Só então Aurora percebeu que seu rosto estava coberto de lágrimas há algum tempo.

Ela se esforçou para levantar do chão e respondeu, com uma voz um pouco fraca:

— Estou bem, só comi algo que não me fez bem, não precisa se preocupar.

Aurora manteve a calma aparente por vários dias, trabalhando e brincando com Anselmo como se nada tivesse ocorrido.

Até que ela desenvolveu uma febre alta e desmaiou, revelando toda a dor em seu coração.

Enquanto estava inconsciente, ela não parava de chamar pelo nome de Heitor, e a cada chamado, a família sentia a dor aumentar.

Anselmo segurava sua mão e, com lágrimas nos olhos e com a voz embargada, disse:

— Mamãe, por favor, acorde, eu não quero ser uma criança sem pai nem mãe, não me deixe, está bem?

Suas palavras fizeram todos ao redor derramarem lágrimas.

Kauan, muito preocupado, pegou Anselmo no colo, acariciando sua cabeça gentilmente e o confortando com uma voz suave:

— Anselmo, me escute, pare de chorar, sua mãe com certeza vai acordar, ela não