Havia animação, alívio e, sobretudo, compaixão.Ela sentia compaixão pela avó, que havia perdido uma filha, e pela mãe que perdeu a vida tão jovem.Segurando a mão de Cláudia, com lágrimas correndo pelo rosto, ela disse:— Vovó, quando você sair do hospital, vamos visitá-la juntas.Ao ouvir isso, Cláudia se emocionou e seus lábios tremeram.— Au, você está pensando em reconhecer nossa família?Aurora sorriu levemente:— Meu pai disse que ter mais pessoas me amando não é algo ruim, ele sempre será meu pai preferido.— Sim, seu pai sempre será Álvaro, não vamos disputar você com ele, apenas vamos te dar mais cuidado e amor.Cláudia não conseguia expressar em palavras sua gratidão a Álvaro.Ele havia criado a filha por mais de vinte anos e agora, desinteressadamente, a convenceu a reconhecer sua família biológica.Isso mostrava o quão bondoso ele era.Ao ouvir isso, Kauan imediatamente olhou para Aurora, com uma animação que não conseguia mais esconder.— Au, eu sou seu irmão, pode me cha
Ao ouvir aquela voz, todos dirigiram seus olhares para a porta. Hélio, com uma tala na coxa, estava sentado numa cadeira de rodas. Seus cabelos estavam visivelmente mais grisalhos e seu rosto marcado por inúmeras rugas. Seus olhos, carregados de culpa e remorso, se fixaram em Aurora. Kauan foi o primeiro a correr até ele, bloqueando seu caminho:— Au não tem um pai como você. Vá cuidar da sua filha ilegítima.Diante do repreendimento do próprio filho, Hélio não se zangou, pelo contrário, suplicou em voz baixa:— Eu só queria ver a Au, não importa se ela me reconhece ou não.— Você quer ver se ela morreu, é isso? Se não fosse pela Sarah, ela precisaria sofrer tanto? Se não fosse pela inteligência da Au desta vez, ela e o bebê provavelmente já teriam sido devorados por tubarões.— Kauan, seu pai sabe que errou. Eu não imaginava que Sarah faria aquilo. Eu falhei com a Au, me deixe vê-la, ao menos para pedir desculpas.Enquanto os dois discutiam, a voz fria de Aurora emergiu de trás:—
Ela estava toda enfaixada, deitada na cama como uma múmia. Emitia apenas sons de "ah ah ah" pela garganta, incapaz de pronunciar sequer uma palavra. Ele se virou para Aurora com uma voz suave:— Fui eu quem a salvou, eu quero que ela veja nossa felicidade com os próprios olhos.A expressão de Aurora era de indiferença:— Vamos entrar para ver, mas acho que a última pessoa que ela quer ver sou eu.Dito isso, ela adentrou o quarto primeiro. Sarah, de boca fechada, se recusava a tomar o remédio, quando Aurora, esbelta, surgiu à sua frente. Apesar das adversidades, Aurora havia recuperado sua beleza anterior em poucos dias. Sua aparência estava mais rosada e saudável. De fato, ao ver Aurora, Sarah arregalou os olhos instantaneamente, balançando a cabeça em descrença e emitindo um rosnado rouco.— Não, não, não...Aurora se aproximou, examinando seu corpo de cima a baixo, e perguntou suavemente:— Sarah, você não esperava que eu voltasse viva, esperava?Sarah se debatia freneticamente
Com o grito, os balões subiram ao céu azul. Explodiram a uma certa altura e pétalas vermelhas de rosas caíram do céu. Aurora olhou para cima para as pétalas de rosas dançando no céu e seus belos lábios não puderam deixar de se curvar para cima.Voltar trouxe uma sombra em seu coração.De repente envolvida por essa atmosfera, a sombra desapareceu instantaneamente.Marina correu até ela e a abraçou pelo pescoço, rindo:— Sra. Aurora, o Presidente Heitor disse que vai nos presentear com lagosta, caranguejo-rei e abalone. Não podemos perder isso de jeito nenhum.Aurora sorriu e deu um leve tapa na testa dela:— Veja se isso é suficiente. Se não for, pode me cozinhar no vapor também.— Melhor não. Antes que você seja cozida, o Presidente Heitor já teria me cortado e alimentado os tubarões. E quantas vezes já te disse para não bater na minha cabeça? Se você me deixar burra, quem vai querer se casar comigo?Antes que Aurora pudesse responder, a voz despreocupada de Caio veio de trás:— Ser
