O Arrogante Irresistível
O Arrogante Irresistível
Por: Autora Marcia Candido
1- Marcela

É sexta feira a noite e não tenho nada para fazer, e sem ter para onde ir eu decido dar um passeio no shopping, talvez vou ao cinema para assistir a um filme que a dias estou querendo ver, já estou cansada de ficar em casa sozinha sem ninguém para conversar ou sair, é isso que dá enfiar a cara no trabalho e não ter tempo para fazer novas amizades.

Depois do cinema eu paro na praça de alimentação para fazer um lanche pois eu estou faminta, saí de casa sem comer nada e agora estou de estômago vazio, e como diz o ditado "saco vazio não para em pé". Depois do lanche vou embora pra casa me sentindo exausta, chego ao meu prédio e comprimento o Sr. Antônio o porteiro e entro no elevador subindo para o quinto andar, chego no meu apartamento e vou direto para o meu quarto já tirando a minha roupa e vou para o banheiro, pois preciso de um banho relaxante. Dez minutos depois eu saio do banho me secando e visto apenas uma camisola me jogando na cama em seguida, não demora muito e já estou dormindo pois me sinto muito cansada, o dia de hoje foi puxado pra mim além do passeio no shopping.

Na manhã seguinte acordo um pouco mais tarde afinal hoje e sábado e eu não trabalho, decido ligar para minha prima Letícia para saber se ela quer sair hoje, já faz muitos dias que não nos falamos .

— Alô! — Ela atende no terceiro toque.

— Oi Letícia, o que você anda fazendo que não aparece mais por aqui? Estou com saudades prima. — Digo empolgada para vê-la hoje.

— Ah oi Marcela, eu também estou com saudades. — Sua voz parece cansada. — Eu ando muito ocupada com meu pai, ele ainda não melhorou e não está nada bem. — Explica desanimada.

— Poxa prima que barra essa que você está passando, eu pensei que ele estivesse melhor, eu queria muito poder ajudar de alguma forma mas não sei como. — Falo preocupada.

— Tudo bem prima, não tem nada que você possa fazer, ele teve um derrame agora só nos resta cuidar dele. Diz mais conformada depois do que houve.

— Eu sei Letícia mas qualquer coisa precisarem, você e minha tia podem contar comigo está bom? — Afirmo pensativa me lembrando do tempo que passei com os meus tios.

— Obrigada Marcela mas você já nos ajudou bastante com os tratamentos do papai... Nós somos muito gratos a você por e por isso te amamos ouviu. — Sua voz meio chorosa me deixa triste por vê-la nessa situação.

— Eu também amo vocês prima, se precisarem de qualquer coisa me liga, ok...? eu sempre vou estar aqui pra vocês... Beijos! — Me despeço.

— Ok prima obrigada, um beijo pra você também... Eu digo a mamãe que você ligou. — Ela se despede e desligar em seguida.

É muito triste ver a minha prima e meus tios nessa situação, eu nem tive coragem de chamá-la pra sair, quem vai querer sair com o pai doente em casa? Meu tio João sofreu um derrame cerebral e precisou fazer uma série de tratamentos, eu ajudei no que eu pude mas eu ando trabalhando tanto que nem estou tendo tempo pra ir vê-los, e sinceramente eu até pensei que ele já estivesse bem melhor.

Bom, depois dessa ligação perdi até a vontade de sair hoje a noite. Vou pra cozinha preparar o meu almoço e decido fazer algo rápido e sendo assim, eu preparo um macarrão com frango, presunto, creme de leite e queijo, apronto o meu prato e vou para o sofá, ligo a TV em um canal de culinária e assim o dia vai passando lentamente. Já no final da tarde eu coloco uma roupa de ginástica e vou para minha corrida no calçadão da praia da costa, as praias de Espírito Santo são lindas, adoro correr enquanto admiro a vista da praia, é muito relaxante. Duas horas depois eu vejo que já anoiteceu e decido voltar pra casa porque já passa das 19:30 e eu nem vi a hora passar, mas eu estava mesmo precisando relaxar um pouco e consegui. Estava correndo de volta pra casa quando de repente sinto algo se chocar contra mim e eu vou parar no chão, quando olho para cima pra ver contra o quê ou quem eu me choquei vejo um homem lindo, moreno claro, alto e de olhos castanhos escuros, cabelos preto e barba por fazer, um espetáculo de homem, me perco na sua beleza e nem percebo que ele está gritando comigo.

