Capítulo 54. Deixar você sozinho. Parte 2. -Obrigada querida. Não sei o que faríamos sem você. –Lucie disse com um sorriso fraco, levando em conta as palavras de conforto da nora. -Gerard te amou como uma filha, você é especial para nós, Abby.Enquanto isso, a chegada de Leonardo e Joelle à casa trouxe um raio de organização e alívio em meio ao caos emocional que todos passavam. A presença de Leonardo Doinel, sério mas determinado, infundiu um sentido de ordem e preparação num momento de desorientação e dor avassaladora.-Já acertei com a funerária. Também falei com o padre sobre o serviço. -Leonardo informou aos sobrinhos, poupando-lhes o trabalho que tinha que fazer, sua voz ressoando com um tom de comprometimento e solidariedade em meio à tragédia que os uniu à família de sua meia-irmã.Sua determinação foi um farol de luz na escuridão, um lembrete de que mesmo na escuridão mais profunda a esperança poderia brilhar.Bastián, sentindo um leve alívio com a ajuda de Leonardo, express
Capítulo 55. O retorno.Enquanto aguardavam o horário do serviço funerário, a casa se encheu de familiares e amigos que chegavam para apresentar suas condolências, cada passo ecoando com a solenidade e a tristeza que enchiam o ambiente.Sarah e Alexander chegaram à casa cedo, trazendo consigo bandejas de comida que emanavam uma mistura de aromas reconfortantes e palavras de conforto que flutuavam no ar pesado.Seus filhos foram deixados aos cuidados de Abby, na tentativa de protegê-los da tristeza que pairava sobre a cerimônia, encontrando refúgio no aconchego de seu lar. Sarah abraçou sua tia Lucie, cujos soluços ecoaram pela sala, envolvendo o caixão de seu ente querido em uma aura de dor palpável.-Estamos aqui para ajudá-la, tia. O que você precisar, é só dizer. –Sarah murmurou, abraçando sua tia Lucie com compaixão e amor, cujas lágrimas caíram como vidro quebrado sobre o caixão de seu amado, suas palavras de apoio incondicional em meio à dor envolvendo a todos.Lucie, com os olh
Capítulo 55. O retorno. Parte 2. Ao seu lado, sua acompanhante mantinha uma distância respeitosa, mas sua presença era irritante, criando um sentimento de confusão no meio da multidão do aeroporto.Vincent antecipou o encontro que o esperava e o emaranhado de sentimentos contraditórios que o acompanhariam a cada passo. Cada sombra do passado foi projetada em sua mente, imaginando o que sua família pensaria dele depois de tanto tempo de ausência.-Temos um carro nos esperando lá fora. A voz de Claire interrompeu, quebrando o silêncio constrangedor, quando ela voltou para eles. Vincent assentiu, sentindo o peso das palavras não ditas pairando no ar carregado de emoção.A assistente de Vincent correu para organizar o transporte para levá-los à casa da família de seu chefe, e os três aceleraram no trânsito caótico de Paris, cada volta do volante marcando o início de uma jornada emocional tão tumultuada quanto a cidade em que estavam. Vincent olhou com olhos nostálgicos, através da janel
Capítulo 56. Você está aqui.Vincent atravessou a sala com passos apressados, a urgência de um coração ansiando pela redenção batendo em seu peito enquanto se aproximava, e abraçou a mãe com uma força que refletia o peso dos anos perdidos.As palavras entrecortadas escaparam de seus lábios, carregadas de profundo remorso e de uma necessidade desesperada de reparar o dano causado por sua ausência, desfazendo um nó em sua garganta.-Sinto muito, mãe. Me desculpe por não ter estado aqui antes. Ele sussurrou, sentindo a corrente de emoções transbordar em lágrimas que fluíam incontrolavelmente.Lucie, com os olhos cheios de um misto de alívio e dor, recebeu o filho de braços abertos, sentindo o alívio e a angústia entrelaçados em seu abraço, sentindo o peso dos anos de ausência.No entanto, a alegria momentânea desapareceu à medida que a realidade dos anos perdidos e a dor da partida de Vincent tomaram conta da sua alma, a ferida aberta no seu coração manifestando-se num ato que pegou todo
