Maya Reis
Ficamos mais um tempo ali para aproveitar a piscina antes de ir almoçar. A comida desse lugar é ótima, Marcos e eu não poupamos elogios. Não me importei de exagerar um pouco. Quando voltar, tenho que focar na academia. Tem um tempinho que eu não vou a uma academia. Isso porque tem uma no meu prédio. Marcos começou a me contar um pouco mais sobre sua vida na Rússia. Ele morava na capital em Moscou.
— Você já esteve lá?
— Eu nunca fui. — Faço um gesto de cabeça negando. — Para falar a verdade estarei lá semana que vem a trabalho.
Christian tem uma festa e uma reunião para ir.
— Assim não vale! — Marcos me olha sério. — Temos que resolver isso longo. Quando serão suas férias? Podemos passar alguns dias na minha casa, ainda mantenho ela lá.
Olho para ele surpresa. Ele está me convidando para ir para Moscou com ele? Férias, casal, clima romântico… Quando comecei a ficar tão melosa assim? Mas não tem como negar que gostei da ideia.
— Você está falando sério?
Ele riu.
— É claro, Mayra. — Marcos segura minha mão por cima da mesa. — Você vai adorar. Sem trabalho, aproveitando a cidade sem nenhuma preocupação. Será ótimo esse tempo para nós. Você não acha?
Sorri com seu entusiasmo.
— Sim, eu acho. Vamos sim!
O resto da tarde caminhamos pela praia. Uma vista bem linda, deveria ter vindo aqui antes. É um ótimo lugar para descansar. À noite assistimos a um show ao vivo. Quando voltamos para o quarto fui a primeira a tomar banho e quando Marcos foi, eu fiquei deitada na cama mexendo no celular. Meu querido amigo está quieto demais. Será que devo me preocupar? Sempre! Resolvi mandar uma mensagem para Christian.
"O que você está fazendo é permitido para menores de dezoito anos?" — Mayra
Após enviar a mensagem, postei a foto que Marcos tirou de mim nos meus status. A foto ficou ótima e disfarçou os meus quilos a mais. Apareceu a notificação do Christian. Abrir a mensagem.
"Estou assistindo a filme e estou pronto para dormir." — Christian.
Ele também me enviou uma foto. Eu ri. Christian estava usando o pijama que dei para ele. Comprei dois pijamas de dinossauro com direito a touca e rabo. Dei para ele como presente de aniversário. Sempre que ele dormia em casa ou eu dormia na sua, a gente usava. Christian não tinha frescura alguma, ele até fazia skin care comigo. Isso não atinge em nada a sua masculinidade.
"Eu não acredito! Pensei que você só usava quando estava comigo." — Mayra.
"Uso algumas vezes… É confortável e deixa as minhas bolas respirarem." — Christian.
Mandei três carinhas revirando os olhos.
"E eu pensando que você está sentindo minha falta." — Mayra.
"Até que estou, acredita? Era para você estar nesse exato momento me dizendo para não fazer tal coisa e eu ia teimar e iria fazer" — Christian.
Eu ri mais ainda. Ele falou a verdade. Quase sempre acontece isso.
"Mas decidi dar uma folga para você. Segunda-feira vou matar a saudades." — Christian.
Ele me mandou um coração. Às vezes dá vontade de apertar as bochechas do Christian e mandar ele parar de ser tão fofo. É sempre difícil lidar com esse homem, seja em momentos bons ou estressantes.
"Nossa!!! Está gostosa em Mayra. Olha o tamanho dessas coxas." — Christian.
E às vezes dar vontade de dar uns socos em seu rosto. Ele comentou a minha foto que postei nos status.
"É biquíni novo? Eu já falei que você tem belos seios?" — Christian.
Ele mandou uns emojis babando.
"Boa noite, Christian!"
Bloqueio meu celular e o deixo de lado. Fim de conversa com ele. Segundos depois Marcos sai do banho, ele apaga as luzes e vem deitar comigo. Arrumei a coberta para nos cobrir. Deito minha cabeça em seu peito e ele faz carinho em meu cabelo.
