava se tornando algo mais. Algo sólido, algo que me fazia sentir segura de um jeito que eu nunca achei possível.Mas, como sempre, a ideia de deixar alguém se aproximar assim ainda me assustava.Eu me joguei no sofá, olhando para a janela que exibia a cidade iluminada. Nova York nunca parava, mas, de alguma forma, naquela noite, parecia mais quieta. Mais calma.Talvez fosse o reflexo do que eu estava sentindo por dentro.Aaron estava certo: pela primeira vez, eu tinha espaço para pensar no que eu queria, e não apenas no que precisava fazer.A manhã seguinte trouxe um novo ritmo ao escritório. A equipe parecia mais leve, mais confiante, como se o peso de Anthony tivesse sido retirado de todo
Angel Lioncourt | New YorkA sensação de que algo estava mudando dentro de mim era tão nítida que parecia tangível. Era como se, aos poucos, os muros que eu construí ao redor de mim mesma estivessem começando a ceder. E, com cada conversa, cada momento compartilhado, Aaron parecia ser o único capaz de me lembrar de quem eu realmente era – ou talvez de quem eu poderia ser.Mas o medo ainda estava lá, escondido em algum lugar. O medo de perder o controle, de depender de alguém de um jeito que eu prometi a mim mesma que nunca mais faria.O que era irônico, considerando que Aaron não parecia querer nada além de me ajudar a encontrar a liberdade que eu estava começando a acreditar que merecia.Na manhã seguinte, o escritório estava agitado como sempre. Bonnie, minha fiel aliada, já estava na minha sala quando cheguei, organizando uma pilha de documentos enquanto falava ao telefone com alguém que parecia estar pedindo mais do que deveria.Quando ela desligou, me lançou um sorriso cansado.—
Angel Lioncourt | New YorkA sensação de mudança dentro de mim era avassaladora, mas ao mesmo tempo sutil, como uma onda que você não percebe até que já esteja submersa. Aaron tinha uma habilidade desconcertante de fazer o impossível parecer fácil – de me fazer querer coisas que eu sempre disse a mim mesma que não precisava.Mas o que mais me assombrava era como ele parecia saber exatamente o que eu precisava antes mesmo de eu entender isso.Naquela manhã, o mundo estava estranhamente calmo. O escritório, sempre cheio de energia e movimento, parecia mais silencioso. Bonnie entrou na minha sala com uma pilha de relatórios, mas sua expressão indicava que não havia nada urgente.— Parece que estamos finalmente em um momento de respiro. — Ela disse, colocando os papéis na minha mesa.— Eu não sei se sei o que fazer com isso.— Eu sei. Mas talvez seja hora de descobrir.Olhei para ela, surpresa pela intensidade das palavras.— Você anda conversando com Aaron?Ela riu, balançando a cabeça.