Angel Lioncourt | New YorkÀs vezes, eu me pergunto por que a vida tem que ser tão complicada. Parece que, sempre que você acha que finalmente está pegando o ritmo, ela dá um jeito de jogar uma nova curva no caminho.Na manhã seguinte ao encontro no café com Aaron, acordei mais cedo do que o normal. A luz do sol ainda estava fraca, entrando pela janela do meu quarto. Era o tipo de manhã tranquila que, em outra época, eu teria aproveitado para ficar enrolada nos lençóis, mas hoje? Hoje, minha mente estava a mil.Peguei o celular para revisar minha lista de tarefas e, como já era quase automático, abri o aplicativo de mensagens. Nada novo de Aaron, o que era um alívio e uma decepção ao mesmo tempo. Esse homem tinha se instalado na minha cabeça de um jeito irritante, como se ele soubesse que poderia aparecer e desaparecer quando quisesse.Suspirei, me levantando e indo direto para a cozinha. Precisava de café – forte, quente e imediato. Meu pai já estava lá, sentado à mesa com seu tablet
Angel Lioncourt | New YorkVocê já teve aquela sensação de que a sua vida está prestes a explodir, mas ao mesmo tempo, você não consegue desviar o olhar? Como se cada decisão fosse um fósforo riscando próximo a uma poça de gasolina? Pois é, bem-vindo ao meu mundo.Depois do encontro inesperado com Aaron na livraria, passei dias tentando me concentrar no trabalho. Bonnie enviou uma nova leva de documentos, dessa vez com detalhes mais complexos sobre o contrato que estávamos fechando. Meu pai estava visivelmente orgulhoso de como as coisas estavam progredindo, mas eu ainda sentia que estava tropeçando no escuro, fingindo que sabia exatamente o que estava fazendo.Naquele dia, acordei decidida a ser produtiva. Coloquei meu laptop sobre a mesa da sala de jantar e comecei a revisar os números. Mas, como tudo ultimamente, minha mente não colaborava.Tudo parecia me distrair: o som do tráfego lá fora, o café esfriando na xícara, e, claro, os pensamentos insistentes sobre Aaron Blackwood. Ele
Angel Lioncourt | New YorkAcordei no dia seguinte com a sensação de que algo estava mudando. Não era uma epifania grandiosa nem nada do tipo. Era mais como um sussurro no fundo da minha mente, algo me dizendo que os próximos dias seriam complicados.A primeira coisa que fiz foi checar meu celular. Por um momento, hesitei. Não era como se eu estivesse esperando uma mensagem de Aaron, mas, de alguma forma, a possibilidade parecia inevitável. Quando desbloqueei o aparelho, no entanto, tudo o que vi foi uma notificação de Bonnie.Bonnie: "Angel, precisamos falar sobre o evento de lançamento do contrato. Ligue para mim assim que puder."Suspirei. Um evento? Isso era novidade. E também um problema, porque a última coisa que eu queria era me expor publicamente nesse tipo de situação. Eu ainda estava aprendendo os bastidores do negócio, e agora teria que lidar com algo tão... visível.Peguei o telefone e disquei o número dela. Bonnie atendeu no segundo toque, sua voz firme e direta, como sem
Angel Lioncourt | New YorkA manhã seguinte ao evento deveria ter começado com café e um descanso merecido. Em vez disso, acordei com meu telefone vibrando na cabeceira, o som insistente puxando-me para fora de um sono mais pesado do que o normal.Quando finalmente estendi a mão para pegar o aparelho, a tela piscava com o nome de Bonnie. Suspirei. Claro que ela seria a primeira a me ligar, considerando como o evento tinha corrido.— Bom dia, Bonnie — atendi, minha voz ainda rouca pelo sono.— Angel, você foi incrível ontem! — A voz dela parecia tão energética que eu quase conseguia visualizar o sorriso no rosto dela. — Todos estavam comentando sobre você. Até recebi mensagens esta manhã de potenciais parceiros que querem marcar reuniões com você.— Isso é ótimo — murmurei, ainda tentando processar as palavras. — Mas será que essas reuniões podem esperar algumas horas?Ela riu.— Claro. Só queria que você soubesse o impacto que causou. Ah, e parabéns novamente. Você está oficialmente n