— Está com você tem sido muito bom, Mayra.
Eu sorri.
— Posso dizer o mesmo. — Olho para ele.
Marcos sorriu também e me beijou. Coloquei minha perna entre as suas. Está sendo muito bom estar com ele, esses momentos estão dando um gás a mais na minha vida. Uma coisa para pensar sem ser trabalho. Marcos mordeu meu lábio e me fez deitar na cama, logo vindo por cima de mim. Nós nos beijamos com mais desejo.
Marcos começou a tirar a minha roupa e eu o ajuda a fazer o mesmo com as suas. Quando essas peças deixaram de ser um problema para nós, pudemos explorar novamente o corpo um do outro.
[...]
Hoje o dia está lindo e fico triste em pensar que hoje é o nosso último dia aqui, mas o bom é que conseguimos aproveitar bastante. Tenho trabalhado direto e tido pouco tempo para distrair a mente, nem com Christian tenho saído como antes. E mesmo sendo meu pouco tempo, foi bom ter vindo. Nos permitimos acordar um pouco mais tarde e na hora do almoço optamos por comer frutos-do-mar.
— Me diz que já podemos marcar a próxima? — Marcos enche o seu copo com suco. — Não quero parecer um louco apaixonado, mas é o que você vem me causando.
Eu sorri envergonhada.
— Marcos, não fale assim…
— Não quer que eu fale a verdade? — Ele pegou minha mão em cima da mesa. — Sei que estamos no começo, mas é um começo muito bom.
Eu sorri.
— Concordo com você.
Ele sorriu mais. As coisas estão fluindo muito bem entre a gente. Almoçamos em um clima muito bom. Hoje a gente preferiu não fazer os passeios programados do resort. Já que é nosso último dia aqui, voltamos para o quarto para passar mais um tempinho junto.
— Que tal assistirmos a filme? — Marcos sugeriu.
Sorri concordando. Sentei no sofá e acabei olhando para a mesinha de centro onde tem um pequeno vaso quadrado de decoração. Está torto. Me mexi desconfortável no sofá e quando Marcos foi colocar o filme ajeitei o vaso. Nosso primeiro dia aqui, assim que Marcos entrou no banheiro, eu aproveitei para ajeitar todo o lugar. Tenho uma mania de limpeza, digamos um pouco de TOC.
Tudo controlado, nada preocupante.
Um quadro na parede estava me incomodando e por mais que tentasse ajeitar ele sempre ficava torto. Senti uma leve tremedeira na mão, resolvi tirar aquele quadro dali e coloquei ele debaixo da cama. Assim não ficaria torto na parede e eu não iria ficar vendo. Voltei a sentar no sofá.
— Um terror, hein? — Marcos senta ao meu lado. — Dizem que esse é muito bom.
Apenas sorri, concordando. Filme de terror não é um dos meus favoritos, mas ele está bem animado para assistir. Passei metade do filme de olho fechado e a outra metade olhando qualquer canto que não fosse a tela da televisão. Foi difícil, mas consegui.
Quando o filme acabou, o Marcos me abraçou mais forte e beijou a minha cabeça.
— Tem uma outra coisa que podemos fazer agora. — Ele diz malicioso. — Aposto que você vai gostar.
Depois daquele filme horrível eu faria qualquer coisa para sair daquela sala, fui a primeira a levantar e puxar ele.
— Acho que sei o que é. — Segurei em sua mão e fomos para o banheiro. — Precisamos de um banho. Podemos fazer naquela banheira maravilhosa.
— Opa! — Marcos passou na minha frente e abriu a porta do banheiro. — Primeiro as damas.
Sorri para ele e entrei no banheiro.