Capítulo 57. Não devo nada a ele.Sarah, com sua expressão calma, mas firme, irradiava uma compreensão profunda da situação, seus olhos refletiam a força e a determinação que Bastián precisava naquele momento de crise emocional, e Abby não estava ali para ser sua rocha.-Vincent é meu primo, mas cheguei à conclusão que ele é um infeliz já que abandonou tudo em seu caminho. Ele nem merece a saudação de quem o conhece. Seu retorno, embora inesperado, não deve perturbar a paz que você construiu com Abby e Leana. Conheço minha melhor amiga como a palma da minha mão e sei que ela te ama profundamente, está perdidamente apaixonada por você e pela família que construíram juntos. Não deixe que suas inseguranças façam você duvidar do amor de Abby e da força dos laços que estabeleceram juntos. As palavras de Sarah ressoaram com uma franqueza que cortava como uma faca afiada, revelando verdades incômodas e emoções ocultas.-Não quero que o retorno dele estrague tudo o que construímos. Se ele não
Capítulo 58. Traga um calmante.O sol se pondo lentamente no horizonte, colorindo o céu em tons dourados e rosados que se refletiam na mansão Lefebvre. Vincent, ainda lidando com seus próprios sentimentos confusos, ficou perto da mãe, tentando oferecer-lhe conforto em meio à dor que envolvia a casa.O aroma de incenso e flores frescas permeava o ar, misturando-se com a tensão palpável que tomava conta da sala. Justamente quando a tensão começou a se acalmar um pouco, a entrada da mulher que acompanhava Vincent apareceu na atmosfera com uma energia transbordante que contrastava com a atmosfera cheia de arrependimento e deslocada devido à sua presença exuberante, provocando uma reação inesperada em todas as pessoas que estão aqui.A jovem, radiante e excessivamente animada, dirigiu-se a Lucie com um sorriso deslumbrante, sua voz alegre ecoando na sala com uma nota discordante em meio ao luto e à solenidade do momento.Seu sorriso deslumbrante iluminou a casa, mas sua apresentação deixou
Capítulo 58. Traga um calmante. Parte 2. Bastián e Hugo trocaram olhares irritados, compartilhando um sentimento de desconforto pela falta de sensibilidade da noiva de Vincent que, à primeira vista, parecia alguns anos mais nova que Vincent.Hugo, consciente da necessidade de proteger a mãe do desconforto crescente, aproximou-se da mãe com um gesto de apoio, esforçando-se para manter a compostura e desviou o assunto da conversa, Bastián permaneceu ao seu lado com uma expressão severa, revelando a tensão e indignação que o dominou com a situação.-Mãe, você quer que eu traga algo para você? -A voz suave e reconfortante de Hugo quebrou o silêncio tenso que envolvia a sala, buscando aliviar a carga emocional que pesava sobre Lucie e oferecendo uma pequena trégua em meio ao momento incômodo, tentando desviar a atenção dos curiosos que assistiam eles.Lucie assentiu fracamente, ainda em choque com a revelação inesperada que abalou seu mundo, sua vulnerabilidade sendo palpável em cada gest
Capítulo 59. Não tive opção.A presença incômoda de Valerie ficou em segundo plano, onde sua figura se desvaneceu nas sombras do luto e da nostalgia, sendo eclipsada pela solenidade da cerimônia em que a família Lefebvre, que se concentrou em honrar a memória de Gerard com o respeito que ele merecia.Mais tarde, quando chegou a hora de ir ao cemitério, um inexpressivo Bastián se aproximou de Vincent, com a voz carregada de tensão, mas contendo um traço de cortesia em meio à sua perplexidade e preocupação.-Por que você trouxe aquela mulher? -A pergunta de Bastián ressoou no ar, impregnada de curiosidade e ressentimento, seu olhar estava fixo no do irmão, buscando respostas em seus olhos, desejando desvendar o mistério que cercava a presença daquela mulher inesperada e desrespeitosa, que perturbava a harmonia familiar.Apesar dos anos de separação, Bastián seguia conhecendo o seu irmão mais velho além das palavras, sabendo que esta escolha não se adequava aos seus padrões e gostos, que