Heitor segurava a delicada mão de Aurora, beijando ela repetidas vezes nos lábios. Lágrimas quentes escorriam por seus olhos. Ele se encontrava incapaz de descrever seus sentimentos naquele momento, não sabia se era alívio por terem sobrevivido a um desastre ou alegria por ter recuperado o que julgava perdido. Heitor já estava preparado para o caso de terem perdido o bebê e como consolar Aurora. Profundamente emocionada, Aurora demorou para conseguir falar. Ela apenas chorava em silêncio. Se passou um tempo até que ela finalmente falou, com voz rouca:— Heitor, eu não perdi nosso filho. Quando Sarah me chutou, eu protegi com meu braço. Sou uma boa mãe, protegi nosso filho.Ao ouvir isso, Heitor sentiu como se algo perfurasse seu peito, causando uma dor intensa. Ele não precisava pensar para saber quanto Aurora tinha sofrido para proteger o bebê. Abraçou ela fortemente, beijando o topo de sua cabeça.— Você é incrível, você é a melhor mãe do mundo. Au, eu te amo.Ele beijava as
Aurora estava fisicamente debilitada, deitada nos braços de Álvaro, e chorou até adormecer. Observando seu rosto esguio, Álvaro sentiu um presságio sombrio, se lembrando das palavras que ela disse pouco antes. Ele acariciava a testa de Aurora, com os olhos marejados de tristeza.— Au, você descobriu algo?Desde que retornou, Aurora havia relaxado completamente e ficado inconsciente por dois dias e duas noites. Durante esse tempo, percebeu que pessoas vinham visitá-la. Ouviu Marina chorando e a repreendendo, sentiu Manuella segurando sua mão e chorando baixinho. Ela queria abrir os olhos para vê-las, mas seus olhos pareciam estar colados, impossíveis de abrir. Ela nem conseguia distinguir se isso era um sonho ou realidade. Se revia deitada nos braços de seu pai adormecida, relembrava o desespero dele ao abraçar seu corpo inerte depois de ela ter tentado suicídio ao pular no lago por causa de Maia. A ternura que seu pai lhe ofereceu desde a infância passou por sua mente. A ima
Heitor levantou uma sobrancelha para ele:— Isso vai depender de como você se comporta. Ela é minha esposa e me escuta muito.A intenção de Heitor era clara: para que Aurora o reconhecesse, Kauan teria que passar por ele primeiro. Kauan, internamente relutante, se mostrou extremamente disposto exteriormente. Ele se inclinou para perto do ouvido de Heitor e sussurrou:— Tudo bem, qualquer exigência que você tiver, farei o possível para atender, meu querido cunhado!Ele enfatizou intencionalmente a palavra "cunhado" e tinha um sorriso presunçoso nos lábios. Heitor, surpreso por um momento, olhou para ele por alguns segundos, depois sorriu levemente:— Quer que eu te chame de cunhado? Talvez na próxima vida.Kauan respondeu calmamente:— Não fale tão definitivamente. Um dia você vai implorar para me chamar de cunhado.Heitor, irritado com seu ar de superioridade, rangia os dentes. Nesse momento, o celular de Kauan tocou. Do outro lado, a voz apressada de Iolanda soava:— Irmão,
Ao ouvir sua voz, Cláudia, lutando à beira da morte, subitamente apresentou batimentos cardíacos.O médico imediatamente disse:— A paciente reagiu, continue falando com ela.Observando o rosto pálido de Cláudia, Aurora, com o coração partido, se deitou em seu colo. Ela resistia em admitir que não era filha de Álvaro. Contudo, diante da bondade de Cláudia, não tinha coragem de fazê-lo. Cláudia sabia há muito tempo que Aurora era sua neta, mas, temendo que ela sofresse um aborto, sempre escondeu esse sentimento profundo. A perda de uma filha na meia-idade a afetou profundamente. Agora, na velhice, diante de sua própria neta, não ousava reconhecê-la.Relembrando o tempo que passou com Cláudia, a cautela dela fazia Aurora sofrer. Deitada no colo de Cláudia, Aurora deixava as lágrimas caírem pelas bochechas.— Vovó, eu sou Au, sou filha da sua amada Larissa. Por favor, acorde logo, está bem?Essas palavras comoveram todos presentes.Fosse Kauan ou toda a família Valente, todos aguarda