Angel Lioncourt | New YorkDizem que a vida é feita de momentos. Pequenos instantes que, quando juntados, formam o mosaico da nossa existência. E, sinceramente, eu achava essa frase um clichê bobo... até agora.Depois da tarde com Aaron, algo dentro de mim parecia diferente. Não era como se eu tivesse descoberto uma grande revelação ou tivesse resolvido todos os problemas do mundo, mas havia uma sensação estranha de que, pela primeira vez, eu estava começando a aceitar a incerteza como parte do processo.Quando acordei no dia seguinte, a luz que entrava pela janela parecia menos dura, como se o mundo tivesse decidido me dar uma folga.— Bom dia, filha. — Meu pai me cumprimentou assim que desci para a cozinha. Ele estava sentado à mesa, folheando o jornal com sua caneca de café habitual.— Bom dia. — Respondi, servindo-me de uma xícara.Enquanto me sentava, ele baixou o jornal e me olhou com aquele sorriso que só pais conseguem dar, o tipo de sorriso que carrega orgulho e preocupação e
Angel Lioncourt | New YorkEu estava começando a perceber que minha vida, ultimamente, parecia uma novela – e não o tipo que termina com sorrisos e finais felizes, mas aquela cheia de reviravoltas que te faz gritar com a TV.A noite anterior com Aaron não saía da minha cabeça. As palavras dele, o jeito como ele parecia genuíno... tudo estava me incomodando mais do que eu queria admitir. Ele era o tipo de problema que eu sabia que deveria evitar, mas, ao mesmo tempo, algo em mim continuava sendo puxado na direção dele como um ímã.Na manhã seguinte, tentei enterrar esses pensamentos sob uma pilha de trabalho. A reunião com o investidor estava marcada para a tarde, e eu precisava me preparar.Meu pai passou pela sala de estar enquanto eu folheava os relatórios e parou ao meu lado, com o café na mão.— Nervosa? — Ele perguntou, com um olhar que era metade preocupado e metade curioso.— Um pouco. — Admiti, largando os papéis por um momento. — É a primeira vez que vou liderar algo tão gran
Angel Lioncourt | New YorkNa manhã seguinte, enquanto a luz do sol entrava pela janela, me peguei pensando na noite anterior. Dançar com Aaron tinha sido inesperado e desconcertante, mas, de alguma forma, também... libertador. Ele era como um sopro de ar fresco no meio da confusão da minha vida.Suspirei, jogando os lençóis para o lado e me levantando. A lista de tarefas do dia me chamava, mas minha mente insistia em voltar para a pista de dança, para o som da música e o jeito como Aaron segurava minha mão, como se fosse a coisa mais natural do mundo.Desci para a cozinha, encontrando meu pai na mesma rotina de sempre: jornal, café e aquele olhar atento que parecia perceber tudo.— Parece que você teve uma boa noite. — Ele comentou, sem nem olhar para mim.— Foi interessante.Ele ergueu os olhos, curioso, mas não pressionou. Meu pai tinha um talento especial para saber quando deixar as coisas no ar.Enquanto preparava meu café, meu telefone vibrou no bolso do roupão. Peguei o aparelh
Angel Lioncourt | New YorkO reencontro com Anthony foi como um soco no estômago, só que mais irritante. Enquanto ele se afastava, eu não conseguia ignorar o nó na minha garganta nem a forma como meus pensamentos ficaram embaralhados. Não era só a surpresa de vê-lo ali – era o fato de que ele parecia perfeitamente à vontade, como se não tivesse despedaçado minha vida meses atrás.Aaron permaneceu ao meu lado, mas havia algo na forma como ele me olhava que indicava que ele estava lendo cada micro expressão minha. Ele não perguntou nada, mas o jeito como arqueou uma sobrancelha e ergueu o copo de champanhe me disse tudo.— Nem comece. — Falei antes que ele pudesse abrir a boca.— Eu não disse nada. — Ele respondeu, mas o sorriso malicioso estava lá.— Você está pensando em dizer.— Estou pensando que esse Anthony não parece ser o tipo de cara que você deveria ter casado.— E você é o tipo de cara que eu deveria estar escutando?Ele riu, um som baixo e rouco que fez meu estômago revirar