Capítulo 57. Não devo nada a ele.Sarah, com sua expressão calma, mas firme, irradiava uma compreensão profunda da situação, seus olhos refletiam a força e a determinação que Bastián precisava naquele momento de crise emocional, e Abby não estava ali para ser sua rocha.-Vincent é meu primo, mas cheguei à conclusão que ele é um infeliz já que abandonou tudo em seu caminho. Ele nem merece a saudação de quem o conhece. Seu retorno, embora inesperado, não deve perturbar a paz que você construiu com Abby e Leana. Conheço minha melhor amiga como a palma da minha mão e sei que ela te ama profundamente, está perdidamente apaixonada por você e pela família que construíram juntos. Não deixe que suas inseguranças façam você duvidar do amor de Abby e da força dos laços que estabeleceram juntos. As palavras de Sarah ressoaram com uma franqueza que cortava como uma faca afiada, revelando verdades incômodas e emoções ocultas.-Não quero que o retorno dele estrague tudo o que construímos. Se ele não
Capítulo 58. Traga um calmante.O sol se pondo lentamente no horizonte, colorindo o céu em tons dourados e rosados que se refletiam na mansão Lefebvre. Vincent, ainda lidando com seus próprios sentimentos confusos, ficou perto da mãe, tentando oferecer-lhe conforto em meio à dor que envolvia a casa.O aroma de incenso e flores frescas permeava o ar, misturando-se com a tensão palpável que tomava conta da sala. Justamente quando a tensão começou a se acalmar um pouco, a entrada da mulher que acompanhava Vincent apareceu na atmosfera com uma energia transbordante que contrastava com a atmosfera cheia de arrependimento e deslocada devido à sua presença exuberante, provocando uma reação inesperada em todas as pessoas que estão aqui.A jovem, radiante e excessivamente animada, dirigiu-se a Lucie com um sorriso deslumbrante, sua voz alegre ecoando na sala com uma nota discordante em meio ao luto e à solenidade do momento.Seu sorriso deslumbrante iluminou a casa, mas sua apresentação deixou
Capítulo 58. Traga um calmante. Parte 2. Bastián e Hugo trocaram olhares irritados, compartilhando um sentimento de desconforto pela falta de sensibilidade da noiva de Vincent que, à primeira vista, parecia alguns anos mais nova que Vincent.Hugo, consciente da necessidade de proteger a mãe do desconforto crescente, aproximou-se da mãe com um gesto de apoio, esforçando-se para manter a compostura e desviou o assunto da conversa, Bastián permaneceu ao seu lado com uma expressão severa, revelando a tensão e indignação que o dominou com a situação.-Mãe, você quer que eu traga algo para você? -A voz suave e reconfortante de Hugo quebrou o silêncio tenso que envolvia a sala, buscando aliviar a carga emocional que pesava sobre Lucie e oferecendo uma pequena trégua em meio ao momento incômodo, tentando desviar a atenção dos curiosos que assistiam eles.Lucie assentiu fracamente, ainda em choque com a revelação inesperada que abalou seu mundo, sua vulnerabilidade sendo palpável em cada gest
Capítulo 59. Não tive opção.A presença incômoda de Valerie ficou em segundo plano, onde sua figura se desvaneceu nas sombras do luto e da nostalgia, sendo eclipsada pela solenidade da cerimônia em que a família Lefebvre, que se concentrou em honrar a memória de Gerard com o respeito que ele merecia.Mais tarde, quando chegou a hora de ir ao cemitério, um inexpressivo Bastián se aproximou de Vincent, com a voz carregada de tensão, mas contendo um traço de cortesia em meio à sua perplexidade e preocupação.-Por que você trouxe aquela mulher? -A pergunta de Bastián ressoou no ar, impregnada de curiosidade e ressentimento, seu olhar estava fixo no do irmão, buscando respostas em seus olhos, desejando desvendar o mistério que cercava a presença daquela mulher inesperada e desrespeitosa, que perturbava a harmonia familiar.Apesar dos anos de separação, Bastián seguia conhecendo o seu irmão mais velho além das palavras, sabendo que esta escolha não se adequava aos seus padrões e gostos, que
