Aurora soltou uma risada suave:- Eu tinha tantas ilusões sobre o amor, acreditava ser a coisa mais preciosa da minha vida. Estava disposta a pagar qualquer preço para conquistá-lo. Mas nunca imaginei que o que eu tanto valorizava acabaria sendo apenas uma moeda de troca para ele. Se é assim, não vejo necessidade de manter minha falsa dignidade; não faz diferença negociar uma vez ou várias. Contanto que isso possa garantir a segurança do meu pai, está tudo bem.Aurora falou com uma calma aparente, mas como Igor poderia não perceber a dor em seu coração?Ele a observava intensamente, com uma voz ligeiramente desanimada.- Sou eu o incapaz. Se eu tivesse o poder de controlar tudo como ele, você não teria sofrido essas humilhações.Aurora sorriu levemente:- Uma queda me ensinou uma lição; não vejo isso como humilhação. Serei livre em três meses.- Tem algum plano? Pensou em voltar para o direito?- Nunca fui advogada, que escritório me aceitaria?Igor respondeu prontamente:- Estou monta
Ao ouvir a palavra "casa", o coração de Aurora se sentiu como se tivesse sido perfurado por um espinho.Ela realmente via aquele lugar como seu lar, tendo ido pessoalmente ao shopping para comprar decorações e arrumado cada canto da casa com suas próprias mãos.Sua chegada transformou uma casa antes fria em um ambiente acolhedor.Todos os dias, após o trabalho, ela fazia questão de ir ao mercado comprar ingredientes para preparar os pratos favoritos de Heitor.Esperar por ele voltar do trabalho e jantar juntos era o momento mais feliz para ela.Até chegou a pensar que, mesmo que Heitor não quisesse se casar, continuar assim já seria bom.Mas nunca imaginou que, do início ao fim, esteve apenas se iludindo, pois Heitor nunca nutriu verdadeiros sentimentos por ela.Ele a via apenas como uma parceira de cama, um objeto para satisfazer seus desejos.Lembrando de tudo, um sorriso irônico surgiu nos lábios de Aurora.- Aquela é a sua casa, não a minha. Não vou voltar com você.Heitor segurou
Talvez essa fosse a diferença entre amar e não amar.Uma palavra sob a luz do luar branco, e ele acreditava ser verdade.Mas, não importava o que ela dissesse, ele sempre pensava que ela estava apenas fazendo cena.De repente, Aurora sorriu de forma maliciosa, seus belos olhos amendoados brilhando com um convite sedutor.Ela se virou sobre o Heitor, o pressionando sob seu corpo.Um beijo úmido e quente foi depositado no sensual gogó dele.Sua voz, doce e instigante:- Presidente Heitor, é isso que você deseja? Posso te mostrar.Ela o encarou intensamente, os dedos ágeis delineando seu rosto suavemente, carregados de uma tentação e charme avassaladores.Heitor segurou aquela mão inquieta.Seu gogó se moveu involuntariamente algumas vezes.- Aurora, precisa ser assim? Não seria melhor voltarmos ao que éramos antes?Aurora sussurrou em seu ouvido, com um riso leve e superficial:- Será este o jogo que o Presidente Heitor deseja? Sem amor, apenas sexo? Se eu me envolvesse mais, estaria tra
Quando Aurora chegou ao hospital, seu pai estava sendo reanimado na sala de emergência.Ela caminhou com dificuldade até o guarda, sua voz tremendo um pouco.- Como está meu pai?- Está sendo reanimado, ainda não sabemos a situação lá dentro. Ele tentou se suicidar cortando os pulsos, perdeu bastante sangue. Ele acabou de passar por uma cirurgia cardíaca, então a situação é um pouco complicada.Ao ouvir isso, Aurora tropeçou para trás, quase caindo no chão.O guarda imediatamente a segurou, dizendo preocupado:- Srta. Aurora, não se preocupe, um especialista acabou de entrar. Eu acredito que o Sr. Álvaro certamente ficará bem.Aurora, contendo suas emoções para não chorar, olhou para o guarda e perguntou:- Como meu pai tentou se suicidar?O guarda hesitou antes de responder:- O Sr. Álvaro estava muito deprimido ontem, parecendo bastante pálido. Pensávamos que era seu problema cardíaco agindo, então o trouxemos ao hospital para um check-up. Mas ele aproveitou um momento em que a enfer