— Presta atenção garota! Vê se olha por onde anda sua desastrada! — Diz ele visivelmente irritado.

— Me desculpe. — Peço enquanto me levanto.

— É só isso que você tem a dizer? Me desculpe? — Questiona ele praticamente gritando na minha cara.

Nossa que grosso!

— E você queria que eu dissesse o que? Que a culpa foi minha? Mas também foi culpa sua, você também deveria olhar por onde anda seu grosso! Seus pais não te deram educação não queridinho? — Agora sou eu quem fico irritada, esse cara é um cretino.

— Olha aqui garota eu não vou perder o meu tempo discutindo com você, eu tenho coisas mais importantes para fazer. — Diz ainda irritado.

Esse cara é mesmo um imbecil!

— Vai! Vai mesmo seu estúpido você está poluindo a orla dessa praia maravilhosa com toda essa sua arrogância! — Ele me olha incrédulo como se não acreditasse no que acabou de ouvir.

— Você é uma garota muito atrevida e petulante sabia? Precisa aprender bons modos. — Ele fala com um sorriso cínico nos lábios me olhando de cima abaixo.

— Agora eu vejo que a culpa não foi minha mesmo, porque eu não esbarrei em você e sim na sua arrogância que por sinal é enorme. — Falo já saindo de perto dele o deixando lá parado me olhando ir embora.

Depois de alguns minutos chego em casa e me jogo no sofá, assisto qualquer coisa na TV e me bate uma fome depois de tempo na rua, mas antes subo para meu quarto e vou direto para o banheiro, tomo um banho caprichado e depois de quase vinte minutos saio do banheiro enrolada na toalha, visto um blusão e uma calcinha e desço para comer alguma coisa.

Depois do jantar subo novamente para o meu quarto e me deito para descansar, mas fiquei pensando naquele homem lindo e mal educado lá da paria, o que ele tinha de lindo tinha de arrogante "aff" me desligo desses pensamentos e não demora muito já estou dormindo.

UMA SEMANA DEPOIS...

Na manhã de domingo acordo as 8hs, geralmente eu me levanto as 6hs pois trabalho em um consultório médico aonde sou recepcionista, e tenho que estar lá as 7hs, mas nos finais de semana eu aproveito bastante a minha cama para compensar os dias que eu acordo cedo. Desço e tomo o meu café da manhã e aproveito para colocar algumas roupas na máquina de lavar, dou uma geral na casa e depois de terminar tudo subo para o meu quarto indo tomar um banho, estou colando de tão suada depois de faxina. Depois que termino o meu banho coloco um conjunto de lingerie bastante confortável, um shortinho e uma camiseta além de uma sandália baixinha, faço uma maquiagem leve e saio de casa, vou no Subway fazer um lanche, não estou afim de fazer comida hoje e o lanche de lá é uma delícia além de ser natural.

Depois de um tempo lanchando e mexendo no celular eu decido dar umas voltas para fazer uma caminhada por ali mesmo, mas eu estava tão distraída quando atravessei a rua que não percebi que o carro se aproximava de mim, a sorte foi que o carro me pegou de raspão e não me machucou muito, mas fui parar no chão e na queda ganhei uns arranhões em uma perna e em um braço, imediatamente o motorista desce do carro e vem ver se estava bem, ele me ajuda a levantar e me leva até a calçada onde eu me sento, vejo um senhor descer do carro e ele tem um semblante preocupado, ele vem até a mim preocupado.