Capítulo 59. Não tive opção. Parte 2. Vincent levou alguns segundos para respirar profundamente, organizar seus pensamentos antes de se virar para Valerie e morder a língua, engolindo a afirmação indelicada que iria fazer, lembrando que havia muitos interesses envolvidos e que ele não iria desperdiçar tantos anos de trabalho duro por tratar mal sua noiva.-Valerie, precisamos conversar. - Disse ele com voz firme mas controlada, embora o fogo da raiva ardesse em seus olhos ao olhar para ela, carregados de uma seriedade e frieza que não admitia resposta. Vincent permaneceu calmo, embora sua voz tivesse um tom de repreensão, suas palavras ecoando a amargura de seu comportamento.Ele não iria dizer tudo o que ela merecia ouvir, mas estava determinado a colocá-la em seu lugar e estabelecer limites claros.Valerie, percebendo o tom de Vincent, deixou de lado sua atitude despreocupada e guardou o celular, preparando-se para o confronto.Valerie, percebendo a mudança no tom sério de Vincent,
Capítulo 60. O que faz na minha casa?A família Lefebvre reuniu-se em torno do túmulo do seu patriarca, oferecendo as suas últimas despedidas. Palavras de conforto e abraços de apoio intercalavam-se com o silêncio do luto, um silêncio que se estendia como uma sombra sobre a tristeza que carregavam no coração.Sarah, com a gentileza de uma mãe que aprendeu a navegar nas águas turbulentas da vida, aproximou-se de Lucie para se despedir. A sua voz, suave como a seda, procurava confortar a mulher que perdeu o marido, o seu confidente, a sua rocha.-Lucie, estamos saindo agora. Buscaremos nossos filhos na casa de Abby. - As palavras de Sarah, carregadas de uma intenção conciliatória, ressoaram no ar como um eco de um passado que Vincent, que estava prestes a se despedir, não conseguia entender.Sarah evitou olhar para Vincent, que estava a poucos passos de distância, observando a cena com curiosidade.Ao ouvir esse nome, um arrepio percorreu sua espinha, como um choque elétrico que percorr
Capítulo 60. O que faz na minha casa? Parte 2. Na solidão do seu carro, Vincent enfrentou a realidade que tentou ignorar durante anos. Nunca passou um dia sequer sem pensar em Abby, sem sentir o peso da sua ausência. No meio do momento de reflexão, lamentou a sua covardia, a sua canalhice que o atormentava.Ele tentou bloqueá-la de sua vida e construir um muro de esquecimento ao redor de seu coração, acreditando que assim poderia esquecê-la e parar de se sentir tão infeliz, mas ele só piorou as coisas, só conseguiu enterrá-la mais profundamente em sua alma.Ele não conseguia parar de pensar em como as coisas teriam sido se ele não tivesse tomado decisões tão ruins, talvez agora ele tivesse começado uma família com Abby e seu bebê, talvez ele tivesse sido feliz.Mas isso não existe.Lágrimas começaram a rolar por seu rosto, quentes e salgadas, como um rio que carregava consigo a dor do passado."Eu nem mereço que me olhem." Ele pensou, sentindo o peso da sua culpa esmagando-o, fazendo
Capítulo 61. A sombra do passado.O ar úmido da manhã entrava pela janela aberta, acariciando a pele de Abby enquanto ela se vestia. O sol, ainda tímido, projetava um leve brilho dourado sobre o quarto, criando um helo de paz que contrastava com a tempestade que se formava no coração de Bastián.Ele saiu do banheiro enrolado em uma toalha, o vapor da água quente ainda flutuando ao seu redor. Seus olhos castanhos, profundos como a noite, pousaram em Abby, admirando-a em silêncio, com um sentimento tão profundo, tão visceral, que o fez sentir como se o mundo estivesse reduzido àquele momento, àquela mulher que o cativou irremediavelmente sem sombra de dúvida. A beleza de sua esposa, com seus cabelos loiros cacheados e olhos castanhos que brilhavam com luz própria, o enchia de imensa felicidade. Um pensamento de gratidão o inundou, lembrando-lhe o quão sortudo ele era por tê-la ao seu lado, apesar das sombras que espreitavam no passado, ele a encontrou inesperadamente, como um farol na