Mayra Reis— Ah, não Mayra. — Christian diz assim que entrei na sua sala. — Você sabe que não gosto dessa saia. Deixa sua bunda meio quadrada. — Faz careta. — Gosto quando usa aquela saia lápis, principalmente a preta, ela deixa a sua bunda redondinha. — Ele faz gesto com a mão.Christian comenta tanto sobre roupas que deveria ser um estilista em vez de arquiteto. Coloco algumas pastas com documentos em sua mesa.— Você deveria me respeitar. — Afastei uma mecha do meu cabelo. — Estou quase entrando em um relacionamento sério.Christian sorriu e apertou os olhos em minha direção. Queria sorrir, mas por fora me mantive séria esperando as suas próximas palavras.— O final de semana foi bom?Dou um meio sorriso. Não quero entregar de bandeja dizendo o quanto foi ótimo. Passo a mão pela saia fingindo tirar uma sujeira. Ele pode ser meu melhor amigo, mas não quero parecer desesperada. Tenho que me fazer de difícil, pelo menos na frente dele.— Foi bem legal. — Me limitei a dizer.— Deve ter
Maya ReisPassamos pela seção de chocolate e pegamos algumas barras e caixas de bombom. Uma coisa que adoro são doces, chocolate então é meu favorito. Coitada de mim! Preciso seriamente ir para academia. Fiz uma careta quando pego o biscoito de chocolate, talvez fosse melhor só pegar esse e nada mais. Tenho falado comigo mesma que irei para academia e só fica nas palavras, as minhas atitudes são completamente diferente e não é assim que entrarei no meu peso ideal. Faço uma careta quando pego o biscoito de chocolate. Tenho que cuidar disso logo.— O que foi? — Christian pergunta, um tempo deles de ver a minha hesitação ao colocar o biscoito na sexta.Agora estamos na seção de bebidas.— Preciso voltar a fazer academia…— Por quê? — Me olha como se procurasse o motivo. Inclinei a cabeça para o lado e mordi o lábio, evitando seu olhar.— Exagerei nesse final de semana e hoje vou pelo mesmo caminho.— Para de dizer besteira, Mayra.— É sério, Chris.Raramente chamo ele pelo apelido, é m
Mayra Reis Me levantei da cama e me servi de mais vinho. Ele sai do banheiro e abre um pacote de salgadinhos.— Coloca um pouco para mim. — Pediu.Enchi o copo dele.— Depois dessa obra do Rivas, você poderia tirar férias. — Comentei.Christian faz careta.— Não vamos conversar sobre isso agora. Logo, logo vamos está falando sobre trabalho. — Christian me dá um pouco do salgadinho. — Quando vai voltar às suas aulas de dança?Amo dançar. Prefiro mil vezes dançar do que academia. Um tempo atrás fazia dança, me ajudou a aliviar o estresse e era um exercício que fazia sem reclamar. Chegamos em uma época de muita viagem e tive que parar e acabei não voltando. Deixei o trabalho tomar conta do pouco tempo que eu tinha livre. Agora o máximo que danço é com o Christian nesses nossos momentos juntos.— Chris, não inventa.— Você não queria fazer algum exercício? — Christian tira o filme e coloca uma música. — May, você precisa fazer mais coisas que gosta.Christian vem até mim e eu sorri. Danç
Mayra ReisChristian ficou trabalhando em casa porque não queria me deixar sozinha. Tentei convencer ele a ir para empresa e eu iria para minha casa, ouviu um sermão dizendo que eu não estava bem e que ele não é nem louco de me deixar sozinha nesse momento. Marcos chegou me mandar mensagem perguntando como eu estava e eu sugeri ao Christian que poderia passar o resto do dia com o Marcos, mas o olhar que eu recebi do Christian fez eu desistir na hora de continuar esse assunto.Estamos no seu quarto está tão fresco aqui por causa do ar condicionado. Vou até a janela para olhar um pouco lá fora e sorri ao ver o pula-pula montado.— Você mandou montarem o pula-pula? — Perguntei olhando para ele.— Sim. — Christian me respondeu e continuava a digitar no seu notebook. — Pedi ontem a noite antes de deitar. Eu só não esperava que você fosse acordar desse jeito.Vou até ele. Christian está sentado na cama com o notebook no colo e parecia estar concentrado. Preciso não, quando o assunto é traba