Ao ouvir a voz de sua filha, Yuri, que até então se divertia brigando, parou imediatamente.Olhou surpreso para Lívia.— Heitor, ouça, minha filha agora me chamou de papai. Quem mais tem um bebê de seis meses que já sabe chamar alguém assim? Você deve estar muito invejoso.Ele soltou a gola de Heitor e correu em direção a Lívia.Com um sorriso no rosto, perguntou:— Lívia, o que você estava chamando agora? Pode chamar de novo, por favor?Lívia imediatamente pulou nos braços de Yuri, esfregando lágrimas e ranho em sua camisa cara, deixando marcas.Seus olhos brilhantes piscavam enquanto ela continuava a chamar:— Papai, papai...Ao ouvir sua filha chamá-lo de "papai" novamente, Yuri, emocionado, levantou ela acima da cabeça, mostrando para todos:— Venham ver, que filha linda, tão pequena e já sabe chamar as pessoas, claro que é a filha de Yuri. Estão com inveja, não estão?Ao ver a empolgação de Yuri em se gabar, Dolores lançou a ele um olhar severo — Pare de passar vergonha aqui. Que
Kauan colocou a mão no ombro de Caio com um olhar significativo e depois caminhou em direção a Heitor. Com um sorriso discreto nos lábios, disse:— Como eu poderia deixar você sozinho na solteirice? Eu também preciso de companhia.Heitor riu:— Quando ele descobrir o problema, provavelmente vai querer te matar.— Se alguém vai apanhar, é você. Foi você quem o enganou primeiro, eu apenas te ajudei.O grupo avançou para o salão entre risos e conversas.Apenas Igor permaneceu parado, pensativo.Heitor olhou para trás e perguntou com voz grave:— Está esperando por Iolanda?Igor assentiu levemente:— O braço dela está machucado, estou preocupado que ela não consiga cuidar bem de Paulo.Heitor deu um sorriso discreto:— Ela foi ao hospital hoje fazer uma ultrassonografia e depois registrar o bebê. Ela não te contou?Igor balançou a cabeça, sem expressão:— Ela não disse.Heitor olhou para ele com seriedade:— Se você quer conquistar sua esposa, tem que ser ousado. Iolanda não te deixa proc
Iolanda olhou para ele sem expressão: — E minha mãe?— A tia tinha um compromisso e foi embora mais cedo. Au me pediu para vir buscá-la. Paulo já foi com Kauan.Igor se aproximou lentamente e abraçou Iolanda enquanto subiam no carro.Ele pegou casualmente uma pequena caixa no banco de trás e a entregou a ela: — O quindim da sua confeitaria favorita. Veja se está do seu agrado.Iolanda fixou os olhos no quindim em suas mãos e sorriu levemente: — Foi o Paulo quem te disse?Essas palavras atingiram Igor profundamente no coração.De fato, foi Paulo quem lhe contou que a sobremesa favorita de sua mãe era quindim e o prato preferido dela era peixe cozido no vapor.Quando soube disso, se sentiu culpado por muito tempo.Uma vez, enquanto estavam no exterior, Iolanda realmente trouxe uma caixa de quindim para casa e até ofereceu para ele provar, mas ele recusou sem pensar e disse que não gostava do sabor de coco.Ao ouvir isso, Iolanda jogou a caixa de quindim no lixo.Ela também havia prepa
Iolanda sentiu novamente o aroma familiar dele e fechou os olhos, sem forças. Durante a gravidez de Paulo, as náuseas intensas e o parto doloroso fizeram com que ela pensasse várias vezes em pegar o celular e ligar para Igor. Contudo, sempre que se lembrava das palavras duras que ele proferiu ao terminarem, ela desistia da ideia.Justo quando Iolanda estava prestes a empurrar Igor, o telefone tocou. A voz infantil de Paulo ecoou:— Papai, você seguiu meu conselho e foi atrás da mamãe? Ela vai te perdoar se você levar quindim para ela.Igor, ainda segurando Iolanda, riu baixinho.— Estou com a mamãe agora. Logo iremos te ver, tudo bem?— Uau! Papai, você tem que beijar muito a mamãe, ela adora quando eu a beijo. Não importa o que eu faça, um beijo sempre resolve tudo. Você aprendeu isso, papai?Igor sorriu e respondeu:— Então, papai vai tentar.Após falar, baixou a cabeça e deu um beijo na testa de Iolanda. Olhando para ela com um sorriso, disse:— Nosso filho está ansioso, vamos l