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Capítulo 2: Não descansarei até encontrá-lo!

Miguel abriu os olhos, piscou, com a visão ainda embaçada, franziu a testa e olhou em volta procurando a mulher que havia visto no quarto minutos antes.

"Onde está a Luciana?", ele perguntou desesperado.

Os olhos de sua namorada Irma escureceram completamente, ela fingiu um sorriso, mas toda vez que ele se lembrava de seu grande amor, ela se enchia de ciúme, que queimava sua pele como as chamas do inferno.

"Querida, aquela mulher está morta."

Miguel balançou a cabeça.

"Não! Eu a vi! Ela estava aqui!", exclamou ele, agitado, "Preciso ir procurá-la!", disse ele, com a respiração acelerada, parecendo angustiado, tentando se levantar, mas novamente ficou tonto.

Irma sentiu como se estivesse comendo algo amargo, sua garganta ardia como fel.

"Ela morreu, por favor, descanse, não pense mais naquela mulher ruim", ele grunhiu.

Miguel bufou e cerrou os punhos.

"Eu a vi, era ela, tenho certeza disso!", disse ele em sua mente. "Preciso descobrir por mim mesmo!"

Ele fechou os olhos, precisava ficar mais calmo e pensar com clareza.

"Você tem razão, vou dormir um pouco."

****

"Você está desempregada de novo?", perguntou o pequeno Mike à sua mãe.

Luciana chegou à escola desesperada pelas crianças e, assim que as teve em seus braços, pegou o primeiro táxi e as levou para casa.

"Um dos convidados provavelmente tentou ser esperto", acrescentou Daphne.

Luciana olhou para eles cheia de angústia, abaixou-se na mesma altura que eles, sentindo uma sensação de ansiedade, e os abraçou.

"Eles são muito inteligentes e acertaram, vou procurar outro emprego", comunicou com voz trêmula, acariciou a cabeça dos dois, refletiu nos olhos azuis dos filhos, aquela cor, o modo como a olhavam era idêntico ao de Miguel, sentiu o coração acelerar novamente, "Vamos almoçar, vão lavar as mãos", ordenou com voz fraca.

As duas crianças se entreolharam e balançaram a cabeça.

"Mãe, somos pequenos em idade e em corpo, mas não em compreensão, nós a conhecemos bem, o que há de errado com você?", perguntou Mike, olhando-a seriamente, com a mesma expressão que Miguel costumava fazer quando tentava entender as coisas.

"Seus olhos estão vermelhos e inchados, e isso pode ser devido a várias causas, talvez conjuntivite, mas também sua respiração pesada e o fato de você ter vindo para a escola em desespero indicam que algo sério aconteceu. Os bandidos apareceram?", perguntou Daphne.

Lu ficou assustada, com os lábios entreabertos de surpresa.

"Como eles sabem sobre os bandidos? Quem lhes contou?", perguntou desesperadamente, com a respiração cada vez mais irregular, sentindo-se sem fôlego. "Eles conversaram com alguém sobre isso?"

"Acalme-se, mãe!", pediu Mike, pegando-a pela mão, "não falamos com ninguém, você sabe muito bem que as crianças da nossa idade não nos entendem, e você sempre nos disse que não deveríamos divulgar as coisas desta casa para os vizinhos".

"Ouvimos isso há muito tempo, você estava falando com Emiliano, então soubemos que somos refugiados neste país, porque há pessoas muito más que querem nos prejudicar", disse Dafne.

"Quantas vezes eu já lhe disse que você não precisa ficar ouvindo conversas de adultos?", ele exigiu em voz alta.

Os pequenos se assustaram, pois conheciam bem a mãe quando ela se irritava, sabiam que não escapariam do castigo. Luciana bufou, suspirou profundamente, sabia que eles não eram como crianças de cinco anos, tinham a mente de crianças de dez anos, e ela não podia esconder as coisas deles facilmente.

"Vamos nos sentar, precisamos conversar", disse ele com uma voz suave.

As crianças assentiram e se sentaram na mobília simples da sala de estar, a casa era pequena, toda a decoração era branca, o que dava vida a ela eram as plantas ornamentais que fascinavam Lu.

