Murilo soltou uma gargalhada:- O que é, você está insinuando que seu professor está velho?- Não, apenas não estou acostumada, você continua jovem e bonito no meu coração.- Com mais de sessenta anos, onde ainda existe beleza? Mas e você, por que parece tão abatida? Eu ouvi do Igor que você enfrentou algumas dificuldades, então vim ver como você está.As lágrimas que Aurora vinha segurando nos olhos finalmente transbordaram.Ela não visitava o professor havia três anos, mas assim que soube que ela estava em apuros, ele veio vê-la pessoalmente.Ela não sabia como retribuir tal gentileza.Aurora baixou a cabeça, um pouco envergonhada.- Fui eu que errei, fazendo o professor se preocupar.Havia se passado três anos, então conversaram animadamente.Foi então que o celular de Murilo tocou, ele olhou o identificador de chamadas e atendeu com um sorriso nos olhos.- Seu moleque.A pessoa do outro lado da linha falou com um tom de brincadeira:- Velho, você veio para a cidade B e nem me aviso
Heitor acabava de escrever aquela palavra e, com uma mão firme, a colocou sobre a coxa de Aurora, provocando ela de maneira insinuante.Seu olhar era profundo, quase como um aviso: "Se você ousar falar, não saberei o que esta mão poderá fazer."Aurora queria resistir, mas também temia que o professor descobrisse seu relacionamento com Heitor.Ela só podia baixar a cabeça e comer seu bolo em silêncio.Heitor, vendo ela tão dócil quanto um gatinho, sentiu como se algo o tivesse eletrocutado, uma estranha sensação de formigamento se espalhando por todo o corpo.Involuntariamente, sua mão firme apertou Aurora um pouco mais forte.- Essa estudante parece tão inteligente, como pode ter escolhido a pessoa errada?Murilo suspirou:- Ela desistiu da carreira de advogada por causa daquele homem, mas quem poderia imaginar que aquele desgraçado não só não a valorizaria, como também a maltrataria? Eu vim aqui justamente para defendê-la. Ouvi dizer que ele colocou o pai dela na prisão e ainda a acus
Aurora soltou uma risada suave:- Eu tinha tantas ilusões sobre o amor, acreditava ser a coisa mais preciosa da minha vida. Estava disposta a pagar qualquer preço para conquistá-lo. Mas nunca imaginei que o que eu tanto valorizava acabaria sendo apenas uma moeda de troca para ele. Se é assim, não vejo necessidade de manter minha falsa dignidade; não faz diferença negociar uma vez ou várias. Contanto que isso possa garantir a segurança do meu pai, está tudo bem.Aurora falou com uma calma aparente, mas como Igor poderia não perceber a dor em seu coração?Ele a observava intensamente, com uma voz ligeiramente desanimada.- Sou eu o incapaz. Se eu tivesse o poder de controlar tudo como ele, você não teria sofrido essas humilhações.Aurora sorriu levemente:- Uma queda me ensinou uma lição; não vejo isso como humilhação. Serei livre em três meses.- Tem algum plano? Pensou em voltar para o direito?- Nunca fui advogada, que escritório me aceitaria?Igor respondeu prontamente:- Estou monta
Ao ouvir a palavra "casa", o coração de Aurora se sentiu como se tivesse sido perfurado por um espinho.Ela realmente via aquele lugar como seu lar, tendo ido pessoalmente ao shopping para comprar decorações e arrumado cada canto da casa com suas próprias mãos.Sua chegada transformou uma casa antes fria em um ambiente acolhedor.Todos os dias, após o trabalho, ela fazia questão de ir ao mercado comprar ingredientes para preparar os pratos favoritos de Heitor.Esperar por ele voltar do trabalho e jantar juntos era o momento mais feliz para ela.Até chegou a pensar que, mesmo que Heitor não quisesse se casar, continuar assim já seria bom.Mas nunca imaginou que, do início ao fim, esteve apenas se iludindo, pois Heitor nunca nutriu verdadeiros sentimentos por ela.Ele a via apenas como uma parceira de cama, um objeto para satisfazer seus desejos.Lembrando de tudo, um sorriso irônico surgiu nos lábios de Aurora.- Aquela é a sua casa, não a minha. Não vou voltar com você.Heitor segurou