Mayra Reis— Vocês acham que essa empresa é um parque de diversão? Eu tento entender vocês, mas está completamente difícil. Tem alguma coisa faltando? Estão insatisfeito com alguma coisa na empresa? — Continue com as perguntas olhando para cada um da minha frente. — Sinceramente fica difícil. Dizem que Christian é uma pessoa difícil de lidar e de difícil acesso, ele esteve com vocês. Cada momento! Cada um pode tirar suas dúvidas, contar experiências e vocês me fazem isso?Alguns dias atrás, quando Christian veio para a empresa e eu fui embora para casa do Marcos, perdemos um contrato de milhões. Contrato esse que Christian deixou nas mãos de alguns funcionários, funcionários esse de grande experiências e que esse é o trabalho deles. No final perdemos o contrato. Por que? Só porque ficaram encarregados de uma coisa de grande porte e se acharam com isso. Christian conseguiu reverter metade do prejuízo, mas não foi fechado com a mesma empresa tivemos que entrar em contato com outras. O e
Mayra Reis Lembro da última vez que ele ficou ligando para Christian para que pudesse aceitar um trabalho, Jordan sabe que precisa falar comigo primeiro e com certeza ele sabe da obra que pegamos do Rivas. Não aceitaria o que ele fosse oferecer, o contrato já estava assinado. Então Jordan optou por ele mesmo falar com seu filho e tentar convencê-lo. Para vir falar comigo é apenas quando quer que Christian vá a alguma reunião familiar ou que Christian vá ver ele e a senhora Hill.— Dessa vez não é nada sobre o trabalho. — Jordan falou em sua defesa. — Ele está merecendo uns pelos cascudos na cabeça, isso sim. Menino mal criado Como pode não atender o próprio pai? Criei esse menino, dei amor…Afastei o celular um pouco enquanto Jordan começava o seu discurso. Christian já sabia o que estava acontecendo e se segurou para não rir. Seu discurso demora em torno de cinco minutos e foi o tempo certo para colocar o celular de volta ao ouvido para ouvir as últimas palavras desse discurso.— Ch
Mayra ReisEu não pretendia voltar a morar no Brasil e muito menos deixar de trabalhar para o Christian. Ele é o meu chefe, mas também é meu melhor amigo. Na hora do almoço, Miranda e Jordan contaram sobre as férias que eles tiraram em Milão, na época era semana de moda e Miranda forçou o Jordan assistir o desfile com ela. Fazendo Christian e eu ri muito nessa história, eu estava com saudade desse momento com eles. Agora que estou apenas eu em Nova York e a minha família toda no Brasil, esses pequenos momentos me fazem me sentir muito bem. Um momento familiar.Para minha alegria e para minha surpresa, Jordan não tentou falar sobre o trabalho em nenhum momento enquanto estávamos na sua casa. Na hora de ir embora Christian me deu carona até minha casa.— Tem certeza que não quer ir lá para casa? — Christian me perguntou pela milésima vez.— Desde quando você ficou tão grudento?— Desde quando você começou a namorar. — Respondeu parando o carro na minha garagem.— Você para com isso, Chr
Mayra Reis A família Baykov pelo que sei é grande. Miroslav Baykov e Darya Baykov têm oito filhos e onze netos, pelo que fiquei sabendo Darya gostaria de ter mais filhos. Porém, o seu filho mais velho acabou tendo um filho mais cedo, então ela começou a dedicar sua vida aos seus netos, que foi chegando logo depois. Os dois estavam em frente à grande porta de entrada da casa.— É bom tê-los aqui. — O senhor Baykov falou em um perfeito inglês.— Senhor Hill. — Darya Baykov nos cumprimentou. — Senhorita Reis. — Seu inglês também é muito bom.Christian fez um aceno de cabeça.— Finalmente conseguimos nos encontrar. — Christian apertou a mão do senhor Baykov. — Vamos tratar de negócios?O homem à sua frente sorriu e concordou com a cabeça. A casa que Miroslav Baykov e Darya Baykov querem é composta por trinta quartos e quarenta banheiros, uma cozinha que dá três no apartamento e a quantidade de salas nessa casa me deixa zonza. Christian tem no seu currículo arquitetura e engenharia, a art