Havia animação, alívio e, sobretudo, compaixão.Ela sentia compaixão pela avó, que havia perdido uma filha, e pela mãe que perdeu a vida tão jovem.Segurando a mão de Cláudia, com lágrimas correndo pelo rosto, ela disse:— Vovó, quando você sair do hospital, vamos visitá-la juntas.Ao ouvir isso, Cláudia se emocionou e seus lábios tremeram.— Au, você está pensando em reconhecer nossa família?Aurora sorriu levemente:— Meu pai disse que ter mais pessoas me amando não é algo ruim, ele sempre será meu pai preferido.— Sim, seu pai sempre será Álvaro, não vamos disputar você com ele, apenas vamos te dar mais cuidado e amor.Cláudia não conseguia expressar em palavras sua gratidão a Álvaro.Ele havia criado a filha por mais de vinte anos e agora, desinteressadamente, a convenceu a reconhecer sua família biológica.Isso mostrava o quão bondoso ele era.Ao ouvir isso, Kauan imediatamente olhou para Aurora, com uma animação que não conseguia mais esconder.— Au, eu sou seu irmão, pode me cha
Ao ouvir aquela voz, todos dirigiram seus olhares para a porta. Hélio, com uma tala na coxa, estava sentado numa cadeira de rodas. Seus cabelos estavam visivelmente mais grisalhos e seu rosto marcado por inúmeras rugas. Seus olhos, carregados de culpa e remorso, se fixaram em Aurora. Kauan foi o primeiro a correr até ele, bloqueando seu caminho:— Au não tem um pai como você. Vá cuidar da sua filha ilegítima.Diante do repreendimento do próprio filho, Hélio não se zangou, pelo contrário, suplicou em voz baixa:— Eu só queria ver a Au, não importa se ela me reconhece ou não.— Você quer ver se ela morreu, é isso? Se não fosse pela Sarah, ela precisaria sofrer tanto? Se não fosse pela inteligência da Au desta vez, ela e o bebê provavelmente já teriam sido devorados por tubarões.— Kauan, seu pai sabe que errou. Eu não imaginava que Sarah faria aquilo. Eu falhei com a Au, me deixe vê-la, ao menos para pedir desculpas.Enquanto os dois discutiam, a voz fria de Aurora emergiu de trás:—
Ela estava toda enfaixada, deitada na cama como uma múmia. Emitia apenas sons de "ah ah ah" pela garganta, incapaz de pronunciar sequer uma palavra. Ele se virou para Aurora com uma voz suave:— Fui eu quem a salvou, eu quero que ela veja nossa felicidade com os próprios olhos.A expressão de Aurora era de indiferença:— Vamos entrar para ver, mas acho que a última pessoa que ela quer ver sou eu.Dito isso, ela adentrou o quarto primeiro. Sarah, de boca fechada, se recusava a tomar o remédio, quando Aurora, esbelta, surgiu à sua frente. Apesar das adversidades, Aurora havia recuperado sua beleza anterior em poucos dias. Sua aparência estava mais rosada e saudável. De fato, ao ver Aurora, Sarah arregalou os olhos instantaneamente, balançando a cabeça em descrença e emitindo um rosnado rouco.— Não, não, não...Aurora se aproximou, examinando seu corpo de cima a baixo, e perguntou suavemente:— Sarah, você não esperava que eu voltasse viva, esperava?Sarah se debatia freneticamente
Com o grito, os balões subiram ao céu azul. Explodiram a uma certa altura e pétalas vermelhas de rosas caíram do céu. Aurora olhou para cima para as pétalas de rosas dançando no céu e seus belos lábios não puderam deixar de se curvar para cima.Voltar trouxe uma sombra em seu coração.De repente envolvida por essa atmosfera, a sombra desapareceu instantaneamente.Marina correu até ela e a abraçou pelo pescoço, rindo:— Sra. Aurora, o Presidente Heitor disse que vai nos presentear com lagosta, caranguejo-rei e abalone. Não podemos perder isso de jeito nenhum.Aurora sorriu e deu um leve tapa na testa dela:— Veja se isso é suficiente. Se não for, pode me cozinhar no vapor também.— Melhor não. Antes que você seja cozida, o Presidente Heitor já teria me cortado e alimentado os tubarões. E quantas vezes já te disse para não bater na minha cabeça? Se você me deixar burra, quem vai querer se casar comigo?Antes que Aurora pudesse responder, a voz despreocupada de Caio veio de trás:— Ser