— Você está bem minha filha? Se machucou muito...? Eu vou levar você para o hospital agora mesmo você precisa de cuidados médicos. — Ele parece assustado por ver a minha perna sangrando.

— Oh não, não há necessidade de ir a um hospital eu estou bem, apenas arranhei a perna e braço. — Tento sorrir para ele ver que eu estou bem mas fracassei pois minha perna está ardendo muito.

— Então me deixe pelo menos te levar até a minha casa para que a Maria possa cuidar desses ferimentos? Não vou deixar você ir embora assim querida. — Ele diz com um sorriso amigável.

— Imagina não precisa se incomodar, eu não quero dar trabalho para senhor, afinal eu que estava distraída e não vi o carro se aproximar. — Digo envergonhada pois a culpada de tudo isso sou eu.

— Não é trabalho nenhum imagina, e a propósito, meu nome é Matheus! — Ele diz estendendo a mão para mim.

— Prazer em conhecê-lo senhor Matheus! Eu me chamo Marcela! — Pego a sua mão com um sorriso no rosto e ele retribui.

— Por favor querida, me chame apenas de Matheus, senhor me deixa mais velho do que realmente sou. — Ele sorrir abertamente para mim e eu me sinto bem com o seu carinho.

— Tudo bem senh... — Antes de terminar eu mesma me corrijo. — Tudo bem Matheus! — Sorrio ainda envergonhada.

— Ótimo, agora vamos! Venha comigo. — Ele me leva até o seu carro e eu não consigo recusar a sua ajuda.

Entro no carro do senhor Matheus e ele entra logo em seguida, o motorista dá a partida e depois de alguns poucos minutos o carro para na frente de um portão prateado enorme, o motorista aperta um controle remoto e o portão se abre, em seguida o carro entra e para de frente para uma grande porta branca, eu fico de boca aberta com esse lugar. O motorista abre a porta do carro para mim e para o Sr. Matheus, entramos pela grande porta branca e uau, fiquei de boca aberta, a casa é simplesmente linda e enorme, logo na entrada tem uma grande sala com dois sofás brancos em forma de L, uma mesinha de vidro cumprida no centro e uma TV gigantesca na parede a frente, as paredes na cor marfim com uns quadro lindos pendurados, a esquerda uma entrada que dá para uma sala de estar e a direita uma enorme escadaria que dá acesso para o segundo andar, ao lado da escada tem um escritório e mais uma sala enorme que mais parecia uma sala de cinema com poltronas super confortáveis, além de um telão imenso à frente das poltronas, a casa é imensa e muito linda... Saio do transe quando ouço alguém me chamar.

— Marcela essa é a Maria, minha governanta, ela vai cuidar de você... Maria está nessa casa a muitos anos, ela praticamente criou o meu filho, Victor tem a Maria como uma mãe para ele já que ele não conviveu muito com a mãe dele. — Ele fala e vejo a tristeza em seu olhar. — Mas enfim, fique a vontade minha querida.

— Sim senh... — Antes que eu termine de falar ele levanta o dedo indicador para mim em sinal de alerta — Quer dizer, Matheus muito obrigada . — O encaro meio sem graça.

— Maria! Cuide bem da nossa visita está bem...? Qualquer coisa estarei no escritório. — Diz ele já se retirando.

Acompanho Maria até a cozinha aonde ela pega uma maleta de primeiros socorros e logo vem cuidar de mim, depois de Maria limpar os meus ferimentos e fazer os curativos ela me oferece um suco de laranja, e eu aceito, está delicioso. Tomo o suco enquanto converso com Maria, ela é uma senhora de mais ou menos uns 65 anos que por sinal, é tão gentil quanto o seu patrão, simpática e alegre um amor de pessoa. Ela me pergunta sobre minha vida, sobre o meu trabalho e sobre a minha família, automaticamente ela também me fala bastante sobre o Sr. Matheus e seu filho, ela me contou que a mãe do Victor morreu em um acidente de carro quando ele tinha apenas seis anos de idade, e foi nesse período que ela veio trabalhar na casa do senhor Matheus, esse Victor deve ter sofrido bastante quando perdeu a mãe porque para uma criança viver sem a mãe é muito triste, o Sr. Matheus também coitado, pelo que a Maria me contou sobre ele e pelo o que eu vi hoje, ele parece ser uma pessoa de bom coração.