Talvez essa fosse a diferença entre amar e não amar.Uma palavra sob a luz do luar branco, e ele acreditava ser verdade.Mas, não importava o que ela dissesse, ele sempre pensava que ela estava apenas fazendo cena.De repente, Aurora sorriu de forma maliciosa, seus belos olhos amendoados brilhando com um convite sedutor.Ela se virou sobre o Heitor, o pressionando sob seu corpo.Um beijo úmido e quente foi depositado no sensual gogó dele.Sua voz, doce e instigante:- Presidente Heitor, é isso que você deseja? Posso te mostrar.Ela o encarou intensamente, os dedos ágeis delineando seu rosto suavemente, carregados de uma tentação e charme avassaladores.Heitor segurou aquela mão inquieta.Seu gogó se moveu involuntariamente algumas vezes.- Aurora, precisa ser assim? Não seria melhor voltarmos ao que éramos antes?Aurora sussurrou em seu ouvido, com um riso leve e superficial:- Será este o jogo que o Presidente Heitor deseja? Sem amor, apenas sexo? Se eu me envolvesse mais, estaria tra
Quando Aurora chegou ao hospital, seu pai estava sendo reanimado na sala de emergência.Ela caminhou com dificuldade até o guarda, sua voz tremendo um pouco.- Como está meu pai?- Está sendo reanimado, ainda não sabemos a situação lá dentro. Ele tentou se suicidar cortando os pulsos, perdeu bastante sangue. Ele acabou de passar por uma cirurgia cardíaca, então a situação é um pouco complicada.Ao ouvir isso, Aurora tropeçou para trás, quase caindo no chão.O guarda imediatamente a segurou, dizendo preocupado:- Srta. Aurora, não se preocupe, um especialista acabou de entrar. Eu acredito que o Sr. Álvaro certamente ficará bem.Aurora, contendo suas emoções para não chorar, olhou para o guarda e perguntou:- Como meu pai tentou se suicidar?O guarda hesitou antes de responder:- O Sr. Álvaro estava muito deprimido ontem, parecendo bastante pálido. Pensávamos que era seu problema cardíaco agindo, então o trouxemos ao hospital para um check-up. Mas ele aproveitou um momento em que a enfer
Heitor nunca tinha visto Aurora assim.Ele a abraçava firmemente, murmurando para acalmá-la:- Aurora, se acalme, eu já encontrei os melhores médicos para salvá-lo, eu não vou deixar que ele morra.Aurora chorava compulsivamente:- Heitor, meu pai não se mataria sem motivo, alguém deve ter lhe contado sobre nosso relacionamento atual. Se eu descobrir quem foi, não vou perdoar essa pessoa.Ela estava profundamente triste, chorando de maneira agitada, mas aqueles olhos cheios de lágrimas carregavam uma ferocidade rara. Heitor baixava os olhos, as pontas dos dedos frios gentilmente enxugavam suas lágrimas, sua voz estava um pouco rouca: - Fique tranquila, eu vou investigar isso e te darei uma explicação, não chore mais.Ele nunca tinha sentido isso antes. A sensação de lutar desesperadamente para não perder algo.Ele sabia muito bem que se algo realmente acontecesse com Álvaro, ele não teria mais desculpas para manter Aurora ao seu lado.Naquele momento, ele só tinha um pensamento em me
Ao ouvir essas palavras, uma camada de gelo encheu o olhar, profundamente sério, de Heitor:- Verifique quem estava envolvido naquela época.- Certo.- Também verifique com quem Álvaro se encontrou nos últimos dias.Depois de desligar o telefone, Heitor permaneceu imóvel, absorto em seus pensamentos por um longo período.De repente, ele se lembrou de que Aurora sempre tinha o hábito de ter pesadelos.Ela costumava chorar em seus sonhos, murmurando: “Não sou eu, eu não fiz isso.”.A cada pesadelo, ela acordava suada e tremendo, se refugiando em seus braços, enquanto soluçava baixinho.Ele já havia perguntado a ela a razão, mas Aurora nunca revelou o motivo.Aparentemente, era por ter enfrentado um estímulo intenso que ela carregava essas sombras.Recordando isso, o olhar de Heitor se intensificou com um frio ainda mais denso, enquanto ele retornava à sala de monitoramento.Chegou exatamente quando ouvia Aurora conversando com seu pai:- Pai, você sempre quis me ver casar, não pode volta