Heitor nunca tinha visto Aurora assim.Ele a abraçava firmemente, murmurando para acalmá-la:- Aurora, se acalme, eu já encontrei os melhores médicos para salvá-lo, eu não vou deixar que ele morra.Aurora chorava compulsivamente:- Heitor, meu pai não se mataria sem motivo, alguém deve ter lhe contado sobre nosso relacionamento atual. Se eu descobrir quem foi, não vou perdoar essa pessoa.Ela estava profundamente triste, chorando de maneira agitada, mas aqueles olhos cheios de lágrimas carregavam uma ferocidade rara. Heitor baixava os olhos, as pontas dos dedos frios gentilmente enxugavam suas lágrimas, sua voz estava um pouco rouca: - Fique tranquila, eu vou investigar isso e te darei uma explicação, não chore mais.Ele nunca tinha sentido isso antes. A sensação de lutar desesperadamente para não perder algo.Ele sabia muito bem que se algo realmente acontecesse com Álvaro, ele não teria mais desculpas para manter Aurora ao seu lado.Naquele momento, ele só tinha um pensamento em me
Ao ouvir essas palavras, uma camada de gelo encheu o olhar, profundamente sério, de Heitor:- Verifique quem estava envolvido naquela época.- Certo.- Também verifique com quem Álvaro se encontrou nos últimos dias.Depois de desligar o telefone, Heitor permaneceu imóvel, absorto em seus pensamentos por um longo período.De repente, ele se lembrou de que Aurora sempre tinha o hábito de ter pesadelos.Ela costumava chorar em seus sonhos, murmurando: “Não sou eu, eu não fiz isso.”.A cada pesadelo, ela acordava suada e tremendo, se refugiando em seus braços, enquanto soluçava baixinho.Ele já havia perguntado a ela a razão, mas Aurora nunca revelou o motivo.Aparentemente, era por ter enfrentado um estímulo intenso que ela carregava essas sombras.Recordando isso, o olhar de Heitor se intensificou com um frio ainda mais denso, enquanto ele retornava à sala de monitoramento.Chegou exatamente quando ouvia Aurora conversando com seu pai:- Pai, você sempre quis me ver casar, não pode volta
Heitor compreendeu o que ele queria dizer e, imediatamente, se inclinou para falar:- Sr. Álvaro, tudo o que dissemos é verdade, se cuide bem, ainda há muitas coisas esperando por você.Álvaro olhou nos olhos dele e assentiu levemente.Uma semana depois, Álvaro teve alta do hospital.Para comemorar a recuperação de seu pai e também para dissipar as sombras da prisão que ele enfrentou, Aurora organizou um banquete em casa e convidou seus melhores amigos.Marina era a mais calorosa. Ela dizia seriamente:- Azar, se afaste, boa sorte, se aproxime, que o sucesso nos negócios floresça.Caio, que estava atrás dela, quase riu alto. Ele se inclinou para observar a boca dela que não parava de falar, e brincou:- Sucesso nos negócios já apareceu, será que tem também um desejo de vida longa? Quem não sabe até pensaria que você está recitando votos de aniversário.Marina se virou imediatamente, encarando ele com os olhos arregalados:- Na verdade, você podia ficar sem falar!Ela chutou a canela de
Álvaro desceu as escadas trajando uma camisa vermelha novinha que sua filha lhe havia presenteado, combinando ela com uma calça cinza de alfaiataria. Estava animado e perguntou:- Como estou para encontrar com o Heitor? É a primeira vez que ele vem à nossa casa, não posso parecer muito casual. Enquanto falava, Álvaro se examinava no espelho, girando de um lado para o outro.Ele realmente via Heitor como um futuro genro e havia preparado tudo segundo os padrões de recepção adequados.Ele até havia selecionado alguns de seus vinhos mais bem guardados para a ocasião.Aurora se aproximou dele discretamente, com um sorriso:- Pai, ele teve um compromisso de última hora e precisou viajar, não conseguirá vir hoje. Jantaremos sem ele.Álvaro olhou para ela, confuso:- Mas ele prometeu que viria ontem.- Ele decidiu viajar só esta manhã. Ele pediu que eu te avisasse, acabei esquecendo.Na verdade, Heitor não estava numa viagem de negócios, mas enfrentava um problema grande em um de seus proje