— Você não tem medo de morar sozinha Marcela...? Eu acho tão triste uma pessoa morar sozinha sem ninguém para fazer companhia, ou pra conversar. — Pergunta ela me encarando curiosa.

— Não Maria, eu já me acostumei, eu moro sozinha desde os meus 19 anos. — Falo despreocupada.

— E quantos anos você tem? Você parece ser tão nova. — Pergunta me surpresa.

— Tenho 26 anos, não sou assim tão nova. — A encaro com um meio sorriso.

— Está nova sim, tem muita estrada pela frente pra você percorrer. — Diz com um sorriso simpático.

Estávamos conversando na cozinha quando entra uma mulher, mais ou menos da minha idade ou até mais nova que eu.

— Com licença Maria, o senhor Matheus está te chamando lá na sala. — Diz ela me olhando com um sorriso gentil no rosto, eu me aproximo e me apresento a ela.

— Olá, sou Marcela tudo bem? — Estendo a mão para ela que pega em seguida.

— Olá Marcela, eu sou Lúcia, é um prazer conhecê-la. — Ela se apresenta sorrindo.

Fomos todas para sala e encontramos o senhor Matheus conversando com um rapaz, ele está de costas mas dá para ver que é bonito, quando o senhor Matheus nos vê chegar na sala ele abre um largo sorriso.

— Filho! Quero que você conheça uma pessoa. — Diz todo entusiasmado.

Quando o rapaz se vira para olhar para mim eu gelo na mesma hora e meu sorriso some do meu rosto, não pode ser ele, o cara lindo e arrogante da praia? Ele é o filho do Sr. Matheus? Isso só pode ser brincadeira. Ele me encara surpreso e estende a mão para mim.

— Olá, é um prazer conhecê-la, eu me chamo Victor. — Ele diz com um sorriso cínico no rosto, ele se apresenta como se nuca tivéssemos nos visto antes. Que cretino!

— Oi, me chamo Marcela. — Digo em um tom seco para ele notar que não fui com a cara dele.

— Oi Marcela, meu pai me contou sobre o seu acidente de mais cedo. — Diz se sentando no sofá, Como assim mais cedo? Olho no meu relógio de pulso e me assusto, eu passei a tarde inteira na casa do senhor Matheus e nem percebi.

— É, eu estava distraída e não vi o carro se aproximar. — Digo já sem graça por me lembrar do ocorrido na praia.

— Ultimamente você anda se distraindo com frequência não é mesmo? Marcela! — Ele diz de novo com aquele sorriso cínico não rosto ai que ódio desse cara! Foi aí que percebi que todos ali na sala nos olhavam confusos.

— Como assim meu filho? Vocês já se conheciam? — Pergunta o Sr. Matheus me encarando atento e eu coro de vergonha.

— Ah sim papai, eu esbarrei na Marcela outro dia na praia, ela também estava distraída nesse dia e acabamos nos chocando um contra o outro, enquanto eu corria na orla. — Ele se segura para não rir esse cretino.

— Bom, eu preciso ir senhor Matheus, eu já passei tempo demais incomodando vocês. — Me despeço ansiosa para sair das vistas desse idiota do filho dele.

— Imagina minha querida não é incomodo algum, pelo contrário, eu adorei conhecer você, adorei a sua companhia e digo mais, sempre que quiser apareça para me fazer uma visita, vai ser muito bom ver você outra vez. — Ele me abraça carinhosamente e eu retribuo.

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