"Você sempre soube que Emiliano não é seu pai, mas precisa chamá-lo assim, para nossa segurança", ele começou, "quero que saiba que seu pai, o verdadeiro, é um bom homem."

Ela suspirou e sua voz ficou trêmula: "Ele é o melhor ser humano que existe, nós nos amamos muito, e você é o produto desse amor; mas eu..."

Ele respirou fundo: "Antes de conhecê-lo, eu não tinha um emprego muito bom e fiz um inimigo, essa pessoa jurou vingança e, quando pôde fazer isso, planejou uma armadilha para me separar do pai dele."

"Por que não procuramos nosso pai?", perguntou Mike, "Ele pode nos proteger, mamãe".

Lu enxugou as lágrimas que escorriam por seu rosto, sentiu um aperto no peito, reviver o passado doía muito.

"Não, não podemos procurá-lo, porque ele..." Ela franziu os lábios, "ele vai se casar com outra mulher".

"Não!", exclamou Daphne, "nosso pai precisa se casar com você, precisamos impedir esse casamento", advertiu a menina, franzindo a testa em evidente aborrecimento.

Lu balançou a cabeça, o que mais ela poderia desejar do que impedir esse casamento, mas isso estava colocando sua vida e a de todos os outros em risco.

"Não é possível, seu pai vai se casar com uma mulher má, ela nunca aceitou que seu pai se apaixonou por mim e a deixou, ela se juntou aos bandidos e queria machucá-lo, ameaçou roubá-lo de mim." Ele chorou.

Daphne cerrou os punhos e olhou para o irmão. Mike olhou para ela com seriedade e os dois assentiram, não iam ficar parados, só precisavam saber mais detalhes sobre o pai, encontrar uma maneira de encontrá-lo e contar a verdade.

****

Algumas horas depois, Miguel, aproveitando a partida de Irma, foi até os escritórios administrativos e pediu para falar com a gerente do hotel, Sra. Fabiana.

"O que posso fazer por você, Monsieur le Duc?", perguntou gentilmente.

"Estou tentando o dia todo falar com a garçonete que me ajudou quando desmaiei, quero dar a ela um bônus, mas não sei o nome dela, nem a vi desde então".

A mulher inalou profundamente.

"Lucia não trabalha mais no hotel, ela se demitiu por motivos pessoais", disse ele, "se você confia em mim, pode deixar o bônus comigo e, quando entregarmos o acordo, lhe daremos seu dinheiro.

Juan Miguel permaneceu pensativo, franzindo a testa.

"Lucia?", ele perguntou atordoado, "Ela me disse que seu nome é Luciana, eu gostaria de agradecê-la pessoalmente, além de um bônus financeiro."

A gerente torceu o nariz e balançou a cabeça, perplexa.

"Não, há um engano, Sr. Duque, ela é Lucía Cedeño, mas ela não voltará até o final do mês.

"Lucia Cedeno?", ele perguntou hesitante, bufando: "Foi ela!" "Não vou ficar parado sem fazer nada!"

Miguel precisava vê-la novamente, para se convencer de que ela era a mulher que aparecia em seus sonhos.

"E se você me der seu endereço", ele propôs, com um sorriso, "eu recomendarei este hotel e deixarei uma boa compensação para você". Ele deu um sorriso.

Fabiana olhou para ele com profunda seriedade.

"Sr. Duke, estamos proibidos de fornecer informações pessoais sobre nossos funcionários, sinto muito por não poder ajudá-lo." Ele se levantou e foi até a porta.

Miguel coçou o queixo, assentiu e não fez mais perguntas, pois não queria parecer desesperado, então decidiu que no dia seguinte iria verificar com um dos companheiros da garota.

"Entendo, obrigado", respondeu ele, saiu do escritório, caminhou pelos corredores e se encostou em uma das paredes.

"Não descansarei até encontrá-lo! Tenho certeza de que foi você!" Ele acariciou os lábios dela, sentindo uma agitação em seu peito: "Sei que não foi um sonho, pude sentir seu beijo, ainda o sinto, você é real."

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